- Amor?

- Fala querida.

- Ainda está na empresa?

- Terminando de analisar alguns papéis.. quer alguma coisa?

- Busca Brian hoje. Estou ocupada aqui no escritório.

- Que horas termina a terapia?

- As três. Desculpa incomodar Michael.

- Nada... eu estava de saída já.

- Te amo.

- Hoje sempre querida.

-Foi a última conversa que tivemos. Brian estaria vivo se fosse eu a buscá-lo?

- Bella poderia ter sido vocês o alvo e não Michael já pensou nisso? – Alice estava bem na minha frente numa cadeira e numa postura que eu reconheceria em qualquer lugar.

- Não... só que isso vem me atormentando.

- Me diga como está se sentindo em relação a casa... ao fato de o quarto de Brian não ter sido mexido ainda.

- Não quero que ele vá Alice, se entro ali ele ainda está aqui.

- Ele está no seu coração Bella. Nas suas memórias e não naquele museu que você criou.

- Vou empacotar as coisas deles. – disse abaixando a cabeça. A dor era grande demais.

- E feliz com Edward? – ela mudou para um tem amais alegre. Olhei para ela. – Não faça isso. Me deixe ser sua terapeuta. Eu conduzo as sessões e você como uma boa paciente analisa os sentimentos ouviu?

-   Sim. – sorri para ela. Ela estava sendo tão paciente comigo a duas semanas. Exatas duas semanas que eu tinha visto o livro e cofre. – Estamos bem. Não me sinto culpada por estar com ele aqui.

- Deveria? – ela disse e eu pensei.

- Foi minha casa com Michael e eu realmente não quero viver o resto da vida a dois com ele aqui.

- A casa fica pronto em alguns dias e poderá recomeçar.

- Está linda... tenho que agradecer a você e a Esme por isso. Alice...

- Somos uma família Bella e é para isso que estamos aqui.

- A família de Michael nunca me tratou assim. Queria ter conhecido vocês antes.

- Conheceu na hora certa. Posso pedir para Edward entrar?

Edward ficava do lado de fora sempre esperando para que Alice o chamasse no final das sessões. Ela não falava mais que o necessário, mas víamos ali que isso o fazia se sentir melhor... participativo. Alice caminhou até a porta e abriu. Ele estava parado de braços cruzados na frente da porta e sorriu quando me viu.

- Entra. – disse Alice. E ele sentou do meu lado.

- Como estamos essa semana Edward? O que achou de Bella?

- Ela... – ele me olhava nos olhos – Vendeu os carros, arrumou algumas coisas para a mudança... não teve pesadelos.

Desde aquele dia eu tinha pesadelos e isso assustou Edward. Foi um dos motivos que procurei Alice alguns dias depois e ela fazia duas sessões comigo a duas semanas.

- Bella já contou para ele os pesadelos.

- Não.

- Quer dividir com ele isso?

Eu o olhei com receio.

- Estamos juntos amor...

- Jacob. Eu sonho com Jacob.

E ele cerrou os punhos. Me assustei. Alice permanecia calma demais.

-  Como se sente? – ela perguntou para Edward que controlava a raiva.

- Como acha que me sinto sabendo que ele assombra a vida da mulher que eu amo?

- Ele não assombra ela... é o medo dela concretizado na figura dele. Saiba dividir isso.

- Tudo bem.. Bella o que tem nesses sonhos?

- Ele... ele diz que matou Michael por minha causa.

- Amor... ele não matou o primo... não temos prova de nada.

- FOI ELE! FOI ELE E A OBCESSÃO POR MIM!

Disse soltando lágrimas e ele me abraçou.

- Bella precisa pensar que Michael te deixou uma mensagem. O que foi que aconteceu poderia ter um final diferente ou não. Só que vocês precisam juntas as peças juntos. Mas recomendo que parem um pouco. Você está exausta mentalmente.

- Obrigada Alice. – disse ainda abraça a Edward e senti seu cheiro e era melhor que calmante aquilo. – Edward... vamos para a ilha?

Ele arregalou os olhos.

- Ótima idéia. Estamos num verão agradável. – disse Alice sorrindo. – Vai fazer bem. Passem um tempo em família.

- Quer mesmo ir?

- Não tenho lembranças de lá. Descobri a ilha depois da morte dele, era presente de casamento.

Senti seu sorriso e eu já sabia o que aquilo significava. Ele queria lembranças nossas lá.

- Bella tenho sua permissão para desfazer de tudo que resta dessa casa?

 Eu hesitei... meu coração deu sinais de insegurança. Mas era preciso. Eu tinha que dar esse passo. Caminha para Edward e soltar meu passado.

- Sim... só guarde algumas coisas.

- Tudo ou nada Bella. – ela disse séria.

- Tudo. – disse triste.

- Até a volta de vocês. Liguem qualquer coisa.

- Tudo bem. – disse Edward e Alice saiu. Ele acariciava meus cabelos e cheirava eles de vez enquando. Eu o amava.

- Como se sente?

- Cansada. – dei um riso triste e Charlotte apareceu na porta com um livro nas mãos.

- Vem meu amor. – disse e ela sentou no colo de Edward. – Deixa eu ver o livro.

Era um dos de Brian. Contos da raposa.

- Gosto desse. Estou cansada.. podemos ler na cama?

Ela assentiu.

- Fala sim... quero ouvir um sim.

Ela abaixou a cabeça.

- Sua voz é linda queria muito ouvi-la mais vezes. – e ela sorriu  e lemos o livro com ela deitada na cama no meio de mim e de Edward. Sorri vendo eles se divertirem com minhas interpretações do livro. Charlotte tinha uma risada linda, parecida com a de Edward e eu era completa com eles. Ela dormiu rapidamente e Edward colocou ela na cama dela e voltou.

- Sabe que toda vez que olho para você deitada na cama eu penso que é um sonho. – ela confessou isso olhando para mim nos olhos. – Sofri muito... pensei que nunca minhas feridas seriam cicatrizadas... que eu nunca entenderia Charlotte e que jamais amaria de novo.  Então a vida ou o destino me dão você e me sinto um adolescente bobo que vai viajar com a namorada longe dos olhos dos pais. – Precisei sorrir com aquilo. – Eu te amo.

- Eu também te amo.

E ficamos deitados aproveitando o calor um do outro e eu adormeci com ele fazendo carícias em meu rosto e cabelo. Edward era alguém complexo também, mas era o amor da minha vida e com ele eu podia suportar as coisas.

A casa fervilhou com os preparativos para a viagem. Marta ficaria cuidando da mudança e Ângela já estava na cidade para ajudá-la. Edward não me deixou ver nada da nova casa e fiquei até curiosa com tantos preparativos. Ele passou alguns dias distantes resolvendo seus negócios que precisavam de uma atenção já que ele queria passar uma semana sem atender o telefone. Segundo ele, ele perderia feliz alguns dólares. E foi arrumando a mala que ele chegou de mansinho e me entregou uma pequena caixa preta de veludo.

- O que é isso? – disse olhando para sua mão que tinha a caixa.

- Abra. – ele disse sorrindo.

- É o que penso? – Meu Deus... noivado? Jura?

- Hum... não leio mentes, vai ter que abrir para ver.

E eu o fiz e tinha um lindo diamante azul. Era raro e algo que geralmente só tinha na Cartier.Era delicado e em formato oval. Eu amava  formas diferentes de cortes.

- Edward...

- Casa comigo. Vamos casar antes de irmos para nossa casa. Antes entrarmos lá, me faço seu por completo.

Meu coração acelerou... estava acontecendo rápido demais... eu estava co  medo... Meu Deus o que eu faria?

- Hum.. quer pensar? – ele disse olhando para mim.

- Rápido não acha? – perguntei.

- Bella eu te amo e você me ama, já passamos da fase de esperar não acha. Mas se isso faz você se sentir melhor eu te espero.

Não... eu não queria  esperar para ser feliz.

- Aceito. Te aceito.

E ele me abraçou e me girou pelo quarto e rimos bobos feito dois adolescentes. E eu lembrei de Charlotte, eu lembrei de como me senti sua mãe e como eu estaria completa quando ela me chamasse de mãe. Seria algo que teríamos conversar com ela. Guardei o anel.

- Geralmente as noivas colocam o anel depois que recebem sabia?

- Precisamos conversar com Charlotte Edward. Não quero que ela pense que estou invadindo a vida dela.

- Ela te ama.

- Deixa eu fazer isso primeiro sim? Crianças são muito sensíveis e precisam de seu próprio tempo e modo para assimilar as coisas tudo bem?

- Por você eu esperaria uma eternidade, mas fico feliz que não vai ser preciso.

E nos beijamos novamente e de novo e mais um pouco até pararmos na cama.

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