Eu odeio ser tímida, é tudo o que eu tenho a dizer. Por que eu, Alice Smith, não consigo me relacionar com as pessoas? Eu estou em uma festa, conversa com alguém sua tapada. Faz um favor? Para de boiar que eu já vou explicar essa confusão.

Eu estou no aniversário de 18 anos da minha irmã, Emily. Ela, diferente de mim, conhece um monte de gente, inclusive pessoas da minha idade e mais velhas. Eu tenho 19. Aqui tem muitos, muitos, muitos (muitos viu?) meninos lindos, só que eu estou em uma região invisível aqui na festa. Isso, eu estou sentada na mesa do fundo mexendo do meu celular (antissocial sim ou claro?).

– Alice, vem dançar, você ta parecendo uma velha aqui na cadeira.- Emily chegou toda bravinha reclamando

– Em, eu não gosto de dançar. – eu disse e ela fez uma cara meio triste, que depois se transformou em uma cara diabólica. O que ela estava aprontando?

Eu a segui com o olhar até onde eu consegui, depois ela sumiu no meio da pista. Logo ela voltou com um copo de alguma bebida vermelha na mão e um dos meninos mais lindos que eu já vi na minha vida.

– Julie, esse aqui é o Victor. – ah não, ela não fez isso que eu estou pensando, fala que não – Victor, essa que é a minha irmã que eu te falei, a Alice. – eu não sabia se eu estava vermelha ou se já estava passando para um tom de roxo, vou matar essa menina.

– Oi Victor. – eu disse fazendo o sorriso mais falso que eu já fiz na minha vida

– Bom, eu vou deixar vocês aqui pra vocês conversarem... – ela disse com um sorriso malicioso que parecia dizer “Vou deixar vocês aqui pra vocês ficarem, me agradeça depois”

Victor perguntou se eu queria ir dançar com ele, e eu disse que eu preferia ficar lá conversando. Ele entendeu que eu estava super desconfortável, mas até que eu meio que consegui falar com ele, depois de uns 20 minutos, 30 a gente estava praticamente engolindo um ao outro. Ta ta ta ta eu sei que eu sou tímida, mas eu sou mulher, e um menino gostoso daquele eu não ia deixar passar nunca.

– Alice, você não sabe o que... – Emily reparou que estava atrapalhando um pouco (muito) – Esquece.

Infelizmente, o ser humano precisa respirar, então tivemos que separa o beijo. Oh my Josh, esse Victor beija muito bem.

Victor’s POV

Que inferno, a idiota da Emily me trouxe aqui pra ficar com a prima linda dela, eu chego aqui a menina é mais entediante que a minha avó contando sobre a adolescência dela. Realmente, a Alice é muito gata, mas ela é a coisa mais chata que eu já vi na minha vida. Eu fiquei com ela né, fazer o que, conversei e tals, mas eu tenho que dar um jeito de sair daqui.

– Alice, eu tenho que ir embora, a gente se vê. Eu não posso chegar tarde em casa porque amanhã eu tenho um compromisso muito cedo. – nossa que desculpa boa, não convence nem o meu irmão mais novo. Um compromisso cedo no domingo?

– Já? Então me passa o seu celular pra gente combinar de se ver mais vezes? - ela disse fazendo um sorrisinho, tipo, como dizer não?

– Ta – eu escrevi qualquer numero só pra enrolar ela – Pronto, me passa o seu também.

– Ok. – ela fez o mesmo no papel que eu dei pra ela

Peguei o papel e saí, graças a Deus eu me livrei daquela coisa.

Alice’s POV

Já são 05:00 a.m e agora que a festa está finalmente acabando. Eu preparei uma surpresinha para a Emily. Eu estou ganhando bem no meu trabalho e eu comprei um carro novo, e o meu antigo vai ficar pra ela. Não é a melhor coisa do mundo mas eu acho que ela vai amar. Eu saí com as mãos nos olhos dela para ela não ver e quando chegamos lá fora, havia um carro vermelho esportivo com um laço amarrado esperando por ela.

– Is-Isso é sério? – ela olhou surpresa para o carro – Vocês estão brincando né? Não é verdade isso.

– É seu. – eu disse. Eu adorava a minha irmã, ela era tipo, minha melhor amiga, eu amava quando ela ficava feliz assim, sério.

– Não! Eu não acredito! – ela olhou pra mim, percebendo que tudo aquilo estava mesmo acontecendo – Obrigada! Obrigada, obrigada, obrigada eu te amo Alice! Eu não acredito que você me deu o seu carro! Você é perfeita. – eu a abracei bem forte – Alice, posso?

– Pode o que, flor?

– Posso andar um pouco?

– Claro que pode, é seu! Mas a essa hora?

– Só pelo quarteirão, eu estou louca para andar no meu carro novo.

– Mas eu posso ir junto? – eu fiz a cara mais parecida com a da gatinho do Shrek que eu consegui e ela assentiu

Nós demos uma volta no quarteirão como ela pediu. Ela não tinha carteira ainda, mas ela ia fazer uma logo, enquanto isso o carro deveria esperar um pouco. Ela já sabia dirigir, claro, senão eu não iria deixá-la andar agora. Ela estava maravilhada com tudo aquilo e reclamou um pouco quando a volta no quarteirão terminou e ela teve que colocar o carro de volta na garagem.

Ela continuou animada por um tempo, tipo uma meia hora. Ela não parava de me agradecer e dizer que eu era a melhor irmã do mundo. Depois de um tempinho a gente foi para o meu quarto e abriu todos os presentes.

Resolvemos que iríamos virar a noite, mas na verdade, era óbvio. Já eram 6:00 da manhã e a gente ainda estava com as roupas e a maquiagem da festa. Mesmo assim tiramos tudo e colocamos pijamas, amanhã era domingo, eu não tinha que trabalhar e eu ia ficar em casa descansando porque hoje/ontem foi um dia muito cansativo.