– Nick? Nicole, acorda! Já chegamos - Caterine disse com a intenção de me acordar. Acho que acabei dormindo a viagem toda.

– Já chegamos? - disse com uma voz sonolenta e esfreguei os olhos. É claro que chegamos, conheço o aeroporto do Rio de Janeiro de longe. Levantei do meu assento e saímos do avião.

Chegamos no aeroporto, em questões de minutos conseguimos pegar as malas e fomos em uma lanchonete, pois estávamos com muita fome. Assim que acabamos de comer pegamos um táxi. Disse o endereço de minha casa para o taxista e em quarenta minutos chegamos em minha casa. Continuava tudo a mesma coisa. O condominio vazio com algumas crianças brincando no parquinho, idosos caminhando e a estrada de paralelepipedos. O taxista rodou mais um pouco até chegar em minha casa. O jardim estava com as mesmas rosas vermelhas e orquideas que Lisa amava, o gramado verde e bem cortado como sempre. Paguei o motorista e saimos do carro. Andamos pelo jardim até chegar na porta principal e logo toquei a campainha. Escutei algum barulho e logo após escutei uma chave virando.

– Nicole? - Lisa perguntou, sua expressão era confusa - Nicole! Meu Deus, porque você está aqui? - ela perguntou mais uma vez e me abraçou. Ela estava confusa, triste e feliz ao mesmo tempo - Não acredito que você veio.

– Claro que eu viria - disse soltando do abraço - te amo tanto - disse e ela sorriu

– Eu também te amo - ela falou e olhou para trás de mim - E quem é a sua amiga? - Elisabeth perguntou

– Ah sim! - disse rindo - Caterine, essa é a minha madrasta, Lisa. Lisa, essa é minha melhor amiga, Caterine - disse as apresentando. Caterine deu um abraço em Lisa e entramos.

Elisabeth é uma mulher bonita, loira, um corpo bom para a sua idade e olhos castanhos. Se não me engano, ela teve ter trinta e sete anos. Não lembro porque ela não gosta de relembrar sua idade, desde que fez vinte anos ela não conta mais... vai saber porque.

Fui direto para meu quarto e Caterine me acompanhou. Deixamos nossas malas lá e começamos á arrumar algumas coisas. Lisa nos chamou para jantar, jantamos e em menos de três horas depois já estávamos dormindo.

Niall POV

Meu corpo ainda dói, não muito. Se tudo der certo hoje eu levo alta. Achei estranho por Nicole não ter me visitado mais, quem sabe ela está ocupada com a faculdade ou algo do tipo. Abri os olhos e encontrei Liam e Zayn dormindo, cada um em uma cadeira. Tentei pegar meu celular que estava sob uma mesa, me estiquei e até que... caí no chão. Fiz um barulho imenso e Liam acordou assustado. Zayn continuou dormindo para a nossa surpresa. Nunca vi alguém dormir tanto quanto Zayn. Liam sai correndo de onde estava e me ajudou a levantar. Sentei na cama e coloquei minha mão em meus cabelos, com os cotovelos apoiado no joelho.

– Tudo bem? - Liam perguntou preocupado, se ajoelhando para olhar em meus olhos

– Tudo bem sim, eu acho. Que horas são? - Perguntei e Liam pegou seu celular.

– Nove e meia, quer que eu chame o médico? - Liam perguntou e se levantou

– Quero - disse me deitando e Liam saiu da sala para chamar o médico, enfermeira ou sei lá.

Zayn acordou e ficou me observando. Via preocupação em seus olhos, mas ele não falava nada. Ele perguntou se eu estava bem e eu assenti. Conversamos coisas rápidas e alguém ligou para ele, e então ele saiu do quarto. Alguns minutos se passaram e ouvi a porta abrir

– Senhor Horan? - o médico perguntou - Está se sentindo melhor? - ele perguntou

– Estou sim - disse me sentando - Quando ganharei alta? - perguntei

– Ás onze horas. Agora o senhor terá que ficar de repouso - ele disse e eu assenti. Logo ele saiu do quarto e acabei dormindo.

Acordei com o médico falando algumas coisas que eu não entendia, apenas assenti e ele sorriu. Ele me disse que um dos meus amigos me trouxe roupas e era para eu me vestir no banheiro, pois já estava liberado. Entrei no banheiro e tinha uma mochila preta lá dentro, com algumas peças de roupa. Me vesti e saí do quarto. Passei pela recepção e Liam estava me esperando em uma das cadeiras. Ele sorriu e já estavamos saindo quando escutei alguem me chamar. Fui até o balcão da recepção.

– Sim? - perguntei sem entender nada.

– O senhor é o Niall Horan, certo? - Uma moça me perguntou perguntou e mecheu em alguns papéis. Ela era alta, ruiva e seus olhos eram castanhos escuros - Isso aqui é para você - ela me entregou uma carta - Uma menina deixou essa carta ontem para você.

– Ah, tudo bem. Obrigada - disse sorrindo e sai do hospital, junto com Liam.

Entramos no carro do Liam e ele dirigiu até minha casa. Como ele disse que não tinha nada oque fazer, convidei ele jogarmos X-Box em minha casa.

Ele estacionou o carro e entramos. Ele deixou a chave no carro em cima da mesa de centro e começou a mecher em meus jogos, com a tentativa de achar o jogo Fifa. Enquanto ele tentava achar os jogos, sentei no sofá e abri a carta. O envelope era branco e a folha parecia ter sido arrancada de um caderno

"Londres, vinte e três de setembro de dois mil e doze

Oi Ni, tudo bem? Espero que já esteja melhor. Te ver no hospital daquele estado estava me matando, oque eu mais queria agora era poder estar cuidando de você. Não sei bem como escrever isso aqui... mas vamos lá. Primeiro de tudo, me desculpe pelo oque estou fazendo.

Assim que levei alta, recebi uma ligação. Era de Elisabeth e tive que atender. Ela começou a falar, ela estava chorando. Meu pai se suicidou. Mesmo ele fazendo tudo aquilo que fazia, Lisa o amava demais. Concerteza tudo agora na vida dela deve estar de cabeça para baixo. Lisa sempre me apoiou e me ajudou em tudo, e agora ela precisa de mim. Estou fazendo oque eu acho que devo fazer.

Ás dez horas da noite pegarei um avião para o Brasil. Estou com meu coração despedaçado por ter que te deixar, mas é por um grande motivo.

Nialler, você foi tudo para mim. Você é tudo para mim. Você me mostrou que posso acreditar no amor, você me fez feliz nesse pequeno tempo que estive aqui. Me apaixonei por você desde que eu pisei em Londres e esbarrei em um loirinho desastrado andando pelo aeroporto. E não importa se nós não estivermos lado a lado agora, eu te sinto comigo. Você sempre será meu Nialler e eu sempre serei sua Nicole.

Não sei se vou ficar lá por muito ou pouco tempo e por isso precisamos dar um tempo, não quero que a distância se torne algo á mais para nós se preocuparmos.

Meu número de celular ainda é o mesmo, quero receber ligações suas. Desculpa não estar contigo agora. Mas te prometo que a primeira coisa que farei quando chegar em Londres novamente é te chamar para ir ao Nando's e depois iremos á sua casa, para você me ensinar a jogar aquele jogo de futebol que eu não consegui jogar.

Não esqueçe de avisar o Liam que a Caterine foi comigo para o Brasil... ela insistiu.

Não me esqueçe, Ni.

PS: Eu te amo."

Acabei de ler, dobrei a carta e coloquei-a no meu bolso.

– Niall, eu não estou achando o jo... - Liam disse e parou quando me viu - Oque houve? Porque você está chorando tanto? - Liam perguntou vinto até a mim preocupado.

– Não foi nada - disse com a voz tremula e tentei limpar algumas lágrimas, meu rosto estava muito molhado. Corri até o meu quarto e me tranquei lá.