Saukerl sabe o quanto te amo não é? Então porque faz isso comigo?

Foram as palavras que Liesel pensou antes de adormecer no chão frio do porão abraçada ao livro. Mais uma vez. Não era o primeiro dia que ela adormecia lá e pensava nisso.

Rudy a havia deixado magoada. Ele lhe pediu um beijo e ela pela primeira vez disse: Está certo Saukerl.

Eles se beijaram e Rudy enlaçou-a pela cintura enquanto Liesel passou os braços por seu pescoço.

—Te amo Meminguer.

—Eu também te amo, Steiner. -Ambos disseram ao afastar seus lábios.

—Jesus, Maria, José! –blasfemou da típica maneira alemã

Liesel percebeu o que houve e correu para casa deixando Rudy confuso.

—Merda! O que foi que eu fiz? -Liesel falou ao se aproximar de sua casa.

Rudy tinha corrido atrás dela.

—Lis! Saumensch! Ei! Me espere! O que houve?Merda Liesel! -falou quando tropeçou. -Meu joelho! -Exclamou e parou.

Ela olhou para ele e seus olhos se cruzaram. Ele já estava voltando a andar.

—Saumensch?

—Vá embora Saukerl.—Disse e entrou em casa.

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Alguns dias tinham se passado. A morte estava se aproximando e Rudy e Liesel não tinham se falado.

As sirenes soaram. Liesel pegou seus livros e ela e seus pais de criação correram para o abrigo.

Os olhos dela e de Rudy se cruzaram varias vezes enquanto ela lia para eles. Quando saíram do abrigo Rudy chamou Liesel e ambos foram até o Amper.

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—Por que está fugindo de mim? -ele perguntou.

—Não estou fugindo Saukerl.

—É claro que está.

—Não estou não! Vá embora.

—Não.

—Me deixe sozinha ou eu vou embora.

—Não Liesel!

—Tchau. -Ela estava indo embora quando ele a puxou.

—Por quê? O que houve? Você... Não gostou? Foi você que...Me beijou...

—Não Rudy. É que... Você nunca entenderia.

—Claro que não entenderia! Você não me diz!

—É que... Todos sofrendo e nós... assim...

—Não percebe que isso é certo?

—Como pode ser certo?

—Saumensch você me ama?

—Por que está perguntando?

—Me responda.

—Sim.

—Por que?

—Isso não é certo.

—Claro que é! Pelo menos isso seria bom se aproveitássemos não?

Ela não sabia o que dizer. Rudy a beijou novamente. Foi um beijo mais urgente.

—Não Rudy...

—O quê? Saumensch, fique quieta. -Se ele tinha entendido o que ela disse não demonstrou e a beijou de novo.

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Liesel acordou e ainda tinha o gosto de Rudy em seus lábios e sentia suas mãos nas suas costas e rosto.

—Oh Saukerl idiota. Parece que realmente amo você!

—O que disse Liesel? -Papai perguntou entrando no quarto.

—O quê? -Disse sobressaltada. -Nada.

—Venha, sua mãe está chamando. Frau Hotzapfel quer que leia de manhã hoje.

—Certo.

Ela se levantou, trocou-se, pegou o livro e foi até lá.

—Bom dia.

—Bom dia Frau Hotzapfel.

—Vamos menina comece.

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