Bright Lights [HIATUS] escrita por Dani


Capítulo 1
Annelys Rainbow


Notas iniciais do capítulo

Olá tributos, que saudades imensas de vocês, espero que gostem deste capítulo. Betado pela linda da letter *-* Espero que gostem :D



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Ás vezes eu me perguntava por que somos como somos. Porque tememos tanto? Porque cremos em tão pouco? Porque nos machucamos com tanta facilidade, e com a mesma facilidade fingimos que somos inquebráveis?

Inspirei o perfume de morango. E senti o vento de fim de tarde ricochetear meus cabelos loiros, que às vezes pareciam lisos e às vezes encaracolados.

Minha casa era pequena e eu não tinha um quintal, mas sim uma enorme plantação de morangos bem próxima a minha casa.

Annelys. ouvi uma voz me gritando.

Limpei mais uma lágrima que descia.

Sinto sua falta. sussurrei olhando os campos de morango. Eu e meu pai passávamos tardes colhendo morangos e conversando sobre tudo e sobre nada. Agora tudo que eu tenho dele são as lembranças, e elas machucam mais do que qualquer coisa.

Andei em direção a casa com as pernas fracas, fazia tanto tempo que eu não comia nada. Havia tantas necessidades que eu havia perdido.

Você age como se fosse à única que sentisse falta dele. minha mãe disse gritando comigo se referindo ao meu pai. Toda vez que eu a via eu pensava em como ela era diferente dele. Ele era calmo, sábio, pleno. Ela está sempre gritando, sempre me dizendo que não sou boa o suficiente.

Seria errado pensar que eu preferia que ela tivesse partido e não ele?

Provavelmente.

Mas ás vezes eu também me pergunto o que é realmente certo. Sofrer em silencio ou decidir agir com o que te causará menos dor, mesmo que isso afaste pessoas que se importam com você? Mas se as pessoas se importassem elas nunca se afastariam, afinal de contas.

Menos meu pai que não teve escolha.

Se eu pudesse teria fugido para o Distrito 12. Minha melhor amiga Primrose mora por lá e seus pais são incríveis. Sua mãe especialmente, era uma grande amiga do irmão gêmeo de meu pai, Cinna.

Katniss, a mãe de Prim, foi o tordo da revolução, o maior grito de liberdade, e ela jura que não teria se tornado o tordo se não fosse por Cinna.

Cinna, era um estilista famoso na Capital, nascido e criado na Capital, mas ele era diferente dos capitalenses, ele não acreditava que era certo a ditadura em que Panem vivia. Ele fez a Katniss o tordo e foi morto por isso. Meu pai achava Cinna um louco inconseqüente até que Cinna foi morto e meu pai fugiu da Capital.

Viveu pelas ruas dos Distritos, fugindo de Pacificadores até que conheceu Maysee, minha mãe. Por algum motivo eles se apaixonaram e meu pai, Cyrus, decidiu ficar no Distrito 10. Quando eu tinha apenas 10 anos nos mudamos para o 12 porque a mãe de Prim ensinava algumas coisas às crianças de lá e achava que meu pai seria um bom professor.

No primeiro dia de aula no Distrito 12 eu fiquei calada a aula toda e tentava fazer meus deveres corretamente até que um professor nos mandou fazer duplas. Eu vestia uma blusa com um gatinho amarelo desenhado e Prim vestia um vestido vermelho que me lembrou os morangos que haviam perto da minha casa. Nos tornamos as melhores amigas do mundo, eu sentia falta de minhas outras amigas, da minha antiga vida, mas Prim e eu gostávamos das mesmas coisas o que mudou depois que ficamos mais velhas e riamos sobre tudo e todos.

No dia em que eu estava voltando para o 10, porque meu pai recebeu uma carta da Capital pedindo que ele retornasse ao 10, pois havia um trabalho para ele por lá, Prim me levou até a estação de trem com os olhos vermelhos. Ela nunca chorava em público.

Eu chorei porque tudo estava mudando, iríamos fazer 15 anos, não estaríamos na mesma escola, tudo seria diferente.

A gente pode fugir. ela me dissera. Quando estivermos mais velhas, vamos fugir para a Capital.

E vamos nos casar com algum cantor da Capital. Aqueles da banda que nós gostamos. eu disse e nós rimos.

Com um abraço apertado embarquei no trem e chorei todo o caminho lendo um dos meus livros favoritos. Sobre bruxos que viviam nos anos pré-revolução, eles eram crianças, mas ainda assim eram incríveis.

Na nova escola, de volta ao Distrito, tive meu primeiro namorado, durou 3 dias nosso namoro, Primrose riu de mim quando contei a ela. Agora haviam todas as preocupações como em que nos especializar, eu queria algo que nos desse futuro, algo que deixaria meu pai livre de todos os mil empregos esquisitos que a Capital arrumava para ele. Nesse mesmo ano eu descobri os filmes medievais, piratas e príncipes, plebéias e princesas. A vida era simples e fácil. Encontros nos jardins secretos, horas nas bibliotecas lendo pergaminhos, grandes bailes de gala.

Eu gostaria de ter nascido naquele tempo. A vida parecia tão doce.

Quando chegamos no 10 havia um trabalho para meu pai fazer na Capital. Ele nunca voltou. Alguns meses depois foi declarado morto.

Sua amiga está na cidade. minha mãe me trouxe de volta, tirando-me das boas lembranças.

Amiga? perguntei ainda confusa com tantos pensamentos.

A Everdeen-Mellark. ela disse.

Meus olhos automaticamente se arregalaram. Lembrei-me de um bilhete esquisito que Primmie me mandou durante as férias de verão. Nós apenas conversávamos por cartas de três ou quatro paginas, mas então ela me mandou um bilhete minúsculo dizendo: Eu tenho uma surpresa.

Nada além disso, o que eu estranhei, porque eu passava horas lendo nossas cartas e Primmie me contava de seus sonhos estranhos e dores de cabeça, eu contava que via meu pai nos lugares as vezes. Tínhamos sorte de ninguém ler nossas conversas.

Então eu encontrei o enorme e luxuoso trem da Capital. Ele era diferente de todos, ele era tão brilhante que eu podia ver meus cabelos bagunçados em seu reflexo.

Ao entrar no trem haviam tantas pessoas maquiadas e bem vestidas que todas me encaram já que eu vestia um moletom dois números maiores que o meu, um tênis sujo e carregava um livro amassado na mãe direita.

Olá. eu disse quando todos pararam de conversar para me encarar.

Anna-elisa. o tio bêbado de Primmie me cumprimentou.

É Annelys. o pai de Prim o corrigiu e eu fiquei vermelha. Quando eu era criança eu tinha uma quedinha pelo Sr. Mellark e morro de vergonha dele desde então.

Como está, querida? a mãe de Primmie colocando a mão em meu ombro e eu a agradeci mentalmente por me tirar daquela posição desconfortável. Primrose mal vai acreditar que você veio. Ela queria lhe fazer uma surpresa. a Srta. Mellark me disse e eu dei um risinho. Mas se adaptar nunca é fácil, Primrose vai amar sua visita. Você virá conosco?

Realmente, podemos falar com sua mãe. o pai de Prim disse e eu olhei para os dois. Eu gostaria de algum dia ter um relacionamento como o deles. Só que com um príncipe ou um ferreiro de espadas. Ou com um alquimista. Ou um poeta. Ou um príncipe que entende de espadas, alquimia e poesia.

Onde Prim está? eu disse mudando de assunto de repente. Eu e Primmie fazemos isso tanto que às vezes confundimos um assunto com o outro. Que saudades.

Ela está tomando um ar, mas irá para o quarto logo. um rapaz alto, loiro de olhos azuis disse. Ele parece um tanto frustrada. Não quer companhia. ele diz com a testa franzida.

A companhia de Annelys com toda certeza ela quer. o Sr. Mellark me deu uma piscadela. Eu queria me enfiar em um buraco para ninguém ver que eu estava vermelha.

Onde é o quarto dela? perguntei.

Eu te levo lá. o rapaz dos olhos azuis disse. A propósito, sou Lucca. E você Annelys. ele completou rápido. Um dia Primrose cochilou perto de mim e ela disse seu nome.

Olhei para ele com os olhos arregalados. Ele provavelmente encarou isso como desconfiança já que começou a se explicar.

Tudo bem, ela não dormiu perto de mim, mas estava dormindo no sofá da sala e parecia com frio, então a cobri.

E ficou ouvindo com atenção o que ela dizia. acusei ele. Ela fala grogue quando dorme, é preciso muita atenção para entender o que ela diz.

Ele deu de ombros.

Isso sempre foi engraçado. Primmie toda vez que quer alguma coisa ou gosta de alguém acaba falando sobre isso quando dorme. Se ela esconder algum segredo você provavelmente descobre o que é ficando perto dela enquanto ela dorme. contei a ele rindo.

Quando ela gosta de alguém ela fala o nome enquanto dorme? ele perguntou parecendo curioso.

Sim, porque? perguntei.

Hãn, eu acho que ela está vindo. ele disse apontando para o quarto de Primmie.

Não a julgue por não querer sua companhia. falei para ele. Ela ás vezes tem...

Dores de cabeça. ele completou. Mas eu queria dizer tem que ficar sozinha, mas deixei ele no corredor e me enfiei correndo no quarto de Primrose.





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Notas finais do capítulo

Então tributos? Eu espero que tenham gostado, cada cap vai ser o POV de um personagem(dos que eu criei) diferente, e a historia vai parar cada vez em um ponto diferente. Espero que comente, favoritem e leiam *-* E haverá capítulo novo quinta que vem :D