Uma Rainha Da Beleza Diferente escrita por Era uma vez


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Gente eu sei que eu demorei e me desculpa por isso mas eu fiquei meio atrapalhada e também passei uma semana sem internet para postar. Espero que gostem amanhã tem mais.



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- Eu não conheço você. – Juro que a minha vontade de revirar os olhos era muito grande. Serio que aquele era o grande Herói de Roma? Que derrotou um titã sozinho?

Ele falou com tanta convicção que eu achei que Leo pudesse desconfiar.

Só que... Não

- Claro que não. Eu não sou seu melhor amigo. Sou um clone do mal. – Eu sabia que ele estava zoando, mas se ele quisesse, em pouco tempo nós teríamos um Leo Valdez de metal e do mal.

Mas ele não sabia disso, então deixa quieto.

- Leo Valdez! – gritou o “treinador” Hedge, lá da frente. – Algum problema por aí?

Leo piscou para Jason.

- Veja isso.

Ele se virou para o sátiro:

- Sinto muito, treinador! Não consigo escutá-lo bem. Poderia usar o magafone, por favor? – ele não pode ser filho de Festus.

Hedge soltou um grunido, como se estivesse satisfeito por ter uma desculpa para fazer aquilo. Puxou da cintura o megafone e continuou dando instruções, mas a sua voz parecia a do Darth Vader. Os garotos gargalharam. Ele tentou mais uma vez, mas o megafone soltou: “a vaca faz mu!”

           Todos riram, e o treinador baixou o aparelho com raiva.

         - Valdez! - Por que será que eu acho que ele já desconfia que o Leo é filho de Festus?

         Contive o riso. Não podia chamar muita atenção, essa era outra das minha ordens, eu não podia fazer nada até a chegada ao acampamento. Nem mesmo lutar para me defender em caso de ataque.

         - Meu Deus, Leo. - Me segurei para não falar meus Deuses. Mas convivo a muito tempo com os mortais. Não da para ficar no Olimpo o dia todo. Principalmente com a filha de Atena lá. - Como você fez isso?

         - Sou um cara especial. - Vontade de revirar os olhos chega a um nível quase insuportável. E ele nem sabe.

         - Gente, falando sério. - implorou Jason - O que eu estou fazendo aqui? Para onde estamos indo?

         Franzi as sobrancelhas.

         - Jason, você está brincando?

         - Não! Eu não tenho a menor ideia...

         - Ah, claro que ele está brincando - disse Leo - Está tentando revidar aquela história do creme de barbear na gelatina, certo? 

         Festus eu acho que a mãe de Valdez estava saindo com Hermes também.

         Mas o Jason só ficou olhando para ele, sem entender.

         - Não, acho que ele está falando sério - Disse tentando pegar uma das mãos de Jason, mas ele se afastou e isso doeu. Foco McLean, foco.

         - Sinto muito - disse o filho de Roma - Eu não... Eu não consigo...

            - Pronto! - gritou o sátiro lá da frente - A fileira de traz acaba de se oferecer para lavar a louça do almoço!

         Os outros comemoraram.

         - Sensacional. - diz Leo baixo o suficiente para que só nós três pudessemos ouvir.

         - Você bateu a cabeça ou algo assim? - disse ignorando o Valdez, só para manter a farsa - Não sabe mesmo que somos?

         Jason deu de ombros, sem saber o que fazer.

         - É pior que isso. - Me jura? Com essa rapidez de raciocinio podia ser filho de Atena - Não sei quem eu sou.

         O ônibus os deixou na porta de uma grande construção de reboco avermelhado, que parecia um museu, no meio do nada. Talvez fosse isso mesmo: o Museu Nacional de Lugar Nenhum. Um vento frio soprava no deserto

         — Então, vamos a um curso intensivo para quem sofre de amnésia — disse Leo em tom solícito, que deu a mim e provavelmente a Jason a impressão de que ele não ia ajudar em nada. — Nós frequentamos a “Escola da Vida Selvagem”. — Leo fez sinais de aspas com os dedos. — Isso significa que somos “garotos malvados”. Sua família, a justiça ou sei lá quem decidiu que você criava problemas demais. Por isso, você foi mandado para esta adorável prisão… quer dizer, “internato”… em Armpit, Nevada, onde você aprende coisas valiosas para a vida ao ar livre, como correr dezesseis quilômetros por campos de cactos ou tecer chapéus com margaridas! E, como prêmio, fazemos excursões “educativas” com o treinador Hedge, que mantém a ordem usando um bastão de beisebol. Está se lembrando de tudo agora?

         — Não — respondeu Jason, olhando apreensivo para os outros jovens: uns vinte, talvez.Quase a metade meninas.

         Nos não pareciamos criminosos implacáveis, mas Jason ficou pensando no que teriam feito para ser enviados a uma escola para delinquentes, e por que ele próprio estava ali.

         Leo revirou os olhos.

         — Você quer mesmo seguir com esse joguinho, né? Certo. Nós três entramos aqui juntos, este ano. Somos muito unidos. Você faz tudo o que eu digo, me dá sua sobremesa, faz minhas tarefas…

         — Leo! — ralhei.

         — O.k., ignore a última parte. Mas nós somos amigos. Bem… Piper é um pouco mais que sua amiga, nas últimas semanas…

         — Leo, pare! — disse, com o rosto vermelho.

         Jason também consegui notar estava corado.

         — Ele está com amnésia ou algo do tipo —Está mais para algo tipo uma deusa intrometida. — Precisamos avisar a alguém.

         Leo debochou.

         — A quem? Ao treinador? Ele vai tentar resolver o problema dando uma pancada na cabeça de Jason. – Isso se ele for legal e não pensar que ele é um monstro do qual ele tem que se livrar.

         O treinador estava à frente do grupo, gritando ordens e apitando na tentativa de nos manter em fila; mas não parava de olhar para Jason e fazer cara feia.

         — Leo, Jason precisa de ajuda — insisti.— Ele deve ter sofrido uma concussão ou…

         — E aí, Piper? — Um dos garotos se aproximou de mim enquanto entravamos no museu, enfiou-se entre Jason e eu e derrubou Leo no chão.— Não fique conversando com esses manés. Você é meu par, lembra?

         O cara novo tinha cabelos pretos cortados como os do Super-Homem, era bronzeado e tinha dentes tão brancos que deveriam ter uma placa de advertência: Não olhe diretamente para esses dentes. Perigo de cegueira permanente.

         Estava com um agasalho dos Dallas Cowboys, jeans e botas, e sorria como se fosse um presente de Deus para todas as meninas delinquentes desse mundo.

         Ahh, e era um monstro. Mas por causa de certosparentesmeus eu não podia matá-lo.

         Ao que parece Jason e Leo também não gostam dele.

         — Saia daqui, Dylan — disse.— Eu não pedi para ser seu par.

         — Ah, não mesmo. Mas hoje é seu dia de sorte! — disse Dylan, dando o braço e me conduzindo à entrada do museu.

         Dei uma última olhada por cima do ombro, como se pedisse socorro. Tomara que eles não se metam em encrenca.

         Caminhei com ele para longe e passei pelas imitações mal feitas de algumas das minhas irmãs. Com camisetas rosas e tanta maquiagem que faria um palhaço chorar de alegria por pensar que teria novos membros no circo.

         Uma delas disse:

         — Ei, Piper, é a sua tribo que manda nesse lugar? Você entra de graça se fizer a dança da chuva?

         As outras riram. As mangas do meu casaco escondiam minhas mãos, mas mesmo assim as cerrei em punho. Ele podia ser um idiota. Mas era meu pai.

         — Meu pai é cherokee — disse. —, não é hualapai. Mas é claro que você precisaria de mais alguns neurônios para entender a diferença, Isabel.

         Isabel arregalou os olhos, surpresa por eu ter revidado, e ficou parecendo uma coruja megamaquiada. Preciso de uma boa luta ou vou me atirar do precipício daqui a pouco.

         — Ah, me desculpe… Sua mãe é que era dessa tribo? Oops, puxa… Você não conheceu sua mãe.

         Fui na direção dela, ninguém falava mau da minha mãe ou de qualquer um dos meus parentes divinos, mas antes que começássemos a brigar o treinador gritou:

         — Parem, vocês aí! Dêem bom exemplo ou vou pegar o bastão de beisebol!

         O grupo seguiu para a exposição seguinte, mas as meninas continuaram fazendo comentários sobre mim.

         — É bom estar de volta à reserva? — uma delas perguntou, em tom doce.

         — Papai devia estar bêbado demais para trabalhar — disse outra, com falsa preocupação.— Por isso ela virou cleptomaníaca.

         Ignorei se elas soubessem a verdade cairiam aos meu pés.  Mas Jason estava pronto para bater nelas. Merda mãe tu quer confundir a minha cabeça de vez hein?

         Leo agarrou o braço dele. E sussurrou alguma coisa. Depois os dois ficaram conversando.

         — O.k., cupcakes — anunciou o treinador Hedge. — Vocês estão prestes a ver o Grand Canyon. Tentem não estragar tudo. A passarela de vidro se chama Skywalk e aguenta o peso de setenta aviões jumbo, então vocês, seus pesos-pena, estarão seguros. Se possível, tentem não empurrar o colega lá embaixo, senão vou ter mais trabalho.

         O treinador abriu as portas e todos foram para o lado de fora. O Grand Canyon se estendia à frente deles, ao vivo e em cores. Avançando sobre o precipício, uma passarela em forma de ferradura, feita de vidro, que permitia olhar lá embaixo.

         Em todas as direções, até onde os olhos podiam alcançar, via desfiladeiros vermelhos e cinza cortando o deserto, como se algum deus louco os tivesse traçado a faca. O que eu    não duvidava.

         — Muito bem, cupcakes! — gritou o treinador Hedge. Ele franziu a testa ao olhar para a tempestade, como se ela o preocupasse também.— Acho que devemos encurtar nossa visita, então, mãos à obra! Lembrem-se, frases completas!

         Vi Jason e Leo conversando, mas não tinha com o que me preocupar, menos o céu ele estava estranho os deuses devem estar aprontando algo. O monstro Dylan estava dando em cima de mim enquanto eu tentava fazer o trabalho. Era nojento, um monstro dando em cima de uma semideusa e ainda ele sabendo o que eu era.

         De repente Jason se afastou de Leo e olhou na minha direção. Mandei um olhar para ele pedindo que alguém matasse o ser que se auto denominava Dylan. Mas ele foi direto para o sátiro.Merda.Hedge podia falar algo que não devia. Porém eu não tinha como impedi-lo. O que me restava era esperar.

Graças aos Deuses não foi muito.

         Um relâmpago tomou conta do céu. O vento batia furioso. Folhas de exercício voavam para o Grand Canyon e a passarela sacudiu. Os outros alunos gritaram, tropeçando e agarrando-se ao guarda-corpo.

         Ouvi Hedge gritar para todos irmos para dentro. Mas eu só pensava em uma coisa.

         Graças a Ares e Atena a luta que eu estava esperando!


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Notas finais do capítulo

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