Aquele frio enrijecia minha pele, fazendo com que todos os pelos do meu corpo se eriçassem.

Levantei-me daquele chão gelado e observei a paisagem coberta de neve e cheia de árvores sinistras que me cercavam.

Começo a andar sem rumo, sem destino, quando um brilho em meio aquele imenso vazio chama a minha atenção, então caminho até ele.

Era lindo, tinha um brilho magnífico, um punhal cravejado de pedras vermelhas e pretas. Aproximo-me para pegar, assim que o toco sinto uma energia que pulsa por todo meu corpo.

Era como se ele me pertencesse, parecia ser feito sob medida para mim.

Voltei a caminhar, só que agora eu sentia que havia algum lugar que eu tinha que ir, uma força me fazia seguir aquele caminho, era o punhal que comandava meus movimentos, ele tinha controle total sobre meu corpo.

Meus passos começaram a acelerar, e quando me dei conta já estava ofegante por conta da velocidade que eu corria.

Avistei de longe uma grande muralha e ao fundo um belo castelo, com bandeiras brancas e vermelhas que tremulavam por conta da grande ventania que assolava aquele lugar.

Ao me aproximar do castelo percebi que seus enormes portões estavam trancados, porem, não simplesmente trancados, havia uma energia que impedia que eu encostasse neles.

Mas não desisti de entrar no castelo, tinha alguma coisa me dizendo que eu deveria entrar de qualquer maneira, sentia uma força explodindo dentro de mim.

Decidi dar a volta por toda sua extensão, e logo avistei uma torre de vigia que serviria como passagem, mas havia um problema, ela ficava a uns cinco metros de altura do chão.

Comecei a me distanciar do castelo e tornei à correr em direção a ele em uma velocidade anormal, subi pela parede até alcançar a torre de vigia, e quando estava lá em cima olhei para baixo e me perguntei, como? Como eu fiz aquilo?

Voltei ao meu foco. Comecei a correr por corredores que pareciam labirintos, mas de alguma forma eu sabia o caminho certo, sentia que já tinha visto aquele lugar antes.

Encontrei uma saída que levava a entrada do castelo, fui na direção daquela grande porta. Ao encostar nela porta algo me lança pelos ares fazendo com que eu caia em meio aos arbustos que estavam próximos dali.

Volto a ficar de pé com alguns aranhões e vejo o que fez isso comigo.

Era uma pessoa com uma capa que cobria sua face, e segurava uma adaga prateada com uma pedra verde bem no centro. Corri em sua direção com o punhal que achei em mãos. Ela veio ao meu encontro, ao se aproximar para me golpear, em questão de segundos me abaixo e empurro suas pernas fazendo com que ela caia no chão. Viro seu corpo a fim de saber quem era ela.

Que ser era aquele? Como ele não tinha face? Nem olhos, nem boca? Era horrível.

— Quem é você? E o que quer de mim? —pergunto esperando uma resposta nada agradável, mais sem sucesso, apenas ouço alguns ruídos assustadores. E antes de seguir meu caminho pego meu punhal e enterro em seu pescoço.

Vou até a entrada, assim que abro a porta levo um grande susto.

Era horrível, um verdadeiro massacre. Caminho entre corpos multilados e poças de sangue e quando olho para minha frente vejo um ser horrendo com uma aura macabra, quando penso em sair correndo ele levanta um machado e crava em meu pescoço. Caio no chão e tudo começa a escurecer.