O avião estava aterrissando no terminal quatro, o maior terminal deste aeroporto.

Se eu tivesse um coração pulsando dentro do peito, com toda certeza estaria acelerado, errático.

Eu sentia necessidade de puxar o ar com força, tentando encher ao máximo meus pulmões como se fosse parar de respirar a qualquer momento. Não preciso respirar, eu sei, mas a angustia me deixava asmático!

A aeromoça anunciou que pegássemos nossa bagagem de mão e descêssemos cuidadosamente pela escada. Emmet, eu e Carlisle fomos os primeiros a nos direcionar ao desembarque de passageiros. Fizemos o checkout e saímos.

Ela estava próxima, eu podia sentir seu perfume no meio da multidão. “Apenas mais alguns minutos, meu amor. Alguns minutos!” – falava a mim mesmo tentando me dar a certeza de que tudo ficaria bem.

Senti meu celular vibrar e atendi rapidamente.

“Sim?” – pausei, o ódio subindo pela minha garganta – “Alice.. vocês não?...” – olhei para Carlisle e comecei a correr. Corri tão lento para não criar suspeitas que me dava agonia. Em alguns minutos estava ao lado de Alice e Jasper.

“Onde? Onde ela está Jasper?” – automaticamente segurei-o pela gola da camisa – “ONDE?” – grunhi tão forte que vários olhos se voltaram para nós, mas ignorei seus pensamentos, tentando localizar somente uma entre eles.

Alguém a teria visto e eu leria em sua mente.

“Onde esta Bella?” – grunhi mais forte

“E-la... fugiu Edward” – Jasper abaixou a cabeça.

Inalei o perfume no ar e comecei a seguir seu rastro. Percebi que todos faziam o mesmo. Alice confusa em suas premonições, de repente ela parou.

“Edward!” – eu a olhei. Ela me estendeu um papel que cuidadosamente desdobrei – “Bella me pediu para entregar a mãe dela, mas acredito que mentiu”.

Abri o papel e a carta dizia:

"Edward, Eu te amo. Eu lamento muito. Ele está com a minha mãe. Eu sei que isso pode não funcionar. Eu lamento muito, muito.

Não fique com raiva de Alice e Jasper. Se eu conseguir me afastar deles vai ser um milagre. Agradeça eles por mim. Especialmente Alice, por favor.

E por favor, por favor, não vá atrás dele. É isso que ele quer. Eu acho. Eu não vou conseguir agüentar se alguém se machucar por minha causa, especialmente você. Por favor, isso é a única coisa que eu posso te pedir agora. Por mim.

Eu te amo. Me perdoe.

Bella.”

Eu estendi a folha para Alice e ela leu depois colocou a mão no rosto como se estivesse chorando.

Eu disse a ela não se preocupar com ninguém mais alem dela!

“Temos que achá-la!” – olhei para Alice – “Pra onde ela vai?” – minha voz era baixa mas ainda irritada.

Alice fechou os olhos, em sua mente um balcão branco, um telefone e Bella, em seguida tudo ficou novamente escuro e o perseguidor ria, vendo os olhos assustados dela.

“Ela vai encontrá-lo no salão de balé!” – Alice arfou.

“Vamos!” – comecei a seguir seu perfume e as mentes, algumas pessoas pensavam nela correndo pelo aeroporto “menina estranha” ou “alguem a esta seguindo?” e segui para a mesma direção.

Andando apressado, passei pelo elevador e senti seu perfume, entramos. Alice nervosa se culpando, Jasper irritado por ter sido enganado.

“Não pensem!” – mais que um pedido, na verdade quase numa ordem, eu precisava encontrá-la! E ouvi-los e a todos os milhares de humanos que circulavam entre nós não me ajudava muito.

“Filho, vamos encontrá-la!” – Carlisle falou pela vigésima vez, tentando fazer-me acalmar.

Descemos pelo elevador e segui até a saída, perdendo o rastro de seu perfume.

“Ela deve ter pego um taxi” – falei desanimado.

Não havia reparado no sumiço de Emmet e logo ele voltou sorridente com um pedaço de papel na mão.

“Ei irmãozinho!” – ele me estendeu, parecia arrancado de uma lista telefônica.

Li o nome Renné Swan e o endereço logo abaixo. Precisei sorrir e dei um abraço forte em Emmet.

“Agradeço a ela por ainda usar o nome de solteira no endereço da lista!”

Não podíamos sair a luz do sol e olhei para Alice. Rapidamente nos desviamos por trás do aeroporto fazendo um caminho por entre as sombras.

“Rosie” – ouvi Alice atender o celular e passar o endereço para Rosalie e Esme.

Enquanto andávamos pela escuridão fiquei imaginando se eu fosse humano, se fosse normal, ela não estaria se colocando em perigo desta forma... nem perigo haveria para ela a não ser a possibilidade de cair na rua, ou ser afogada pela maquina de lavar, atrapalhada como é.

Me lembrei dos nossos momentos na campina, o toque suave dos seus dedos quentes em minha pele. Eu não poderia conviver sem isso, não mais, não depois de te-la sentido e não agora que sua presença é tão essencial quanto o sangue que me alimenta.

Eu precisava de Bella e eu iria salva-la.

Chegamos a porta da casa da mãe de Bella e seu perfume estava forte. Entramos eufóricos atrás dela. A casa estava vazia.

“Ela não esta aqui!” – gritei – “Onde ela esta Alice?”

Novamente o estúdio de balé, mas agora Bella estava sangrando estendida no chão e o perseguidor rindo e se aproximando dela.

“Não! Não! Não! Não!” – corri para a luz do sol, Alice, Carlisle, Emmet e Jasper que já não conseguia mais me acalmar com seu dom, foram atrás.

“Edward!” – Emmet me puxou para as sombras.

Não havia nenhum humano por perto, nenhuma alma. Mas o cheiro.. o cheiro... inalei fundo, minhas narinas inflaram e eu sabia. Seu sangue estava jorrando.

“O estúdio!” – Alice apontou sentindo o mesmo perfume.

Pelas sombras entramos com cuidado no local, o estacionamento estava vazio, as venezianas verticais estavam fechadas. Cada um foi por uma entrada, tentando não chamar a atenção do perseguidor. Na porta que entrei havia um papel rosa escuro dizendo que o estúdio estava fechado para as férias de primavera.

O saguão estava escuro e vazio. As cadeiras de plástico expostas ao longo das paredes e o tapete tinha cheiro de shampoo. Haviam luzes acesas ao leste mas as cortinas estavam fechadas na janela.

Eu via tudo pelo pensamento do caçador, eu estava tomado pelo ódio.

Ele estava a frente de Bella, dando-lhe um golpe atingindo-lhe o peito, ela voou pra trás e bateu a cabeça contra os espelhos. O vidro rachou, alguns pedaços tremendo e alguns caindo no chão perto dela.

Ele andou lentamente na sua direção.

"Esse é um efeito muito bom" - ele disse e eu comecei a seguir seu cheiro e o som - "Eu achei que essa sala daria um toque visual dramático ao meu filmezinho. Foi por isso que eu escolhi esse lugar pra te encontrar. É perfeito não é?"

Vi Bella lutando pra se equilibrar nas mãos e nos joelhos, rastejando até a outra

Porta, ele se pos por cima dela e quebrou sua perna.

Eu rangi alto e acredito que ele ouviu, sua voz era prazeirosa.

"Você gostaria de repensar o seu último pedido?” – lhe falou – “Você não iria preferir que Edward tentasse me encontrar?"

"Não!" - ela resmungou - "Não, Edward, não" - então ele a atingiu no rosto a jogando de novo na direção dos espelhos e ouvi o estilhaço do vidro e senti o aroma do seu sangue rubi.

Ouvi a respiração ofegante de Bella, ela estava muito machucada e gemendo de dor. Ele ria. Ele estava me esperando. Ele me queria. Queria que eu visse.