Sempre escrita por dearcarol


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora meninas, não me matem!!! rsrs sou a pessoa mais enrolada do mundo ( acho que vcs já perceberam ).
Aproveitem



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A resposta me atingiu como um tapa e a não continuação dela um soco no estômago.

Me matar

As palavras ecoam na minha mente.

A pena de morte, talvez televisionada da revolucionária lunática que se revoltou contra os próprios aliados devia ter sido automática. Isso era óbvio para mim desde que vi o corpo de Coin cair frígido enquanto o arco ainda tremia sobre meus braços. Mas Peeta não deixou que eu tomasse minha pílula-cadiado. Ele sabia que iam me matar. Ele sabia que eu queria ter me matado. Todo o tempo em que fiquei naquele quarto

Minhas mãos começam a tremer. Levanto-me bruscamente batendo as duas mãos sobre a mesa com força.

“Por que não deixou que eu tomasse a pílula Peeta? Você sabia. Sabia que eles iam acabar me matando.” A lembrança quebra o conto de fadas que eu estava vivendo nesse último dia e me volta a cruel realidade que é refletida em meus olhos enquanto olho pra ele com perplexidade.

“Eu...eu queria morrer.” As palavras soam mais como um sussurro enquanto meus olhos são dirigidos para baixo.

A força com que todas as perguntas não respondidas voltam à minha mente trás lágrimas aos meus olhos, elas são reprimidas com toda a força que tenho, muitas delas já tinham sido derramadas e eu podia pressentir que estavam acabando. Nunca fui o tipo de garota que chora. Nunca serei o tipo de garota que chora. Não serei fraca.

Com o olhar ainda fixo no mármore e mãos tremendo, sinto seus braços se deslizando por minha cintura atrás de mim, me virando e me puxando em um abraço. Sinto sua mão afagando meu cabelo e o braço forte me apertando, me trazendo o mais perto possível.

“Eu simplesmente não podia, Katniss.” Ele percebe a lágrima que cai e molha seu ombro, abraça-me mais forte e me afasta um pouco pra que me olhe, mas fixo meu olhos no chão.

“Olha pra mim, Katniss.” Meus olhos cheios de lágrimas encontram os seus azuis cintilantes. “Por favor, não chore.” Ele sussurra com a boca em meu ouvido.

Não quero que ele me veja assim. Vulnerável. O verso de sua mão toca minha bochecha e eu cedo. Tento me reconstituir respirando fundo, mas logo percebo que meus esforços são inúteis e me enterro novamente em seu peito.

“Eu ainda tinha esperança de que tudo aquilo finalmente acabasse, de que não passasse de uma fase e que eu pudesse simplesmente ignorar o passado e seguir em frente. Quando eu vi a flecha ir em direção a Coin, já previ que iriam te prender- ele respira fundo- ou pior. Não podia deixar que aquilo acontecesse, haveria outro jeito... Eu daria outro jeito, mas para isso você tinha que permanecer viva.”

Peeta segura meu rosto entre as mãos.

“Nunca desistirei de você, Kat.”

A dúvida que ronda sobre o que ele teve que fazer para me manter respirando paira em minha mente até seus lábios tocarem os meus levemente, se afastando rápido demais. Puxo sua camisa prendendo-o no beijo de forma desesperada, sinto minhas pernas bambas.

Sou conduzida até o sofá e vejo toda a água do meu corpo esvair-se pelos olhos enquanto descanso em seu colo. Sua mão ainda me afaga e minhas memórias todas passam em frente dos meus olhos. Até que vejo uma pequena menina loira e paraquedas pairando no ar.

“Prim.” Falo entre os soluços.

Não conto as horas que ficamos assim, sem palavras. Elas não foram necessárias para que pelo menos um pouco do peso que me massacrava se libertasse. Um desabafo. Penso em exigir explicações do homem ao meu lado, mas meu corpo tem forças somente pra levantar e murmurar um obrigado.

A necessidade de tentar passar um tempo sozinha é latejante, preciso voltar à minha zona de conforto, à solidão. Pena ou qualquer sentimento de remorso nunca deveriam se referir a mim a não ser que partam de mim mesma.

Cambaleio até a porta e despenco no sofá da sala, ouvindo somente meus pensamentos.

As batidas na porta da frente de madeira são desesperadas, tanto que parecem tentar arrancar a mesma das dobradiças. Levanto-me, olhos tão inchados que posso sentir e abro-a.

“Catnip.” Sinto o abraço antes de distinguir o rosto, mas a voz é notável.

O olhar que Gale me dirige, me faz notar que meu estado é ainda mais deplorável do que o imaginado, algo mais em seu olhar me intriga. Surpresa. Retribuo o abraço e o conduzo para o sofá sem ainda uma única palavra. É impossível negar que seu abraço ainda me trás segurança.

Assassino.

A operação dos paraquedas tinha sido planejada também por ele. O sangue de Prim nas mãos dele. Meus dentes cerram-se e minha mandíbula forma uma linha rígida, seu olhar tenta ler minha expressão.

Chamas percorrem meus olhos.

“Sinto muito Kat, por tudo.” Minha expressão não se altera. “Estava tão preocupado com você.”

“E essa preocupação sua comigo, acabou antes ou depois de você planejar queimar Prim até a morte?” O tom irônico de minha voz ergue suas sobrancelhas. Como pude ser tão flexível a respeito disso antes?

“Você está brava. Eu mereço isso, não mereço sua atenção, mas, por favor, me escute. Kat, você está correndo perigo, ele vai te achar.”

“Quem é “ele” ?” Gale prende minha atenção.

Ele puxa o ar com força se preparando para responder.

“Depois que você foi detida, com seu julgamento em processo, Paylor entrou no poder. Logo nas primeiras semanas diversos Distritos se posicionaram contra a nova presidente por considerar alguém mais adequado ao governo. Você. Paylor podia oferecer as melhores medidas possíveis e tentar de todas as formas diplomáticas satisfazê-los, mas foi tudo em vão. A força do símbolo que você criou foi tão grande que todos os outros Distritos pararam de respeitar o governo de Paylor, simplesmente esperavam por você. Ela passou a governar pela sua sombra, sendo bombardeada somente por críticas e mais críticas. Mesmo eu, que conheci Paylor anteriormente, como você também a conheceu, não a reconhecia. Ela passou a odiá-la, Kat. Ela foi cada vez mais cultivando o rancor sobre você, que apesar de aparentemente louca, ainda era mais adequada do que ela ao governo. Os outros auxiliares do governo, assim como eu, só souberam rumores de que ela se aliara a um grupo de vingadores." As palavras são ríspidas.

“Alec Clerver , Trinca Fower e Jues Spinclare eram os antigos auxiliares de Coin. Havia uma suspeita que eles tinham se unido, prometendo vingar a antiga governante. Os auxiliares e suas famílias receberam diversas ameaças, que exigiam que sua sentença fosse uma morte lenta e dolorosa, além de televisionada. Queriam que sua imagem fosse denegrida para todo o povo de Panem, que fosse lembrada somente como assassina.”

Aperto os braços estofados do sofá com tanta força que penso que o tecido vai ceder. Ele puxa o ar novamente e continua:

“No começo o grupo era perseguido, mas Paylor misteriosamente começou a ignorá-los. Pros outros pode ser somente uma suspeita, mas tenho certeza que eles se uniram, não por convenção, mas por um inimigo em comum.”

“Katniss Everdeen” Nossas vozes soam ao mesmo tempo.

“Mesmo depois do depoimento do dr.Aurelius taxando-a como louca, alguns testemunhos mudaram drasticamente sem aparente motivo e sua sentença foi traçada. Pena de morte.”

“Mas como ainda estou viva? Haymitch me buscou, Plutach me levou.” Procuro desesperadamente algum ponto que se ligue, mas não encontro nada.

“Você sumiu, Kat. Desapareceu. Plutarch se demitiu logo após a sua sentença ser pronunciada e não tenho notícias de Haymitch já a muito tempo. Eu comecei a te procurar secretamente, mas não achei rastro. Vim ao Distrito 12 fazer uma inspeção nas obras de reconstrução e resolvi passar em sua casa pra lembrar de você. Incrivelmente encontrei a luz acesa e a porta entreaberta, achei que alguém tivesse invadido, mas foi você quem atendeu a porta. Paylor organizou várias buscas, sem sucesso. Ninguém nem imaginou a possibilidade de uma fuga para outros Distritos, você estava fraca, sem transporte e não tinha deixado pistas. A ajuda de outros foi cojitada, mas nada que chegasse tão longe. A população ficou esperançosa esperando sua volta triunfal ao finalmente posto de governante, todos sabemos seus dotes de sobrevivência, sabíamos que estava viva. Paylor perdeu a cabeça e contratou alguém para te achar, alguém que soubesse onde você se esconderia. Alguém em que você confiaria e que te convencesse a voltar. Para que assim, sua sentença pudesse ser cumprida enquanto todos viam, sem deixar dúvidas. Alguém que te conhecesse como ninguém.”

“Peeta.” Completo sua fala enquanto ele balança a cabeça confirmando o que parece impossível, porém é a única peça que se encaixa. Foco em minhas mãos que se contorcem de um jeito frenético.

Ouço a porta se abrir. Quando olho para cima, Peeta está parado no meio da sala, seus olhos vão de mim a Gale repetidamente.

“O que você está fazendo aqui? “ Ele diz, olhando fixamente para Gale.




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Notas finais do capítulo

Quem será que está mentindo?
Em quem Katniss confiará?
Obrigada por lerem garotas, espero que tenham gostado! bjs



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