Sonhos Reais escrita por Kagome_


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo 4

Olhei pela janela e vi que o dia estava nublado. Acho que isso não é bom para quem ia fazer uma viagem de carro, certo? Tanto pode chover como não... Então eu vi que realmente eu iria fazer aquilo que eu mais temia por dentro e não sabia. Encontrar com uma estranha. Resolvi levantar e lavar o rosto. E se ela não lembrasse de mim. Tipo, faziam anos que a gente não se via, eu nem sei se ela  realmente chegou a me ver depois do parto. O carro já estava pronto e Sango ainda não tinha chegado. Comecei então a preparar meu café. Eu geralmente não como nada de manhã, mas como hoje eu não sabia onde ia parar para almoçar, um pão com ovo iria bem. Ouvi o telefona tocar. E fui atender.

- Alô? 

- Oi? Sango??

- Kagome, é só para avisar que eu to chegando aí. 

- São 6:00 manhã, ta cedo ain...

- Não Kagome, são 7:00!! Horário de inverno! – cuspi meu leite todo, o que fez uma sujeirada na cozinha.- Meu Deus Kagome!!! Você esqueceu de novo? 

- E-eu não vejo jornal!!!

- Só eu mesmo para te aturar. De qualquer forma eu to chegando aí. Se apresse porque não quero pegar engarrafamento... 

- Tá. – eu nem tava prestando atenção no que ela dizia. Ela tava chegando e eu tava de pijama! Ou eu prestava atenção ou eu limpava e me ajeitava. Afinal eu tava com o cabelo que nem o de uma louca, de pijama limpando o chão, enquanto tentava inutilmente terminar de comer o pão e tentar prestar atenção no que ela dizia. É, seria estranho alguém chegar e me ver daquele jeito. Optei pela última opção, e só concordava com o que ela dizia, e quando percebi o telefone já tava desligado e a Sango na porta da cozinha me olhando meio que com... ah... Raiva?? Pode ser...

 

- Oi??

 

- Kagome!!! Eu pensei que você já tivesse mais adiantada, e você disse que já estava pronta!!!

 

- Eu disse??

 

- O QUE?? VOCÊ NEM OUVIU O QUE EU DISSE, NÉ???

 

- Sango fala baixo, tá cedo!!

 

- Coisa!! São 7:30!! Sai daí!!! Vai se arrumar que eu limpo isso!!

 

- Tá bom!! – me levantei e sai o mais rápido possível dali. Confesso que só vi ela enfezada assim uma vez na minha vida, que foi quando a Rin marcou de ir no shopping com a gente, sendo que depois ela levava a gente de carro para casa. Aí, a gente ficou no shopping até às 11:30 e na hora de ir embora ela tasca que não trouxe o carro!! A Sango começou a se desesperar! E começou a resmungar e gritar depois e... Esquece... Botei uma calça jeans e uma blusa azul e desci ainda pesteando o cabelo. Sango já me esperava sentada no sofá com uma cara ainda meio enfezada.

 

- Vamos??

 

- Aham. – Descemos as escadas, com aquelas malas pesadas... às vezes eu gostaria de ter um irmão mais velho para carregar esse tipo de coisa para mim. Chegamos lá embaixo e daqui a pouco a gente só ouve assim:

 

- Pensei que vocês já tinham ido embora!!

 

- RIN?? – gritamos eu e Sango ao mesmo tempo!! Ela nem disse que ia vir com a gente!

 

- Não, Papai Noel!! Ho Ho Ho, feliz Natal!!

 

- ¬¬’ – depois de mais um tempo, nós finalmente saímos de lá. Eu estava no banco carona, Rin atrás e Sango dirigia. E acho que ela sabia para onde mais ou menos ficava. Porque eu não tinha a mínima idéia! Estávamos a mais ou menos com meia hora de viagem. A Sango estava dirigindo. Combinamos fazer um rodízio, e ela começou com a viagem. Nosso destino era bem longe. Praticamente teríamos que cruzar o Japão. Estava uma viagem tranqüila, relaxante, silêncios...

 

- Gente, eu estou com calor! – Rin começou a reclamar.

 

- Quem não está Rin?! Eu e a Sango também estamos, e nem por isso reclamando da vida.

 

- Mas é que está muito quente... Liga o ar Sango?

 

- Ar? Que ar? O carro que a Kagome comprou é mais velho que todas as nossas avós juntas.

 

- Ei! Pêra ae! O que eu posso fazer? O dinheiro que eu tinha só deu para comprar esse. Não me culpem.

 

- Ah Rin, você também está muito chata. Fica quieta aí que o calor passa.

 

Então, ficamos, mais uma vez, em silencio. Parecia que aquela viagem iria entrar mesmo para a história e...

 

- Gente, Eu tô com calor!!!

 

- Ai Rin.. Pelo amor de Deus. Você está com calor porque você fala demais. Fecha essa matraca.

 

Concordei com a Sango. Sério mesmo, a Rin consegue ser irritante quando quer. Teve uma vez que...

 

- Caramba eu não agüento mais! Eu estou com calor.

 

- RIN CALA A BOCA! – Eu e a Sango gritamos ao mesmo tempo.

 

- Tudo bem, calma gente. Não precisa gritar.

 

Só foi ela parar de falar que estava com calor, que parece que esse tique de perguntar toda hora pegou em mim.

 

- Hein, será que está chegando?

 

- Não Kagome. Será que você não sabe que a cidade onde sua mãe mora é a quilômetros de distancia de Tókio?

 

- É mesmo... a deixa pra lá.

 

Olha, eu estava mesmo inquieta com tudo isso. Tipo, você também estaria se fosse conhecer a sua mãe. Sei lá. É bem estranho se você for pensar bem. Mas eu não agüentei, e perguntei de novo.

 

- Sango... tá chegando?

 

- CARAMBA! SERÁ QUE VOCES DUAS PODEM ME DAR 5 MINUTOS! EU SÓ ESTOU PEDINDO 5 MINUTOS DE SILÊNCIO, MAIS NADA!

 

Depois disso, ninguém falou mais nada. Nossa, agora eu realmente me assustei com a  Sango. Ela é bem brava, mas essa é a primeira vez que eu a vejo TÃO brava. Poxa, eu só  queria saber de uma coisa. Será que ela não podia apenas me responder com educação?

 

- Calma Sango! – disse Rin, toda tranqüila – Não precisa explodir. Sabemos que voceê está de TPM e tals, mas não desconta na gente.

 - EU NÃO TO DE TPM!!! - Kagome liga o rádio e a gente vai ouvindo música e distraindo... - Tá – eu liguei o rádio e Sango começou a falar- É muito para mim... A Rin e você não calavam a boca... Ta quente... eu to com fome e com sede e estamos no meio do deser... - Não exagera... - Gente!! É só a gente parar para comer!! - Boa idéia Rin!! Sango paramos no próximo posto!! - Ou não...  - Ah?? - Sabe – Rin começou calminha e foi apavorando um pouco a voz – Tem um carro da polícia pedindo para encostar ali atrás... - Tá de sacanagem?? - Ah, não... - Tudo bem, vamos parar... – é incrível como esse tipo de coisa só acontece comigo... Tipo se eu resolvesse ir à praia amanhã, ia começar a nevar! Apesar de eu preferir neve a sol... Ah deixa!! Era só um exemplo. O policial chegou e mandou a gente sair do carro. E foi o que a gente fez, sei lá!! E se ele fosse um louco com uma arma e fosse estouradinho?? - O retrovisor das mocinhas está quebrado exatamente por quê?? - Tá quebrado? Quando o policial falou isso é que nós realmente reparamos que o retrovisor estava quebrado. Olhei para Rin e ela tava com os olhos cheios d'água. Ai meu Deus! Tudo que eu menos preciso agora é de alguém chorando. Acho que não dá para piorar- Rin?? Você tá bem?? 

Ela dá umas fungadas e me responde:

 

- Sabe Kagome, eu achava que essa viagem iria ser maneira, todas nós juntas. Mas, posso falar a verdade? Tá uma porcaria. Está quente que nem num deserto. A gente não sabe pra onde tá indo, e agora, um policial para o carro.

 - Deixa eu ver a carteira de motorista. - Ihh ferrou, a minha tá passada. 

- Ahn... Pra que?? Não é com o retrovisor? - Ihhh, a da Sango também.

 

- Olha aqui, mocinha. Quem decide o que quer ver aqui sou eu. Por favor, pode me mostrar sua habilitação?

 

É definitivo. Eu, Kagome Higurashi, vou ser presa, porque eu queria viajar para achar a minha mãe, e, a minha carteira de motorista estava passada. Eu estou virando uma delinqüente juvenil!

 

- Olha, moço, quer dizer, senhor policial, no momento a carteira de motorista está nas malas, e tipo, vai demorar para pegar. E isso vai atrasar o seu trabalho, que é muito importante para esse país. Então, porque o senhor não deixa assim mesmo, e, no próximo posto nós paramos e trocamos o retrovisor? – a Sango falou, toda apreensiva.

 

- Muito obrigado por se preocupar com o meu trabalho, mas eu espero. Quero ver sua habilitação agora!

 

A Sango, temendo o pior, entregou na mesma hora sua carteira de motorista. Bom, eu nem quero ver o que vai acontecer. Enquanto isso, eu estava confortando a Rin, que não parava de chorar.

 

- O que minha mãe vai dizer, Kagome? Eu, uma filha tão certinha, agora vou parar na cadeia por causa de uma simples carteira de motorista? – dizia tudo isso, limpando suas lágrimas. – Eu aposto que ela não vai mais me deixar entrar em casa. Nunca mais. Vou ter que morar embaixo da ponte, sem comida, sem família, sem...

 

- Rin! Por favor, quer parar de drama? Caramba, é só uma carteira! O máximo que ele pode fazer é nos dar uma multa, que vai ser muito ruim, já que nós não temos dinheiro e mais nad..

 

- Eu quero que as mocinhas, por favor, me acompanhem até a delegacia. – disse o policial.

 

Ai meu Deus. Quando a gente fala que uma coisa não pode ficar pior, se engane, ela realmente pode. Foi aí que a Rin começou a berrar. Sério, não estou brincando. Ela começou a berrar, literalmente.

 

- Policial – eu disse, com bastante calma, se é que eu podia ficar calma. – Isso não é necessário. Sabemos que estamos erradas, mas isso já uma atitude muito drástica. Uma multa já não está de bom tamanho, não?

 O policial olhou todo assustado para ela mas continuou firme com o negócio da delegacia. 

- Quem decide o que ou o que não é necessário aqui sou eu. Agora me acompanhem.

 

E com essa fala, ele foi se dirigindo até a viatura, e fez um sinal para entrarmos no carro, e segui-lo.

 

- Caramba, que ditador! Ele acha o que? Que é o rei da cocada preta? – disse Sango, muito brava.

 - Bom, pelo menos os ditadores tinham cabelo! - Essa foi uma ótima observação minha, para descontrair um pouco. Entramos no carro, e fomos atrás do policial.  A gente podia até fugir, mas aí sim, podia ser um motivo para ser presa. A gente chegou lá na delegacia e tinham vários ladrões.. dãã!! Era a delegacia, mas tinham uns bêbados também... Eu fiquei realmente com medo. Eles não falavam nada com nada. Tinha um que falava: “A minha mué fexi ovo e cocó assado!”. Mas eu realmente duvidava que ele era casado. Aliás, ele nem tava de aliança. Depois o policial disse que ia falar com o chefe dele e ver quanto seria a nossa multa. E nesse curto período de tempo, adivinhem só o que aconteceu?? Pois é!! Os bêbados começaram a chegar perto da gente e tascaram: - Voxê é tão lida comu a balia axul! Tipo, ele tava dando em cima da gente?? Que cara de pau!  Agora pouco tava falando da mulher dele que fez 'cocó' pra ele!!  Olhei para o lado e rin estava branca, e sango assustada. Sabe, numa situação dessa, e realmente pensei que não podia ficar pior... Mas eu me enganei. O policial chegou olhou para nós três sem nem se dar conta que os bêbados davam em cima da gente e disse: - A multa de você vale de 500 a 550 reais. - O QUE??? – nós três gritamos juntas e ao mesmo tempo, e do nada a delegacia ficou um silêncio... Acho que eles não estão acostumados a ver duas loucas gritando... Engraçado, ninguém se assusta com os bêbados cantando... Será que é tão normal assim?? - Se vocês não pagarem a multa, vocês vão passar 30 dias presas para aprenderem a respeitar as regras de trânsito! – Legal, vou fazer companhia para os bêbados e os ladrões...  - Gente!! Quanto vocês tem? Eu tenho R$ 150! – disse Sango. Abri a minha carteira e tinha R$ 200! Não ai pegar o dinheiro todo!! Era só para caso de emergência, se bem que... Eu não contava com o policial. - Rin?? – olhamos para ela com uma cara de desesperada e ela disse simplesmente que: - Eu tenho R$ 100! – Não, isso não pode estar acontecendo comigo!! Eu vou ser presa por míseros R$ 50 reais?? Se bem que, a saia que eu queria tava nesse valor. - Bem mocinhas.... – cara, ele não para de chamar a gente de mocinhas! – Vocês vão ser presas!! - Pode deixar que eu termino de pagar! – Olhei para o lado e tinha um cara alto de ombros largos, cabelos longo e pretos presos em um alto rabo de cavalo, e com os olhos mais azuis que eu já vi.- Muito obrigada!! – disse Rin ainda chorando.  - E então, o que as belas damas estão fazendo aqui?? – Tipo, é impressão minha ou ele tá olhando para mim diferente?? Mas logo Sango tascou: - O que você tá fazendo aqui??? - Tá vendo aquele dali – ele apontou para um dos caras do grupo de bêbados. Era exatamente o que cantava o do cocó assado.- Ele é o meu tio. É a 5ª vez que isso acontece em um mês. Eu falei para a minha tia que ele tinha problema, mas ela não acredita. – Minha cara caiu no chão. Será que ele mora com os tios?? Tipo um cara daquele tamanho, ainda mora com os tios??  – À propósito... Me chamo Kouga, Kouga Fediddcos – Juro, me controlei para não rir... 

- Bom, já que eu ajudei as senhoritas, será que vocês poderiam fazer um favor para mim? Mas antes, quero saber os nomes das lindas...

 

- Bom meu nome é Sango. Essas são Rin e Kagome.

 

- Sabe, eu tenho língua!! – a Rin do nada parou de chorar??

 

- Eu também!! – Eu hein!! A Sango sai falando que nem louca!!! A Sango tá empolgada demais!!

 

- Nossa... Kagome... que nome bonito. Lindo como a dona. - E com essa fala, muito enjoativa, beijou minha mão.

 

A Sango e a Rin ficaram maravilhadas com a atitude dele. Oras, o que elas viram nele que eu não vi!!! Ele tem cara de ser todo certinho. Blerg! Parece que o meu pensamento transpareceu, porque a Sango me deu uma cotovelara. Doeu muito. Vai ter volta, ela vai ver.

 

Depois dessa cotovelada, tirei minha mão rápida das garras daquele Fediddcos. Ela tava toda lambuzada... Cara, que nojo!

 

- Então, Kouga, o que você queria pedir pra gente? - preguntou Rin

 

- Poderiam me dar uma carona?? – ele pediu.

 

- Sim!

 

- Não!

 

Bem, eu respondi no mesmo tempo em que Sango e Rin respoderam, então eu acho que soou mais como um sim.

 

- Ah que maravilha!

 

- Olha, Kouga, acho que você não vai gostar. Tipo, o carro tá cheio. Tem malas, tem a gente, e olha, tem que ter muito saco pra nos aturar, mesmo.

 

Falei isso numa atitude inútil dele mudar de idéia. Mas, como eu previa, ele nem se abalou. Ele continuou com aquela cara de iluminado idiota. E além do mais, onde a gente ia enfiar aquele tio bêbado dele?

 

- E o seu tio? - perguntei. Ele não ia ser tão cara-de-pau a ponto de pedir pro tio dele ir conosco, não é mesmo Se bem que o que ele mostra, é que ele É cara-de-pau. E tem também que ele ajudou a pagar o carro. Meu Deus, porque eu me atrasei!!

 

- Ele não vai. Eu só pago a fiança dele, e a minha tia vem buscar, mas obrigada pela preocupação!

 

Como se eu estivesse preocupada. Aqui pra ele ó! Aposto que se eu tivesse endireitado o relógio isso não teria acontecido, aliás, se eu não tivesse cuspido o leite, isso não teria acontecido!

 

- Então vamos para o carro! - disse Sango toda animada. Como ela consegue?? Com um cara chato desse no nosso pé?? Esqueci, no MEU pé!

 

Enquanto as duas estavam íntimas do Fedido, eu tava lá, nem me importando. Mas, mesmo assim, o cara não desgrudava de mim. Vira e meche ele dava uma jogada para cima de mim. E eu estou pensando seriamente de que ele é meio cego sabe?? Ele não se tocou que eu não quero papo com ele... Depois dessa confusão toda, eu até tinha esquecido da minha mãe... E que tô sem dinheiro e... Sem retrovisor!! Aposta que outro policial idiota vai aparecer dar uma multa... Até que senti um puxadão e quase bati a cabeça. Será que...?

 

- O que foi Sango?? – perguntei meio temerosa. O carro caiu num silêncio...

 

- Acho que.. que o carro deu - nem deixei ela terminar a frase!!

 

- Nãoooooooooooo! Deus não pode ser tão mau comigoooooooo!

 

- Calma Kagome!! - Rin disse numa tentativa; fracassada; de me acalmar

 

- Calma?? Como você me pede um negócio desses!!!!???


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