A Corça escrita por Minene


Capítulo 15
Party - Natal Pt.2


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys! Como vocês vão?
Me dediquei bastante nesse capítulo, e acho que ficou muito legal, não esqueçam de prestar atenção nas imagens, é tão lindo, depois de imaginar você ver a imagem ♥
E obrigada a todo o feedback que vocês me deram, apesar de não ser tanto, ainda assim, vocês são ótimos leitores (:
Enjoy! #Júh



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Querido Severo,

Espero que esteja tudo bem com você e sua família. Estou te enviando esta carta como pedidos de desculpa. Apesar do seu egoísmo crescente, eu estou oferecendo meu perdão. Porque eu gosto da sua amizade. Ela é muito especial pra mim. E, espero, que você sinta o mesmo.

Bom, dia 23 vai haver uma festa de "Natal" na Mansão Potter, e Tiago me pediu pra chamá-lo pra ir comigo. Não garanto que seja divertido, mas eu realmente gostaria de ter você do meu lado. Ficaria muito feliz. Então, o que me diz?

Beijos, você será sempre especial pra mim. Lilian.

xxxxxxxxxx

Lilian,

Agradeço e aceito suas desculpas, sei que fui um tanto besta em fazer o que fiz. Você também é especial pra mim.

Quanto à festa, não poderei ir. Estou em Hogwarts. Não quis voltar pra casa porque... Bom, coisas pessoais, mas nada demais também.

Obrigada novamente pela sua atenção. Severo Snape.

* * *

– Lily... Lily... Lily... LILY EVANS!

Lilian caiu da cama com um estrondo. Em seu sonho, o sol chamava seu nome baixinho e ia aumentando o tom e quando ela olhava para ele, tinha um rosto, um óculos redondo na ponta do nariz e seus raios eram arrepiados. Mas havia outro lado com uma lua de olhar tristonho e um nariz enorme e fino. Mas, quando abriu os olhos, só viu os pés de alguém descalços e uma dor na coluna.

– Ah, meu Deus, Lily, me desculpa! - Exclamou Louize, tentando levantar Lilian do chão sem sucesso. As duas se levantaram e Lilian passou a mão no cabelo para tentar, também sem sucesso, deixá-lo arrumado. Estavam na casa dela, porque iriam para a festa de Tiago juntas. E como Louize morava muito longe, a mãe de Lilian (A contra-gosto da filha) convidou ela para passar uma semana lá.

– Não, relaxa, tá tudo bem - Lilian murmurou - E então, acordei tarde demais?

– Sim e não. É hora do café e sua mãe tá chamando a gente. Aquela sua irmã... Ela...

– Túnia era minha melhor amiga até saber quem eu era. Me chama de aberração. Vai ficar te olhando feio, mas espero que você ignore e não ligue, que nem eu - Elas desceram as escadas. Lilian morava em um bairro cem por cento trouxa, numa casa bonita e simples de dois andares e um quintal enorme atrás, onde Petúnia e ela costumavam brincar. A cozinha ficava nos fundos, uma porta dando no quintal. Seus pais, e a filha mais nova já estavam sentadas. Petúnia olhou com nojo quando Lilian e Louize chegaram.

– Pare de olhá-las dessa forma, Petúnia! - Sra. Evans a repreendeu e Petúnia encolheu-se, a expressão revoltada - Como foi a noite, Lily? Dormiu bem? - Lilian confirma com a cabeça - A Louize acordou cedo e preferiu não te levantar, já que assistiram filmes até tarde ontem.

– Sim. Obrigada Sra. Evans - Agradeceu Louize, sentando-se - Nunca notei como pode ser legal ser trouxa. Sem ofensas. Na minha casa nem temos TC.

– TV - Corrigiu ela - E obrigada, você é muito gentil. Pode se servir, hoje temos waffles e panquecas, sinta-se em casa.

– Obrigada - Louize agradeceu e começou a colocar panquecas em seu prato. Já estava lá à dois dias e para ela foram dias inesquecíveis. No primeiro dia, foram ao Parque de Diversões, na qual Louize só faltou cair para trás de tanto esticar a cabeça pra ver os brinquedos, as luzes a rodeando. Brincaram, brincaram e brincaram até fechar. No outro dia, Louize passeou a pé com Lilian pela praça e à noite assistiram a filmes. Hoje iriam no Salão de Beleza, onde se arrumariam para a festa. Ao terminarem o café, elas foram ao quarto de Lilian, se trocaram e foram esperar a Sra. Evans levá-las no seu Salão. Louize suava frio, ansiosa.

– Como é esse Salão? Será que dói ficar bonita no mundo dos trouxas? - Perguntou á Lilian, que estava lendo um livro.

– É normal. Não tem nada demais. Um lugar onde só se vê mulheres cuidando de mulheres e muito barulho de secador de cabelo - Respondeu, sem olhar pra amiga. Essa fez cara de confusa.

– E o que é selador de cabelo?

– Secador... É uma coisa que sai ar, e seca o cabelo da gente pra não ficar molhado e desidratar. Eu realmente odeio Salões. Mas, como minha mãe insistiu tanto...

– Puxa... Estou tão ansiosa! Será que o Tiago tem alguns amigos bonitinhos pra me apresentar?

Lilian revirou os olhos e escondeu o rosto, já se arrependendo de ter dito que iria na festa.

* * *

"Toc, toc, toc"

– Filho, posso entrar?

– Claro... - Murmurou Severo, frio. Eileen entrou em seu quarto e olhou em volta. Claro, aquele não era o melhor quarto do mundo. As paredes cheias de rachaduras e pintura descascando. A cama que rangia, a madeira velha. E um velho guarda-roupa e uma velha escrivaninha. Mas dava pro gasto. Severo não precisava de conforto. Apesar de não ter nada mesmo, isso era só um farelo no meio de todos os outros defeitos.

– Filho, sei que...

– O que foi, mamãe? - Severo cortou, sem olhar para a mãe, deitado na cama, as mãos juntas no peito, como um defunto no caixão. Olhava para o teto. A expressão vazia.

– Severo, estou ficando preocupada. Sei que você é um pouco isolado, mas já não dá mais. Você passa o dia todo dentro desse quarto, e até fica bravo quando recebe cartas. Acho que um pouco de Lilian Evans poderia te ajudar, apesar de eu nunca ter gostado dessa garota. Você está com problemas na escola, querido? Tenho certeza que ter ficado em Hogwarts essas férias seria muito melhor do que aqui, sem nada.

– Não tem nada comigo, mãe. Não se preocupe - Ele respondeu, ainda sem mudar a expressão. Eileen sentou-se na beirada da cama.

– Olha, querido. Seja lá o que esteja passando, saiba que estou do seu lado, certo? Apesar dos problemas aqui. Saiba que pode contar com uma mãe que, apesar de rabugenta, vai estar sempre com você. Severo... Quer me contar alguma coisa?

Severo parou e olhou para a mãe, que, parecia que pela primeira vez, apoiadora. Sentou-se e segurou suas mãos.

– Não, mãe. Não tem nada comigo - Ela suspirou. Não um suspiro de impaciência, apenas um suspiro.

– Certo. Temos macarrronada hoje, que tal?

– Claro... Já vou indo.

Ela se levantou, e antes de fechar a porta lhe deu um sorrisinho. Severo sabia que ela estava se esforçando, e ele entendia, mas era complicado. Até agora ele não sabia porque mentira tanto pra Lilian na carta. Na verdade, ele nunca iria querer ir nessa festa. Seria motivo de zuação geral. E ele nem mesmo podia acreditar que Tiago o havia convidado. Com certeza ela havia dito aquilo só para ter mais chances dele ir. Então ele disse que estava em Hogwarts. Simples. Uma pequena mentira escapatória, que faria esse sair ileso e sem machucar ou magoar ninguém. Ficou um pouco chateado quando ela escreveu: "Egoísmo crescente" mas resolveu ignorar.

– Severo! - Eileen chamou, sua voz ao longe. Severo levantou-se da cama para o almoço.

* * *

A Mansão dos Potter ficava em um povoado bruxo, nas redondezas de uma cidade grande. Tinha três andares, cinco quartos, um quintal com piscina e duas lareiras. O casal Potter, já de idade média, tinha apenas um filho, e o mimavam como nunca. E deixaram prontamente quando Tiago pediu para Sirius morar com eles, já que sua família era incrivelmente inaceitável. Já eram quase dez da noite quando Louize e Lilian chegaram, os cabelos recém-aparados e arrumados. Foram agarradas na entrada por Meggie e Cataline, que já haviam chegado.

– Meninas! - Gritou Louize, puxando Lilian para cumprimentá-las - Ué, mas a Emily não veio com vocês?

Cataline deu um risinho e Meggie respondeu:

– Pois. Está se agarrando com o Sirius ali mesmo - E apontou. Ao olharem, por incrível que pareça, Emily estava apoiada na parede, com Sirius na sua frente, atracando-se estranhamente. A boca de Lilian foi ao chão, assim como a de Louize.

– Uau... - Murmurou ela. Lilian disse pra Louize que ia entrar pra procurar Tiago, pois trouxera um presente pra ele.

Havia muito mais gente dentro da casa do que fora, onde a multidão se reunia. Havia música alta, uma sala com um bando de gente jogando o jogo da garrafa, uma cozinha movimentada, com o balcão coberto de quitutes. Tudo com decoração natalina, mas que era imperceptível em meio aquela galera. Lilian se espremeu pelas pessoas morrendo de vergonha de estar ali sozinha, segurando sua bolsinha de contas.

– Lily! - Exclamou uma voz, Lilian virou para trás. Mal o fez e Scarlet já a agarrava para um abraço - Tudo bem? - Elas se separaram.

– Tudo...

– Tá procurando o Tiago? Acho melhor não... - Ela olhou para frente. Lilian se virou de novo. Claramente, na porta da varanda pro quintal, Tiago flertava com uma menina que Lilian nunca havia visto na vida, provavelmente amiga dele, segurando um copo. Segundos depois, ele a puxava pela nuca e davá-lhe um beijão. Durante o beijo, Tiago abriu os olhos de leve e viu Lilian olhá-lo cruelmente. Disse alguma coisa pra menina e correu atrás dela. Nessa hora, Scarlet já havia evaporado.

– Lily!

Lilian não respondeu, virou-se para qualquer direção e começou a andar depressa.

– Lily, volta aqui, não vai nem falar comigo? Lily! - Ele a segurou pelo braço e a olhou daquele jeito de cachorro pidão. E ao mesmo tempo de confuso - Tá tudo bem?

Lilian sentiu vontade de dizer que não. Que ele era um cafajeste, do mesmo jeitinho que ela pensava desde o início. Queria dizer que ele deveria ter mais respeito porque daquele jeito ele nunca iria conquistá-la. Sentiu vontade de dizer tudo que ela queria dizer desde que ele lhe cantara pela primeira vez. Mas não disse. Porque ela não era nada dele. Só uma garota que ele parecia gostar. Portanto, ele tinha o direito de beijar, agarrar e fazer qualquer outra coisa com quem quisesse, e ela nunca deveria impedir. Porque ela sempre negou à ele. Sempre ignorou e sempre rejeitou seus beijos. E agora, ele voltou a ser o canalha de sempre. Fim. Lilian balançou a cabeça, afirmando.

– Vem cá - Ele segurou sua mão - Deixa eu conversar com você.

Tiago guiou Lilian por um corredor que dava numa escada bonita. Passaram por várias portas e ele abriu a última. Era um quarto. O seu quarto. E provavelmente o de Sirius também. Era amplo, tinha duas camas enormes e duas escrivaninhas bonitas. A família Potter também não desprezava o luxo trouxa. Havia uma grande TV de tela fina e laptops de última geração nas mesinhas. Havia também uma porta no canto que indicava ao banheiro, também amplo e sofisticado. Além de uma janela fechada por cortinados que caiam ao chão e um grande e luxuoso armário de dois vãos. Lilian também notou os videogames no vão embaixo da TV e uma estante repleta de livros.

– Legal não é? Papai e mamãe tiveram que fazer uma pequena reforma quando Sirius veio pra cá, mas nada muito diferente. Conseguimos os móveis iguais aos meus - Ele explicou, sentando-se na sua cama e indicando para Lilian sentar ao seu lado. Ela o fez. Ele colocou o copo, já vazio, em cima de sua mesinha e suspirou, olhando para Lilian - Lily, tá mesmo tudo bem?

Provavelmente ele estava bêbado, porque qualquer pessoa normal perceberia que Lilian ficou furiosa com o beijo que ele deu na menina. Mas ela não disse isso.

– Tá, Tiago, tá tudo bem. Olha, te trouxe um presente - Ela colocou a mão na bolsinha e retirou de lá uma pequena caixinha, que entregou para Tiago. Ele revirou o presente e em seguida o abriu, sorrindo. Era um relógio de prata antigo, que além de mostrar as horas indicava a posição de cada planeta, além do movimento da Lua.

– Foi bem difícil de encontrar, mas eu queria lhe dar exclusivamente esse presente. Na verdade, pensei em algo relacionado ao Quadribol, mas não sei nada sobre isso então... Bom, assim você vai poder estudar melhor Astronomia - Disse Lilian, se encolhendo, envergonhada - Meu planeta predileto é Saturno - Ela apontou no visor do relógio, onde o planeta pairava perto do número 6 - Por causa do seu sistema de anéis. É bonito não é? Areia e pedaços de rocha rodeando um planeta. Pode parecer estranho. Mas pra mim é mágico.

Ele sorriu e, delicadamente, colocou o relógio no pulso e o fechou.

– Obrigada, Lily... É muito bonito - Ela sorriu, feliz por ele ter gostado. Mas, para estragar sua felicidade, veio a imagem dele beijando a garota desconhecida, e seu sangue ficou frio e triste novamente.

– De nada - Respondeu, ríspida, virando o rosto.

– Lily - Chamou, ela se virou - Posso te pedir uma coisa?

– O que é?

– Me beija? Por favor, não é nada demais, eu só queria...

– Quê? - Ele chegou perto, puxando-a para si. Lilian o empurrou - Potter! Você... Tá bêbado, não sabe o que tá fazendo!

– Como assim? Eu não tô bêbado! Só tenho quinze anos... - Ele se afastou ofendido, segurando o braço - Vamos, Evans, só um beijo... E você sabe que eu gosto só de ti, Lily... - Ele esticou a mão direita para tocar no rosto de Lilian, mas ela se desvencilhou com um tapa.

– Se... - Sua voz começou a falhar - Se você gostasse mesmo de mim, não estaria por aí se agarrando com qualquer uma...

E ela se levantou e saiu do quarto.

– Que outras...? Ah... - Ele se lembrou da menina que beijara a poucos minutos. Percebeu que fizera uma burrada. Desceu as escadas correndo.

* * *

– Louize, estou indo embora, vou ligar pra minha mãe vir me buscar, quando quiser voltar é só me avisar que eu te busco - Lilian falou depressa para a amiga, a garganta ardendo de tanto segurar o choro. Louize murmurou um "Quê?" e puxou Lilian para longe do grupinho que ela estava.

– Lilian, o que houve? Por acaso você caiu no chão no meio da sala ou alguém zuou o seu vestido? Eu te falei que deveria ter vindo com o escu...

– Não, Lou! Eu... Ah, meu Deus! - Ela recuperou o fôlego - Lou, eu... Acho que tô gostando do Tiago. Ele me deixa ficar com ciúmes! E agora?

E Lilian, que esperava um conselho amigável, sentiu ainda mais vontade de chorar quando ela começou a pular de alegria.

– Não, não, não! - Tentou falar Lilian, a voz já tremendo de ódio.

– Lily, vá já falar com ele, e beije-o! Demorou tanto para isso acontecer, estou tão orgulhosa... - Ela falava sonhadora, tentando empurrar Lilian para longe.

– Não, Louize! Ele é um otário, como sempre imaginei. Não posso! Quero ir pra casa!

Louize mudou seu humor de repente.

– Aí, dona Lilian, qual o seu problema? Acabamos de chegar no lugar e você já quer ir embora! Exijo que você fique aqui comigo. Se não quer falar com o Potter, tudo bem, mas pelo menos não vai dar uma que criancinha mimada!

Lilian abaixou a cabeça, vencida.

– Vou pegar uma bebida pra você, vem comigo. A cozinha é muito chique, já viu? - Perguntou Louize, guiando a amiga entre as pessoas - Oi, Dani! - Cumprimentou depressa uma garota de cabelos curtos que passava - Aqui, Lilo - Disse, oferecendo um copo com Hidromel.

– Não me chama assim, Lou... - Murmurou Lilian, se abraçando à amiga. Elas foram para o quintal, onde alguém colocara pufes em alguns cantos. Sentaram em um pequeno sofá lá no fundo.

– Ô, amiga... Você deve estar tão triste... Afinal, o que houve? O que você viu? - Perguntou Louize novamente. Lilian soluçou e engoliu o choro de novo.

– Ele... Ele... Ele tava beijando uma garota - Louize abriu a boca e começou a fazer carinhos no cabelo de Lilian.

– Ah, não foi nada, esqueça... Vamos, me diga alguma coisa feliz...

– Aula de Feitiços... - Murmurou Lilian quase inaudivelmente, Louize riu.

– Ok, isso serve.

C'mon, Evans, just one kiss


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Notas finais do capítulo

Fim do capítulo! Like a Favo ♥
#Júh