- Eu... – enfim Walber fala – Eu sou um semideus?

- Sim! Só os semideuses podem ver através da Névoa. – explica Noah - É o que faz com que não haja um pandemônio generalizado a cada ataque de um monstro.

- Nossa! Quer dizer que sou filho de um deus? E a deusa Ártemis está aqui na minha frente... E que é uma criança?

- Bem – diz a deusa – Nós deuses podemos assumir a forma que quisermos. Preferi essa, pois casta, prometi nunca me casar, e esta forma infantil representa minha castidade.

- Ah! E você, Noah? De quem você é filho? – quer saber Walber.

- Meu pai é Ares, o deus da guerra... E aqueles eram Phobos e Deimos, meus irmãos que tentavam me matar.

- Peraí? Phobos e Deimos? Não são deuses, imortais? Porque vi um deles morrendo?

- Deimos morreu porque foi derrotado em batalha. – é a regra desde que saímos de nossas raízes... Somos imunes à velhice e a qualquer doença, mas caso sejamos gravemente feridos numa luta podemos morrer.

- Uau! – É só o que Walber consegue dizer.

- Precisamos sair daqui! – diz Noah – Vou levá-lo ao nosso esconderijo.

- Ótimo! – Ártemis concorda – Leve-o e o ensine a se defender... Vai precisar, tenha certeza... Vou procurar Phobos e tentar matá-lo.

- Que esconderijo? – pergunta Walber – tenho que ir para casa!

- A partir de agora sua casa não é mais segura para você. – diz Noah.

- Está bem... Só me digam quem é meu pai.

- Não sabemos – Ártemis fala – Mas acredito que em breve você será reclamado.

Mal Ártemis se cala, uma luz amarelada brilha sobre Walber. Surge a imagem trêmula de um martelo em chamas. Noah e a deusa sorriam. A imagem some e Noah diz:

- Parabéns parceiro, você é filho de Hefesto, o deus das forjas.

Walber se despediu de Ártemis e seguiu Noah ao esconderijo. Era um prédio de cinco andares, aparentemente abandonado. Paredes velhas e pichadas, portão enferrujado.

Entraram. Noah abriu a porta. O hall era espaçoso. Viu pelo menos vinte garotos ali, reunidos em grupos.

- Venha, vamos conhecer sua irmã. – diz Noah.

Walber seguiu Noah até um canto do hall onde uma garota soldava um motor de um carro esportivo vermelho. Ela era bonita, apesar de suja de graxa e suada. Vestia um macacão de mecânico, com uma camiseta roxa justa. Tênis velhos, com cadarços desamarrados. Seu cabelo era crespo e alto, pretos assim como os olhos.

- Tuca? – chama Noah – Apresento-lhe Walber, seu irmão... Você não é mais a única filha de Hefesto do alojamento.

A garota olha para Walber e diz:

- Seja bem-vindo! Agora eu tenho alguém com quem dividir o trabalho pesado!