A Corrida Às Górgonas escrita por Walber Florencio


Capítulo 10
VIII. Netto


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, enfim, o ponto de vista do quarto novato. A equipe está formada, a missão está prestes a se iniciar. Espero q gostem! :)



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Deitar em sua cama para cochilar e acordar no meio de uma batalha entre jovens e monstros não é bem o tipo de adrenalina que Netto curtia. É um garoto de 17 anos que gosta de rock e de música eletrônica. Geralmente usa roupas descoladas. Gostava também de detalhes coloridos, como por exemplo, os cadarços dos tênis.

- Você é o quarto novato? – diz uma garota branca que se aproximava, vestida numa armadura prateada e com um arco nas mãos.

- Eu não faço ideia do que estou fazendo aqui e como vim parar aqui! – responde Netto, admirando a garota, e por um instante esquecendo-se das lutas ao seu redor. Ele achou a garota linda.

- Okay, apenas lute... – fala a garota.

- Nem precisa pedir! – diz Netto, caindo na real. Não teve tempo de tentar entender o que estava acontecendo, só de reagir.

Desviou de uma flecha disparada por um centauro, metade homem, metade cavalo, com chifres de touro e dois metros e meio de altura. Pegou a espada de um jovem morto. Netto nunca lutara em toda a sua vida, mas golpeou o centauro com habilidade, atravessando sua barriga e transformando-o num monte de areia.

Netto sentiu-se tomado por poder. Não tinha como explicar, mas ergueu a espada. Um trovão soa por todo o prédio. Ventou forte e um raio desceu até a espada, refletindo em todos os monstros, pulverizando-os.

Quando o clarão e a fumaça somem, todos olhavam para ele. Um rapaz forte de armadura de bronze se aproxima. Tinha nas mãos uma lança ensanguentada. Estende a mão para o Netto e diz:

- Bem vindo! Deve ser filho de Zeus... Esperávamos ansiosos por sua chegada.

- Tá legal, agora alguém pode me explicar que maluquice é esta? – Netto pergunta.

Mais tarde, já ao anoitecer, Netto já estava ciente de que na manhã seguinte embarcaria numa missão bastante perigosa. Estava muito feliz em saber que seu pai é Zeus, o senhor dos deuses, o olimpiano mais poderoso, mas esse fato poderia trazê-lo sérios riscos. A maioria dos filhos de Zeus é terrivelmente perseguida, e boa parte não chegava aos 15 anos. Ele estava no lucro.

Entretanto, o clima no alojamento era o pior possível. Todos choravam pelos sete semideuses mortos. Havia pelo menos dez feridos, e muitos danos ao lugar. Os mortos seriam cremados, numa cerimônia grega. Cada um foi posto num caixão com uma bandeira com o símbolo de seu pai olimpiano. A coruja de Atena, as uvas de Dioniso, o pombo de Afrodite, o javali de Ares, o sol de Apolo, a flor de Perséfone, e a concha de Tritão.

Após a cerimônia foram deitar. Netto sabia que muitos não conseguiriam dormir aquela noite. Por outro lado, ele estava exausto. Nem percebeu quando caiu no sono.

Quando se descobre que é um semideus, seus sonhos não serão mais um simples sonho, e sim, revelações.

Netto viu-se num castelo escuro e assustador, iluminado por candelabros sinistros. Notou duas pessoas conversando. Um deles, sentado num trono de crânios, era muito alto e magro. Pele muito pálida, fantasmagórica. Olhos totalmente pretos, cabelo e barba grisalhos e compridos. Vestia uma túnica imaterial, de pura escuridão.

O outro estava em pé, a sua frente. Era muito forte. Usava uma armadura grega de bronze, decorada com detalhes cor de sangue, que parecia pesar meia tonelada. O rosto era coberto de cicatrizes. Tinha o cabelo vermelho sangue, e usava rabo de cavalo. Os olhos eram puro fogo.

- Ora, ora! – o esquisito do trono levanta-se e se aproxima, levitando – É um prazer vê-lo em meu reino de sombras...

- Poupe-me de sua hipocrisia! – falou o musculoso – Já sabe o que vim fazer aqui, Hades... Onde está Theseu?

Hades assentiu com a cabeça, um sorriso diabólico. Entre ele e o outro surgiu uma mão esquelética sair do barro. Logo, um esqueleto humano ergue-se do chão. Vai ganhando carne, cobrindo os ossos com uma pele cinzenta, ao passo que se punha de pé. Uma camisa sem mangas e calça jeans rasgado surge em seu corpo.

- Senhor Ares! – o homem se ajoelha, venerando o musculoso de armadura.

- Theseu, um dos maiores heróis da mitologia, conhecido por ter matado o próprio Minotauro. – Ares sorria – Que um dia meus filhos cheguem a seus pés.

- Já tem seu brinquedinho, – diz Hades para Ares – agora vá, prepare o terreno para que Tífon desperte, e treine Theseu para que vença os pirralhos da profecia.

- Ahh!

De repente, Netto desperta, suado, com o som de um grito. Olha pela única janela do quarto. Só há tempo para que reconheça o rosto apavorado de Iara, sendo levada por uma velha de asas de morcego.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews?
No próximo capítulo a missão terá início! Ansiosos?
:)



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