Não me lembro de ter entrado na barraca. Mas lá estava eu, deitada, nua. Com apenas um coberto por cima de mim. Não tem ninguém ao meu lado. E não preciso olhar pra ter certeza, a barraca é pequena demais, então não tem muito espaço.

Fico então sentada, e sinto tudo girar a minha volta. Aperto os olhos. Jogo os cabelos pra trás antes de abrir os olhos novamente.

O moletom de Edward está ali no canto jogado. O pego e o visto, Abro a porta da barraca e me deparo com ele. Sentado olhando pro nada. Com uma bandeja ao seu lado, onde tem biscoitos e um suco que não deve estar muito gelado assim.

Saio dali sentindo uma leve dor no corpo e vou para o lado de Edward, abraçando ele por trás e lhe dando um beijo na bochecha.

- Bom dia. – sento ao seu lado.

- Bom dia. – ele me olha – Vai comer. – ele aponta com a cabeça para a bandeja ao meu lado.

- Pode deixar. – solto um suspiro e pego um biscoito amanteigado. Meu corpo está dolorido demais e mais uma vez sinto aquela tontura, mas agora sinto meus olhos pesarem, sei que está vindo uma dor de cabeça.

- Você está bem? – ele me olha.

- Sim. – dou de ombros sorrindo e pondo o biscoito em minha boca.

Nossa manhã se resume assim, cheio de caricias e amor. De vez enquanto sinto dores em minha cabeça e a dor no corpo é constante, talvez por causa da caminhada. Mas agora sinto uma fraqueza que me derruba no chão.

Edward sai correndo, deixando a mochila de lado. Vindo em minha direção e me pegando nos braços.

- Bella? Bella? – ele grita meu nome – Você está bem? Bella.

- Doi. – resmungo, quase não conseguindo falar.

Meus olhos escurecem, não vejo mais nada, mas consigo ouvi-lo, a dor é cortante. Parece que é por todo meu corpo.

- Meu Deus. – ele passa a mão no meu rosto – Bella aguenta só um pouco. Vou apenas guardar o restante das coisas e vamos embora. Meu Deus, você está ardendo em febre.

Ele me solta por um instante. Consigo enxergar alguma coisa depois de alguns minutos e vejo Edward de um lado para o outro, jogando duas mochilas nas costas e vindo a meu encontro.

Ele me pega no colo. Não sei onde ele encontrou tanta força. Solto um gemido baixo de dor.

- Calma. Calma querida. Estamos indo. – ele me aperta contra seu corpo – Não era pra eu ter trazido você. Não era. – tento falar, mas não consigo. A culpa não é dele.

Ele não esta mais me aguentando, porque sinto sua respiração. A força que ele faz.

- Você consegue ficar de pé? – ele pergunta e vejo apenas um borrão de seu rosto, mesmo não conseguindo eu faço que sim com a cabeça.

Ele me coloca de pé, sempre me segurando e abre a porta do carona do carro, me guia até lá, me coloca sentada e fecha a porta.

Acho que ele foi guardar as coisas, porque demorou um pouco pra entrar no carro e dar partida.

- Você esta suando. – o ouço falar desesperado – Droga. – ouço um barulho alto, não sei o que foi, só penso em minha dor cortante – Tremendo. – ouço somente a ultima parte de sua frase. Então não é o carro, sou eu que estou tremendo.

Ele está falando com alguém, no celular. Deve ser com Carlisle, mas sua voz vai se perdendo, até a hora que me desligo de tudo.