Meu Amigo De Infância É Um Vampiro. escrita por Blood Roses


Capítulo 1
O começo.


Notas iniciais do capítulo

Olá povo!
Primeiramente eu gostaria de avisar que essa fic pode ter cenas que "lembrem" yaoi, porem não havera Yaoi oks?
Sem mais delongas, Boa leitura.



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Em um balanço de um parque, uma pequena ruiva estava sentada. Seu vestido rosa estava todo sujo de lama e ela olhava uma bonequinha em seu colo. A ruiva parecia chorar e a jovem, que tinha recém completado 5 anos, estava sozinha, apenas sentada, deixando as lágrimas escorrerem pelo seu pequeno rosto com sua franja cobrindo os olhos. Enquanto a pequena chorava, um grupo de meninos um pouco mais velhos passava. Vendo a ruiva, o líder do grupo, um menino de cabelos verdes, resolveu atormentá-la.

– Olha lá, é a ruiva! Então foi para cá que ela fugiu – disse – Vamos lá terminar o que começamos.

O grupo era composto de cinco meninos, todos com sete anos. O líder do grupo se aproximou da ruiva e tomou a boneca de pano de seu colo. A ruiva automaticamente se levantou e tentou pegar sua preciosa boneca do menino, porém dois garotos do grupo a seguraram pelos braços.

– Pare! Me devolve! – gritou a menor.

O menino jogou a boneca no chão de terra do parque e ele e os outros dois começaram a pisotear a pobre bonequinha. Era uma simples boneca de pano, porém fora o último presente dado pela mãe da ruiva antes de morrer. Era seu objeto mais valioso.

A pequena começou a gritar, pedindo que parassem, as lágrimas escorriam enquanto o grupo ria do seu sofrimento. O líder, cansado de chutar uma bonequinha, se virou para os dois meninos que a seguravam e que automaticamente a jogaram no chão. A pequena, sem chance de continuar em pé, caiu de frente, ralando os cotovelos e joelhos na terra. O menino pisou em suas costas com força.

– Isso é para você aprender a nunca mais vir no meu parque – disse ele sorrindo cruelmente – entendeu?

Sem obter resposta ele segurou os cabelos ruivos da menor e os puxou para trás com força e a pequena chorou, sentido o gosto amargo das lagrimas que teimavam em escorrer pelo seu rosto. O garoto perguntou de novo e ela assentiu. Ele a soltou e um dos meninos pegou a bonequinha do chão.

– O que fazemos com isso? – perguntou, com a boneca em mãos.

– Rasgue-a, é lixo mesmo – disse o menino cruelmente.

O outro acatou a ordem, segurou a cabeça da bonequinha e começou a puxar.

– Pare! – gritou a ruiva, ela tentou se levantar, mas o líder do grupo colocou o pé novamente nas suas costas, forçando-a a ficar no chão.

A pobre ruiva ouviu o som de tecido rasgando, e o enchimento da boneca caindo no chão sujo do parque, olhando tudo com suas orbes castanho-avermelhadas arregaladas, como podiam ser tão cruéis? Pensa ela em desespero, pois seu bem mais valioso agora estava destruído.

A pressão do pé do garoto em suas costas tornou-se mais forte.

– Você vai sofrer uma punição por tentar resistir – disse ele, cruelmente, erguendo o pé e tomando distância para acertar um pontapé na pequena que agora residia no chão encolhida, se preparando para receber o golpe, quando uma voz gritou.

– Ei, vocês! O que pensam que estão fazendo? Parem com isso! – disse a voz de um menino.

O menino que interveio tinha cinco anos também, porém era mais alto que os demais, tinha cabelos ruivos desengrenados, um ruivo muito forte, parecia uma cachoeira de fogo escorrendo do topo de sua cabeça, olhos dourados, como duas pedras de safira douradas, ele estava bem próximo do grupo.

– Há! De que lhe interessa? Se não sair daqui agora, vamos fazer o mesmo com você! – ameaçou o menino, já com o pé pronto para bater na ruiva, recomeçando o movimento.

– Eu já disse para parar – disse o ruivo entre os dentes – se não parar agora, eu o farei parar - falou o ruivo decidido.

Os meninos riram e começaram a avançar para bater no ruivo, que se manteve imóvel. Percebendo que não causaram medo, avançaram com o ímpeto de socá-lo. Tudo o que o ruivo fez foi esticar o braço para frente, em seguida levá-lo para trás para juntar força e então o movimento para frente, a ponta de seus dedos estavam dobrados, porem não era um soco, pois a palma da mão estava visível. Assim que o garoto entrou em seu campo de ataque o golpe foi desferido, acertando bem no centro do peito do líder do grupo, que voou alguns metros e caiu estirado no chão. Levantou tossindo e logo começou a chorar. Os outros quatro meninos se olharam assustados e correram chamando pelos seus pais. O ruivo até aquele momento estava de cabeça baixa, porém quando a ergueu tornou seus olhos visíveis, mostrando olhos inumanos, pareciam olhos de gato ou demônio, com uma tonalidade vermelha que pareciam “pulsar”, porém logo voltaram ao normal.

A menina jazia no chão chorando e o ruivo, vendo a tristeza da garota, foi até a pequena boneca que estava com a cabeça pendurada. Ele sabia de alguém que poderia consertar aquilo, então resolveu animá-la.

– Olha, eu sei que rasgou, mas... Bem... Eu conheço alguém que pode consertar, deixar ela novinha em folha para você - disse hesitante, enquanto a ruiva chorava silenciosamente.

A menor começou a se levantar, porém sentia muita dor, pois os garotos a machucaram, seus cotovelos e joelhos doíam e sangravam. Ela voltou seus olhos para o menino ruivo que segurava a sua boneca.

– Você tem certeza? – perguntou ela, sentido mais lágrimas escorrerem – Eles a rasgaram. Ela é o meu objeto mais precioso, mesmo eu pedindo para eles pararem... Eles... Eles... - a pobre menina começou a chorar novamente, dessa vez, descontroladamente.

O ruivo se aproximou, se ajoelhou diante da menina que chorava e a abraçou, a pobre menina afundou seu rosto no pequeno peito do ruivo. Demorou uns dez minutos até a pequena se acalmar completamente, mas o ruivo permaneceu ao seu lado, como um ombro amigo. Quando sentiu-se pronta ela levantou com a ajuda do ruivo, pois ainda sentia dores.

– Vem, eu vou te levar para casa – disse o menino ruivo, estendendo a mão para a menor.

– Por que me ajudou? Ninguém gosta de mim... - disse a ruiva com certa amargura, hesitando em pegar a mão do menino.

– Por que? – perguntou o ruivo com uma curiosidade mal disfarçada.

– Por que sou pequena e frágil, por isso sempre abusam de mim, afinal, ninguém quer ser amigo de uma pessoa tão inútil – respondeu a menina com lágrimas nos olhos. Mesmo sendo tão pequena, já conhecia a dor da rejeição.

– Isso não é verdade! – disse o ruivo, então ele sorriu carinhosamente para a menor a sua frente – Por que eu quero ser seu amigo... Eu me chamo Jin e você?

A pequena o observou, surpresa, mas notou que era de verdade, que as palavras eram reais, e sorriu como não fazia a muito tempo. Estendeu sua mão e pegou a mão do maior ainda sorrindo.

– Eu me chamo Elesis.

Assim que terminou de falar um trovão rugiu no céu, fazendo a pequena se assustar e correr para os braços do ruivo, tremendo, pois morria de medo de trovões.

– Acho melhor corrermos ou vamos ficar resfriados – disse o ruivo olhando para o céu.

Ele tomou a mão da ruivinha, colocou a boneca no bolso e desatou a correr, levando a menina para casa, que apenas dava as coordenadas, deixando o ruivo a guiar. Os pingos de chuva começaram a cair enquanto os dois corriam para se abrigar.

Chegaram na casa completamente ensopados. Ao chegar no portão o ruivo parou, olhou a singela casa, toda branca, com um jardim bem grande, e então Elesis o puxou para dentro, mesmo contra a vontade do ruivo, porem o mesmo a seguiu. Elesis abriu a porta e lá dentro encontrou sua tia sentada com um olhar preocupado no rosto, porém assim que viu a pequena, abriu um sorriso.

– Elesis minha querida! Aonde se meteu? – disse ela, pegando a menina no colo e dando uma boa olhada, vendo-a completamente machucada e suja. Foi como se a cor tivesse sumido de seu rosto – O que aconteceu com você minha pequena...

Elesis disse o que os meninos haviam feito e contou como Jin a salvou. O garoto limitou-se a ficar vermelho com os elogios. A tia de Elesis mandou os dois para o banho, deu as roupas antigas do irmão de Elesis para Jin vestir, porém as roupas ficaram enormes, e após estarem secos e limpos, Camila, a tia da Elesis, fez chocolate quente com biscoitos de chocolate. Ambos comeram e se divertiram, porém, tudo que é bom dura pouco e Jin logo teria que ir embora.

Eles assistiram um filme e após isso Jin ligou para os seus pais avisando onde estava, os pais do ruivo prometeram ir buscá-lo quando fosse nove horas da noite, então Camila e os dois ruivos resolveram ver um outro filme. Porém os dois estavam tão cansados que acabaram dormindo. Quando o sono veio a pequena ruivinha olhou para seu novo amigo.

– Jin, você vai me proteger? Será meu amigo para sempre? – perguntou ela, sonolenta, e o ruivo logo lhe respondeu.

– Sim, para sempre... Se quiser... - disse, sorrindo, segurando a mão de sua amiga.

Jin não se importou de ir embora, pois sabia que poderia passar o resto da vida ao lado de sua nova amiga, a pequena ruivinha Elesis.

***

Cinco anos depois.

Um garotinho socava um saco de pancadas, sendo observado de perto por seu mestre, mesmo com pouca idade o ruivo já tinha músculos definidos e uma altura acima da média para crianças de sua idade.

O pequeno estava incrivelmente concentrado, era como se só existisse ele, o saco de pancadas e o próximo soco a ser desferido. Enquanto o ruivo treinava, uma pequena garota o observava, era pequena e frágil, usava uma saia jeans preta, meia calça rosa de listras e uma camisetinha igualmente rosa por baixo de um casaco jeans curto e nos pés um par de botas marrons. A ruivinha não aparentava ter mais que oito anos e segurava um caderno de desenho nas mãos, estava sentada em um banco, aonde tinha visão privilegiada do ruivo.

Ela observava cada movimento realizado por Jin, a tensão e o relaxamento dos músculos do ruivo a cada movimento, como o kimono se movia a cada soco desferido no pobre saco de pancadas.

Ela olhava e registrava tudo em seu caderno, o mais discretamente possível, pois sabia que o ruivo odiava ser desenhado. Mesmo sendo jovem, a pequena Elesis possuía um talento extraordinário para desenhar. Sua tia Camila dizia-lhe que havia herdado tal talento de sua mãe e os olhos da pequena brilhavam ao ouvir tal comentário, sentia-se feliz em ser parecida com a sua mãe.

– Jin, acho que por hoje já chega, sua amiga deve estar cansada de te esperar – disse o professor que o observava tão atentamente.

A pequena ficou da cor de seu cabelo, pois sabia o quanto seu amigo gostava de lutar e não queria ser o motivo para ele parar.

– N-n-não se preocupe, eu gosto de assistir – disse a pequena ruiva, que a cada palavra diminuía gradualmente o volume da voz – Por que eu também posso treinar – completou a pequena, com um sorriso tímido no rosto.

O ruivo ficou rubro ao notar o caderno de desenhos na mão da pequena, pois tinha certeza que a mesma o observava durante o treino, o utilizando como modelo particular. A pequena virou o caderno, mostrando um desenho que seria motivo de inveja para muitos artistas, mesmo sendo apenas um esboço inacabado do ruivo treinando.

– Tem certeza senhorita? – disse Victor, o mestre de Jin, a ruiva movimentou a cabeça, em uma afirmação – Tudo bem então, vamos continuar.

– Ce-Certo! – gaguejou o ruivo, que agora se sentia desconfortável com as duas orbes castanho-avermelhadas sobre si.

– Comece uma seção de chutes altos, 15 vezes cada perna, cinco vezes – ordenou Victor.

O ruivo retomou seu treino, assim como a pequena o seu desenho, notando que a cada chute dado, o kimono do maior se abria, revelando músculos já definidos, e acabou ficando muito vermelha.

– Tudo bem pequenina? – perguntou um homem, que de repente estava sentando ao seu lado, e acabou assustando a ruiva – Desculpe, não percebi que estava tão concentrada que não notou a minha humilde presença.

– Está atrasado, Azin – disse Victor, claramente irritado com o atraso do homem.

– Ah... Haha... Desculpe – disse o homem sorrindo – O transito está uma loucura.

– Sei... - disse Victor desconfiado – Vá treinar o outro jovem, Jin já está acabando.

– Sim, Victor-sensei – e lá se foi o homem misterioso.

O homem chamado Azin era alto e forte, não aparentava ter mais que 18 anos, com cabelos alaranjados e olhos azuis claros, e a pele clara, já Victor era bronzeado, porém possuía cabelos loiros e uma barba grosa que criava um contraste interessante com a sua pele, assim como Azin, possuía um corpo forte, porém não era tão alto e possuía olhos castanhos.

A pequena estava tão absorta olhando Azin que só notou que o mesmo falava com ela alguns segundo depois.

– Se eu fosse tímido, deveria ficar vermelho agora? – pronunciou Azin com um sorriso travesso no rosto. A pequena ficou tão envergonhada que já estava ficando um leve tom de roxo.

Vendo o grande constrangimento da ruiva, Jin tomou a frente e disse.

– Elesis, eu vou me trocar e já venho, tá?

– Si-sim – respondeu a pequena, guardando o caderno na mochila que trazia consigo .

A menina se sentia triste, pois agora iriam entrar para a quinta série e teriam que se separar. Ao pensar nisso a pequena acabou deixando uma pequena lágrima escorrer por seu rosto, bem no momento que o ruivo voltava, agora de banho tomado e vestindo um conjunto de moletom preto, com um par de tênis All Star sem cadarço.

– Qual o problema, Elesis? – perguntou o ruivo, realmente preocupado.

– Não é nada, Jin – disse a menina, saindo do estabelecimento, secando as lágrimas que teimavam em escorrer, deixando sua face corada.

– Me conta, Elesis... - pediu o ruivo, fazendo cara de cachorro sem dono.

– Jin, quando as férias acabarem você vai ter que ir embora, né? Afinal, você é rico, vai ir para uma escola diferente... Melhor... – a voz da ruiva foi diminuindo conforme falava, devido ao choro.

O ruivo se aproximou e a abraçou. A ruiva não entendeu, porém ao erguer o rosto se deparou com um sorriso, um sorriso calmo e gentil.

– Sabe Elesis, eu falei com a minha mãe e bem... Ela me disse que podemos pagar a sua bolsa de estudo – disse o ruivo ainda sorrindo – Então você pode estudar comigo, o que acha?

A ruiva não disse nada, então desatou a chorar com o rosto colado no peito do ruivo, enquanto o mesmo dizia “O que eu fiz? Não gostou?” e a olhava preocupado, até que a pequena começou a rir, o ruivo a olhou confuso, então Elesis ficou na ponta dos pés e deu um beijo na bochecha do ruivo, que começou a rir também, pois agora poderiam ficar juntos.

***

Os anos passam rápido demais e agora fazem 10 anos, todos os anos eles ficavam na mesma sala e a amizade dos dois perdurou mesmo que fizessem outros amigos, a amizade dos dois nunca enfraqueceu, hoje seria o primeiro dia de aula do primeiro ano, Elesis estava nervosa, realmente nervosa, pois a escola era nova, tudo novo.

Elesis foi até a estação do metro, era meia hora de viagem até a escola Ellyos, a viajem foi mais rápida do que a ruiva desejaria, pois viajava em seus pensamentos durante todo o percurso. Saiu da estação e foi em direção a escola, sentia o coração acelerado a cada passo

que dava em direção à nova escola, porém seu coração ficou mais calmo ao avistar uma cabeleira vermelha toda bagunçada e um par de olhos dourados a esperando no portão. Jin estava encostado na parede, incomodado com os olhares enviados pelas garotas, que pareciam um bando de lobos agitados por um pedaço de carne.

Ao avistar a ruiva, Jin abriu um largo sorriso, que arrancaria suspiros de qualquer garota. Nos anos que se passaram, tanto Jin quanto Elesis mudaram. Jin ficou alto, com 1,80 de altura, os cabelos estavam mais compridos, na altura da orelha, seu corpo era definido e relativamente musculoso, devido ao treinamento que fazia, sua pele era clara, e seu olhos gentis. Em resumo, o tipo de garoto que milhares de meninas se matariam para namorar.

Elesis também cresceu, ficando com 1,69 de altura, seios fartos, cintura fina e coxas grossas e bem malhadas, isso se deve ao fato de que, mesmo a contra gosto, Jin ensinou a garota alguns golpes de auto defesa. Os cabelos ruivos estavam compridos, indo até metade das coxas porque naquele momento estavam presos em um rabo de cavalo alto, porém, mesmo assim, Elesis aparentava ser frágil, e ainda continuava tímida.

– Bom dia, Elesis – disse o Jin todo sorridente.

– Bom dia – disse ela, recebendo milhares de olhares assassinos, que fizeram ela se arrepiar – Nossa... - sussurrou a ruiva, enquanto o ruivo sorria sem graça.

Os dois estavam olhando em volta quando avistaram uma cabeleira loira e uma roxa se aproximando correndo com o braço esquerdo erguido.

– Elesis-chan! Jin-kun! Bom dia! – disse a loira.

– Bom dia, Lire-chan! – respondeu Elesis, sorridente.

– Bom dia para vocês duas – disse Jin sorrindo.

Arme veio correndo e pulou no pescoço da ruiva, derrubando-a.

– Arme sua poia! Cuidado! – disse Elesis no chão.

– Desculpa... - disse Arme, apelando para a sua fofura.

Jin riu da situação, recebendo um olhar mortal da ruiva. As duas ainda estavam se levantando quando ouviram uma voz conhecida, ao se virarem se depararam com um garoto

de cabelos azuis longos, com 1,78 de altura, porte físico forte, os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo baixo, e uma franja caia sobre seus olhos.

– Animadas como sempre, não? – disse Ronan sorrindo.

– Bem, se não tivessem assim, teria alguma coisa errada – disse Jin, com a mão embaixo do queixo, recebendo logo em seguida os olhares de raiva.

– Já viram as turmas? – todos se viraram assustados para o azulado, haviam se esquecido desse pequeno detalhe – Ai ai... Vamos logo, antes que bata o sinal.

O grupo de amigos entrou na escola, todos usavam o mesmo uniforme, o das meninas composto de uma saia quadriculada em tonalidades de preto, cinza, branco e azul marinho, uma meia branca que possuía dois tamanhos, uma três quartos e a outra ia até a metade da coxa, uma camisa branca de botões, um colete cinza, um paletó preto e, por último, uma gravata preta, o uniforme dos meninos não muito diferente, exceto por não ser uma saia e sim uma calça de tonalidade preta.

Arme e Lire usavam a meia três quartos, deixando a mostra as coxas, assim como 80% das garotas, já Elesis usava a meia que acabava na metade da coxa, cobrindo quase toda a perna da ruiva. Ronan usava seu uniforme completamente alinhado, ele sempre se mostrou ser um garoto certinho, já Jin não usava gravata, pois segundo ele, preferia ficar pelado no inverno do que usar a maldita gravata.

A escola Ellyos é uma escola para “riquinhos”, e Elesis só podia estudar lá graças aos pais de Jin, que pagam a bolsa da garota desde que ela completou dez anos. A ruiva se sente mal com isso, mas entre ter que ficar longe de Jin estudando em um colégio normal ou ter a bolsa paga para estudar em um colégio de ricos e ficar perto de Jin, ela prefere a segunda opção.

Todos andavam em direção a um quadro. Por ser o primeiro dia tinham que ver a sala que iriam ficar, conhecer o professor regente (que dá as quatro matérias principais) e então teriam o resto do dia pra conhecer a escola.

Por sorte, todos ficaram na mesma sala, no 1ºA. Segundo as instruções a sala do 1ºA ficava no lado direito da construção conhecido com área B. A escola em si era parecida com um arco que tinha no centro a porta de entrada e saída. O colégio era todo branco com

detalhes em azul marinho, na parte de trás do arco formado pela escola tem duas quadras cobertas, duas quadras descobertas, um circuito de 200 metros, um auditório, uma lanchonete e dois dojos. A escola é realmente grande.

Foram para as salas, ao chegar deram de cara com o professor, que era um homem com cabelos roxos como os da Arme, sua pele era clara, possuia olhos lilases e um corpo forte, usava uma camisa de botões branca e a mesma calça dos alunos, porém a sua possuía uma listra fina de cor cinza de cada lado. Em resumo, era um homem bonito.

Eles foram os primeiros a chegar, entraram e se sentaram enquanto o professor escrevia algumas coisas na lousa. Pelo jeito, eram os assuntos que ele iria abordar, como o horário de lanche, os clubes e etc.

Assim que toda a turma chegou, ele se apresentou.

– Bom dia classe! Meu nome é Duel e eu serei o professor regente de vocês - disse ele, sorrindo, ganhando vários comentários e suspiros da parte das meninas.

Enquanto o professor explicava sobre os clubes as garotas ficaram suspirando e fazendo comentários do tipo “Esse professor é lindo! Ele deve ser modelo!” e isso já estava irritando a pequena ruiva, que bufou com infantilidade, essas garotas não percebem que ele não quer nada com crianças?, pensando indignada.

Jin, notando a aura maligna que emanava do corpo de Elesis, resolveu acalmar um pouco seus ânimos.

– Calma, Elesis – sussurrou ele, um pouco nervoso – dá para sentir sua aura assassina daqui!

Porém, mesmo sendo um sussurro baixo, fora alto o bastante para que o professor ouvisse.

– Senhor Jin, tem algo que queria dividir com a classe? – perguntou Duel, sorrindo cruelmente.

Jin sentiu um pouco de raiva, mais se segurou e deu um sorriso sádico, olhondo para o professor a sua frente.

– Bem, já que perguntou, tem sim – disse Jin, sorrindo – É que fica difícil entender como funciona os clubes e quais clubes são com essas garotas suspirando e fazendo comentário inapropriados.

Duel, que até aquele momento não havia notado as meninas conversando, resolveu impor respeito.

– Senhoritas, peço gentilmente que fiquem em silêncio, pois o que estou explicando é algo importante e é melhor que as senhoritas gravem. – disse. Antes de se virar para a lousa novamente, Duel lançou um olhar divertido ao ruivo, Esse ano será interessante, pensa Duel, maliciosamente.

Após uma explicação realmente memorável e interessante, Duel liberou os alunos para conhecerem o campus e escolherem os clubes. Elesis já havia decidido que iria entrar para o de artes e Jin, seguido por Ronan, iria para o de luta, Lire e Arme iam pegar jardinagem.

Quando Elesis foi ver o clube de artes, o presidente não estava então ela se viu obrigada a ir ver o teste dos meninos. O clube de artes ficava no final da área A , já que no final de cada área tinha quase 10 salas vazias que eram usadas nos clubes.

Derrotada, Elesis seguiu para os dojos, que ficavam do lado sul da escola. Ao chegar perto reparou que Jin e Ronan andavam lentamente, como se tivessem todo o tempo do mundo.

– Achei que tinha hora para chegar lá – disse Elesis, aparecendo ao lado do ruivo, que sorriu ao vê-la.

– E tem, mas estamos aproveitando para ver o campus – disse Ronan com simplicidade.

Após uns dez minutos de caminhada lenta, eles chegaram à entrada do dojo. Havia muitos calouros sentados e dois veteranos estavam, pelo jeito, explicando as regras. Era um garoto forte, com cabelos negros e olhos prateados, ao seu lado havia um menino com cabelos cor de vinho, um pouco mais curtos que os de Ronan, porém com o mesmo rabo de cavalo. Mais alto que o moreno, tinha um corpo igualmente forte, com olhos igualmente cor de vinho. Jin se aproximou da porta, passando por inúmeras garotas que observavam os veteranos e basicamente babavam, eles eram bonitos, mas a reação era sem sombra de dúvida exagerada.

– Sinto muito pelo atraso – disse Jin, com Ronan logo atrás.

– He... Parece que temos uns novatos que se acham superiores este ano. – disse o moreno, então se virou para a ruiva e disse, com um sorriso malicioso – Fã clube não é permitido dentro do dojo, espere do lado de fora.

Por um momento, Jin achou que Elesis fosse se retirar do local ou atacar o moreno com sérias intenções assassinas, mas ela simplesmente levantou a cabeça e sorriu.

– Então não tem problema eu ficar – disse ela, se dirigindo a uma fileira de cadeiras que ficavam no fim da sala, ao lado da porta – Eu não faço parte de fã clube nenhum.

– Entendo – disse o moreno encarando a ruiva com um olhar assassino – Bem, já que temos vários novatos esse ano, que tal nos mostrarem o que sabem fazer? – disse o veterano moreno, lançando um olhar divertido para Ronan e Jin – Em duplas, quero que façam uma sequência de golpes naqueles sacos de pancada no fim da sala. Se eu achar que foram bem, podem participar do clube, caso contrário...

– Deem o fora – disse o roxinho.

– Ah, sim, esqueci de me apresentar. Eu sou Sieghart e esse é Dio, estamos no segundo ano, portanto devem se referir a nós com respeito – disse Sieghart – E de preferência, respeitar os horários.

– Droga, vai sobrar para nós... - murmurou Jin para Ronan, que se limitou a balançar a cabeça positivamente.

– Vamos começar com... - disse Sieghart olhando todos os novatos, e por fim, apontou para o Jin e o Ronan – Me surpreendam.

– Sabia... – murmurou Jin irritado.

– Tava demorando... - concordou Ronan, divertido.

Ambos se levantaram e se dirigiram ao fundo da sala, aonde haviam dois sacos de pancada, ambos respiraram fundo, então Ronan surpreendeu, retirou o paletó e afrouxou a

gravata, abrindo os dois primeiros botões, arrancando inúmeros suspiros das garotas do lado de fora e recebendo um olhar feio do moreno.

Então os dois pararam na posição de luta, a sequência começou com dois chutes com a perna direita, fazendo um estrondo, então um soco de direita na parte de cima e um de esquerda na parte de baixo, em seguida um chute alto para frente, que mandou o saco de pancadas longe e para pará-lo eles deram um soco bem no centro fazendo o saco de pancadas voltar à sua posição inicial.

– Impressionante – disse Dio com um sorriso divertido no rosto – Mas já era o esperado do melhor aluno de Victor - Jin sorriu – Porém, o que o melhor esgrimista da melhor academia de esgrima faz aqui, no clube de luta livre?

– Não tem lutas com espadas nessa escola – disse Ronan, bufando irritado.

– Entendo... - disse Dio rindo, enquanto o moreno olhava boquiaberto, até que ele finalmente disse.

– Dio, seu viado! – disse o moreno dando um soco no ombro do roxinho – Tu sabia disso e não falou nada?

– Queria ver qual cara você iria me mostrar quando descobrisse – disse Dio com um olhar travesso, enquanto massageava o ombro atingido.

– Maldito... - bradou Sieghart.

– Bem, acho que vocês estão dentro. Vou testar o resto, vocês estão liberados – disse Dio sorrindo.

O grupo saiu do dojo às onze horas e o sol brilhava intensamente no céu, deixando o clima quente. Logo seria a hora do almoço, então resolveram se sentar em uma das mesas no pátio descoberto e pegar um pouco de sol. Ficaram mais ou menos 50 minutos lá conversando quando resolveram voltar para a sala, afinal, tinham que pegar o dinheiro do almoço.

Enquanto andavam Jin começou a ficar pálido e a cambalear um pouco, Elesis o olhou, preocupada.

–Jin, tá tudo bem? – perguntou ela apreensiva.

– Sim, eu tô bem – disse Jin, com um dos seus sorrisos galanteadores.

Mas a verdade é que não estava nada bem, Jin sentia-se fraco e sabia que a qualquer momento acabaria desmaiando. Eles andavam calmamente quando Jin simplesmente tombou para frente. Quando ia encostar no chão, Ronan apareceu subitamente ao seu lado, segurando-o pelo braço, que foi rapidamente passado envolta do pescoço do azulado. Elesis o olhava surpreso, pois Ronan estava do outro lado e como diabos apareceu ali tão rápido?

– Jin, você não tá bem... - disse Ronan, preocupado – Vou te levar para a enfermaria.

– Eu vou com vocês – disse Elesis, olhando Jin empalidecer cada vez mais.

– Não precisa Elesis, eu o levo sozinho. Vai lá na sala, pega minha bolsa e deixa na enfermaria – disse Ronan de um modo autoritário que nem a ruiva poderia contestar.

– Ok – respondeu apressada. Saiu correndo em direção ao prédio, chegando na sala em segundos, pegando a bolsa de Ronan, a de Jin e a dela própria. A enfermaria ficava na área A, aonde se concentravam a maioria das salas importantes, como a sala do conselho estudantil e a sala dos professores.

Elesis correu apressadamente para a enfermaria, deixou a bolsa do azulado e do ruivo lá, informando a enfermeira Tammy que seu amigo não estava bem e que estava indo para lá, a enfermeira assentiu positivamente e mandou Elesis para o refeitório.

Jin e Ronan não chegaram muito depois, com a ajuda da enfermeira Ronan colocou Jin numa das 10 camas que havia lá. A enfermeira, preocupada, perguntou o que diabos havia acontecido?, Ronan explicou a “doença” de Jin e ela assentiu positivamente e saiu da enfermaria, indo avisar o diretor sobre o caso especial.

– Você não passou protetor solar, não é? – disse Ronan, encarando Jin com um olhar de indignação.

Jin suspirou, ele sabia das barreiras que a sua espécie lhe incumbia, e uma delas era a exposição ao sol, Jin sentia-se fraco, como se o sol lhe tivesse roubado todas as energias.

– Desculpa Ronan, eu sei que tenho que usar, mais hoje estava meio nublado, achei que não teria problema... - disse Jin, arrependido – desculpe fazer você perder a hora do almoço.

Ronan soltou um longo suspiro.

– Tudo bem, isso é o de menos – disse ele, mais calmo agora – Durma um pouco, vai se sentir melhor.

Jin obedeceu, pois sentia um sono fora do comum. Seus olhos se fecharam enquanto era velado pelo azulado. Não demorou muito para Jin cair no sono, Ronan derrotado, foi até a sua mochila e retirou seu obento, ajeitando-se confortavelmente em uma cadeira.

Depois de algum tempo Ronan pode ver que Jin sonhava, pois estava agitado, mas o azulado não se importou, ficaria ali até seu amigo acordar velando seu sono.



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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Mereço reviews? Recomendações?
Um pequeno haviso: Essa fic não tem dia da semana para ser postada, e como os capitulos serão longos talvez demore um pouco ^^'.
Desculpem XD



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