Meu (quase) Irmão De Holmes Chapel escrita por OrgulhoDD


Capítulo 8
Teste


Notas iniciais do capítulo

vocês vão querer me matar no final



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Fui para o quarto pensando em Harry. Mais especificamente, em
sua voz. Por essa eu realmente não esperava. A voz dele era linda, me deu
arrepios. Era diferente, rouca.

Resolvi descobrir mais sobre esse talento dele e liguei para
Mary Jane.

– Alô - ela atendeu com voz de quem havia acabado de acordar.

– Te acordei? Desculpe-me!

– Acordou, mas tudo bem.

– Ah, Harry veio aqui em casa hoje e cantou. Desde quando Harry
é cantor?

– Não sei quanto tempo faz, mas ele tem uma banda chamada White
Eskimo.

– Por que não me falaram?

– Não sei, o assunto não surgiu - ela me pareceu meio atordoada.

– Então tá, obrigada. Desculpa ter te acordado.

Mary Jane pareceu estranha ao telefone, mas devia ser porque eu
a havia acordado. Liguei para Harry.

– Como assim você tem uma banda?

– Oi, tudo bem com você? Eu estou ótima e você? Também estou
bem, obrigado por se preocupar.

– Sem drama, Harry.

– Eu tenho uma banda chamada White Eskimo, ano passado ganhamos
o concurso da escola de melhor banda. Feliz?

– Muito. Por que não me falou?

– Não sei. Como você sabe que eu tenho uma banda?

– Mary Jane me disse.

– Já ligou para ela? Eu saí faz uns dez minutos, quinze no
máximo.

– Dá tempo fazer muita coisa em quinze minutos.

– Quer ir a um ensaio? Amanhã depois da escola ensaiaremos para
cantarmos em um casamento.

– Vou sim!

– Até amanhã de novo.

– Até - eu ri.

Desliguei e lembrei-me que me pai viajaria hoje de novo. Fui
para o quarto dele me despedir.

– E então, filha, gostou da Jade?

– Ela é um doce, pai.

– Harry também é ótimo. Quando eu conhecerei Mary Jane?

– Provavelmente fim de semana que vem.

– Ah! Por falar em fim de semana que vem, sua irmã vai vir para
cá passar uma semana!

– Nossa, já faz dois meses que eu não a vejo...

– Eu também não.

– Eu tenho que ir. O avião sai às onze.

– Tchau, pai - abracei-o.

– Eu te amo, entendeu?

Suspirei.

– Eu também.

– Tchau.

E ele saiu. Logo depois, o telefone tocou.

– Alô?

– Marcela...

– Mary Jane?

– Eu... eu tenho que falar com você, pode vir aqui? - ela parecia estar chorando - E traga roupas para dormir aqui, por favor?

– Tudo bem, eu vou. Daqui a pouco chego aí.

Fiz uma mochila, peguei meu material escolar e avisei Jody que
dormiria fora. Saí correndo para a casa de Mary Jane, eu estava muito
preocupada.

Ela abriu a porta antes de eu chegar lá.

– O que aconteceu? - abracei-a.

Ao chegarmos no quarto, ela se jogou na cama, enfiou a cara no
travesseiro e começou a chorar. Tudo o que eu pude fazer foi abraçá-la e
esperar que se acalmasse.

Depois que ela parou de chorar, peguei um copo de água para ela e esperei enquanto ela tomava banho, imaginando o que havia acontecido para que ela ficasse desse jeito.

– Você está bem agora?

– Não, mas já consigo conversar.

Levantei as sobrancelhas e esperei.

– Meu irmão deu uma festa ontem e... um amigo dele... - ela
começou a chorar de novo. Respirou fundo - ele me trouxe um refrigerante e... Ele... Nós... Dormi e acordei aquela hora que você me ligou. Não me lembro de quase nada mas...

Abracei-a de novo.

– Calma. Eu estou aqui. Vou te ajudar sempre. Vai ficar tudo
bem. Para tudo existe uma solução. Às vezes demoramos a descobri-la, mas
existe.

Ela desatou a chorar de novo.

– Eu... Estou com medo.

– Medo de quê?

– Eu nem sei mais se ainda sou virgem! Tenho medo de estar
grávida.

Fiquei parada olhando para ela e pensando em algo que eu pudesse dizer para consolá-la.

– Por que você acha que pode estar...?

– Por enquanto eu só acho.

– Tudo bem. Apenas acha, por enquanto, certo? Amanhã vamos à farmácia comprar um teste e ter certeza! Não se desespere antecipadamente, tá legal?

– Mas você não entende, eu não posso estar grávida! Minha mãe me expulsaria de casa, nós não temos dinheiro para mais nada, ainda mais um bebê! Eu só tenho quinze anos, não devia ter confiado no amigo do meu irmão, ele só anda com pessoas que não prestam!

Pensei um pouco. O dever dos pais é apoiar os filhos, mas eu sei por experiência própria que nem sempre isso acontece.

– Desculpe-me por colocar toda essa pressão sobre você, eu só te conheço há uma semana, mas você é minha única amiga! Eu tenho o Harry, claro, mas ele é homem, não dá para eu ficar falando para ele que acho que estou grávida, certo? Eu não...

Sorri ao saber que eu significava para ela tanto quanto ela significava para mim.

– Calma - interrompi - Eu entendo. Você também é minha única amiga.

Olhei nos olhos dela e segurei seus ombros.

– Eu sempre vou te ajudar. O dever dos pais é apoiar os filhos, mas eu cresci sem o apoio de minha mãe e ainda estou viva. Se sua mãe te expulsar, você pode morar comigo. E tenho certeza que Harry diria a mesma coisa. Vamos dormir. Amanhã é outro dia. Pode ser um dia ruim, mas é outro dia.

O dia na escola foi normal, mas não sei se ela conseguiu se concentrar. Eu também não consegui. Avisei Harry que eu não poderia ir ao ensaio e disse que depois explicaria, até porque Mary Jane queria contar a ele depois do resultado do teste, sendo ele positivo ou negativo.

Assim qua a aula acabou fomos à farmácia comprar o teste e fomos para minha casa. Ela preferiu fazer o teste lá.

Os três minutos que precisávamos esperar para ver o resultado estavam nos matando. E então, finalmente, três minutos.

– Ai meu Deus...


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Notas finais do capítulo

por favor não me matem!!



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