Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 47
Capítulo 47 - A procura




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Capitulo 47

A procura

Amaldiçoei, mais uma vez, o facto de ter usado tanto o poder de Demetri quando escapamos do castelo, agora não tinha o suficiente para encontrar Edward. Já tinha ligado para mais de trinta vampiros da minha confiança a perguntar se sabiam alguma coisa do seu paradeiro. Sempre que se acendia uma centelha de esperança com algum deles a dizer-me que o tinha visto em tal parte, depressa se apagava com a informação de que ele estava no lado oposto.

- Estou a andar às voltas! – Sussurrei para mim.

Custava-me a admitir, mas eu iria precisar de ajuda. Já há três dias que não avançava na procura de Edward. Disquei mais um número.

- Angel, preciso da tua ajuda para encontrar o Edward. – Disse a Angel a minha localização exacta e antes que pudesse desligar a chamada este já batia na porta do meu quarto de hotel.

Mal a abri recebi um grande abraço, quente e apertado que me fez sentir em casa. Sim, podia estar em qualquer parte do Mundo, desde que estivesse com o meu melhor amigo sentia-me sempre em casa.

- Estava a ver que nunca mais pedias. – Disse Angel durante o seu abraço.

- A tua capacidade de teletransporte é que me daria imenso jeito de absorver, é uma pena ser algo natural e não propriamente um poder.

- Coisas de anjos. – Brincou ele. – Então, o que tens para mim? – Entrou no quarto e fechei a porta atrás de si. Mostrei-lhe um mapa-mundo que tinha aberto em cima da cama com algumas bandeiras vermelhas a assinalar os locais onde me tinham dito ver Edward.

- Temos que começar a excluir alguns lugares. Não faz sentido ele encontrar-se em países como a Malásia ou o Irão, o que teria lá para resolver? – Comecei por raciocinar.

- Sim, tens razão, ele anda aqui pelo norte, mas ainda assim são muitos países para excluir…

A nossa conversa foi interrompida pelo toque do meu telemóvel, quando atendi a voz harmoniosa e alegre de Alice soou-me aos ouvidos.

- Portugal. – Disse apenas.

- O quê? – Perguntei sem perceber nada.

- O Edward está neste momento a dirigir-se para Portugal. Ele pensou que às vezes tivesses escolhido um país pequeno e que normalmente não dá problemas para te refugiares. – Concluiu.

- Obrigada Alice, és a nossa salvação. – Corri para a minha mala e comecei de imediato a arrumar os meus pertences. Ele estava à minha procura, porquê?

Desliguei a chamada e informei Angel do nosso destino.

- Como é que não nos lembramos da Alice mais cedo? – Perguntou ele meio pensativo e sentindo-se estúpido.

- Hey, eu não falava com ela há seis meses, mas tu acabaste de vir de junto deles. – Adverti.

Apanhamos o primeiro avião para Portugal. Tínhamos uma viagem de cinco horas pela frente, chegaríamos ao país de destino por volta das quatro da manhã e por isso teríamos que arranjar rapidamente um quarto de hotel para ficar.

- O que disseste ao Jayden antes de vires ter comigo? – Mantínhamos a nossa voz baixa para não acordar nenhum outro passageiro. Os bilhetes em primeira classe já estavam esgotados e por isso viajávamos em classe executiva num banco para três pessoas.

A humana, que agora dormia, tinha adorado ficar ao lado de Angel. Começou por meter conversa com ele, a típica conversa de avião «viaja em trabalho ou por lazer? … E porquê Portugal para visitar? … Já tem uma ideia do que quer ver?», apenas deixou de falar quando Angel me pegou na mão e me beijou o nó dos dedos, num gesto que parecia muito íntimo e apaixonado.

- Disse-lhe para ter cuidado e juízo! – Respondeu-me ele com os olhos fixos em frente.

- Ele aceitou assim tão bem o facto de vires ter comigo sem ele?

Angel olhou para mim, avaliando a minha expressão, antes de responder.

- O Jayden partiu no dia em que falei contigo pela última vez ao telemóvel. Tentei demovê-lo, mas as razões apresentadas são realmente convincentes.

- Quais razões? – Perguntei com os nervos a surgirem na minha voz.

- Com a queda dos Volturi, agora não há guarda, não existe uma hierarquia há qual ele tem que obedecer e, por isso mesmo, não faz sentido ele ter que ficar onde lhe mandamos. Dito isto, fez uma mochila e partiu, não disse para onde. – Concluiu Angel.

- Como é que o pudeste deixar fazer isso? Ele é apenas uma criança!

- Ele não é nenhuma criança, Caroline. O Jayden já sabe tratar de si e com o seu poder com certeza que não terá muitos problemas em ser líder de um bando qualquer. – A voz de Angel mantinha-se calma em comparação com a minha que já tinha subido uma oitava. 

Ele tinha razão, Jayden já não tinha que me obedecer, eu não era mais sua superior, já não havia capas que nos distinguissem. Permaneci em silêncio o resto da viagem, lendo um pequeno livro de turismo acerca do país para onde nos dirigíamos. Era pequeno, apenas com 600 km de uma ponta à outra, não deveria ser muito difícil encontrar Edward.

Aterramos em Lisboa por volta da hora prevista e dirigimo-nos para o Parque das Nações, fizemos o check-in no «Altis Park Hotel». A meteorologia dava um dia de sol com temperaturas a rondar os 26 graus célsius.

- Nunca pensei que fizesse tanto calor aqui, e eu que já estava habituada ao vento frio bater-me na cara. Vamos ter que ficar fechados no hotel o dia todo. – Resmunguei enquanto me deixava cair na cama. Angel olhou para mim com um ar de descrença.

- Vamos? – Interrogou-me.

- Claro, com este sol todo não é muito prudente irmos lá para fora…

- Tu tens que ficar fechada, eu não brilho ao sol! – Angel pegou no cartão do quarto e começou a brincar com ele enquanto se dirigia muito calmamente para a porta de saída do quarto, sem nunca tirar um sorriso presunçoso do seu rosto.

- Só podes estar a brincar comigo, Angel. Vais-me deixar sozinha neste quarto o dia todo? E por falar nisso, onde vais tão cedo? Ainda não são cinco da manhã.

- Li no teu livro que a noite em Lisboa é muito boa…bairro alto, penso eu que se chama assim. Vou investigar! – Dito isto saiu do quarto.

- Angel? – Ainda chamei, mas em vão.

Era nestas alturas que gostava de ter a capacidade de dormir, ao menos o tempo passava muito mais rápido e talvez me impedisse de me sentir tão preocupada e stressada. Já não bastava saber que Edward tinha saído de debaixo do escudo da Bella para vir atrás de mim como agora também Jayden tinha feito o mesmo, apenas por ser teimoso. Nada do que eu fazia dava certo. Sai da beira dos Cullen para não lhes causar nenhuns problemas e para os manter em segurança e agora tinha que andar atrás de dois cabeça-dura. E ainda tinha que descobrir se William tinha alguma coisa a ver com a minha família. E se tivesse? O que é que eu iria fazer? Conseguiria deixá-lo continuar com a sua vida humana sem interferir?

Angel entrou no quarto, eram quase oito horas da noite.

- Bem, isso é que foi descobrir Lisboa. – Brinquei.

- Liga a televisão. – Ele pousou os sacos que trazia nas mãos e pegou no comando carregando na tecla três. – É nesta notícia.

Na televisão passava uma notícia de uma manifestação de jovens num jardim, a jornalista entrevistava um jovem que parecia revoltado, como não sabia português não compreendi nada do que ele estava a dizer. Quando a imagem mudou para outro jovem eu percebi porque é que Angel quis que eu visse a notícia. Não queria acreditar no que estava a ver. Edward estava um pouco mais atrás do entrevistado e olhava em seu redor, no segundo seguinte apareceu um homem, um pouco mais alto que Edward e de cabelo loiro, os dois trocaram algumas palavras e depois saíram da imagem juntos.

- Era o Edward! – Disse apontando para a televisão.

- Sim, e o Jayden está com ele. – Acrescentou Angel.

- Onde é que eles estão? Onde era a reportagem? Viste? – Peguei no comando, subi o volume e tentei encontrar uma tecla para fazer a imagem andar para trás.

- Porto. Eles estão no Porto.

Alugamos um carro, um Porsche Cayman R preto metalizado, e seguimos viagem para norte. Eu ia a conduzir o carro porque já sabia que Angel era mais contido e eu não estava com paciência para me manter nos limites de velocidade. Tenho consciência que passamos por alguns radares de velocidade mas não estou minimamente importada com as multas que irei ter que pagar.

Não sabíamos bem por onde começar a procurar e comecei a sentir-me frustrada por não ter nem uma réstia do poder de Demetri que pudesse utilizar neste momento. Parei o carro e encostei a cabeça ao volante sentindo-me uma inútil.

- Caroline, pensa um pouco, eles andam à tua procura, portanto, se fosses tu e estivesses no Porto, onde é que estarias numa sexta-feira à noite? – Angel passava uma mão pelos meus ombros numa tentativa de me acalmar e de me fazer sentir melhor.

- Provavelmente rodeada de humanos para me sentir o mais normal possível. – Parece que tinha visto a luz ao fundo do túnel. – É isso mesmo Angel, és um génio! Qual a zona mais movimentada da cidade?

- Bem, temos duas! A ribeira e as galerias do porto.

- Estamos mais perto do quê?

- Elas não ficam muito longe uma da outra, estaciona o carro e conseguimos percorrer as zonas a pé sem qualquer problema.

Estacionei perto da estação de comboios de S. Bento e dividimo-nos. Angel iria procurar na Ribeira e eu iria para as Galerias. As Galerias eram um conjunto de ruas onde tinham vários bares. As pessoas juntavam-se na rua, em grupos, a beber e a conversar. Senti que vários olhares, principalmente masculinos, se viravam na minha direcção quando eu passava. Reparei em alguns homens bastante interessantes.

«Nota mental: voltar a Portugal para conhecer homens. São giros!»

Passei as ruas a pente fino mas nem sinal de Edward ou Jayden. Um grupo de amigos disse-me que a zona do Piolho também é bastante frequentada. Mais uma vez, foi em vão. Voltei ás Galerias mas não vi nenhuma cara conhecida. Desci até à avenida do Aliados preparada para ir ter com Angel e talvez procurarmos noutra parte da cidade quando uns vultos pretos me chamaram à atenção. Olhei com mais atenção e não queria acreditar no que os meus olhos viam, Jane, Alec, Demetri e Félix estavam à beira de um bar chamado «Casal». Félix olhou na minha direcção antes que eu tivesse tempo para me esconder.

- Hey, esponja! – Chamou pelo apelido que tinha inventado para mim.

Ao mesmo tempo, três olhares se prenderam em mim. Sustive a respiração pensando no que iria fazer a seguir? Como é que eles iam reagir? Todo o meu corpo ficou tenso ao pensar num possível ataque. Foi nesse momento que senti uma mão pousar-se no meu ombro. Estremeci de surpresa e olhei para trás vendo a quem pertencia o toque. Edward estava atrás de mim a olhar para os quatro vampiros da guarda. Atrás dele estava Jayden, que prontamente se colocou ao meu lado.

- Andavas à nossa procura desertora? – Tocou muito ao de leve no meu cotovelo com o seu.

- Sabes das intenções deles? – Perguntou Edward enquanto se colocava do lado contrário ao de Jayden.

- Não! – Respondi, encarando os vampiros que caminhavam agora na nossa direcção.


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