Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 36
Capítulo 36 - A fuga




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Capitulo 36

A fuga


–Caroline, como vamos sair daqui? Estamos presos. – Ouvi Jayden mais uma vez.

Contudo continuava sem lhe responder. A minha cabeça trabalhava a mil, observava tudo à minha volta, tentava arranjar uma forma de saída, e tentava ainda descortinar qual o objectivo dos Volturi.

A verdadeira intenção deles não era matar-nos, senão já o teriam feito no salão principal. Encontrávamo-nos agora naquela jaula devido a Jayden e Angel, custava-me admitir isso, mas era verdade. Se eles não estivessem ali, eu teria conseguido sair do salão sem qualquer problema. No entanto, quando eles foram caços pela guarda, tive que me render para impedir que eles fossem mortos.

Agora estávamos encurralados os três numa jaula, nos fundos do castelo. Tinha-mos dois guardas no nosso campo de visão, no entanto sabia que mais três se encontravam fora do alcance da minha vista. O local onde nos encontrávamos era demasiado escuro, não havia janelas, era apenas iluminado por uns candeeiros a óleo.

Conhecia o castelo demasiado bem, graças á cor da minha capa, tinha acesso a todas às suas partes, necessitava de criar um plano para sair dali de forma a conseguir proteger Angel e Jayden.

–Nós não estamos presos! – Respondi por fim a Jayden. Olhei para o mesmo, e foquei os seus olhos agora escuros. – Podemos sair quando quisermos, estas grades cedem bem com a nossa força. É uma brincadeira de crianças para nós.

–As grades sim, mas os guardas não! – Ripostou um Jayden nervoso. Sorri de forma fria e calculista antes de lhe responder.

–Os guardas é apenas para dar impacto. Aro gosta de grandes encenações. – Aro conhecia eu bem. Talvez fosse mesmo a única a conhecer o verdadeiro Aro naquele castelo.

A única coisa que interessava a Aro, realmente era o poder, e eu sabia-o. Sempre o soube, e sei também, que ele era capaz de qualquer coisa para o obter. Nem que fosse matar a sua própria irmã para manter Marcus nos Volturi. Claro que isto era o segredo mais bem guardado de Aro, aquele que apenas ele e eu sabíamos. E eu soube devido ao toque na mão, poder por poder.

Por isso, se ele queria poder não fazia sentido matar-nos. Porque o Jayden era uma mais-valia para os Volturi, assim como o meu poder. E Angel, bem, esse ninguém sabia como matar um Anjo caído, nunca tínhamos conhecido nenhum. Além, de que sabíamos que Angel suportava o fogo, não ficava doente e nunca ficava ferido, pois as feridas dele saravam muito facilmente.

No entanto, se continuássemos vivos, e naquele local com uma fuga tão facilitada, não iríamos permanecer no castelo por muito tempo e como tal, não iríamos ficar com os Volturi muito tempo. Foi então que me ocorreu, a verdadeira razão de tudo aquilo. O porquê de todos nós estarmos naquela jaula.

–Nós somos o isco! – Disse olhando para o vazio que tinha à minha frente. Senti os olhares de Angel e Jayden sobre as minhas costas.

Era isso que nós éramos, o isco para atrair os Cullen ali. Ou melhor, era o que eu era. Eu era o isco. E tinha corrido como planeado, eu tinha levado três Cullens ali. Os restantes iriam vir a correr quando se apercebessem que estes corriam perigo.

Aro sempre temeu o clã deles, era demasiado grande e unido. Algo demasiado invulgar para vampiros, e isso apavorava Aro mais do que tudo. Quando eu me comecei a afeiçoar a eles, Aro começou a ficar preocupado. A gota de água foi quando eu me juntei aos Cullen desta última vez. Aro temeu que eu trocasse os Volturi e me juntasse definitivamente aos Cullen, e isso faria com que eles ficassem um clã invencível.

Aro temia perder a credibilidade da sua guarda, por isso arquitectou este plano demasiado bem. De forma a que nem eu nem Alice antevíssemos isto. Os Cullen ao virem ao castelo para me salvar, os Volturi poderiam alegar que fora em legitima defesa quando os destruísse, e ninguém iria por isso em causa, nunca! Agora sim, eu sabia que teria que sair dali. Tinha que proteger os meus amigos, dizer para eles irem embora. Eu tinha que salvar Edward.

Mentalmente comecei a arquitectar um plano que nos poderia levar a sair dali, concentrei-me nas minhas capacidades vampíricas para saber onde estava cada elemento da guarda naquele castelo e aumentei o meu escudo ao máximo.

Conseguia ouvir Jayden atrás de mim a fazer perguntas e a andar de um lado para o outro, mas não me preocupei em responder a nenhuma das suas perguntas ou ideias. Apenas me focava no meu objectivo. Angel estava mais sossegado, ele conhecia-me o suficiente para saber que eu estava a arranjar a melhor forma de sairmos dali, sem nenhum deles se magoar.

–Jayden pára. Só estás a piorar as coisas. – Ouvi Angel dizer a Jayden. Jayden sentou-se e ficou sossegado, encostado, a pensar em algumas lembranças que ele teve quando Alec o “apagou”. Não tinha tempo para ver os pensamentos de Jayden, por isso desliguei o botão da mente de Jayden e centrei-me nas restantes que me cercavam.

Tinha passado exactamente 2886 segundos desde que deixei os Cullen naquele quarto de hotel. Não tardaria muito e eles viriam em meu auxílio.

Estava na hora!

Lentamente levantei-me, sem nunca devolver o olhar aos rapazes que estavam expectantes para saber exactamente o que eu ia fazer a seguir.

–Lorenzo – Chamei o guarda perto de mim, este olhou para mim e para o seu companheiro de guarda, Vincenzo. O seu olhar era um misto de espanto por eu estar a falar com ele e por saber o seu nome, mas ao mesmo tempo ele transmitia medo no olhar. Tinha conhecimento do imenso poder que eu tinha e isso assustava-o. O seu instinto animal dizia para ele atacar. Mas tinha ordens para não nos tocar. Eu sorri para ele, de forma fria e cautelosa, estava no meu modo Volturi, e a reacção que ele estava a ter transmitia-me confiança. – Abre a porta, Lorenzo. – Ordenei eu como Jayden me tinha ensinado.

Contra a sua vontade Lorenzo começou a dirigir-se à entrada da jaula. Vincenzo, que já teria sido avisado dos meus poderes, preparava-se para saltar na tentativa de travar Lorenzo. Jayden apercebeu-se a tempo e ordenou a Vincenzo que parasse.

Depois de estarmos fora da jaula, disse a Jayden e a Angel, para usarem Lorenzo e Vincenzo como escudos, caso fosse necessário.

Movíamo-nos pelos corredores do castelo a toda a velocidade, usei o poder de Demetri para localizar alguns dos membros da guarda, queria evita-los ao máximo. Íamos tentar não matar nenhum membro da guarda, apenas para não dar razões aos Volturi para nos matar nem a nós, nem aos Cullen.

Estava atenta aos pensamentos de toda a gente, queria saber se já tinham conhecimento da nossa fuga, e ao mesmo tempo, queria saber se ouvia os Cullen, queria avisar para eles se afastarem, dizer que eu estava bem.

Paramos numa pequena sala, para definir o plano total, coloquei a minha mão no queixo de Angel e posteriormente em Jayden e mostrei o que iríamos fazer a seguir. Iríamos ter que subir mais dois pisos, iríamos evitar matar fosse quem fosse, pois não queríamos uma guerra, e iríamos fugir por uma janela. Depois teríamos que correr, correr para muito longe. Apesar de ouvir nas suas mentes a perguntar o porquê de sermos o isco, e o isco de quê? Não lhes queria dizer, não queria dizer que os Cullen estavam ali, e que estávamos ali por causa deles. Jayden já os odiava, não precisava de os odiar mais um pouco.

Antes de sairmos da sala, Angel segurou-me pelo braço e pediu-me desculpa por ter mentido acerca do anel. Respondi-lhe com um sorriso e um abraço, era bom fazer as pazes com o meu melhor amigo, apesar da situação que nos rodeava.

Já estávamos de volta aos corredores quando aquela voz suou na minha cabeça. Era ele, estava preocupado e furioso, o mais certo era fazer alguma loucura se fosse colocado á frente de Aro. Tinha que impedir que Edward se magoasse. Foi então que desobedeci ao meu instinto e baixei a minha guarda para que Edward me ouvisse.

“Edward, eu estou bem, a sério. Já tenho o Jayden comigo, daqui a 2 minutos estou aí fora. Arranja um carro para sairmos daqui. Vai ter comigo ao lado oeste do castelo, debaixo da 4ª janela a contar da direita.”

Edward ainda tentou argumentar comigo, queria saber o que se passava, saber onde eu estava, saber se eu estava bem. Quando finalmente o convenci a trabalhar do lado de fora para nos ajudar, entoou por todo o castelo «Eles fugiram».

O plano que tinha delineado com Edward foi todo por água abaixo na sua mente. Edward começou a correr em direcção ao castelo e ia entrar, e nada do que eu pensasse para o demover dessa acção iria resultar. Foi a primeira vez que Edward me pediu para aumentar as minhas interferências. Queria que eu estivesse o protegida ao máximo.

Sabia que tinha que sair dali o mais rápido possível. Tínhamos que ficar em movimento, caso contrário iria ser muito mais fácil sermos encurralados.

Tivemos sucesso quando saímos daquela sala, mandamos o Lorenzo e o Vicenzo como distracção para perto da guarda, de forma a ganharmos alguns segundos para sairmos.

Edward e Jasper entraram no castelo no momento em que Demitri, Alec, Félix e mais alguns membros de capas cinza claro, nos encontraram. Não sabia o que fazer, quando olhei para o lado, tinha dois vampiros a mobilizar Jayden, que tentava lutar com eles e dava ordens aos mesmos, mas apareciam logo outros. O mesmo se estava a passar com Angel, estava a ser atacado por alguns vampiros mais novos. Alec, Félix e Demitri estavam em posição de ataque à espera que eu fizesse alguma coisa contra eles.

Eu estava apenas confusa, queria ajudar Angel e Jayden, mas ao mesmo tempo teria que ir ter com Edward e Jasper. Tinha que os ajudar a eles também. Até porque sabia que eles eram os verdadeiros alvos nesta história toda. E muito provavelmente eles também já o saberiam, pelo menos Alice.

Comecei a atacar por vários lados, ceguei uma capa cinza demasiado novo, que tentava esmagar Angel e o fazia gritar de dor. Outro que tentava arrancar a cabeça a Jayden começou a gritar de dor quando lhe dei o tratamento da Jane. No entanto eles eram demasiados, não conseguiria sair dali sem dar nas vistas, ou sem magoar aqueles que eu considerava família.

Fomos os três conduzidos até ao salão principal. Lá, como seria de esperar, encontrava-se Aro, Caius e Marcus sentados nos seus tronos.

–Minha querida Caroline! – Aro dirigia-se a mim com uma voz doce e um sorriso amigável. – Porque atacas aqueles que te receberam durante todos estes anos? A tua família?

–Não gostamos de estar presos. – Disse calmamente e com um sorriso irónico nos lábios.

–Peço desculpa, minha cara amiga. Talvez não tenha sido a melhor das ideias, mas necessitávamos que reflectissem nas vossas acções por uns tempos.

–Então podemos ir embora? – Perguntou Jayden. Enquanto era seguro por três vampiros, assim como Angel e a mim. Aro não me queria perder, ele sabia que eu era uma mais-valia para os Volturi. Mas tinha que irritar os Cullen de forma a que eles viessem a Volterra desafia-los.

–Não meu pequeno Jayden. – Disse Aro com um sorriso enquanto tilintava com os seus dedos das mãos uns nos outros. – Sabes, é que vocês atacaram a minha guarda, e isso é um erro muito grave. Mesmo para os próprios membros da guarda.

Eu já sabia que Aro iria dizer aquilo. Ele iria magoar o Jayden, ou o Angel, ou ambos, apenas para me enfurecer. Eu iria atacar, e com isso os Cullen viriam em meu auxílio. Aro era perspicaz quando se tratava de esquemas para voltar a ter todo o poder ao seu alcance.

Em segundos os três vampiros que me seguravam estavam a contorcer-se de dores, e quando me vi solta, usei o poder de Afton, ficando invisível à aqueles que me queriam atacar, ou seja a todos excepto Angel e Jayden. Só voltei a reaparecer quando já me encontrava atrás de Chelsea, cegando-a com o poder de Alec.

Olhei para Aro com um sorriso, apesar da mascara que este tinha colocado na sua face, sabia que ele estava furioso. Sem a Chelsea, os Volturi acabavam, pois ela era responsável por manter todos unidos. Ao contrário dos Cullen, era Chelsea que permitia que todos estes vampiros convivessem juntos. E principalmente, era Chelsea que fazia com que Marcus ainda se mantinha nos Volturi.

Aro sabia, que se a vampira morresse, os Volturi terminavam. No entanto, eu sabia que neste momento tinha aberto guerra aos Volturi, e com isso, iríamos todos morrer, eu e os meus amigos. Todos aqueles que me eram chegados. Era o que Aro iria fazer, conseguia ouvir isso na sua mente. A menos que eu destruísse os Volturi primeiro.

Alec cegou Angel e Jayden, o que possibilitou que os vampiros que os seguravam se centrassem agora em mim também. Estavam todos prontos para saltarem na minha direcção como se eu fosse a única presa naquela sala.

Foi nessa altura que a porta do salão se abriu e entrou Edward e Jasper acompanhados por Gianna. De repente o cheiro a sangue inundou o salão, fazendo com que todos ficassem loucos com o cheiro, e que virassem o seu ataque à aquela simples humana.

Naquele momento, para preservar os Cullen e os meus amigos de se afastarem uns dos outros, num movimento rápido arranquei a cabeça a Chelsea e os membros à mesma, ateando-lhe fogo, em seguida.

Rapidamente Jasper e Edward se juntaram a mim, assim como Jayden e Angel. Sabíamos que esta era a nossa deixa para sair dali. Tínhamos que agir rápido. Mas assim que Edward me alcançou, a paixão falou mais alto, e inevitavelmente, no meio do caos, os nossos corpos juntaram-se assim como os nossos lábios. O beijo de Edward era feroz, transmitia alívio, felicidade, a paixão à muito reprimida por ambos. Por segundos, apenas Edward e eu existíamos.

Angel tossiu, desnecessariamente, apenas para chamar a minha atenção e a de Edward. Tínhamos que ir. No entanto, antes de sair dali passei rapidamente por Marcus e passei a minha mão sobre o queixo do mesmo, mostrando aquilo que sabia de Aro. Aro a matar a própria irmã para impedir que Marcus e Didyme abandonassem os Volturi.

Saímos do salão principal a correr o máximo que conseguíamos. Edward ia à frente, arrastando-me pelo braço. Tive que me esforçar ao máximo para o conseguir acompanhar.

Do lado de fora do castelo está Alice á nossa espera num carro. Entramos os cinco e Alice arrancou no momento em que Angel bateu a porta.

Eu estava ladeada por Edward e Jayden, este último fitava algo no chão do carro, enquanto Edward me segurava na mão, como se tivesse medo que eu lhe fugisse novamente.

Sabia que tinha magoado Jayden com aquele beijo a Edward. Conseguia ver repetidamente o beijo na cabeça de Jayden, a dor dele transbordava, e tanto eu como Jasper sentíamos isso. Tentamos mudar o estado de espírito naquele carro, mas estava complicado. A viagem até França ocorreu em silêncio. Sabíamos que não estávamos a ser seguidos, pelo contrário, em Volterra estava a confusão total. Alice tinha visões de Marcus a matar Aro, depois tinha visões de Marcus a se suicidar, a guarda desentendia-se com facilidade, andando, assim a lutar por tudo e por nada. Sem Chelsea aquilo era o terror.

Paramos em frente a um hotel. Eu tinha que mudar de roupa, e tomar banho, estava um pouco suja, devido àquela jaula. E muitos de nós necessitávamos de nos alimentar, principalmente Jayden que estava com uns olhos demasiado escuros.

–Jayden, vai alimentar-te. – Disse-lhe eu. Ele nem para mim olhou, limitou-se a acenar com a cabeça e afastou-se a correr.

Angel foi tomar um duche e depois desceu ao restaurante mais perto e foi jantar qualquer coisa. Por vezes sentia alguma inveja de Angel, apesar de não ser com a frequência de um humano, Angel podia alimentar-se de comida humana.

A água batia nas minhas costas, fechei os olhos e passei os dedos nos meus lábios quando aquele beijo me veio à memória. Não conseguia parar de sorrir. Sabia que era errado, mas foi algo tão espontâneo, tão apaixonado.

Vesti uma roupa bastante casual, algo que a Alice iria provavelmente torcer o nariz, por não ter o glamour que ela tanto amava.

Estava pronta para sair e ir caçar qualquer coisa quando a alguém bate á minha porta. Do outro lado estava Edward, deixei-o entrar, adiando assim a minha caçada.

Edward sentou-se na minha cama, senti-a, o misto de sentimentos a sair dele, culpa, angustia, alivio, felicidade.

–Hoje tive mais certezas do que nunca que não consigo viver sem ti. – Disse sem olhar para mim. Aquilo foi como cair o mundo todo em cima de mim. O quê que ele queria dizer com aquilo? – Eu amo-te Caroline! – Disse finalmente olhando nos meus olhos. Abri a boca, na esperança que saisse qualquer coisa como “Eu também te amo!” ou “És casado”, em contrapartida, a minha boca formou apenas um grande O, mas nenhum som saiu dela.

Edward levantou-se e acarinhou-me a face, os meus olhos fecharam-se perante aquele toque e todo o meu corpo reagiu como se dali saísse electricidade.

Instintivamente, sem pensar, os meus braços seguraram Edward puxando-o um pouco mais para mim. Pela segunda vez naquela noite, Edward e eu beijamo-nos. A diferença é que agora não tínhamos ninguém que nos separasse.


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