Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 21
Capítulo 21 - México




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Capitulo 21

México

Agora que estava diante de todos, apercebi-me do quando estava a ser difícil ir embora e despedir-me. Esta viagem tinha servido não só para descobrir o meu passado, como também para dar a conhecer a mim própria.

-Já te vais embora é? Vais voltar para os teus queridos Volturi? - O Jacob rosnou com um tom muito irónico! Era demasiado óbvio que nunca nos iríamos dar bem, aliás ele nem deveria estar ali, ele não era um Cullen.

-Antes de mais queria agradecer a todos por me terem recebido e ajudado, mesmo sem me conhecerem, e sabendo que eu pertenço aos Volturi. - Fiquei calada por uns instantes a tentar arranjar força para dizer as próximas palavras.

- E sim, Jacob, vou-me embora, tenho de viajar em trabalho.

“Tens mesmo que ir?” a pergunta suou na minha cabeça num tom de desalento, Edward estava cabisbaixo. “Tenho!” foi apenas o que permiti que Edward ouvisse da minha parte. Infelizmente teria mesmo que partir, não que o quisesse, mas não sabia o que se passava no México, e poderia ser perigoso para Angel ali sozinho. Não podia permitir que o meu melhor amigo se magoasse.

-Caroline, sabes que quando quiseres voltar, a nossa porta estará sempre aberta. -  disse Carlisle com a sua voz tranquila.

- Obrigado, mais uma vez obrigado a todos. – Não conseguia mais estar ali, vê-lo sofrer estava a matar-me, como se isso ainda fosse possível. Sem proferir mais uma palavra, contemplei todos prendendo o meu olhar sobre Edward, sorri para Renesmee antes de virar costas e sair dali tão rápido quanto me era possível.

Já estava mais do que habituada a viajar de avião, mas esta viagem estava a custar demais. Todos os cheiros irritavam o meu nariz, sentia-me claustrofóbica, tantas vozes à minha volta provocavam um zumbido insuportável na minha cabeça. E a lembrança de Edward…

Liguei o I-pod, coloquei os fones e aumentei o volume até ao máximo, tinha o álbum completo dos Muse, acho que chegava para o resto da viagem.

O aeroporto do México continuava igual, cheio de movimento, em cada rosto havia uma historia, ou de tristeza por ver alguém partir, ou alegria, por ver um ente querido chegar.

Iniciei a busca por Angel, era suposto este estar à minha espera, no entanto não o conseguia ver! Comecei a ficar nervosa, estava impaciente, precisava urgentemente de algo que me ocupasse a mente e o corpo, algo que me fizesse esquecer os Cullen.

- Menina Caroline… - ouvi a uns metros atrás de mim. Não era a voz do Angel mas também não me era estranha, virei-me e vi-o… embora a sua expressão fosse de medo, ou vergonha, parecia resplandecer de felicidade!

- Jayden! – sem saber porquê, abracei-o. Era uma pessoa do “meu mundo”, um escape aos meus pensamentos. Quando me afastei percebi que ele estava à espera de tudo menos um abraço, estava perplexo a olhar para mim, ainda que com um sorriso.

- Menina Caroline, parece que a sua viagem correu bem!

- Sim. – menti-lhe. Depois apercebi-me que Jayden estava ali comigo. Em todas as minhas missões eu era acompanhada apenas por Angel, a menos que fosse um pouco mais grave, e aí parte da guarda acompanhava-me. No entanto, apenas estava ali Jayden, pelo menos não avistava mais ninguém dos Volturi. Muito menos Angel, quem eu ainda tentava encontrar escondido no meio da multidão. - O que estas aqui a fazer? Onde está o Angel?

-O Angel está na Alemanha, foi buscar um novo vampiro! Mandaram-me vir ter consigo. – consegui perceber que ele estava com algum receio da minha reacção.

-É a primeira vez que sais em trabalho não é?

-Sim - assentiu Jayden.

-Então em primeiro lugar esquece o “menina”, a partir de agora sou apenas Caroline. Vamos então despachar isto que esta cidade não faz o meu género.

A viagem foi silenciosa, Jayden não falava e eu limitei-me a imitá-lo, conseguia perceber que ele ainda não estava à vontade comigo, mas ao mesmo tempo transmitia uma tranquilidade que me sabia bem. Era como se todos os problemas que me atormentavam durante os últimos dias simplesmente tivessem desaparecido. Parecia que estava num estado de latência, como se ao fim de quase um século, me sentisse verdadeiramente relaxar. Senti a minha guarda baixar por completo, algo que não era normal em mim.

- Menina Caroline, quer dizer… Caroline já chegamos a Matehuala. – A voz melodiosa de Jayden despertou-me do meu estado entorpecido. Olhei pela janela do carro, os candeeiros iluminavam uma pequena cidade calma e um pouco deserta. Consegui vislumbrar um título dos muitos jornais colados ao vidro de um Quiosque.

“Vampiro” em Matehuala

Mandei Jayden parar o carro, o qual me obedeceu imediatamente. Coloquei os meus óculos escuros, não que fizesse sol, mas não podia aparecer no quiosque com uns olhos vermelhos. Cheguei ao quiosque e peguei em todos os jornais que fizessem referencia ao tal assassino em série, comprei-os e dirigi-me novamente ao carro, onde Jayden me esperava ao volante. Desfolhei muito rapidamente todos, todos falavam no mesmo, alguém que andava a matar as pessoas da cidade, deixando-as exangues e com dois orifícios no corpo, como se fosse rasgado por dois caninos. O número de vítimas já ia em quarenta e três, dos quais 5 eram crianças. A hipótese de ser um animal tinha sido à muito desacreditada, pois as vitimas não ficavam em nada desfiguradas e havia testemunhas que alegavam ter visto um humano morder aquelas pessoas. Agora todos se centravam num serial-killer, ao qual deram a alcunha de vampiro. No entanto havia vários crentes, que acreditam mesmo na existência de um vampiro na cidade.

Utilizei o pouco que restava do poder de Demitri, agora via que talvez brincar com a Nessie, e utilizar este poder sem depois ter possibilidade de o recompor, não teria sido de todo muito boa ideia. No entanto foi suficiente para os localizar.

-5km para Oeste, em Matehuala, numa pequena gruta na montanha. – disse a Jayden, enquanto este procurava um local para estacionar o carro, chegaríamos mais rápido a correr do que se fossemos com o carro.

Jayden corria à minha frente, parecia entusiasmado pela sua primeira aventura como guarda dos Volturi. Há medida que corria comecei novamente a entrar no meu estado de latência, ao inicio era só um pouco, mas a cada segundo que se passava senti o meu escudo a baixar e eu a relaxar cada vez mais. Esqueci mais uma vez os problemas que tinha deixado em Forks, e até o que se encontrava ali. Apenas me limitava a seguir Jayden, e inevitavelmente comecei a reparar que este até era bonito, todos os vampiros tem uma beleza natural, mas Jayden era lindo devido à sua delicadeza.

De repetente ele pára, tão bruscamente, que caí em cima dele…

-Desculpa Jayden, estava distraída… - se ainda fosse humana aposto que estava muito corada!

- Não faz mal, chegamos. – disse Jayden apontando para uma entrada de uma gruta a uns metros acima

-Muito bem, vem atrás de mim. – Antes de entrar, olhei para Jayden e falei bastante séria - Lembra-te Jayden, se eu te disser para saíres dali, tu sais, não te armes em herói. – Era a primeira vez dele em campo, não queria de forma alguma que fosse a última. Este apenas limitou-se a acenar com a cabeça. Apressei-me a subir o meu muro novamente, o mais forte que conseguia, não sabia o que ia encontrar. Entramos dentro da gruta e de repente ouvi uma voz feminina.

- Saiam daqui, não vos queremos fazer mal, saiam já! – fiquei um pouco surpreendida com tais palavras, mas continuei a avançar. Parei quando já estava suficientemente perto para os ver. Eram dois vampiros, um macho e uma fêmea, ambos jovens e realmente bonitos, um pouco sujos, provavelmente já não trocavam de roupa à algum tempo.

- Ohhhh… Vocês são iguais a nós! - exclamou a mulher num misto de surpresa e alegria.

- Porque é que dizes isso Tracey? - Perguntou o homem.

- Olha para os olhos deles, são como nós! Vocês sabem o que nos aconteceu? São daqui? Como é que nos encontraram? – Ela estava confusa e nervosa, fazia perguntas atrás de perguntas sem nos dar tempo de resposta. Jayden ia avançar para a acalmar, no entanto eu fiz sinal para que não o fizesse e este recuou. Senti um formigueiro invadir-me. Alguém estava a usar um poder, mas não sabia quem. Fiquei mais à cautela daquilo que já estava.

- Calma! – Gritei eu. - Vocês não sabem o que são? O que vos aconteceu? – tentava eu compreender. Como é possível não saberem o que eram. Era das primeiras coisas que nos explicavam quando éramos transformados.

- Não, a única coisa que sabemos é que não podemos estar à beira das pessoas porque se torna incontrolável, parece que viramos animais! E que ao sol parece que temos o corpo cheio de diamantes. – A rapariga, Tracey, estava apavorada. Conseguia perceber que eles não faziam ideia do que lhes tinha acontecido! Provavelmente o vampiro que os transformou deixou-os sozinhos Era estranho e pouco usual este tipo de coisas acontecerem.

- Muito bem, como é que se chamam?

- Eu sou a Tracey e ele o Rowan. – responderam em uníssono. Pareciam mais calmos, no entanto o formigueiro mantinha-se no meu corpo.

- Ok, vou-vos explicar o que vos aconteceu e depois vocês vão dizer como chegaram aqui e o que fizeram desde que são… estão assim! – Eles sentaram-se a olhar para nós, estavam tão curiosos como assustados.

Expliquei-lhes o que se passava com eles, o porquê de atacarem humanos. Nenhum dos dois pronunciou uma palavra uma única vez, estavam petrificados com o que ouviam sem saber se acreditavam ou não. Quando foi a vez deles de falarem começou o Rowan.

-Caroline, nós quando acordamos estávamos cobertos de sangue, confusos, tentamos perceber se estávamos feridos mas não sentíamos nada a não ser na garganta, ardia como se tivesse cheia de cortes! Começamos a vaguear pela rua até que vimos um grupo de pessoas, íamos pedir ajuda mas quando nos aproximamos tudo mudou. – ele parou de falar, respirou fundo, estava envergonhado com o que tinha feito.

- Quando demos por nós – continuou a Tracey - tínhamos morto duas delas e as outras fugiram aos gritos. Já ouvíamos as sirenes da polícia, decidimos fugir.

Não sei quanto tempo corremos, viemos parar aqui a Matehuala, escondemo-nos nesta mesma gruta. No entanto, não tardou muito para a nossa garganta voltar a arder de novo, agora percebo que é a necessidade de nos alimentarmos! Fomos à vila, o nosso instinto dizia-nos o que fazer.

- Acho que já matamos mais de 20 pessoas – disse Rohan envergonhado – perdemos a conta ao fim de um tempo.

Enquanto os ouvia comecei a pensar na resolução para o problema! Em Matehuala as pessoas estavam apavoradas, e já se ouvia histórias de vampiros. A mente das pessoas nega totalmente a nossa existência, mas eles não foram discretos, muitos assistiram e as provas começavam a ser demais.

- Caroline, vamos ligar para o Félix? – perguntou o Jayden olhando para mim, devolvi-lhe o olhar. Não sabia o que fazer, eles tinham feito demasiados estragos, mas também não sabiam o que estavam a fazer.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar pessoal....e favoritar e acima de tudo RECOMENDEM A FIC ;)
Twikisses**