New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 45
Encarando a morte! O novo Cavaleiro de Câncer


Notas iniciais do capítulo

Na casa de Câncer, um antigo amigo de Betinho e Thiago reaparece em circunstâncias inesperadas. Os cavaleiros de Bronze se mostram incapazes de fazer frente perante o novo oponente, até que Matt recorre aos seus últimos e derradeiros recursos sombrios para fazer o inimigo sair do caminho dos jovens cavaleiros.



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Entraram na Casa de Câncer, que era tão escura como as outras. Não havia cosmo nenhum ali, e não viram ninguém até que...

Chamas douradas encheram o ar, e os Cavaleiros de Bronze olharam em volta, estupefatos.

Um cavaleiro de Ouro os observava. Era alto como Kanon, Josafá e Kiki; porém, parecia mais jovem do que os três. E, tão logo viram seu rosto, Betinho e Thiago o reconheceram...

— GILDSON? – disseram os dois juntos, surpresos.

Câncer confirmou com a cabeça. Betinho e Thiago continuavam a olhar para ele, ainda surpresos, até que Matt perguntou:

— Hum... quem é Gildson?

— Treinou conosco – disse Betinho. – Com nosso pai. Mas foi expulso do treinamento.

— Expulso? – disse Gustavo. – Por quê?

— Ideais malignos – disse Thiago. – Sugeriu que treinássemos para roubar Armaduras de Ouro e nos tornássemos poderosos cavaleiros independentes de Atena. E por isso meu pai o expulsou.

— Como conseguiu a armadura, Gildson? – perguntou Betinho.

— Depois de ser expulso do treinamento, fui para o Havaí – disse Gildson. – Lá treinei intensamente por seis anos. E hoje, pude invadir sorrateiramente o Santuário e roubar a Armadura de Câncer. Mas ouvi vocês chegarem e decidi testar minha força aqui mesmo. Que feliz coincidência reencontrá-los nesta ocasião, meus amigos.

— Você vai devolver a armadura, Gildson – disse Betinho. – Nem que seja à força! METEORO DE PÉGASO!

Os inúmeros socos de Betinho, porém, foram facilmente bloqueados por Gildson; este fez os meteoros voltarem contra o Pégaso, e Betinho se achatou na parede da casa, a exemplo do que ocorrera com Matt em Gêmeos. Então Thiago se adiantou.

— Ah, Betinho sempre foi o mais precipitado – disse Gildson em tom de deboche. – Pelo menos você, Thiago... Era um dos que conseguia me fazer suar. Está pronto?

— Sim! PÓ DE DIAMANTE!

O ar frio do golpe, porém, só ficou em volta de Gildson, que deu uma risada de superioridade, após o frio não o afetar.

— Nossa, Thiago, onde aprendeu esse golpe, num freezer? – disse ele, devolvendo a rajada de ar para Thiago, que foi jogado contra a parede da casa. – Acho que um dos outros, talvez, me faça lutar de verdade...

Ele encarou Matt, Gustavo e Rina, avaliando cada um. Então Gustavo se adiantou.

— Você vai sentir todo o poder do Dragão! CÓLERA DO DRAGÃO!

Mais uma vez, Gildson segurou o golpe com uma mão.

— ESSE é o famoso Cólera do Dragão? – debochou ele. – Ouvi falar muito sobre os cavaleiros de Dragão. Eu esperava mais desse golpe... Ou talvez você não saiba usá-lo corretamente.

E atirou Gustavo para junto de Betinho e Thiago, no chão da entrada da casa.

— Quem é o próximo? – perguntou Gildson. Matt se adiantou.

— Fênix, a ave imortal – disse ele.

— Ah, sim – disse Gildson, calculista. - A armadura que renasce... Consequentemente seu cavaleiro também é considerado imortal, hm... É o que veremos.

— AVE FÊNIX! – disse Matt; Gildson tentou deter o golpe, mas o Ave Fênix o fez recuar um pouco. Porém, a armadura de ouro o protegeu de se ferir.

— Hum... acho que você é um pouco melhor do que os outros. Vou me divertir um pouco com você... Sinta a minha ira... ACUBENS!

Chamas douradas cercaram Matt; então ele sentiu Gildson se aproximar, mas tarde demais: o canceriano golpeou o Fênix com força no peito, e Matt sentiu um profundo corte na armadura e na própria pele, tombando de joelhos.

— Nem mesmo você, Fênix, é páreo para mim... Desista, se quiser viver – disse Gildson. Porém, Matt se levantou.

— Não tão cedo, Gildson...

— Você é persistente. Vou dar um fim logo em você... Vou mandá-lo para o mundo dos mortos – disse o cavaleiro de Câncer.

Gildson ergueu o dedo indicador direito. Pequenos círculos surgiram em torno dele.

— ONDAS DO INFERNO!

Matt se sentiu novamente sugado, assim como quando recebeu o Triângulo de Ouro de Kanon... Mas desta vez, não era outra dimensão... Era um mundo de trevas, de tristeza, do mal... O reino do príncipe das trevas.

Então se lembrou do que seu Mestre Ikki lhe dissera há muito: “Lembre-se, Matt... O príncipe das trevas não gosta dos Cavaleiros de Fênix, pois eles não respeitam a morte...”. Matt não podia ir para o mundo dos mortos... Então se concentrou com toda força, para não ter que ir ver o senhor das trevas... Fez seu cosmo se elevar, tencionando alcançar o sétimo sentido para assim, quem sabe, resistir ao golpe de Gildson.

Ele abriu os olhos; estava jogado no chão da Casa de Câncer. Gildson o contemplava um tanto confuso, assim como os Cavaleiros de Bronze.

— Então, você não foi para o inferno com a força do meu golpe? – disse o cavaleiro de Câncer. – Você é mesmo Fênix... Não é aceito no inferno. Vou matar você do mesmo jeito...

Mas Gildson parou de falar. Arregalou os olhos, contemplando Matt. Os cavaleiros de Bronze olharam para o amigo e entenderam o porquê.

Os olhos de Matt deixaram de ser escuros. Estavam vermelhos, brilhando como fogo. Ikki muitas vezes havia alertado Matt para o fato de que sua armadura ainda estava impregnada com a Maldição de Fênix, que havia feito Ikki, no passado, levantar a mão contra os Cavaleiros de Bronze. Embora a Maldição garantisse que a armadura de Fênix se regenerasse e que seu cavaleiro retornasse dos mortos se caísse em combate, possuía um grave efeito colateral: se um oponente tentasse humilhar o cavaleiro de forma grotesca, a Maldição tomaria conta do corpo e do cosmo do cavaleiro, não permitindo que ele parasse de lutar enquanto não matasse alguém ou caísse morto. E agora, Matt estava entregue por completo ao poder maligno da Maldição de Fênix. Agora, depois de ter tentado mandá-lo para o mundo dos mortos, o local onde os Cavaleiros de Fênix eram mais desprezados, logo depois de Matt ter sido mandado para outra dimensão por Kanon, Gildson iria pagar por ter provocado tanto Matt...

Morra, Gildson — disse Matt com uma voz grave. – CHAMAS DO INFERNO!

Agora era Matt quem disparava chamas avermelhadas e enormes das mãos; Gildson tentou bloquear o golpe, mas desta vez não houve jeito: as chamas atingiram e derrubaram Câncer, que ofegava no chão.

Matt ia atacar de novo. Então Gildson, percebendo o perigo, desapareceu com um estalo e um brilho de luz forte – de alguma maneira havia aprendido a se teletransportar. Thiago registrou o espanto para com os poderes que seu antigo amigo havia desenvolvido, e como estava em um nível muito acima em comparação com os oponentes que eles haviam enfrentado anteriormente. Mesmo considerando Kiki, Josafá e Kanon nessa conta, o poder de Gildson ainda era impressionante.

Enquanto Thiago ponderava sobre isso, Rina observava Matt com apreensão. Betinho olhou em volta, procurando algum sinal de Gildson. Seu cosmo não estava mais presente na Casa.

Matt olhou para os lados, como se saísse de um torpor, procurando seu oponente. Viu seus amigos, mas seu cosmo pareceu prevalecer sobre a Maldição, resultado de sua tentativa de alcançar o sétimo sentido, fazendo com que ele não os atacasse. Entrementes, enquanto seus olhos voltavam à sua cor normal, a força que seu cosmo utilizava para conter a Maldição acabou consumindo o próprio cavaleiro. Matt tombou de cara no chão da Casa de Câncer, imóvel.

— Matt! – disse Gustavo, que correu até onde ele estava caído. O primo não se mexia e não respirava. – Ai, que droga, cara...

— O que houve com ele? – perguntou Betinho.

— Foi a Maldição de Fênix! – ofegou Gustavo. – Ele havia me contado sobre ela, que a armadura a possuía desde que o mestre dele havia sido cavaleiro de Fênix... Disse que ela podia tomar conta dele em algum momento, quando ele estivesse enfrentando um adversário mais forte e não conseguisse vencer. Então ela o possuiria e ele só pararia de lutar quando matasse seu oponente, ou quando fosse morto... Parece que ele não aguentou. – Gustavo parecia estar se segurando para não chorar.

Thiago pôs a mão no ombro dele.

— A culpa é do Gildson – disse o Cisne. – Ele humilhou o Matt tentando mandá-lo para o Mundo dos Mortos, mesmo sabendo da reputação que segue os Cavaleiros de Fênix. Matt não teve culpa de ser possuído pela maldição. Se Gildson não fosse covarde, se tivesse continuado a enfrentar o Matt, provavelmente ele é quem teria morrido.

— Se eu encontrar esse Gildson de novo, vou fazê-lo pagar pela morte do Matt – garantiu Gustavo. – Nem que eu tenha que morrer também.

— Acalme-se – disse Rina. – Poupe suas forças, já que o Gildson sumiu e nós ainda temos oito casas pela frente. É duro saber que o Matt morreu, mas será que ele não pode voltar dos mortos como a armadura dele sempre faz? O que mudou dessa vez?

— Acontece que a Maldição era o que garantia esse poder de voltar à vida que a armadura tinha – disse Gustavo, se levantando e se afastando do corpo inerte do primo. – Também fazia com que ele pudesse atravessar espaços dimensionais e retornar a esta dimensão, como aconteceu na luta contra o Kanon, pelo que você nos disse. Não sei se a armadura ainda terá esses poderes, se ele morreu devido ao efeito da Maldição.

— Vamos torcer para que o Matt consiga voltar – disse Betinho. – Onde estará Gildson? – perguntou ele.

— Sumiu, pelo que posso sentir, já que o cosmo dele não está perceptível em nenhum lugar próximo daqui, e deve ter ido para bem longe, depois que viu do que o Matt era capaz – disse Rina.

— Mas ele fugiu com a armadura de Câncer – disse Thiago, também se erguendo e ajudando Betinho a se levantar. - Isso não seria um problema? Talvez, se sairmos desse teste com vida, seja mais uma armadura que tenhamos de recuperar.

Thiago não acrescentou o que estava pensando, "ainda nem conseguimos achar a Armadura de Sagitário", mas imaginou que os amigos também compartilhassem dessa preocupação.

— Não sinto mais o cosmo dele no Santuário – disse Betinho. – Acham que devíamos...?

— Não – disse Rina. – Não temos tempo para ir atrás dele, mesmo ele sendo um fugitivo. O Santuário provavelmente já percebeu a fuga dele. Precisamos atravessar as Doze Casas... Ou então morreremos também. Já perdemos Matt e Isabella. Agora precisamos ser mais fortes do que nunca para cumprir este desafio, nem que seja somente um de nós a chegar vivo até o Grande Mestre.

E com essas palavras, eles deixaram a Casa de Câncer.

...

...

...

...

A mente de Matt contemplava uma visão do local onde havia enfrentado Gildson. Ainda estava na Casa de Câncer, mas tudo era mais reluzente e luminoso. Não havia sombra em nenhum trecho da Casa ao seu redor.

Ele sentia uma paz interior do qual nunca havia desfrutado. Era como se tivesse se livrado de um fardo enorme. Mesmo sua armadura estava mais leve. Era como se tivesse finalmente chegado ao céu. Que irônico, meu mestre, ele refletiu consigo mesmo. Depois de tantas vezes em que você caiu em combate e foi parar no mundo dos mortos, eu, no primeiro combate em que caio, vou para o céu.

Ele fechou os olhos, que abrira na esperança de ver um rosto conhecido. Será que ainda conseguiria renascer? Pensou em seu duelo contra Kanon, no qual conseguira voltar de outra dimensão, com o auxílio das penas de sua armadura, que eram remanescentes das asas da fênix mitológica, após o cavaleiro de Gêmeos tê-lo julgado morto. Mas parecia que a Maldição de Fênix, de que Ikki tanto lhe falara e que tanto assombrara seus pensamentos, tinha se esvaído dele e da armadura para sempre. Um fim digno para um cavaleiro, não? Ao menos, o próximo Cavaleiro de Fênix não correrá o risco de sofrer os efeitos da maldição, pensou ele, tentando consolar a si mesmo.

Pensou em seu mestre, e em quanto tempo ele levaria para descobrir que Matt não voltaria mais. Pensou em seus amigos, e se eles conseguiriam chegar até Atena. Pensou em Isabella, e em como gostaria de vê-la uma última vez.

Então, ele sentiu mãos quentes tocarem seu rosto. Seus olhos estavam pesados, mas ele se esforçou para abri-los. Era como se tivessem atendido seu desejo.

Ele vislumbrou uma pessoa acariciando seu rosto, colocando sua cabeça sobre o colo, como que para cuidar dele. Parecia um anjo. Então, Matt fechou seus olhos para um sono profundo, imaginando se iria acordar algum dia; porém, estava feliz, pois sua última visão havia sido o rosto de Isabella.

...

...

...

...

Matt não sabia, mas não era um sonho. Não era uma visão.

Isabella contemplou o jovem caído na Casa de Câncer, aquele com quem ela havia trocado juras de amor. Ela havia resolvido a batalha com seu mestre na base da conversa. Sentira um cosmo se extinguindo numa das casas à frente, e foi verificar.

Ela se ajoelhou perto dele e colocou a cabeça dele em seu colo. Afagou os cabelos do garoto, e deixou uma lágrima escorrer sobre ele.

— Nós ainda podemos ficar juntos, Matt – disse ela baixinho. – Quero apenas que você entenda.

Ela suspendeu suas mãos sobre ele. Um novo poder de sua armadura estava sendo revelado.


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Notas finais do capítulo

Para quem não se lembra, o cavaleiro Gilldson foi mencionado rapidamente no capítulo "Família de Cavaleiros", lá no começo da história.
Próximo capítulo: O Leão ruge! A Fênix original em combate




Revisão do capítulo concluída em 03.05.2020



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