New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 120
Contemplem as Chamas do Inferno! A queda de Lymnades


Notas iniciais do capítulo

Matt de Fênix e Kasa de Lymnades continuam seu intenso duelo, mas a fúria do general Marina cresceu de maneira exacerbada.
Nesse meio tempo, Isabella de Taça conseguiu recuperar as energias de seus amigos Rina de Andrômeda, Thiago de Cisne e Fernanda de Fogo, para que os cavaleiros possam continuar firmes na missão de salvar o mundo das inundações provocadas por Hades, que está forçando o cosmo de Poseidon a liberar suas forças por meio da prisão de seu hospedeiro Julian Solo. Gustavo de Dragão está seguindo por outro caminho, e agora falta apenas recuperar a energia de Betinho de Pégaso.

Isabella e Fernanda parecem dispostas a uma trégua em sua disputa particular, pelo menos enquanto continuam a ajudar os Cavaleiros de Bronze em sua missão. E os jovens cavaleiros voltam a se perguntar qual é a real função do medalhão que Shun deixou como presente para Rina....



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Rina e Fernanda continuaram com as mãos postas sobre o ventre de Isabella, enquanto encaravam o General Marina. Matt se adiantou.

— Vai finalmente sair da toca, Kasa? – provocou ele. – Ou ainda tem truques de ilusões baratas na manga?

— He, he... Pela segunda vez, eu admito que o subestimei, Fênix – sibilou o general. – Achei que seus amigos e seu mestre provocariam reações fortes no seu emocional, mas você se faz de durão. Não gosto disso. Está me provocando e abusando demais da sorte, garoto. Meu próximo golpe não será nem um pouco piedoso.

— Já cansei de dizer que suas ilusões não têm efeito sobre mim – insistiu Matt firmemente. – O que te leva a pensar que...

Mas, nesse momento, Kasa evocou novamente sua névoa de distorção. Ele se manteve próximo à base do pilar, mas fez com que vários vultos surgissem no espaço entre ele e o cavaleiro de Bronze.

Quando a névoa encobriu todos em volta do pilar, os vultos tomaram a forma de várias cópias de Isabella de Taça e Fernanda de Fogo, todas voltadas para Matt, com sorrisos macabros e ameaçadores.

— Oh, sim! – exclamou Kasa, detrás dos vultos. – O único sentimento que ainda não havia explorado contra você, mas que funcionou perfeitamente contra suas amigas. Achei por um momento que não houvesse um pingo de amor nesse seu coração supostamente de pedra, Cavaleiro de Fênix... Mas pelo visto era tudo encenação da sua parte, não é mesmo?

Ele estava certo. Matt estava trêmulo, hesitando para valer, sem recorrer a nenhuma forma de encenação. Seu pavor diante das várias imagens de Fernanda e de Isabella que o encaravam com expressões assassinas era legítimo.

Nesse momento, Isabella ofegou ao conseguir recuperar boa parte de sua energia, e afastou as mãos de Rina e de Fernanda.

— Chega, vocês duas já fizeram o bastante – disse ela, que não parecia ter escutado muito da conversa entre Matt e o general. – Quando eu tiver uma palavrinha com o Matt sobre essa ideia desvairada, eu vou...

Ela se calou, vendo que Rina e Fernanda mantinham os olhos fixos no embate. A amazona de Taça se obrigou a contemplar a cena.

Ela percebeu que Matt estava cercado por várias cópias dela mesma e de Fernanda, as duas garotas a quem ele havia acabado de fazer juras de amor.

— Isso é... Outra ilusão do Lymnades?? – indagou ela. – Mas eu vi quando ele caiu no chão com aquele golpe do Matt contra o falso Ikki! Achei que ele estivesse acabado!

— É, queridinha, pelo visto esse escamoso também sabe brincar de teatro. – Fernanda contemplava as inúmeras cópias dela mesma, horrorizada.

— O cosmo dele não parecia tão poderoso assim antes, a ponto de produzir várias cópias da mesma pessoa – comentou Rina. – Alguma coisa mudou nele.

— Vai ver foi o modo com que o cosmo dele resolveu fazer frente ao do Matt – sugeriu Fernanda. – Já que ele conseguiu superar as ilusões com mais facilidade do que nós três, e do que o Betinho e o Thiago. O seboso deve ter se sentido provocado, e elevou seu cosmo para intimidar o Matt.

— Aí, ele resolve deixar seu grande truque para o final, que é usar as imagens de vocês duas para assustar o Matt – continuou Rina, observando, enojada, a manifestação do poder do general. – Ele conseguiu me desorientar por completo com essa técnica, usando a imagem do Milo. Espero que o Matt seja forte para aguentar essa ilusão e superá-lo... Eu mesma o enfrentaria, mas o maldito já conhece minhas fraquezas.

— E conhece as nossas também – acrescentou Isabella, indicando a si mesma e Fernanda. – O Matt é quem está em melhor condição de enfrenta-lo. Que Atena nos proteja...

Enquanto isso, Matt continuava buscando forças para voltar a se mover, e superar o pânico que sentia ao se ver cercado pela multidão de falsas Isabellas e falsas Fernandas.

— Chega de cerimônia, Cavaleiro de Fênix – entoou Kasa de Lymnades, como um tenor. – Vou acabar de vez com essa sua pose de marrento! Vá para o Tártaro pelas mãos de suas amadas amazonas!!

Ele ergueu o braço, e a massa de cópias de Isabella e Fernanda começou a se mover rapidamente, de um lado para o outro, quase na velocidade da luz, sem, contudo, avançar contra o garoto. Elas simplesmente trocavam de lugar muito rápido, para confundir o olhar de Matt, que tentava acompanhar a movimentação delas, sem sucesso, para evitar um ataque repentino.

Então, as diversas cópias de Isabella e de Fernanda se condensaram num feixe de luz em apenas duas, que avançaram antes que o cavaleiro de Fênix brasileiro pudesse perceber.

A falsa Isabella e a falsa Fernanda golpearam o peito de Matt com um braço estendido; a imagem da amazona de Taça golpeou-o no lado esquerdo do peito, próximo ao coração, enquanto a imagem da amazona de Fogo golpeou o garoto no lado direito. Ambas usavam o braço oposto ao lado do peito de Matt que haviam perfurado (a falsa Isabella usou o braço direito, enquanto a falsa Fernanda usou o braço esquerdo).

Matt soltou uma interjeição de dor, com lágrimas saindo de seus olhos ao se ver golpeado pelas duas garotas que amava. Ele segurou as mãos de ambas para tentar soltá-las, mas elas eram bastante resistentes, enquanto, atrás dele, a verdadeira Isabella e a verdadeira Fernanda levaram as mãos à boca para conter o horror por verem Matt ser golpeado daquela forma. Rina, postada entre elas, cerrava os punhos com ódio e nojo pela tática de Kasa de Lymnades.

— Você não merece o nosso amor, Mattzinho – sibilou a falsa Isabella, enquanto seu criador General Marina mexia levemente os dedos estendidos da mão, como um ilusionista manipulando sua fantoche, observando a cena com um sorriso amarelo tenebroso. – Nunca conseguiu decidir com qual das duas ia ficar.

— Você nos fez sofrer por muito tempo, meu querido. – A falsa Fernanda riu levemente ao provocar o cavaleiro de Fênix. – Agora, esse sofrimento voltará para você em dobro, amorzinho!

— Você atrasou nossas vidas e maltratou nossos corações – continuou a falsa Isabella, pegando a deixa da outra amazona. – Poderíamos ter sido felizes com outras pessoas há muito tempo, se não tivéssemos caído nesse seu charme barato. Agora, o tempo precioso de nossas vidas que nos foi arrancado será tirado de você em intensidade ainda maior... Fernanda vai destruir seu sistema nervoso, enquanto eu atingirei seu próprio coração e o farei parar de bater!!

— É o seu fim, Matt! Morra, meu amor! – bradou a falsa Fernanda.

— He, he, he... – fez Matt, engolindo o choro e pressionando as mãos das duas amazonas, antes que elas conseguissem enterrar ainda mais os punhos em seu peito. – Hoje não está sendo um dia agradável, né, meninas? Vocês duas estão com os nervos muito à flor da pele. E você, General Kasa de Lymnades, precisa melhorar muito antes de achar que suas ilusões podem mesmo me afetar...

Ele se livrou de seu estado de torpor, e, com um rápido movimento, decepou o braço de ambas as falsas amazonas que perfuravam seu peito. As duas soltaram gritos lancinantes ao ver suas mãos caindo no chão, com jorros de sangue irrompendo de seus braços, enquanto as verdadeiras Fernanda e Isabella, atrás dele, exibiam um semblante de choque ao ver o cavaleiro de Bronze atacando suas próprias imagens. Porém, Rina, ao lado delas, exibia um sorriso confiante ao ver a determinação do amigo.

— O último golpe que dei em você não foi um golpe qualquer – avisou Matt, apontando para Kasa, que ainda tentava manipular as falsas amazonas contra ele. – Quando ataquei a ilusão do mestre Ikki com o Trovão Aurora, usei secretamente o Golpe Fantasma de Fênix ao mesmo tempo, mirando em você. Assim, sua própria ilusão te enganou; elas duas não conseguiram perfurar minha pele. – Ele exibiu o peitoral de sua armadura, que estava intacto, sem exibir os buracos abertos pela falsa Isabella e pela falsa Fernanda. – Agora, se me dá licença, vou exterminar essas cópias baratas que você fez das minhas garotas...

Antes de atacar, ele lançou um último olhar para as duas garotas atrás dele.

— Eu sempre saberei quem são as verdadeiras – afirmou ele, piscando para ambas. As duas superaram o choque e se tranquilizaram ao ver o garoto de Bronze novamente firme no embate.

Matt saltou para trás da falsa Isabella e a agarrou por trás, do mesmo jeito que havia feito com Fernanda lá na praia do Japão, durante a revolta dos Cavaleiros de Aço. Ele evocou suas chamas em torno dela, e disse:

— Vamos voar, minha “Bella”! Asas da Fênix!!

Ele a segurou e a conduziu pelos ares, em seguida caindo em direção ao solo, fazendo com que a cabeça da falsa Isabella fosse de encontro ao chão em torno do Pilar do Oceano Antártico. O sangue jorrou efusivamente da cabeça dela, e Matt a largou, ficando de pé para encarar a falsa Fernanda, enquanto a outra cópia desabava por completo.

A falsa Fernanda olhou para ele em pânico ao ver como ele atacara a outra cópia a sangue frio. Nesse momento, Matt ergueu a mão direita e o ar congelado voltou a cercar a área do Pilar, fazendo Isabella, Rina e até Fernanda, que não gostava das técnicas de gelo, sorrirem satisfeitas ao perceberem o que ele ia fazer.

Execução Aurora!!

Ele juntou as mãos na pose do jarro de Aquário e estendeu-as na direção da falsa Fernanda. O gelo presente no ar se condensou nas mãos dele e avançou sobre a réplica, cobrindo-a com os cristais de gelo e fazendo-a explodir em mil pedacinhos com o impacto do golpe.

— Hmpf, pelo jeito, ela ainda tem medo do gelo – comentou Matt descontraidamente. – Até isso você copiou, seu nojento...

Nesse momento, a falsa Isabella se reergueu e agarrou Matt por trás, tentando deslocar o pescoço dele. Mas o Cavaleiro de Fênix não se intimidou, e puxou a réplica de sua amada para a sua frente, desfazendo a chave de braço que ela havia tentado aplicar. Ele a lançou de novo no chão e, quando ela se ergueu novamente, ele substituiu os cristais de gelo por chamas incandescentes, que cercaram o ar em torno da falsa Isabella.

Ave Fênix!!!

Matt disparou com gosto seu golpe de assinatura, com apenas a palma de uma das mãos estendida e direcionou as chamas presentes no ar para a réplica da amazona de Taça; a falsa Isabella gritou quando as chamas envolveram seu corpo, e se viu consumida pelas chamas, transformando-se em um monte de cinzas que se espalhou pelo ar com a intensidade do fogo.

— Uhuuuuu! – gritaram as três amazonas, jogando as mãos para o alto e vibrando com o desempenho de Matt.

Um gemido de dor fez o Cavaleiro de Fênix voltar-se para o pilar. Aparentemente, o impacto dos golpes de Matt contra as duas últimas ilusões havia sido muito duro para Kasa, que levava a mão ao peito e se apoiava em um dos joelhos no chão. Pelo visto, a capacidade de Kasa de se manter imune aos golpes que suas ilusões recebiam estava se esvaindo.

— Já acabou, Jéssica? – provocou Matt, caminhando em direção ao general.

— Grrr... Maldito Fênix – esbravejou ele, recompondo-se e olhando para o garoto com fúria incontida. – Só porque acabou com minhas ilusões, não pense que estou vencido. Afinal, você gastou todos os teus golpes nos meus fantoches... Não tem mais como me surpreender!!

— Hm... Eu acho que você está me subestimando, outra vez. – Matt estalou a língua. – É verdade que não devia ter usado Ave Fênix contra sua réplica... Mas eu sempre deixo o melhor pro fim, quando necessário. Não mostrei todas as minhas técnicas.

— Chega! Sua marra está me dando náuseas, moleque. Vou acabar com você de uma vez por todas e fazer com que nunca mais abra essa boca!! – esbravejou o general, enquanto seu cosmo se erguia intensamente, alimentado pelo ódio que havia tomado o guerreiro do Oceano Antártico por completo.

Mesmo vendo a intensidade atingida pelo cosmo do general, Matt não se intimidou. Evocou novamente suas chamas e se preparou. Nesse momento, Isabella e Fernanda foram até ele, se ajoelharam atrás dele e seguraram suas pernas, fortalecendo-o com seus cosmos. Kasa observou a atitude delas, mas não deu importância.

— Tome isso, Fênix, a amostra máxima do poder de Kasa de Lymnades!! Salamandra Satânica!!

Chamas do Inferno!!— bradou Matt em retorno.

As chamas se espalharam pelo chão e pelo ar, irrompendo das mãos do jovem brasileiro. Desta vez, Matt não se conteve: havia liberado toda a sua fúria e toda sua força com aquele ataque. As chamas tomaram a forma de cometas e engoliram os raios negros do golpe de Kasa, atingindo o general em cheio e arrancando partes de sua escama.

Lymnades foi lançado para o alto, bateu com força em seu pilar e caiu desfalecido no chão, defronte à grande edificação. Logo em seguida, as partes de sua escama que estavam enegrecidas pela influência de Hades começaram a se desmanchar, soltando-se de sua armadura danificada, e ouviu-se mais uma vez o grito longínquo liberado pela influência do regente dos mortos ao deixar o corpo do guerreiro.

— Quanta... quanta força... – ofegou Kasa com suas últimas forças. – Como Atena pode ser vencida... Tendo cavaleiros tão fortes assim...?

E ele não falou mais. Isabella e Fernanda soltaram as pernas de Matt e se levantaram, mas, ao ver o inimigo caído, Matt sentou-se no chão, ofegante, tentando recuperar o fôlego.

— Puts – suspirou ele. – Ele conseguiu me deixar bem cansado.

— Meu herói! – exclamou Isabella, se atirando sobre ele e envolvendo-o com um forte abraço.

Nosso herói, Branca de Neve! – corrigiu Fernanda, se abaixando perto deles e passando a mão nos cabelos de Matt.

— Pois é, jovem, você não falhou miseravelmente. – Rina se postou em frente a eles e ergueu o polegar para o Cavaleiro de Fênix. – Conseguiu salvar a honra de todos nós.

— Não foi nada – retrucou ele. – Mas a técnica de ilusão dele era muito desleal. E me desculpem por não ter chegado antes – acrescentou ele, olhando tristemente para as três.

— Tranquilo – respondeu Rina. – Já me conformei com essa sua tática de ficar esperando nas sombras... Você precisa me ensinar qualquer dia desses. Foi do mesmo jeito com o Mime, não?

— Por Cristo, nem compare – implorou Matt. – O Mime, por mais pé no saco que seja, tinha muito mais honra do que esse cara e não era covarde como ele. Gente, e o Betinho e o Thiago, como ficam?

Os quatro voltaram os olhares para Pégaso e Cisne, ainda desacordados.

— Não sei se tenho energia para curá-los por completo – admitiu Isabella. – Mas parece que eles foram golpeados de surpresa, sem ter a chance de se defenderem... Então pode ser que estejam menos feridos do que Rina e Fernanda estavam. Vou fazer o seguinte...

Ela se levantou e evocou duas esferas luminosas em suas mãos.

— Concentrei um pouco da energia de cura nestas esferas, e vou lança-las sobre eles para apressar a recuperação dos dois, sem comprometer minha energia. Talvez eles demorem a se recompor, mas pelo menos não vão sentir mais dor alguma quando despertarem.

Ela se aproximou dos dois caídos, e lançou uma esfera em cada um.

— Nossa... Branca de Neve, você realmente é cheia de trunfos – admitiu Fernanda, se levantando e contemplando a habilidade da rival.

— Hm. E eu sou fraca...? – retrucou Isabella, risonha.

— Ok, gente, ainda falta o pilar... Quem se oferece para quebra-lo? – perguntou Matt.

— Você é quem tem que destruí-lo, cara-pálida – retrucou Rina, dando um “pedala” na parte de trás da cabeça do garoto. – Você foi quem arregaçou as mangas para derrotar o general, salvando todos nós enquanto isso.

— Ela tem razão – disse Isabella, voltando para perto de Matt. – Foi assim com Betinho, com a Rina e com o Gustavo nos pilares anteriores... A Armadura de Libra cedeu suas armas para eles após terem vencido os generais. Então, você é o encarregado da vez, Matt.

O garoto ainda estava cansado da luta, mas se forçou a encontrar disposição.

— Meninas, me ajudem aqui – disse ele, e Isabella e Fernanda ajudaram-no a se levantar. Matt ainda estava ofegante, mas conseguiu se manter de pé. – Então, o que devo fazer?

Isabella se inclinou sobre a urna da Armadura de Libra, que havia ficado atrás deles durante todo aquele tempo na área do pilar, brilhando levemente. Ela pronunciou o comando em grego, e a urna se abriu revelando a armadura dourada.

— A armadura vai escolher uma das armas para você – avisou ela. – A qualquer momento...

Então, a armadura soltou um de seus tridentes, e o objeto voou para a mão de Matt.

— Boa sorte – disse Isabella, sorrindo para o garoto. – Só precisa dar uma corridinha até o pilar e projetar seu cosmo para a arma contra ele.

— Vai na fé – disse Rina. – Quando você se der conta, já vai ter atingido o negócio.

— Força na peruca, gato! – incentivou Fernanda.

Matt agradeceu com um aceno o apoio das meninas, e concentrou-se no tridente em sua mão, e no pilar à sua frente. Ele queimou seu cosmo para fortalecer a arma, e correu em direção ao pilar do Oceano Antártico.

— Vá, Tridente de Ouro! – exclamou ele, saltando em direção ao pilar e lançando sua arma.

O tridente voou e se fincou no meio do pilar. No mesmo instante, a edificação começou a rachar, se partiu em duas e caiu para trás, levantando poeira no chão. Eles tinham derrubado o quarto dos sete pilares.

O tridente voou de volta para sua armadura, que se fechou de volta na urna.

— Que ótimo! – gracejou Matt. – Até dá uma levantada nos ânimos ver esse pilar caindo... Digam, quantos ainda faltam? Estamos correndo contra o tempo ainda...

— Três – contou Isabella. – Atlântico Sul, Atlântico Norte e Ártico.

— Alguma notícia do Gustavo? – indagou Matt, franzindo a testa. – É estranho termos ficado tanto tempo aqui, e ele não ter aparecido...

— É que ele estava enfraquecido pela luta contra o general do Oceano Índico – explicou Isabella. – Ele pode ainda estar se recuperando, ou talvez tenha decidido ir para um dos outros pilares...

Assim que ela disse isso, a poeira levantada pela queda do pilar se dissipou e eles ouviram tossidos ao lado. Thiago estava se levantando. Os quatro foram até ele.

— Pessoal – tossiu ele, ao ver os amigos. – O que houve... Eu não me lembro de...

— Calma – disse Matt, ajudando-o a se erguer. – Você foi atacado pelas costas pelo General do Oceano Antártico, Kasa de Lymnades.

— Ele assumiu a forma do Betinho para te confundir e te atacar quando você estava desprevenido – explicou Rina. – Ele tinha o poder de assumir a aparência da pessoa mais importante de seu oponente.

— O-Oceano Antártico? – gaguejou ele, confuso. – Eu jurava q-que estava indo em direção ao Oceano Ártico...

— É, isso era outra habilidade dele – falou Isabella. – Todos os cavaleiros que chegavam aqui acreditavam estar se dirigindo a outro pilar.

— O-Onde ele está? O general? – Thiago se alarmou de repente, olhando em volta.

— Fique calmo, amigo – tranquilizou-o Matt. – Nós já acabamos com ele e derrubamos o pilar.

— Matt está sendo bondoso demais – censurou Rina. – Ele foi quem derrotou sozinho o general e derrubou o pilar. Falo mesmo... Não tenho do que me envergonhar, já que até eu apanhei feio do cara.

— Isso... Isso foi i-imperdoável – balbuciou Thiago, ainda tentando se recompor e recuperar o fôlego. – Não p-posso t-tolerar que...

— Ei, relaxe, rapaz – advertiu Rina. – Não ligue para o que aquele nojento fez. Você vai precisar da sua força para lutar, já que temos pouco tempo e ainda faltam três pilares para destruir.

— Deixem-me ir para o Oceano Ártico, então. – Thiago fitou cada um deles, mostrando estar resoluto em suas palavras e parecendo quase recuperado por completo. – Era para lá que eu estava indo, então devo ser eu quem irá lutar lá.

— Como queira, patrão... – disse Matt, descontraído.

— O pilar do Atlântico Sul é o do Sorento, se não me engano – comentou Rina; ninguém notou, mas ela exibia um brilho ansioso no olhar, com expectativa para chegar até aquele pilar e encontrar o general. – Ele está do nosso lado e não oferecerá resistência. Posso ficar responsável por aquele pilar, e até acho que não conseguiria enfrentar outra luta logo de cara.

— Além disso, tem os soldados corrompidos por Hades – lembrou-lhe Isabella. – Eles podem aparecer pelo caminho.

— É mesmo, aqueles idiotas foram quem me atrasaram – recordou-se Matt. – Pode ser que eles tentem defender o pilar quando a Rina chegar lá, já que o Sorento não vai protegê-lo. Você tem certeza de que...

— Ah, cara, eu me garanto contra esses soldados, numa boa – afirmou Rina, confiante, mas ainda na expectativa, por dentro, de ver Sorento novamente.

— Então, sobra o Atlântico Norte para mim – refletiu Matt. – Se eu não correr muito, vou estar completamente revigorado quando chegar lá. E se alguém encontrar o Gustavo em algum dos pilares, já enfrentando um dos generais, passem logo para o fim da trilha, que é o Grande Suporte Principal, o último pilar do qual o Sorento falou, onde Poseidon está aprisionado.

Os outros concordaram com as palavras de Fênix.

— Gente, e o Betinho? – indagou Fernanda, olhando para o corpo inerte do Pégaso. – Por que ele não despertou logo, como o Thiago?

— Talvez ele ainda esteja sentindo o cansaço da luta contra o Bian de Cavalo Marinho – sugeriu Isabella. – Ao contrário dele, o Thiago ainda não passou por nenhuma luta desde que chegou ao templo submarino. Por isso, ele se recuperou mais rápido com minha esfera de cura. Aliás, Fernanda...

Isabella se afastou um pouco do grupo e apanhou algo no chão. Quando ela se virou de volta para eles, exibia nas mãos o elmo partido da Armadura de Fogo. A amazona de Taça cobriu a tiara com sua luz de cura, e o pequeno elmo ficou consertado.

— Novo em folha – declarou ela, entregando o mesmo a Fernanda. – Que fique como agradecimento por sua lealdade ao nosso grupo.

A amazona de Aço o admirou e o colocou na cabeça.

— Ora, Branca de Neve, eu não... – ela estava completamente sem jeito por causa do gesto altruísta da rival. – Você não... Eu não...

— Não me agradeça ainda – brincou Isabella, rindo, convencida, para a rival. – Agora você me deve uma, Princesa Tigrinha.

— Ora... Devolvendo os apelidos? – Fernanda riu bobamente, impressionada. – Mandou bem, Alice do País das Maravilhas.

Matt e Thiago riram um com o outro.

— Cara, se eu não conhecesse vocês... Poderia jurar que são melhores amigas com esse papo – brincou o Cavaleiro de Fênix.

— Nem morta – retrucou Isabella, dando as costas à rival.

— Vai sonhando – complementou Fernanda, dando uma de “egípcia”: fechando a cara e erguendo o queixo.

— Aliás, Rina, tem uma coisa que está me perturbando já faz uns minutos, por causa de uma coisa que o Kasa falou – disparou Isabella, olhando para sua amiga. Os outros três a imitaram.

Rina, confusa, encarou os quatro.

— Do que estão falando?

— Desse medalhão que você tem no pescoço – comentou Matt. – O Kasa parecia bem interessado nele.

— Nunca vi você usando isso – comentou Thiago.

— Que medalhão é esse, afinal? – questionou Isabella. – O que ele significa?

Rina apanhou o medalhão dentro das vestes e mostrou-o aos amigos.

— Tudo que sei é que pertence ao mestre Shun. O Tatsumi me deu antes de nós irmos para o Santuário pela primeira vez. Essa inscrição, “Yours Ever”... Não sei do que se trata. Mas sinto que há algo poderoso nele... Uma energia antiga e muito intensa. Eu venho usando ele como lembrança do mestre Shun, já que ele agora está andando pelo mundo sem prazo para voltar...

— O Kasa falou algo sobre esse medalhão ser fundamental para a vitória de Hades – falou Matt, e todos fizeram um silêncio sepulcral diante dessas palavras.

— Eu nunca imaginei que ele pudesse ser tão perigoso ou poderoso – murmurou Rina, passados alguns instantes. – Achei que fosse simplesmente um objeto de estimação do Shun. Não achei que pudesse estar relacionado a Hades...

— Não seria melhor se livrar desse troço? – argumentou Fernanda. – Se é realmente um artefato perigoso, melhor destruir logo...

— É justamente por ser perigoso e poderoso, como o Kasa parecia certo em afirmar, que não devemos mexer nele – afirmou Matt. – Se é algo relativo a Hades, duvido que nós Cavaleiros de Bronze consigamos destruir isso. Além disso, já temos uma missão em andamento... Não podemos perder tempo com hipóteses ou suposições. Quando voltarmos ao Santuário... Aí poderemos tomar alguma providência em relação ao medalhão, não acham?

Os outros quatro assentiram. Rina, no fundo, não queria se livrar do medalhão, por que aquilo a fazia se lembrar do mestre bondoso e atencioso que Shun havia sido na infância dela, como se a alma dele estivesse naquele medalhão. Mas ela não externou esse pensamento com seus amigos, apenas fingindo concordar com a sugestão de Matt.

— Hm... Vou mantê-lo escondido na blusa enquanto isso – comentou ela.

— Matt tem razão – comentou Thiago soturnamente. – Vai que a gente libera sem querer algum poder obscuro do próprio Hades que não consigamos conter, que nos cause algum mal, ou pior, ao tentarmos quebrar o medalhão.

— Exato... Melhor não arriscar – acrescentou Isabella, colocando a urna da Armadura de Libra nas costas novamente.

— Bom, a conversa está ótima, mas as areias do tempo estão contra nós e temos trabalho a fazer – afirmou Matt. – Nós três vamos nos dirigir aos pilares – disse ele, indicando Thiago e Rina. – Vocês duas ficam aqui.

— O quê? – indagaram as amazonas de Taça e de Fogo ao mesmo tempo.

— Como assim, “ficamos aqui”? – ralhou Fernanda. – Por que acha que pode nos dizer assim na cara dura onde temos que ir ou ficar ou...?

— Matt, nós somos tão capazes quanto... – Isabella começou a protestar, mas o cavaleiro de Fênix a interrompeu.

— É que alguém precisa esperar o Betinho acordar e avisar para ele o que aconteceu – explicou Matt. – Também precisam dizer a ele que fomos para os outros pilares, e que ele deve ir se encontrar conosco. Além disso, os soldados podem aparecer novamente e tentar ataca-lo enquanto ele estiver desprotegido, por isso será melhor ter vocês por perto. Além do mais, pelo menos dois generais hostis ainda estão por aí. Quando chegarmos aos pilares deles, não poderemos simplesmente atacar o pilar, teremos que vencer seus generais primeiro. Talvez o tempo pro Betinho acordar seja o tempo que dê para vocês nos alcançarem bem na hora em que tenhamos vencido os generais.

— Isso que é confiança... – murmurou Thiago com um toque de ceticismo, mas ninguém deu atenção.

As duas garotas acenaram com a cabeça e aceitaram a ideia de Matt.

— Tá certo, Matt – disse Isabella. – Cuide-se, e boa sorte no próximo pilar.

— Arrase esses generais, lindo – disse Fernanda, piscando para ele.

— Obrigado meninas – respondeu ele. Então se voltou para Rina e Thiago. – Vamos, pessoal.

Thiago fez que sim com a cabeça e seguiu Matt para as trilhas. Rina despertou de seu torpor, ainda segurando o medalhão, a tempo de ouvir as palavras finais de Matt, e pôs-se a seguir os meninos, enquanto Isabella e Fernanda se sentavam, próximas ao corpo inconsciente de Betinho.

Enquanto corria, Rina guardou novamente o medalhão dentro da camisa. Logo, eles alcançaram uma bifurcação, e Thiago correu na direção que levava ao Pilar do Oceano Ártico. Instantes depois, outra bifurcação; ela e Matt se despediram e ele tomou o caminho do norte, enquanto ela seguiu sozinha para o Pilar do Atlântico Sul, perguntando-se se Sorento estaria montando guarda lá ou se ainda estaria batalhando com os soldados.


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Notas finais do capítulo

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