Passaram-se três anos.

Matt e Thaila tinham passado sua lua-de-mel nas ilhas gregas. Percy se casou com Audrey, Jorge casou-se com Angelina. Bill e Fleur tinham tido a primeira filha, que chamaram de Victoire, já que ela havia nascido no dia da vitória de Hogwarts sobre Voldemort; e a segunda, que chamaram de Dominique em homenagem a uma avó de Fleur. Mas Bill disse ao amigo Matt que não desistiria de batizar um filho homem com o nome do amigo. Percy descobriu que Audrey era sua prima por parte de pai, mas os parentes de ambos resolveram que não havia obstáculo para a felicidade de ambos se continuassem casados. Eles também tiveram uma filha, que batizaram de Molly em homenagem à mãe de Percy.

E havia chegado o dia do casamento de Harry e Gina.

Ele já era um auror de renome. Ela, uma promissora artilheira do Holyhead Harpies. Como os Guerreiros do Apocalipse agiam cada vez mais raramente no mundo bruxo, a data lhes tinha parecido ser ideal para a cerimônia. A expectativa era de que fosse um grande dia.

Matt Stick seria o celebrante. Usava seu melhor terno, cinza com detalhes azuis, para identificar-se como escocês. Sua esposa Thaila estava sentada atrás da mesa de celebração, na tenda do lado de fora da Toca dos Weasley, ao lado de Rúbeo Hagrid. Matt estaria pronto para cobrar dele a “velha aposta”.

Harry entrou acompanhado da Sra. Weasley, outra vez envolta em lágrimas. Matt, à frente da mesa, apertou a mão de Harry, e a Sra. Weasley foi para o outro lado do altar.

Gina entrou. Seu vestido branco-pérola de cauda branca iluminava a cena. Seu pai a conduzia, orgulhoso e radiante de casar a filha mais nova.

O Sr. Weasley entregou Gina ao noivo e foi para o lado da Sra. Weasley. Matt beijou a mão da noiva e voltou para trás do altar. Abriu um livro de celebração e disse:

— Meus amigos, estamos hoje reunidos para testemunhar e abençoar a união destes dois filhos, aos olhos da lei e do Senhor nosso Deus...

Matt Stick conseguiu dar seu toque à celebração. Era católico, hábito que herdara dos pais, como um bom escocês que vivera em meio aos trouxas. Boa parte da população da Escócia, fosse bruxa ou trouxa, era seguidora do catolicismo.

Muitos choravam. Algumas figuras como Kingsley Shacklebolt, o Ministro da Magia, tinham se aventurado a comparecer apesar dos compromissos.

— E agora, Harry James, aceita Ginevra Molly...?

Hagrid olhou para o alto, sorrindo com amargura. A “aposta” tinha ido para o brejo. Pelo menos, para ele.

— Que sejam felizes para todo o sempre. Amém!

Os noivos se beijaram, e Matt conjurou uma coroa de estrelas para ambos. Mas antes que os noivos pudessem sair, o Sr. Weasley foi até a frente do altar e disse:

— Esperem! Temos outro casal para unirmos.

Ele ergueu o polegar para Matt, que assentiu, dando de ombros. Ele correu para fora da tenda, seguido pela Sra. Weasley.

Um momento depois, Rony Weasley entrou acompanhado da mãe, com um terno escuro tão refinado como o de Harry. Rony apertou a mão de Matt, e Hagrid fez um gesto de comemoração discreto atrás do altar.

O Sr. Weasley entrou acompanhando Hermione (os pais dela não puderam comparecer). O vestido dela era tão bonito quanto o de Gina: prateado e ofuscante. O sogro entregou a nora ao filho.

Matt Stick repetiu as bênçãos e declarou o casal unido para sempre. Fez surgir outra coroa estrelada enquanto os noivos se beijavam. E finalmente, deram início à festa dupla.

Os dois casais valsaram primeiro. Matt escapou para o lado e abordou Hagrid.

— Aposta é aposta, velho amigo.

E o gigante pôs os 20 galeões na mão do amigo.

É verdade que só havia um casamento previsto, mas acabou que os dois deram bem certo para a noite. Enquanto os demais casais Weasley juntavam-se à pista de dança, Matt Stick puxou a esposa para as bebidas.

— Que virada – disse Matt.

— Inesperado. Porém romântico – disse Thaila, e tomou um gole de vinho dos elfos.

— Está sabendo das últimas? – perguntou Matt à esposa antenada. – Neville e Ana Abbott vão se casar em alguns dias.

— E você foi convidado para celebrar. Acertei?

— Não, não é isso. É que eu nunca esperaria... Sabe.

— Eu entendo. Achávamos que ele ficaria com a Luna, não é?

— É. Mas o mundo dá voltas.

Eles contemplaram Neville dançando com Ana perto dali.

— Dá mesmo – disse Thaila. – Sabe a Luna? Está saindo com alguém.

— Mesmo? Quem? – Quis saber Matt.

— Nem acreditei quando soube. Rolf Scamander, neto de Newt Scamander.

— O autor de “Animais Fantásticos & Onde Habitam”?

— Esse mesmo.

Matt se virou e reparou que Luna estava sentada a uma mesa, conversando de mãos dadas com um rapaz bonito de cabelo castanho.

— Tem razão. O mundo dá muitas voltas – concluiu Matt.

Infelizmente, o casal Stick estava bem certo a esse respeito. O mundo que eles conheciam estava prestes a sofrer uma reviravolta. Ou várias.

Mas se passariam 11 anos para que Harry, Rony e Hermione se reencontrassem com Matt e Thaila em situações totalmente diferentes.

Antes que esses 11 anos se completassem, contudo, ocorreram alguns eventos dignos de nota que deixaram os membros da Ordem da Fênix um tanto apreensivos com os eventuais rumos que a guerra travada contra o poderio crescente dos Guerreiros do Apocalipse estava para desencadear.