- Sica-ah... Você tem um tempo? – Apoiou as mãos nos ombros da loira.

- Yuri, o que aconteceu? Você tá pálida. – Jessica colocou a mão direita na testa da morena tentando medir sua temperatura, apesar de não fazer ideia de como se faz isso direito.

- Ah, que ótimo. Nunca fui muito branca mesmo. – Yuri riu tentando descontrair, mas não recebeu nenhum riso de Jessica. – Jessica, nós... Podemos conversar?

- Agora? – Olhou para baixo e corou um pouco por estar de hobby.

- Sim, eu espero você se vestir. – Jessica então se lembrou do estado deplorável em que seu quarto se encontrava.

- Ok, eu vou me vestir e depois podemos ir pro seu apartamento. – Disse já se retirando do cômodo.

- M-meu apartamento? – Yuri sentou-se em um dos sofás da sala.

- Sim, por que não? – Jessica voltou e parou na frente de Yuri. Só então a morena começou a reparar no corpo curvilíneo que Jessica possuía. Afastou seus olhos daquela visão, tentando também afastar aqueles pensamentos.

- Tudo bem, poder ser então. – Encarou o chão por um momento e quando ergueu a cabeça novamente Jessica já tinha ido para o quarto. – Aish... – Suspirou enquanto relaxava no sofá.

- Aigoo, Kwon Yuri! É melhor que seja uma boa coisa pra me tirar de casa nesse calor infernal. – A loira praguejava enquanto vestia seus shorts. Colocou uma blusa branca de um tecido fino e saiu do quarto, mas voltou imediatamente pela sensação de esquecer algo. – Sutiã, Jessica Jung. Sutiã! – Tirou a blusa e colocou a peça que lhe faltava, vestindo-se novamente.

Foi até a sala e percebeu que Yuri tinha adormecido. “Credo, demorei tanto assim?”. Se aproximou da morena se ajoelhando à sua frente.

- Hey, Yuri-ah... Yuri-ah? – Cutucou os joelhos da morena, sua cabeça pendia para trás. Aproximou-se um pouco mais de seu rosto, firmando suas mãos em seus joelhos. – Yuri-ah... – A morena abriu os olhos rapidamente e deu de cara com o rosto de Jessica a centímetros de distância do seu.

- S-sica-ah. – A loira sorriu e logo ficou de pé.

- Podemos ir agora. – Disse indo em direção a porta.

- Oh, sim. – Yuri levantou-se e seguiu Jessica para fora do apartamento, indo direto para o estacionamento do prédio.

Dentro do carro o silêncio reinava. Aquilo já estava ficado desconfortável, mas a morena não tinha ideia nenhuma de como começar um diálogo qualquer. Percebendo isso, Jessica quebrou o silêncio.

- Você dormiu por que eu demorei demais? – Yuri sorriu com a pergunta inesperada.

- N-não, é que eu não dormi bem essa noite. – Olhou para a loira que agora tinha um olhar preocupado no rosto.

- Yuri-ah, está começando a me assustar. Primeiro vai até meu apartamento dizer que precisamos conversar, agora diz que não anda dormindo bem. O que aconteceu? – Franziu a testa esperando que Yuri fosse a responder. O carro parou e a morena saiu do veículo, Jessica fez o mesmo.

Ambas ficaram em silêncio até entrar no apartamento da morena. Jessica sentou-se no sofá da sala de estar, só então percebeu que nunca esteve na casa de Yuri antes.

- Bom... Seja bem-vinda. – Yuri disse divertida, sentando-se ao lado de Jessica.

- Obrigada. Você já tinha ido ao meu apartamento antes?

- Não, hoje foi a minha primeira vez também.

- Oh, sorry. Eu devia ter lhe dado as boas vindas.

- Tudo bem. Acho que eu acabei não lhe dando chances pra isso. – Coçou a nuca.

- Ah, é... É isso mesmo, babo! – Jessica deu um tapinha no ombro da morena, fingindo estar brava. – Mas então, sobre o que precisamos conversar? – Yuri estreitou os olhos. Não tinha certeza se Jessica havia esquecido o ocorrido de ontem ou se só pensava que fosse outra coisa.

- Você não faz nem a mínima ideia sobre o que pode ser? – Jessica desviou o olhar para cima, como se estivesse pensando. Voltou aos olhos de Yuri sem conclusão alguma.

- É... Não. – Respondeu naturalmente, chocando a morena.

- Jessica, você me beijou. – Yuri arqueou uma sobrancelha.

- Ah, sim... Isso. – Jessica riu nervosamente. Limpou a garganta. – M-mas... Por que? Você não gostou? – Evitou manter contato visual com a morena, já sentia suas bochechas corarem.

- Na verdade, eu quis conversar com você porque... Talvez eu tenha gostado. – Jessica arregalou os olhos. Virou-se para a morena, que também evitava a olhar. Estava encarando o chão com uma expressão confusa.

- Como assim “talvez”?! – Cruzou os braços. Aquilo tinha lhe deixado um pouco magoada.

- Por que você fez aquilo mesmo, Jessica? – Encarou a loira com olhos tristes. Yuri sentia algo dentro de sido prestes a explodir.

- Porque... – Desviou do olhar da morena. – Porque eu estava com raiva.

- Raiva? Raiva de quê?! – Yuri jogou os braços no ar.

- Raiva da situação em que vocês dois tinha me colocado. Que droga, Yuri-ah! Se fosse com qualquer outra amiga minha seria tudo diferente. Eu diria não e pronto, nada me afetaria de qualquer modo. – A loira mordeu a própria língua, encarando a parede.
 
- Como assim? Por que comigo é diferente? – Yuri virou o rosto de Jessica para si com as duas mãos. A loira hesitou.

- P-porque... Porque talvez eu tenha considerado isso tudo porque era com você. – Empurrou as mãos da morena, virando o rosto em seguida. Estava corada demais para conseguir continuar essa conversa desse jeito.

- E por que? – Apesar disso, Yuri não desistiu.

- Porque você é bonita, Yuri-ah. Porque por alguma razão eu quero ficar próxima de você, mais do que qualquer outra pessoa. – A voz de Jessica se tornava cada vez mais baixa.

- E... E por que? – Observando a reação da loira, Yuri começou a provocá-la.

- Babo! Não dá pra perceber que eu gosto de você?! – Jessica virou-se para a morena, tinha uma expressão envergonhada e ao mesmo tempo de indignação no rosto. Yuri sorriu com isso.

- Por que é tão difícil pra você falar essas coisas?

- Porque eu nunca falo. – Voltou a encarar o chão de carpete.

- Eu também gosto de você, Sica-ah. – Disse capturando o olhar da loira novamente. Tinha um sorriso terno no rosto, mas Jessica permanecia chocada.

- B-bwo?!

- É o que ouviu. – Apesar de também estar corando, Yuri não desviava o olhar de Jessica.

- Desde... Desde quando?! – A loira franziu a testa, desacreditada.

- Já faz um tempo.

- M-mas, mas como? E o Minho? E por que eu nunca...

- Aish, Jessica! Por que tantas perguntas? – Yuri a interrompeu. A loira abriu e fechou a boca diversas vezes, queria continuar com suas perguntas, mas estava assustada. Aquilo não era o tipo de coisa que lhe acontecia com frequência. Nunca ninguém havia confessado seus sentimentos por ela, ou pelo menos nunca dera essa chance a ninguém.

O toque das mãos de Yuri em seu pescoço a despertou, teria de encarar a realidade. Olhou profundamente nos olhos da morena, era como se eles estivessem lhe passando confiança. Sentiu-se confortável depois de tanto tempo.

Fitou os lábios de Yuri. Não sabia se seria a decisão mais sensata. Mas não era exatamente assim nos filmes? Então talvez fosse isso, talvez Jessica estivesse presenciando seu final feliz. Pouco a pouco sentia Yuri se aproximando, seus olhos a essa altura já estavam fechados. A respiração da morena causava leves arrepios em seu rosto. Não conseguiria esperar um pouco mais, sentia algo prestes a saltar de seu peito.

- Aish, Yuri-ah. – Murmurou, ouvindo uma risada da morena em seguida. Projetou seu corpo para frente, fazendo seus lábios colidirem. Aquilo doeu, mas por ora a dor não lhe importava. Enlaçou a cintura de Yuri, as mãos da mesma descansavam em seu pescoço.

 Praguejava mentalmente por estar tão insegura, mal se movia, tinha medo de estragar tudo. Sentiu uma leve mordida em seu lábio inferior, abriu a boca aos poucos deixando que Yuri comandasse o beijo. Sentiu algo bom lhe preencher, algo que a fazia sorrir entre os lábios da morena. Aos poucos percebeu que não era o final de um filme romântico qualquer, apenas desejou que não tivesse fim.

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-Dias depois-

- My love, my love... – Jiyoung cantava alegremente enquanto tocava o piano, feliz por finalmente conseguir terminar sua música. Estava compondo-a desde o início da semana, quando Hyoyeon disse que gostaria lhe ver tocar. Sorria para o papel à sua frente, a letra era um tanto quanto melosa. Se Jiyoung não estivesse no estado que está agora, com certeza riria de cada estrofe. Sonhava com o dia em que pudesse cantá-la para a loira. Sentia-se orgulhosa, definitivamente era uma bonita forma de mostrar a Hyoyeon como se sentia, já que nunca foi boa com as palavras.

Parou de tocar e levantou-se, indo em direção ao banheiro com a mesma empolgação de antes. Era sábado, o tão esperado dia do cinema. Tomou seu banho, ainda com o sorriso de antes no rosto. Apesar de toda a felicidade sentia-se um pouco nervosa, a presença de Hyoyeon em si era algo que mexia com ela.

- Aish, nada vai dar errado, Jiyoung. Não tem como dar errado. – Desligou o chuveiro e levantou o pulso, encorajando-se. – Hwaiting!

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- Aigoo!! – Onew atirava a décima camisa pólo para trás enquanto vasculhava seu armário. 

- Hyung, é só uma roupa. – Taemin ria do nervosismo do mais velho, sentado na cama do mesmo.

- Não é só uma roupa qualquer, Tae. Tem que ser A roupa.

- Por que? – O menor perguntou, coçando a cabeça.

- Porque hoje é um dia especial. – Onew tirou a camisa que vestia novamente e colocou outra, se observando no espelho.

- Quanto especial? – Apoiou os cotovelos nos joelhos e pôs o queixo entre as mãos.

- Bem... Lembra quando você foi à sorveteria com Minho hyung? – O mais novo corou instantaneamente.

- Sim...

- Aquele não foi um dia especial pra você?

- F-foi, de certa forma... – Coçou a nuca sem jeito.

- Então, esse tanto de especial pra você é o mesmo de especial pra mim. Ou talvez maior. – Ajeitou os botões da camisa.

- Eu já passei pela porta desse quarto umas quatro vezes, em todas elas você estava com camisas diferentes. Tá rolando desfilezinho e eu não tô sabendo? – Key se aproximou.

- Ah, Key! Que bom que está aí, preciso de uma opinião.

- Hey! – O menor cruzou os braços.

 - Não que a sua opinião não seja boa, Tae. É que o Key entende dessas coisas.  – Justificou-se.

- Ok, diga lá. – Disse sentando-se ao lado de Taemin.

- Essa ou essa? – Apontou para a camisa que vestia e para outra em sua mão. Key franziu a testa e olhou em volta, várias camisas estavam espalhadas pelo chão do quarto.

- Você sabe que são todas iguais, não é? – Arqueou uma sobrancelha, fazendo Onew encarar-lhe confuso.

- M-mas... Mas...

- Onew, todas as suas camisas são iguais. A única coisa que muda é a cor. – Disse fazendo o menor prender uma risada. Key levantou-se da cama sem dizer nada e retirou-se do quarto. Onew olhou para Taemin mais confuso ainda. Minutos depois Key volta ao quarto e entrega um colete preto para Onew. – Pronto, isso vai dar um jeito.

- Oh... O-obrigado, Key. – Disse se surpreendendo com o quão bem o colete de Key havia ficado em seu corpo.

- Não há de quê. – Sorriu e logo desviou o olhar para Taemin. – E você, banho. Agora. – Retirou-se do quarto com o menor bufando em seu encalço, deixando Onew sozinho com seus pensamentos.

- Aish... Nada de pânico, nada de pânico. Vai dar tudo certo, claro que vai. – Deu uma última olhada no espelho e saiu do quarto. Desceu as escadas, pegou as chaves do carro e antes de sair pela porta da frente escutou um sonoro “Hwaiting!” de Taemin e Key, vindo da cozinha.

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- Unnie, não fique tão nervosa assim. Ligue e desmarque com um deles. – Seohyun  sentou-se na cama de Hyoyeon enquanto a loira andava em círculos. Já havia recebido duas mensagens, uma de Onew e outra de Jiyoung. Estava completamente apavorada.

- Não é tão fácil assim, Seo! Eu não posso fazer isso. – A mais nova a puxou pelo pulso, fazendo-a sentar na cama também. Já estava cansada de vê-la andar pelo quarto.

- Então desmarque com só um deles. – A loira afundou a cabeça entre os braços.

- Seohyun, eu não posso. Eu... Eu não posso escolher.

- E por que não? – Hyoyeon encarou a menor, que tinha uma expressão serena no rosto.

- Seo, se imagine na minha situação. Quem escolheria: Yoona ou YongHwa?

- Yoona unnie. – Respondeu com a maior naturalidade, chocando um pouco a loira. Quando percebeu o que tinha dito, corou um pouco e desviou o olhar para o chão do quarto.

- É, não me admira. Qualquer um é melhor que aquele paspalho. – Voltou a afundar o rosto entre os braços.

- Yoona unnie não é qualquer uma... – Sussurrou para que só ela ouvisse. Em vão.

- Eu sei. – A loira disse sorrindo. O som de carros chegando do lado de fora da casa fez com que se calasse e fosse até a janela. – Omo, não... – Seohyun a seguiu e enxergou dois carros parados na frente da casa de Hyoyeon.

- São eles? – Perguntou recebendo um sinal afirmativo com a cabeça. A maknae podia sentir o desespero da mais baixa em seu olhar.

- Seo, o que eu faço?!

Do lado de fora, Jiyoung estranhou um carro estacionar logo a frente do seu. Estava parada na frente da casa de Hyoyeon há alguns minutos, e cogitou ligar para a loira. Até que o outro carro buzinou, fazendo-a franzir a testa em confusão. Esqueceu o celular e buzinou também.

- Aish, ela tem visitas? – Bateu os dedos no volante.

- Que carro é aquele? – Onew olhava pelo espelho retrovisor, cansado de esperar decidiu sair do carro e bater na porta. Mal notou que a pessoa do outro carro fez o mesmo.

- Unnie, eles estão vindo. – Seohyun alertou.

- O-onew?! – Jiyoung exclamou, fazendo Onew parar na calçada e encará-la.

- Ah, olá... Jiyoung-ssi. – Coçou a nuca em confusão.

- O que faz aqui? – A mais nova franziu a testa e cruzou os braços.

- Eu... Vou ao cinema com Hyoyeon-ssi. Você veio visitá-la? – Jiyoung estremeceu. Isso não fazia sentido, Hyoyeon ia ao cinema com ela.

- Eu estava pensando... O que acha de irmos ao cinema neste sábado?

- Oh, eu adoraria, Jing.

A mais nova estava sem reação, Onew tentava decifrá-la. Sentia falta de ar, um nó na garganta. Não, não poderia ser. Hyoyeon não faria isso.

Olhou para a porta de casa e lá estava a loira. Fechou os punhos com uma determinada força.

- B-boa tarde, Hyoyeon-ssi. – A loira ignorou o cumprimento de Onew, que parecia não ter entendido a situação ainda. Foi em direção a Jiyoung, que parecia bem conturbada. A mais nova deu alguns passos para trás.

- Jing... – Mordeu o lábio inferior. Seu nervosismo era perceptível.

- V-você... V-você vai... Você vai ao cinema com ele? – A voz da menor saiu trêmula, sua garganta parecia se fechar. Tinha esperanças de ouvir um “não”. Mas não ouviu nada, Hyoyeon olhava para os dois, queria dizer algo, mas não sabia como. Não encontrava meios para se justificar, sabia que era culpada.

- Hyo... Acho que vamos nos atrasar. – Onew disse, preocupado com o horário. Aquilo foi o suficiente para Jiyoung, a menor deu as costas para os dois e foi até seu carro.

- Jing! Espera... – Hyoyeon pegou em seu pulso, virando-a de volta, ficando centímetros de distância da mais nova.

- Não... Eu, eu não... Eu não quero que se atrasem. – Disse de cabeça baixa, seria doloroso demais olhar para a loira agora. – Bom filme. – Afastou seu pulso das mãos de Hyoyeon e entrou no carro, saindo em seguida.

Hyoyeon suspirou, virando-se para Onew. O rapaz lhe dava um sorriso sincero, sentiu-se culpada.

- Eu não entendi. – Disse se aproximando da loira.

- Acho melhor deixarmos o cinema pra outro dia. – Bateu no ombro de Onew e tentou esboçar um sorriso. O rapaz notou a tristeza na voz da loira, apenas assentiu e se despediu dando-lhe um beijo na testa.

Voltou para dentro de casa e se jogou no sofá.

- Unnie... – Seohyun se aproximou, tinha observado a cena toda da janela do quarto.

- Eu sou uma idiota, Seo.

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- AISH! – Jiyoung bateu a porta da frente com força e subiu as escadas, indo direto para o quarto. Jogou sua bolsa em um canto qualquer e começou a tirar o vestido preto que usava. – Babo, babo, babo, babo... – Foi até o banheiro e se olhou no espelho, sua maquiagem visivelmente borrada. Lavou o rosto e colocou seu pijama. Chorava de raiva, não sabia nem por quem. Hyoyeon mentiu pra ela, Onew sempre a atrapalhava. Sua cabeça girava, sentia-se tão envergonhada com a situação.

Sentou na cama e ficou ali por bastante tempo, tentando parar de chorar. Sua cabeça doía, os olhos já estavam inchados. Odiava chorar, odiava a sensação agoniante que tinha sempre quando chorava. Uma folha de papel voando para o chão captou a atenção de Jiyoung. Estava caída perto do piano, levantou-se e a pegou. Era a letra de sua música, olhou para o piano e notou que a partitura ainda estava lá. Sentou-se no banco e ficou lendo o que tinha escrito hoje cedo. Era tão triste notar seu humor mudar drasticamente em um só dia. Estava tão feliz, com tantas esperanças. Talvez aquilo não fosse acontecer, talvez tenha sido uma péssima ideia. Se odiava por gostar tanto da loira. No início pensou que fosse errado, mas quanto mais o tempo passava mais Hyoyeon a fazia bem. Algo que nos faz tão bem não devia nos magoar tanto assim, não há lógica.

O amor não era uma coisa fácil de entender, principalmente quando Jiyoung nunca tinha se sentido assim antes. Talvez isso tudo tivesse sido um erro, algo que ela poderá esquecer se fizer um certo esforço pra isso. Pegou papel e caneta e deixou que sua mente deliberasse. Escrever era bom, desse jeito ela estaria concentrada em suas palavras e pararia de chorar mais rapidamente. Dito e feito, as lágrimas secaram, mas seu semblante continuava o mesmo. E não tinha certeza se conseguiria muda-lo.

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Onew chegou em casa e deixou as chaves do carro em cima da mesa. Suspirou, nada fazia sentido.  Odiava se sentir confuso, mas essa era sua realidade quase sempre. Foi até a cozinha procurando por Taemin ou Key, mas não os encontrou. Foi até a sala de estar e deu de cara com alguém inesperado.

- Oh, olá oppa! – Disse a loira, curvando-se logo depois.

- O-olá, Jinah. Não esperava te encontrar aqui. – Coçou a nuca, sentando-se ao lado da visita inesperada.

- Key oppa me convidou pra um festa, Taemin disse que eu podia esperar ele aqui. – Onew assentiu.

- Está esperando ele se arrumar? Tenho pena de você, Jinah. – Disse divertido.

- Sabe que não precisa se tão formal comigo, oppa. – Baixou a cabeça. – Pode me chamar de Nana.

- T-tudo bem, Nana. – Sorriu, sempre ficava nervoso na presença de alguma garota.

- Ah, aí está você. Como foi o cinema? – Key disse ao entrar na sala.

- É... Não foi. – Esboçou um sorriso.

- Como assim? – Nana tombou a cabeça.

- Você vai me contar tudinho quando eu voltar, ok? – Onew assentiu. – E você, baby girl, vamos lá. – Pegou a mão de Nana e a arrastou porta afora.

- Até um dia, oppa! – Ouviu da mais nova antes da porta se fechar. Relaxou no sofá e fechou os olhos.