Fix A Heart escrita por bells


Capítulo 8
Capítulo 8 - Thank you Justin!


Notas iniciais do capítulo

heeeeeeeeey guys, como vcs estão??
Bom.. tentei fazer um capitulo maior como me pediram, não sei se deu certo, mas tentei.
Então .. espero que gostem desse capitulo. E me desculpem se tiver erro de ortografia ou digitação.
2 beijos e boa leitura.



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– Demi

Uma semana se passou. A escola estava normal, os olhares para a nova aluna já estavam passando, graças a Deus. Passava a maior parte do tempo na escola com Harley, posso dizer que estamos começando uma boa amizade, ela é divertida. E Justin, parece que finalmente ele desistiu daquele assunto, já não estava evitando ele, pelo menos não tanto quanto antes. E também me apresentou para os amigos dele, Chaz, Ryan, Mel e Katy, eles também eram legais e de todos falei mais com Chaz.

Eu me encontrava deitada na minha cama, lendo o livro A última música. Era meu livro favorito, já tinha lido ele umas 3 vezes, tirando essa. Olhei a hora em meu celular, 14:30 de sábado. Esse dia me lembra da praça, perto da casa. Fechei o livro, e o coloquei em cima do criado-mudo, ao lado de minha cama e levantei, indo em direção ao banheiro. Ia tomar um banho para ir naquela praça. Era tão bom sentir a água morna caindo em minhas costas, fiquei um bom tempo embaixo do chuveiro e sai.

Coloquei a primeira roupa que vi no closet, um moletom cinza com um shorts jeans e botas. Peguei meu celular, que estava jogado na cama, e o livro em cima do criado mudo. Desci a escada, a casa estava silenciosa. Demais.

– Pattie? - chamei por ela, mas não recebi responta. - Justin? - chamei por ele também e nada de novo.

Bom, já que fiquei sem resposta dos dois, sai. No caminho da porta da casa até a calçada, vi uma bola de basquete passando por mim, indo para trás da casa. Levantei a cabeça, olhando para frente, e vi um menino, que aparentava ter nove ou dez anos, com uma camiseta preta, calça de moletom e um boné dos Lakers*.

– Moça, você pode pegar a minha bola, por favor? - gritou o menino para mim.

– Claro, só um minuto. - gritei de volta e fui atrás de seu brinquedo. Assim que peguei pertence do garoto, vi uma casinha, devia ser um porão, depósito ou algo assim. A porta estava aberta, o que seria ali?

Voltei para devolver o brinquedo do garoto que estava esperando em frente a casa.

– Aqui está. - disse entregando a bola ao menino.

– Muito obrigado, moça. - agradeceu sorrindo.

– De nada. - sorri de volta e ele foi embora. Voltei para trás da casa de novo, para ver o que era aquela pequena casa e conforme eu me aproximava eu ouvi uma melodia calma vindo dela, parecia ser ... piano. Sorri ao pensar nessa possibilidade, desde dos meus 7 anos eu nunca mais pude tocar piano. E eu adorava isso. Cheguei mais perto e fiquei parada ao lado da porta, para que quem estivesse ali não pudesse me ver. Era Justin. Ele tocava uma música calma que eu não conhecia. Ele parava de tocar de vez enquanto e pegava um lápis, anotando, o que deviam ser as notas da música, o que me fez pensar que foi ele quem compôs a música, por isso não conhecia. Fiquei ali por um bom tempo vendo ele simplesmente tocar e eu, simplesmente sorria com aquilo.


– Justin

Esse sábado está sendo completamente tedioso. Pensei em ligar pros meninos para jogarmos uma partida que basquete na quadra coberta, no fim da rua, mas não estava com vontade de jogar. Minha mãe foi na casa de uma amiga dela, saiu de casa lá pelas uma da tarde. Ficamos só eu e Demi aqui, mas ela foi para seu quarto e lá ficou, pelo menos até agora.

Depois de ficar o começo da tarde deitado no sofá, assistindo merda nenhuma na TV, me levantei e fui para um pequeno "depósito", acho que posso dizer assim, que tinha atrás de minha casa. Era lá onde eu guardava minhas coisas. Lá tinha um piano que ganhei de meus avós e minha mãe não deixou eu colocar ele na sala, porque segundo ela iria tomar muito espaço.

Sentado em um banco em frente ao piano, tentando terminar uma música que vinha tentando achar as notas certas há algum tempo. Já irritado por não conseguir acertar as notas, joguei o lápis em cima do piano e amassei o papel que estava escrevendo, o jogando para frente com raiva.

– Que bosta. - disse comigo mesmo.

– Estava tão bonita, não sei porque o estresse. - disse aquela voz doce que já era conhecida por mim. Olhei rapidamente para a porta e lá estava Demi, encostada na mesma com os braços cruzado e sorrindo sem mostrar os dentes.

– Hã .. obrigado. - respondi. - Eu acho. - disse para mim mesmo.

– Desculpa se te atrapalhei. - ela endireitou a postura, se desencostando da porta. - Acho melhor eu votar. - ela se virou, mas depois se voltou para mim de novo. - A propósito, se quiser uma dica, pode terminar essa parte da música com uma Clave de Sol.

Para. Como ela sabe? Ela toca? Me surpreendi com isso e a dica dela não era nada mal. Por que não pensei nisso antes? Antes que Demi saísse, me levantei e perguntei:

– Como .. Quer dizer, você sabe tocar piano? - me encostei no piano e cruzei os braços. Demi fez uma cara surpresa, como se tivesse falado demais. Ela percorria o olhar pelo depósito, parecendo procurar por uma resposta.

– É .. eu já .. já toquei sim. - disse com certa dificuldade. Agora eu me pergunto: Porque? Porque a dificuldade para dizer isso? A cada hora Demi parece ficar mais misteriosa e dá para ver que tem muita coisa por trás daquelas cicatrizes. Talvez devesse tentar fazer com que ela me contasse mais sobre seu passado, a magoa que levou ela a fazer aquilo. Mas por outro lado, sei que ela ia dar um jeito que contornar o assunto e me evitar por um tempo, até parecer que eu esqueci.

– E parou?

– É. Eu tive que parar. - disse ela rapidamente.

– Porque? - ela suspirou, olhou em volta e viu um banco, que estava na minha frente, ela caminhou até ele e sentou ali.

– Lembra quando você me perguntou se eu falaria com você sobre .. ? - ela me olhou e arqueou as duas sobrancelhas, expressando que eu sabia do que ela estava falando. E sim, eu sabia.

– Lembro. - peguei o banco que estava sentado antes e coloquei na frente dela, sentando no mesmo.

– Bom .. acho que o talvez que te respondi aquele dia virou um sim hoje. - Demi inclinou a parte superior de seu corpo para frente, apoiando seus braços em suas coxas. - Você já sabe desse segredo mesmo, porque não saber os motivos? Não quero te fazer pensar que faço isso por ..nada.

– Eu nunca pensei isso, Demi.

– Que seja. - ela deu de ombros e parou seu olhar no piano. - Quando eu era pequena, com uns 4 anos, minha mãe começou a me ensinar a tocar piano. Todos os dias nós duas ficávamos tocando diversas músicas, riamos bastante. Ela me ensinou um pouco de violão também, esses instrumentos estavam se tornando uma paixão, assim como era para minha mãe. - Demi mantinha seu olhar sobre o piano e sorria algumas vezes, como se estivesse revivendo esses momentos. - E foi todos os dias, quer dizer, até um mês depois do meu aniversário de 7 anos. Eu desci para a sala, para começarmos mais uma aula. Ao chegar no meio da escada comecei a ouvir gritos e mais gritos. Eram meus pais, brigando. - ela desviou o olhar do piano, passou por mim e depois parou em algo atrás de mim. - Isso foi mais que estranho para mim, eu nunca tinha ouvido eles falarem em tom mais alto um com o outro antes e eu ouvi minha mãe gritar coisas tipo "Como você pode fazer isso comigo?"


– Flashback

A menina de 7 anos desceu as escada de sua casa, com tanta felicidade para mais uma aula de piano com sua mãe. Ao chegar no meio da escadaria começou a ouvir muitos gritos. Ao perceber que esses gritos eram de seus pais, a garota se assustou, pois nunca tinha ouvido eles discutirem antes. A pequena menina se escondeu em baixo de uma mesa no canto da sala, para que seus pais não a vissem.

– PORQUE FEZ ISSO COM A GENTE? - gritava sua mãe.

– EU JÁ DISSE QUE ISSO NÃO SIGNIFICOU NADA.- seu pai gritava junto.

– COMO NADA? ISSO O QUE ESTAVA ACONTECENDO É NADA PRA VOCÊ?

– ME DESCULPA, EU SINTO MUITO .. EU ... - seu pai tentava converter a situação.

– Quer saber? Para! Não quero mais saber. Não use desculpas. - agora a voz de sua mãe já era mais controlada e ao virar de costas para seu pai a garota viu as lágrimas em seu rosto. Naquela hora tudo o que ela queria fazer era sair de seu esconderijo e correr para abraçar sua mãe. Mas ela não podia então ela correu de volta para seu quarto não querendo mais ouvir aquilo e não querendo ver sua mãe daquele jeito.

– Flashback.

– Me lembro que ficar no meu quarto, abraçada com uma boneca em minha cama até minha mãe vir falar comigo. Ela disse que precisa fazer uma viajem urgente, que era para cuidar de uma tia dela que estava doente. E bom .. parece que essa tia nunca sarou. - disse com tom de ironia e com isso ela deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto e limpou-a rapidamente. Não me pergunte porque, mas ver aquela lágrima em seu rosto partiu meu coração.


– Não precisa continuar se não .. - ela me interrompeu antes que terminasse de falar.

– Não, ta tudo bem. - ela deu um pequeno sorriso para mim e assenti. - Antes dela ir, ela me disse para que eu nunca esquecesse que ela me amava, mas ela se esqueceu de mim. - seus olhos estavam marejados, ela não ia conseguir controlar o choro por muito tempo.

– Você nunca mais soube dela? - perguntei.

– A única coisa que eu sei é que ela voltou pro Brasil, porque eu ainda mantinha contato com meus avós maternos. Mas meu pai descobriu isso e agora família para ele somos só nós dois, eu acho. - ela respirou fundo e me olhou. - Eu tenho saudade do piano. Quando minha mãe foi emborra eu ficava sozinha tocando e teve um dia em que meu pai chegou mais cedo do trabalho e me viu ali.


– Flashback

A garotinha estava tocando piano enquanto sua mãe teve que viajar, foi o que ela pensou toda sua vida, e não podia ensina-lá. Ela tocava uma das músicas favoritas de sua mãe, estava encontrando um jeito de matar a saudade dela.

– O que você esta fazendo ai? - a menina se assustou ao ver seu pai parado em frente com os braços cruzados olhando bravo para ela.

– Só tocando sozinha enquanto mamãe esta viajando. - disse a garotinha sem o sorriso que tinha no rosto antes.

– Vá para o seu quarto. - seu pai virou o rosto, olhando para a escada. Ao ir na direção que seu pai estava olhando a menina viu que os olhos de seu pai estavam marejados.

– Esta tudo bem papai? - perguntou ela inocentemente e preocupada.

– VÁ PARA O SEU QUARTO. - gritou o homem para ela. A menina foi em direção a escada, sentindo seus olhos marejarem. Ao ouvir um barulho vindo lá de baixo, a garota voltou para a sala não acreditando no que estava vendo.

– Flashback.


– Ele destruiu a única forma que eu encontrei de ficar mais próxima dela. - ela agora já ão segurava o choro, mas controlava ele.

– Sinto muito Demi. - disse de cabeça baixa. - Eu sei como é não ter um deles por perto. Quer dizer, meus pais são separados, mas meu pai sempre manteve contato comigo. Ele mora no Canada, se casou de novo, teve mais dois filhos. Sei como é isso, eu sinto falta dele aqui comigo, mas de alguma forma ele continua presente.

– Bem .. podia ser pelo menos assim né? - ela virou o rosto. - O que eu penso até hoje é o porque dessa briga? Foi isso que a levou a ir emborra? Porque ela não procurou manter contato comigo? Porque ela me abandonou? Me esqueceu? - Demi disse a última frase em um sussurro.

– Não precisa continuar Demi, imagino como deve ser difícil pra você .. - ela me interrompeu.

– Eu quero. - voltou-se para mim rapidamente. - Eu não sei porque estou falando disso com você, nunca falei disso com ninguém mas .. eu acho que confio em você - ela deu um riso abafado - Não sei se devia, mas ..

– Deve. - respondi a interrompendo. - Eu realmente quero te ajudar Demi. - disse com sinceridade e feliz pelo que que tinha acabado de ouvir. Ela confia em mim.

– Obrigada Justin. - sorriu. É praticamente impossível não sorrir junto com ela. Acompanhar o seu lindo sorriso.

– E .. o que aconteceu depois?

– Bem .. meu pai me ignorava completamente quando tentava saber sobre ela. Mas as coisas começaram a piorar um tempo depois quando descobriram. Eu devia ter acabado de fazer oito anos quando as pessoas da escola perceberam que minha mãe não estava acompanhando reuniões, entre outras coisas, e a partir dai começaram as perguntas. E eu sempre usava para responder o que ela me disse antes de ir, até um tempo. As pessoas não são bobas como eu pensava, eu era.


– Flashback

– Eu não quero ela no meu time. - disse a menina loira de olhos azuis para uma outra loira também também, mas com olhos castanhos.

– Eu também não. - responde a outra.

– Porque não? - pergunta Demi.

– Porque você só vai atrapalhar, não entende? - diz a de olhos castanhos.

– Como atrapalhar? - pergunta Demi novamente.

– Você é gorda, não vai conseguir jogar direito. - a de olhos azuis disse. Demi ficou sem reação ao ouvir aquilo e como se não bastasse a de olhos castanhos fez ela se sentir, culpada.

– Bem .. até sua mãe desapareceu, não é? Não te quis mais. - disse e riu, fazendo o resto rir junto. O professor de educação física logo chegou perto delas para ver se já tinham decidido os times para jogarem queimada.

– Demetria, em qual time esta? - perguntou ele. Demi tentou juntar algumas palavras, para dar qualquer desculpa.

– Eu .. estou com dor cabeça. Posso não fazer a atividade hoje?

– Tudo bem. Passe na enfermaria para tomar algum remédio. - Demi assentiu positivamente e saiu correndo dali, indo para o banheiro feminino, não conseguindo segurar as lágrimas.

– Flashback.



– E eles sempre estavam falando isso para mim, sendo cruéis comigo, pela minha aparência. E foi a partir daquele dia que eu não conseguia me olhar no espelho, porque eu via ali uma garota que nunca ia ser boa o bastante para nada e para ninguém. Então eu parei de comer. Eu ficava fraca, com fortes dores de cabeça, mas não comia nada. E quando sim, eu me sentia culpada e jogava tudo para fora. - Fiquei surpreso com suas últimas palavras. Não imaginaria isso nunca. Como essas pessoas podiam ser tão cruéis a esse ponto? Como foram tão cruéis com ela? Uma garota tão linda. - Então eu fiz minha escolha, sabia que era errado, mas escolhi isso. Eu escolhi descarregar tudo o que eu sentia em cima de mim mesma. Passei a me cortar. Foi a maneira de me livrar de toda a culpa e vergonha que eu sentia. E até hoje eu me sinto assim. Fraca. - Como ela pode dizer que é fraca? Suportar tudo isso a 10 anos, sorrir na frente de todos, esconder toda a sua dor sem fazer ninguém desconfiar, então, como ela pode pode se considerar fraca?

– Não Demi. Você pode ser tudo menos fraca. Olhe pro seu passado, pra tudo o que você me contou. Quase ninguém iria suportar tudo isso com um sorriso no rosto. Se eu mesmo não tivesse visto todas essas cicatrizes no seu braço, nunca desconfiaria. - ela sorriu para mim sem mostrar os dentes. - Eu realmente não sei o que aquelas pessoas tinham na cabeça para fazer aquilo, porque nada do que eles disseram é verdade. Demi você é uma garota linda.

– Obrigada, mas .. - ela começou a dizer, mas eu a interrompi.

– Sem mais. - disse tentando parecer sério e começamos a rir juntos.

– Ok então. - ela levantou as mãos em forma de rendição.

– Ah! E mais uma coisa. - talvez ela não aceitasse, mas eu tinha que tentar.

– O que?

– Promete parar de se cortar? - ela me olhou sem expressão, desviou o olhar e ficou em silêncio. Por longos segundos.

– Eu .. não .. posso. - disse baixo, quase num sussurro. - Sei que não vou cumprir.

– Promete tentar. - ela permaneceu em silêncio, ainda sem me olhar. - Por favor. - continuou em silêncio. É, acho que não consegui, então mudei de assunto. - Bom, vamos entrar? Daqui a pouco a dona Pattie esta chegando. - me levantei e coloquei o banco de volta na frente do piano. Demi se levantou também, mas antes de sairmos ela me surpreendeu com um abraço e com suas palavras.

– Eu prometo. sorri com sua resposta.

- Mesmo? - perguntei ainda sorrindo.

- Tentar. - Tentar. Queria izer o quanto eu fiquei feliz em ouvir isso. Ela ia tentar e para mim era um grande começo. Mas só consegui dizer isso:

– Obrigado Demi. - levei uma de minhas mãos até sua cabeça e afaguei seus cabelos.

– Não, obrigada você, Justin. - disse me abraçando mais forte.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram??
Ficou bom??
ah! No capitulo anterior não apareceu foto que coloquei onde me inspirei para fazer as características da personagem Harley, então quem quiser ver é essa a foto > http://data.whicdn.com/images/38826991/tumblr_mal8v92NND1rzwu4wo1_500_large.png



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