O Meu Imortal escrita por ThatFearlessGirl


Capítulo 4
Capítulo 4 - Revelação.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/263498/chapter/4

Desde o suicídio do meu pai na prisão, enquanto este cumpria 6 anos de pena por tráfico de armas, esta trancou-se por dentro. Os seus dias resumiam-se a manhãs na cama a dormitar e a tardes sentada no pequeno sofá da sala com o seu olhar atravessado na janela.

E eu?

Cuidava dela. Cuidava de mim.

Mas o meu erro foi ter desabafado com a pessoa que eu julgava que manteria segredo. Segredo da vida que eu vivia!

Eu cresci rápido, tornei-me independente cedo. Geria o nosso dinheiro que apenas era suficiente para comprar os bens essenciais, como comida. Mas eu me lembro das noites em que adormeci depois de apenas ter bebido um chá de ervas e comido bocado de pão duro, as únicas coisas que havia ingerido durante aquele dia.

Eu tentava sempre manter-me apresentável, com as roupas limpas e o cabelo bem penteado.

Porquê?

Porque se alguém conhecesse minha verdadeira vida, esse alguém não hesitaria em revelar tudo.

E foi o que aconteceu.

Morgan Moore, assistente social de Gaitlin, apareceu!

– Boa noite, Brooke. – E reconheci de imediato a voz da assistente social. Nesse mesmo instante eu gelei.

– Bo-boa noite, Mrs. Moore. - O meu olhar pousou nos dois homens jovens que a acompanhavam, depois percorreu por inteiro a sala e não a vi. – Onde está a minha mãe?

Aquilo me preocupou, muito.

– Brooke, sua mãe não estava bem… - eu a intercetei.

– Vocês levaram ela, não foi? – Meus olhos ficaram húmidos.

– Pequena, tente compreender que foi o melhor…

Foi ele, foi o Dylan! Foi o Dylan que divulgou tudo! Ele era o único que sabia, mas e então as promessas… ele mentiu. E por isso ele me ignorou. Porque ele sabia o que tinha feito, e tinha medo. Pois nunca nos esquecemos das coisas que fizemos, mas que, no entanto, sabemos que não devíamos ter feito.

As lágrimas começaram a cair e então eu ergui o olhar até à grande janela. E o vi. Nossos olhares cruzaram-se e meu coração acelerou. Ele abaixou o olhar e virou costas, caminhando em direção ao pinhal.

Eu estava sentindo ódio dele!

O vento trespassava os pinheiros enquanto eu corria até ele, até à casa da árvore que havia sido construída por nós. E onde ele prometeu…

Flashback On

Dylan estava deitado no chão de madeira velha absorvido pelos seus pensamentos quando eu entrei na casa da árvore. Deitei-me junto dele e coloquei a minha cabeça no seu peito. Ele colocou o seu braço de forma protetora em mim e sua mão passeava nos meus cabelos soltos.

Mesmo sem a escola durante o dia, Dylan tinha que fazer várias tarefas no orfanato e por isso não podíamos estar juntos. Por isso, durante o verão nós sempre nos encontrávamos durante a noite, às escondidas.

– Está tudo bem? – perguntei-lhe.

– Sim, não te preocupes. – Ele depositou um beijo na minha testa.

– Estás distante…

– Pensamentos…

– Sobre?

– Coisas do orfanato…

– Fizeste alguma coisa e eles… - Olhei para ele e comprovei o que havia pensado. Debaixo do seu olho havia um tom roxo na sua pele. – Dylan…

– Não foi nada, não te preocupes! – Ele deu um meio sorriso e me abraçou. – E por mais que a tua vida seja difícil, no orfanato iria ser bem pior. Nunca irei deixar que vás para lá.

Flashback Off

E quando eu abri a porta velha eu o encontrei. Ele estava voltado de costas para mim. O vento fazia-se sentir e a chuva não tardaria a cair. A madeira rangia.

– Porquê? – Foi tudo o que consegui dizer.

– Desculpa… - murmurou.

– PORQUÊ? – gritei, e naquele momento uma dor forte abalou o meu corpo e não consegui sentir mais nada.

Eu morri.

Um tronco da árvore havia caído e me esmagado.

E então eu preciso voltar para terminar a nossa conversa.

– BROOOKE! – Alexia gritou, retirando-me do transe em que me fixei. Eu acho que ela não disse o que disse com maldade, apenas me queria encorajar. Não a culpo.

– Shh, não quer que todo o mundo me reconheça, pois não? – disse sussurrando. Estávamos já atravessando o corredor em direção à porta principal.

– Desculpe, mas você não ouviu nada do que eu disse. – falou num tom mais baixo, revirando os olhos.

– Alexia, quem é ela? – uma voz familiar soou.

F U D E U!



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Meu Imortal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.