Take Me Home escrita por Agatha Fawkes


Capítulo 1
Capítulo 1 O Começo




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Virei-me suavemente na cama, o Sol começava a querer invadir as cortinas... Vi pelo canto do olho aqueles cabelos loiros invadindo as cobertas ao meu lado, nos últimos anos ele invadiu muitas coisas mais, meu coração, meus pensamentos, meus sonhos. Fingi ainda estar dormindo só para ver o que ia acontecer, só pra ver o que ele ia fazer. Senti aqueles lábios quentes pressionados contra o meu pescoço, senti o pulsar daquele peito junto ao meu e finalmente abri os olhos, nunca resisto por muito tempo. A cena não podia ser mais linda: aqueles cabelos completamente despenteados, aquele sorriso de menino bobo, aqueles olhos nos quais Deus fez a maravilha de pintar pedacinhos do céu...

– Bom dia, meu amor!

– Bom dia....

Ele sabe que eu adoro quando ele me acorda desse jeito, o dia sempre sai dos melhores.

– Pronta para a grande performance?

– Agora estou! Você não devia estar no estúdio a essas horas?

– Os meninos decidiram que hoje seria um dia perfeito pra se tirar uma folga do trabalho, amanhã voltamos com tudo! Quero também ter a chance de prestigiar meu amor fazendo o que sabe fazer de melhor... Bem, você se garante em muitas coisas, devo dizer, mas isso é como se fosse a sua essência...

– Ai meu Deus! Eu poderia passar uma eternidade só te vendo falar... Amo esse seu sotaque, amo essas suas palavras, amo esse seu jeito.

– Pode confessar que me ama logo, ok? Eu já sei, mesmo...

– Haha, seu convencido! E eu realmente o amo, MUITO!

Adoro essas nossas conversas de de manhã, e o jeito que ele fica olhando para mim enquanto preparo nosso café... Ai, ai... Ele parece adorar a comida que eu faço, mas eu não sei bem o porquê, afinal, não herdei os dons culinários da minha mãe, ele diz que é uma das coisas que mais sente falta quando está em turnê, do sanduíche que só eu sei fazer para ele. Receitas brasileiras sempre funcionam.

Comemos e saímos, ele me acompanhou até a Academia. Provavelmente eu não devo ter dito, mas sou uma dançarina, comecei com Ballet e de uns anos para cá me encontrei no Hip Hop, danço na principal Academia de Londres, o que não foi fácil de se conseguir, ainda mais quando se estuda paralelmamente Direito em Cambridge. Sou Brasileira, mas sempre tive uma paixão sem igual pelo Reino Unido, sempre tive imensa vontade de estudar aqui, até que eu consegui uma bolsa de estudos e minha vida mudou completamente. Para melhor. Divido meu tempo entre o escritório em que trabalho e os palcos. Hoje, sábado, primeiro de setembro, haverá a abertura de um dos principais Festivais de Dança da Europa, sediado em Londres, e eu fui convidada para uma das apresentações. Foi uma honra e tanta.

Tenho 27 anos e moro há pelo menos 7 aqui. Mas provavelmente minha vida não deve interessar muito, essa história nem é sobre mim, na verdade... Nem sobre ele... Quem tiver um pouco de perspicácia já deve saber de quem eu falo. Eu falo de Niall Horan, meu noivo, meu amigo, meu parceiro, meu amor. Essa história é sobre nós, é sobre como dois caminhos incompletos conseguem se achar, e se completar, é sobre como dois mundos de solidão desaguam um no outro para então surgir alegria, contentamento, fé no que há de bom ainda por aqui. É a história de como sonhos perdidos se reconstroem, de como corações rasgados se regeneram com o simples toque.

Ele me regenerou, ele me salvou de mim mesma, ele me ajudou a sonhar novamente, ele me fez acreditar em mim e no que eu era capaz de fazer, ele me amou - e me ama - sem reservas, sem medo, sem dúvidas. Ele é o ser mais imperfeitamente perfeito que já poderia ter adentrado minha vida.

Andamos pela Picadilly rumo à Academia, gosto de ir andando, é bom ver as pessoas, as paisagens, os prédios novos e velhos coexistindo lado a lado. Sempre damos boas risadas quando estamos juntos, ele coloca os pés entre os meus para me fazer tropeçar, às vezes se esconde num poste e aparece de novo, como que querendo me dar sustos, mas nunca assusta, aqueles fios loiros rebeldes sempre denunciam sua posição. É um bobão, e eu sou mais ainda. Sou bobona que ama seu bobão. Nossa, como isso soou bobo! E assim fazemos os nossos caminhos, quando ele pode caminhar comigo. É bom agora, pois as fãs cresceram, não saem mais correndo atrás dele por tanto tempo! Podemos caminhar livremente, paramos quando ele precisa dar alguns autógrafos ou tirar uma foto, às vezes até me chamam para sair na imagem também, mas não há mais aquela loucura histérica, arranhões, gritos etc. Choro sempre tem. Eu sou Directioner também, acompanho a carreira deles desde o comecinho e eu era maluuuuucaaaa, se os visse a uns 5 metros de mim, era capaz de ter um treco, ou sabe-se lá o que mais! Tudo faz parte dos hormônios e da euforia de estar próxima aos ídolos. Será que há 10 ou 11 anos atrás eu imaginava estar aqui, ao lado de um deles, sendo amada por um deles? Se imaginava, nunca pensei ser realmente possível.

Chegamos ao nosso destino. Tinha de trocar de roupa e me aquecer para a performance, Niall deixou-me lá e foi passear pelo público, comprar comida (óbvio), e se divertir enquanto eu me concentrava.

A hora chegou. Já estávamos na coxia do palco esperando o apresentador começar com o evento. Não tinha sinal do Niall desde a hora em que chegamos, só umas 2 mensagens de texto. Tentava procurar por ele, visualizá-lo no meio da multidão, mas era impossível! Será que ele foi embora? O nervosismo, que antes estava sob controle, começou a voltar, as mãos começaram a suar e tremer, meu coração batia forte como uma percussão a cada palavra que o apresentador dizia. Ouvi meu nome sendo chamado. Meu Deus. Era agora. E nem sinal dele. Bem, tenho de ir lá e dar meu melhor, seja o que Deus quiser.

– Ana!

Era ele bem atrás de mim. Ai que alívio! Ele me puxou para si e deu-me um beijo longo, me abraçou e disse:

– Vá lá e mude o mundo! Eu te amo, meu amor!

– Também te amo, obrigada! Por instantes achei que você tivesse ido embora...

– Nunca!

As cortinas se abrem, gritos, aplausos, a batida começa a tocar, meu corpo começa a se envolver no ritmo, sentir pulsar aquela vibração. Encaro aquele público, faço o primeiro movimento.It's showtime!


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