Tomando Chá Com Os Mortos escrita por IFToldoTASilva


Capítulo 9
O bilhete


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas...
Nossa o último capitulo quase me matou! Ethan como eu ti odeio!
Enfim... Esse capitulo é só para falar o que vai acontecer com eles mesmo.
Espero que gostem! E por favor! deixem reviwes! Até lá embaixo...



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Depois de muito custo os policiais me levaram até o carro estacionado na frente da minha casa.

Percebo que está chovendo, mas não me importo, na verdade não me importo com nada mais.

Tudo o que me importava foi tirado de mim, foi arrancado de mim e a dor é tudo o que me resta! A dor é tudo o que tenho... Tudo o que sou...

Dentro do carro me encolho abraçando minhas pernas, as lágrimas não param nem por um segundo...

Quero ele morto! Quero ver seu corpo ensanguentado e sem vida, sem alma! Quero ouvir seu grito! Seu ultimo grito... Quero ouvir seu coração parar de bater... Quero ver seu ultimo suspiro de vida se esvaindo sem importância... Quero ele morto... Igual a minha mãe... Minha doce mamãe...

Ethan!

O ódio me encheu completamente, senti as lágrimas secarem, senti as chamas da raiva subindo em meu corpo...

Meu coração doido e quebrado agora fervia de ódio e raiva...

Eu queria ele morto pelas minhas mãos... Vingança!

Perdida em meus pensamentos nem percebi que tinha companhia...

-Sam?

Aron estava do meu lado, ele também chorava, mas as lágrimas dele não eram de dor ou perda eram de arrependimento...

-Sinto muito por tudo isso... Sinto muito pela sua mãe... O que a gente fez foi errado, sei que isso pode não ter importância pra você agora, mas me desculpe...Eu me sinto realmente culpado por tudo isso, então me perdoe...

As palavras dele tinham sentimentos... Compaixão... Arrependimento... E tristeza...

Ele estava realmente sentindo muito por tudo aquilo, e devo admitir aquelas palavras foram as mais sinceras que eu já tinha ouvido em toda a minha vida...

-Aron...

Não consegui completar minha frase, chorava tanto que já estava soluçando e sem ar...

-Desçam.

Ouvi a voz do policial que acabara de abrir a porta do carro.

Eu e Aron descemos, algemados e ao nosso lado estava Danyen e Edgar, vi que eles estavam com expressões de medo no rosto, acho pouco.

Os policiais nos levaram para dentro da delegacia e nos separaram em salas diferentes e longe uma das outras.

-Olá Samantha.

Uma mulher loira de olhos castanhos e roupa social me comprimento, entrando na sala e se sentando na minha frente com uma pasta na mão.

Não respondi.

-Samantha, você foi pega em flagrante como cúmplice de um assalto. Mas sabemos que o que mais está ti abalando é a morte da sua mãe...

As palavras “morte”, “sua” e “mãe” me quebraram ainda mais e me deu vontade de vomitar.

-Os policiais já se encontram na sua casa investigando tudo o que aconteceu... Sabendo que seu pai batia na sua mãe, um dos meninos nos falou.

Isso já nem me importava mais.

-Olha... Se vocês forem me prender me prendem logo ok?! Nada mais me importa mesmo! Então pra que ficar perdendo tempo aqui! Me manda logo para a cadeia e me deixa apodrecer lá dentro... Afinal não tem mais ninguém que se importe comigo e com a minha vida...

Eu praticamente cuspi as palavras! Eu queria morrer mesmo! Tudo isso é culpa minha... Se eu tivesse fugido, morrido e nem se quer nascido minha mãe ainda estaria viva e feliz... Eu quero morrer...

-Não vamos ti prender garota...

O que?... Eu ouvi direito?

Ainda de braços cruzados eu olhei para a mulher, ela tinha uma expressão seria no rosto, como se não estivesse brincando e nem mentindo... Estranho...

-Os meninos nos contaram às ameaças que eles fizeram a você, nos disseram que você fez tudo àquilo para proteger sua mãe e você do seu pai... Afinal, se eles denunciassem seu pai ele iria preso e você e a sua mãe não teriam onde morar, o que comer ou o que vestir...

As palavras dela me lembraram das vezes que eu perguntei para minha mãe o porquê de não denunciar ele.

-Então, como você foi mais vitima do que cúmplice você não será presa.

-Então, o que vai acontecer comigo?

Perguntei me ajeitando na cadeira e descruzando os braços. Agora sim eu parecia inocente e confusa.

-Como o seu pai está sendo procurado pela policia e a sua mãe infelizmente está morta, você não tem para onde ir a não ser para um orfanato.

O que?! Ela disse que não ia me mandar para a cadeia mais um orfanato?! É quase isso mulher!

-Aqui próximo à cidade tem um orfanato para crianças especiais...

Agora sou especial... Lindo...

-É um orfanato para crianças que perderam os pais assassinados, como você, ou foram abusadas ou foram abandonadas... São crianças que tiveram perdas e traumas e não tem outro lugar para ir.

Beleza, vou viver com crianças problemáticas, feliz agora Ethan?!

-Samantha, você não tem nenhum outro parente certo?

-Não que eu saiba.

Minha mãe nunca me falou sobres meus familiares e eu também nunca perguntei se eu tinha algum... Acho que não...

-Então, já está resolvido! Você será levada até a sua casa para pegar as suas coisas e assim logo será levada para o orfanato.

-Mas espera, eu posso ser adotada?

Afinal, é para isso que serve um orfanato.

-Bem...

Ela pareceu um pouco constrangida, mas continuou.

-Não tem muitas pessoas que visitam orfanatos por aqui, mas claro que pode!

Ou seja, “ninguém quer crianças problemáticas e doentes para criar, mas para você não ficar chateada eu vou dizer que pode...” Vaca.

-E o que vai acontecer com os meninos?

Na verdade eu não tava nem ai para o Danyne e para o Edgar, pra mim eles podiam apodrecer! Mas o Aron se preocupou comigo e foi sincero, nunca ninguém, além da minha mãe, me tratou assim.

-Danyen e Edgar já foram presos já o Aron terá que cumprir com trabalhos sociais para a cidade.

Menos mal.

-Ok, posso ir?

Não queria ficar nem mais um segundo ali.

-Os policiais vão ti acompanhar até a sua casa.

Ela se levantou apertou minha mão com um sorriso falso e saio.

Logo os policiais chegaram e me levaram até a minha casa...

No caminho fiquei lembrado do rosto da minha mãe, agora tudo seria diferente sem ela. Como sinto sua falta... Sua voz, Seu perfume, seus abraços, seus carinhos, seu sorriso... Tudo... E pensar que nunca mais poderei abraça-la e tomar chá com ela nas tardes de domingo... Agora tudo dói... E não quero mais viver sem ter ela comigo... Por quê?... Ainda não entendo...

Eu sempre achei que se fossemos bons, coisas boas aconteceriam com a gente, mas tudo o que sempre aconteceu comigo foi ruim... Nada, nem mesmo um 10 na prova de matemática! Tudo parece estar contra mim... E agora a única pessoa que melhorava minha vida não vive mais... E eu estou só.

Chegamos à minha casa. O sangue que anteriormente estava no chão agora já sumira...

O corpo da minha doce mãe já fora retirado e os cacos de vidro que antes tinha por todos os lados também já não existiam...

Eu subi para o meu quarto, me recusei em ir até o quarto dela, pois sabia que tudo lá aumentaria ainda mais essa dor.

O meu quarto estava intacto, do jeito que eu tinha deixado quando sai naquela noite. Pegue minhas roupas e guardei na mochila, sai e fechei a porta, olhando para trás me deparo com um armário que tinha fotos nossas, as lágrimas caem pelo meu rosto. Pego as fotos e também coloco na mochila.

Andando pelo corredor me lembro de cada segundo que vivi naquela casa e não resisto ao impulso de entrar pela última vez no quarto dela.

O seu perfume ainda está lá... Seu quarto tão docemente arrumado, cobertas dobradas sobre a cama, uma foto minha encima do criado mudo, suas roupas tão organizadas dentro do guarda-roupa e a janela fechada pelas cortinas.

Vou até ela e a abro, sinto o vento pelo meu longo cabelo negro. Quando me viro para ir embora avisto sobre a cômoda uma xícara.

Era uma xícara de porcelana, já tinha visto ela uma vez, era a xícara favorita da minha mãe ela só a usada em ocasiões especiais. Era branca e tinha umas rosas desenhadas por toda ela, era tão delicada que parecia que ao mais simples toque ela poderia quebrar.

Dentro dela tinha chá, chá preto o meu favorito, ele estava frio.

Minha mãe deve ter colocado nessa xícara para poder tomar antes de tudo acontecer. Percebo que ela nem se quer tomou um só gole afinal a xícara está cheia.

Pego a xícara com delicadeza pela alça lateral, quando a levanto vejo que tem algo embaixo dela.

É um bilhete com uma linda caligrafia, era da minha mãe...

Enquanto tomo o chá eu abro o bilhete com calma, apesar das minhas mãos estarem tremendo... E dentro do lindo bilhete está escrito...

“Se estivermos juntas tudo ficará bem... Para todo o sempre minha querida.”

Por que acho que ela sabia que tudo isso ia acontecer?...


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Notas finais do capítulo

É isso ai gente... Pobre Sam... Sinto muito por ela...
Bom, o próximo capitulo já vai ser no orfanato!
Beijos sabor Aron por que ele é legal e sincero! o/



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