Decidimos descansar por algumas horas antes de avançarmos. Apesar de estarmos em território inimigo, precisávamos dormir, nós enfrentamos dois demônios e perdemos a noção do tempo.

Miki armou a barraca mágica que Renji havia dado e então entramos. Lá dentro era enorme, parecia uma casa, com eletricidade, decoração, tinha até um banheiro... O que a magia não faz? Decidimos vigiar a entrada em turnos de duplas. Primeiramente foi Miki e Toramaru e depois eu e o Yasha e assim todos nós poderíamos recuperar as forças.

Tinha um quarto enorme lá dentro com uma cama aparentemente superconfortável e então nos deitamos. Tinha um edredom branco tão macio quanto algodão e um travesseiro maravilhoso. Fui tomar um banho, pois eu estava necessitada. Coloquei as minhas roupas sujas em um cesto e assim que as peguei novamente, elas estavam limpas.

— Isso é demais! – Falei.

Coloquei um pijama e me deitei. Renji havia preparado tudo para nós. Yasha estava em sua forma humana. Estava sem camisa e quase pegando no sono, porém com uma cara de preocupado, acho que deveria ser por causa que vi o seu estado descontrolado.

— Não se preocupe, você não me machucou. – Falei sorrindo para ele.

— É eu sei, mas eu poderia! Foi perigoso... E agora você viu como é o poder dos demônios... E eu nunca te contei como tudo isso começou, não é? – Perguntou.

— Não....

— Bom vou dizer brevemente. A minha família é uma das maiores dentro do Makai (Sim vivemos com hierarquias sociais também), sendo uma das 3 grandes. Nós somos treinados e disciplinados desde pequenos para combates e para cargos de grande poder e claro o cargo de Rei do Makai. – Explicou.

— Então você é um nobre? – Perguntei.

— Sim, mas eu não uso isso a meu favor, quero criar a minha própria imagem não só como mais um Heiwana, mas já como eu sou da linhagem principal, eu tive de me esforçar muito em um treinamento próprio que por sinal  estou desde os meus 15 anos... – Falou Yasha. – E então eu consegui atingir a segunda fase, mas não a aperfeiçoei e então eu evito usar todos os meus poderes pois você sabe o que acontece...

— Quantos anos você tem? – Perguntou Toramaru.

— 26 anos. – Respondeu.

— Então há 11 anos você luta para conter o seu poder? – Perguntei. – E a sua família é a mais forte?

— Sim, longos 11 anos... E estamos em 2° lugar nesse ranking. – Respondeu. - E muito obrigado Yuki, não pude agradecer você direito.... A sua voz me alcançou em meio aquela escuridão dentro de mim.

Ele me abraçou e então fechou os olhos. Parecia uma criança dormindo e eu logo entrei em seu ritmo... 6h depois, nós levantamos e trocamos de turno com Miki e Toramaru que por sinal estavam exaustos.

Ficamos do lado de fora da barraca um ao lado do outro. Aquele local era medonho: a floresta ao redor me dava arrepios, parecia que ia nos engolir vivo.

A noite finalmente havia desaparecido e o dia começara a raiar. Deveria ser umas 06h da manhã, apesar de la não ter um sol igual à da terra, a brisa matinal era mesma.

— Ei, será que conseguiremos salvar a minha mãe?

— Com certeza, se estivermos juntos, nada ira nos deter.

Começamos a ouvir uns sons vindo da aérea do terceiro portão e a energia maliciosa que eu havia sentido havia aumentado demais.

— Eu estou com um mau-presságio.

— Eu acho que o seu mau presságio está bem próximo Yuki. – Disse Toramaru. 

— O que você está fazendo aqui? - Perguntei. - Vá dormir!

— Eu já dormi um pouco mais cedo... Miki vigiou tudo sozinha haha. Eu estou mais que recarregado. – Respondeu.

— Eles estão se aproximando! Temos de acordar ela. – Falou Yasha. Essa não! São a 2,3 e 4 ° Divisões Oficiais Demoníacas.

A divisão gritava com suas armas para o alto e diziam: Vida Longa ao Koen-sama.

Os pés marchando eram assustadores, eles estavam em um numero muito maior da ultima vez que apareceram com Devilry.

Toramaru entrou para acordar Miki para a batalha.

— Gostaram do presente que demos a vocês? Um boa noite de sono é o que todos nós precisamos, não é? – Ironizou Aya.

— Até que vocês não são tão malvados. – Rebati.

— Pensou errado querida! Matar vocês dormindo seria fácil demais. – Disse ela. - E primeiro o Ninearms e agora o Mane... Esses caras realmente não conseguiram dar conta de vocês de verdade.

— O que não mata, fortalece não é mesmo Aya? – Perguntei.

— Se eu te matar agora você não vai se fortalecer não é? – Respondeu Aya

— Veremos quem sobreviverá. – Falei.

As forças que estavam ao seu lado pareciam forte. O líder da divisão estava no na frente e ele era muito parecido com o Devilry Bones.

— Ei Spite, pode pegar eles com seus exércitos e quem matou seu irmão é aquele homem que está dentro da cabana no momento... Logo logo o cavalinho vai aparecer. – Disse ela.

— Irmão? – Perguntei.

— Sim. Meu nome é Spite Bones e vocês mataram o meu irmão, Devilry Bones e agora eu quero vingança. – Disse Spite. – PEGUEM-NOS BUTCHERS!

Toramaru e Miki saíram da barraca já transformados, então ela desmontou rapidamente colocando dentro de uma trouxa.

— Toramaru, você cuida dele? – Perguntei.

— Deixa comigo. Miki vamos? – Falou Toramaru.

— Mas é claro... E eu quero destruir quem me fez acordar!!! – Respondeu.

Miki sentou e suas costas e os dois avançaram rapidamente contra a divisão. Ela saltou rapidamente sacando Fobos e Deimos da bainha e girou no ar atirando rajadas de energia para todos os lados atingindo os Butchers e Toramaru foi numa forte investida contra Spite Bones. Seu corpo parecia estar se revestindo um manto de fogo e então aquilo se transformou em um canhão humano incandescente.

— Body Fire Cannon. – Disse Toramaru.

E então atravessou o corpo de Spite Bones quebrando seus ossos.

— É isso Toramaru! – Disse Miki.

— Vocês acham mesmo que ele iria cair só com isso? – Disse Aya.

 O então corpo desfeito de Spite se reconstruiu e ele estava sacando sua espada para fora e então avançou rapidamente em Toramaru dando lhe um chute que o atirou nas arvores ao redor.

— Atenção Butchers, está na hora do alimento! – Disse Spite. – “Ecoe pelo ar, Death Flute”

A espada de Spite se transformou em uma flauta de ossos e então ela começou a tocar e uma linda melodia começou a ecoar e os Butchers começaram a ficar excitados e seus corpos começaram a ganhar mais massa, forma e poder e Toramaru logo invocou a Lira de Orpheu.

— Parece que teremos uma batalha musical aqui! – Disse Spite.

— O poder da minha lira é superior à sua flauta! – Disse Toramaru.

— Não pense que sou como meu irmão. Ele foi descuidado, mas eu não serei!

Os dois começaram a se atacar e por outro lado, Aya estava parada em minha frente.

— Você não vai atacar? – Perguntei.

— Nossa hora não é agora, espera um pouquinho.

— Eu não sei o que você está planejando, mas não vai conseguir...

— Yasha querido, muito em breve você vai se arrepender de não ter ficado ao meu lado. – Disse Aya sorrindo. – Ele está voltando.

— Ele quem? – Perguntou Yasha.

— Acalme-se, tudo no seu tempo. Não seria justo com os outros dois ali. – Respondeu ela.

Miki estava havia derrotado pelo menos 200 Butchers fortificados no meio tempo em que conversávamos.

— Ei Toramaru, eu já acabei aqui. Precisa de ajuda? -  Perguntou ela.

— Por enquanto não..., mas por ventura não é... – Respondeu.

— Hahaha parece que a minha flauta é superior. – Disse Spite. – Bone Flute Sword e então começou a recitar uma magia: Neue Gott der Hölle, ich Daste Macht und gegessen, die Seelen der Sünder: Lodernde Bones "

Os corpos dos Butchers derrotados começaram a se contorcer no chão e suas peles foram rasgadas por seus ossos sendo extraídos pelo poder de Spite e então os mesmos foram envolvidos em chamas e direcionados a nós.

— Toramaru use a Bite of Tiger e deixe que eu termino o resto.

Toramaru levantou vôo e preparou para atirar em Spite.

— Você não vai conseguir cavalinho... – Retrucou Spite. – Vire cinzas!

Os ossos apontados para Toramaru e Miki estavam quase se aproximando e então Miki finalmente se moveu.

— Vamos testar uma habilidade nova... – Disse Miki. – Space Cut...

Antes que Miki pudesse terminar de concretizar seu ataque, o ambiente foi contaminado por uma densa onda de poder e energia negativa e essa mesma energia era aquela que eu senti quando o portão se abriu.

Os ataques de Miki e Spite foram cancelados na hora.

— Finalmente você chegou... – Disse Aya sorrindo. – Por hora vamos nos retirar. Vamos embora Spite!

Aya levantou suas asas e desapareceu no ar. Spite Bones e as divisões desapareceram logo em seguida.

— O que está acontecendo Yasha? - Perguntei

— Eu... Eu... – Falou Yasha.

— Yuki! O que é este poder? Será que é Koen? – Perguntou Miki

— Ele não apareceria desse jeito, ele é o   Rei! Estamos no terceiro portão ainda... – Respondi.

Em meio a nevoa que subia, a figura de um homem começara a aparecer e então o mesmo ficou diante de nós.

 - Sa...Sa...- Disse Yasha.

Um humano apareceu na nossa frente. Ele aparentava ter uns 28 anos, tinha cabelos loiros, usava uma roupa de alta costura de cor prata e em cima do seu peito no lado havia o mesmo símbolo que o Yasha tem em suas costas.

— Há quanto tempo Yasha, ou melhor meu querido irmãozinho. – Disse o tal o homem.

— Sasha! – Falou Yasha assustado.

— IRMÃO? – Perguntei assustada. - O que está acontecendo aqui? Alguém me explica? 

— Oh me perdoem, eu não me apresentei. Meu nome é Sasha Heiwana, sou o guardião do terceiro portão, também irmão mais velho do Yasha. – Disse Sasha. – O meu lema é “As chamas são eternas, assim como o badalar das asas da fênix também”

A frase de Sasha começou a se bordar no ar a partir de um pequeno estalo de seus dedos.   

— Isso não pode ser possível!! – Disse Yasha assustado.

— Yasha por favor nos explique o que está acontecendo com você! – Implorei.

— Você ainda continua o mesmo medroso e chorão. Sempre ficando impotente quando alguém mais forte aparece... Yasha você realmente não aprende. – Disse Sasha.

O clima realmente ficou pesado. Eu podia sentir a maldade emanando daquele cara e a cara que o Yasha fazia não era um bom sinal.

— O Yasha não contou a história para vocês? – Perguntou Sasha.

 - Que história?  - Respondeu Toramaru.

— A verdadeira história dele e por que ele está nesse estado. – Disse Sasha.

— Conte de uma vez! – Falou Miki.

—Cale a boca seu imundo. Você não tem moral para falar algo.  – Disse Yasha se recompondo.

— Resolveu falar agora irmão? – Provocou Sasha.

— Eu vou explicar tudo...

“2002 – Makai “

Fevereiro de 2002

Eu era um pequeno demônio de 13 anos de idade que ia para escola de demônios com o meu irmão. Por sermos da família Heiwana, tínhamos um respeito enorme por todos só por serem quem somos e muitas pessoas não falavam conosco e a maioria era por que eles tinham medo.

Meu irmão Sasha, é dois anos mais velho do que eu e já tinha o seu grupo de amigos composto por Ichinose e Haru. Sasha tinha um grande diferencial que era a sua obsessão por ficar mais forte....

Eu..., não tinha amigos, era sozinho e não tinha nenhuma ambição, porém tudo mudou quando conheci uma menina chamada Aya... Ela era a menina mais bonita da minha sala e foi a primeira que falou comigo.

— O-oi... Você é o Y-Yasha Heiwana c-certo? – Gaguejou ela.

— Sim!! Eu sou, você quer ser minha amiga? – Respondi com outra pergunta.

— É-É claro... Eu sempre quis vir falar com você, mas não tinha coragem...

— Desculpa, o meu nome assusta você, não é? Não precisa ficar preocupada e me diga qual é o seu nome? – Perguntei.

— Aya Ophiophagus... – Respondeu.

 Dei um sorriso para ela e então respondeu com outro sorriso... Foi ai que nosso relacionamento começou. Nós nos aproximamos muito e depois de um tempo, começamos a namorar oficialmente e meu irmão no pareceu não gostar muito, ficou ciúmes, mas aceitou.

Janeiro de 2002

22 dias após o ano novo, Sasha completaria 15 anos e então meu pai e convocou a presença todos os demônios da nossa família e a atual família Real (Kurokaminari) também foi e organizou uma superfesta de comemoração e nele ele faria a anunciação.

Momentos antes de irmos para o salão principal da festa, eu estava no quarto me arrumando junto com Sasha, conversando.

— Não é todos os dias em que se faz 15 anos não é irmão? – Perguntei.

— É claro Yasha! É uma data importante e o papai disse que teria uma grande surpresa e não se preocupe que ano que vem será você!  - Respondeu sorrindo.

Eu e Sasha estavamos com um smoking branco com uma gravata preta muito fina. No nosso peito esquerdo havia o brasão da nossa família bordado, nos nossos pés, uma bota que ia até a altura do joelho e um bracelete de ouro junto do anel de esmeralda.

Descemos até o salão principal e fomos agraciados com uma grande salva de palmas, apesar de o aniversariante ser apenas o meu irmão. Uma coisa era engraçada, meu irmão fazia aniversário dia 22 de janeiro e 21 de fevereiro e com a diferença de 2 anos apenas.

Me afastei de Sasha e fui ficar ao lado de Aya que estava me esperando. Ela estava deslumbrante com aquele vestido rosa, seu cabelo estava preso e amarrado a uma tiara no formato de cobra.

— Ano que vem será você, meu amor! – Falou ela.

— Sim, e você estará ao meu lado! – Rebati.

Meu pai e minha mãe estavam cumprimentando os membros da nossa família e então, os peguei desprevenidos e pude finalmente mostrar Aya a eles.

— Pai, mãe esta é a minha namorada Aya Ophiophagus. – Falei apresentando-a.

— Oh Yasha, você não disse que estava namorando... Seu moleque sapeca... Você é linda minha jovem... Meu nome é Naminohana Heiwana, é um prazer conhece-la. – Falou minha mãe.

Minha mãe era uma mulher muito vaidosa e muito gentil. Ela era alta como meu pai e segundo ela, eles se conheceram na escola de demônios assim como eu e Aya.

— S-Senhora Heiwana! É um pr-prazer conhece-la! – Tremeu Aya.

— Hmmm. Então você é a namorada do meu filho caçula... Eu já sabia disso há tempos Yasha, estava esperando você me contar. – Falou meu pai. – Ah, meu nome é Fei Long Heiwana, é um prazer conhece-la pessoalmente.

— É-É um enorme prazer conhece-lo também senhor Heiwana. – Respondeu Aya.

— Não precisa ficar tremula, você já é da família... E quando voltar para casa, diga a sua mãe que mandei lembranças. – Disse ele.

— O senhor conhece minha mãe? – Perguntou surpresa.

— Quem nunca ouviu a alcunha “Hebi no Kenshi”, não sabe o que é temer a vida. Eu já perdi para ela em um combate... – Respondeu ele.

A reação entre meus pais e Aya foi muito diferente do que eu pensava. Por fim, eles se despediram de nós e foram até o centro para fazer um anuncio.

— Primeiramente, muito obrigado a todos por virem a festa de comemoração de 15 anos do meu primeiro filho. Eu já irei anunciar a todos o seu presente, mas antes vamos abrir espaço para a família Kurokaminari entrar no salão. – Disse ele.

As pessoas se afastaram do centro e em um piscar de olhos um enorme clarão surgiu no salão e lá estava a família do Rei Koen. Eu nunca tinha visto a figura do Rei em pessoa e tão próxima de mim. Sua energia impregnou o ambiente com tamanho poder... Ele era grande, vestia um traje especial com um sobretudo vermelho, preto e amarelo e o mais estranho era que eu sentia uma energia negativa vinda delei.

Ele olhou ao redor e todos ajoelharam perante a si, os únicos de pé eram eu, Sasha, minha mãe e meu pai. Logo em seguida todos se levantaram e lhes deram uma salva de palmas.

Os membros da família Kurokaminari estavam todos vestidos com smoking e vestidos pretos com as bordas amareladas e folheadas a ouro puro e no peito de cada um havia o brasão da família.

— Fei Long, Naminohana! – Disse Koen.

— Koen-sama! - Responderam

Sua figura onipotente perto dos meus pais era assustadora. Sabia que meu pai atualmente era o mais forte de toda a nossa família e a minha mãe a segunda mais forte, mas nada comparado ao poder que aquele cara emanava. 

Segurei forte na mão de Aya e então cheguei próximo de meus pais e então acabei ficando frente a frente com ele.

— Ah? Quem é você? – Perguntou ele.

— Perdoe a falta de educação de meu filho, este é o Yasha, o meu caçula. – Respondeu. – E logo ali é seu irmão, Sasha o aniversariante.

— Entendo... – Disse ele.

Koen se virou para mim e estendeu a mão.

— Muitos ficam com medo de mim à primeira vista, mas você parece não ter medo. Gosto de pessoas assim no meu hoste, sem medo e prontos para encarar tudo.

— É um prazer conhece-lo Koen-sama. – Respondi junto de um sorriso.

Eu pude confirmar a energia maligna no simples toque de mãos entre mim e Koen... Eu olhei dentro de seus olhos, e a o mal parecia residir dentro deles.... Por fora eu estava duro, firme e forte, mas por dentro, eu estava extremamente assustado.

Sasha se aproximou de nós e então se apresentou.

— É um prazer conhece-lo Koen-sama! Muito obrigado por comparecer a minha festa de aniversário. – Disse Sasha.

Koen novamente estendeu a mão e cumprimentou Sasha.

— Você tem filhos bastante destemidos, Fei Long! Gosto disso. – Disse ele.

— Eles são o orgulho dos Heiwana! – Respondeu.

Meu pai pediu silencio a todos do salão e então finalmente anunciaria o presente:

— Como todos sabem, é tradição presentearmos o aniversário com algo grande, mas este ano com meu filho será diferente. Quem lhe dera o presente não será eu, seu pai e sim o nosso ilustríssimo e querido Koen-sama.

Todos aplaudiram e ficaram surpresos. A cara de espanto de Sasha era a melhor de tão engraçada e então Koen tomou a voz.

— Os jovens são o futuro, eles são a salvação, eles são a força e por isso, eu estarei introduzindo nesse jovem o poder. Ele passara pelo Tratamento Especial do Rei chamado de Break Limits. E assim que o treinamento estiver completo, ele terá um lugar especial no exercito real. – Explicou Koen. – Então meu jovem, você gostaria de se tornar mais forte?

— MAS É CLARO! EU ACEITO ESSE PRESENTE COM UM ENORME PRAZER. – Respondeu ele sem pensar duas vezes.

Koen abriu um sorriso e seu corpo começou a emanar poder. Os olhos de Sasha brilharam e então todos começaram a aplaudi-lo e assim a festa começou de verdade com muita música, comida e bebida de boa qualidade.

— Então é só isso? Perguntou Miki.

— Espere eu terminar.  – Respondeu Yasha.

Uma semana depois da festa, meu irmão arrumou as suas coisas e partiu para o castelo do Rei Koen. Na nossa enorme casa, havia ficado somente eu e meus pais.

Antes de ir embora, conversei com ele seriamente.

— Você promete que vai voltar? – Perguntei chorando.

— Sim, eu irei voltar e por favor pare de chorar, está me deixando nervoso. – Respondeu.

— Eu não consigo... Meu melhor amigo está indo embora, vou ficar sozinho, nós iriamos treinar magias e técnicas juntos...

— Ei, pare de graça! Você não vai ficar sozinho, você tem Aya, o papai e a mamãe... Sobre as técnicas, eu prometo que quando eu voltar mais forte, vou poder te ensinar mais coisas do que já sei agora! – Rebateu ele. – Você é forte, você consegue!

—  Mas Sasha...

— YASHA! – Gritou. – VOCÊ É UM HOMEM! HOMENS TEM QUE TOMAR DECISÕES DIFICEIS MESMO QUE PREJUDIQUEM QUEM AMA. ESSA FOI A DECISÃO QUE EU ESCOLHI E UMA OPORTUNIDADE DESSAS DE FICAR MAIS FORTE, QUANDO IRÁ SURGIR DE NOVO? PARA DE CHORAMINGAR.

— Desculpa... Eu estou sendo egoísta, mas só me prometa uma coisa? – Perguntei.

— O que é?

— Você sempre vai ser o meu irmão mais velho?

— Que pergunta mais óbvia... Más é claro! – Respondeu ele.

Ele me abraçou e então pegou as suas coisas e desceu até os jardins. A carruagem real o esperava no portão principal. Fiquei no quarto chorando para que ele não me visse e me desse outra bronca. Por um lado, eu estava feliz por ele estar seguindo o caminho que ele escolheu e triste por ter partido... Aquele foi um ano difícil, mas consegui sobreviver.

Fevereiro de 2003

Eu e Aya estávamos mais juntos do que nunca e meu aniversário de 15 anos havia chegado e meu pai havia decidido fazer uma festa de aniversário para mim igual a de Sasha no ano passado.

Eu não via o meu irmão desde que tinha passado e então uma semana antes do meu aniversário chegar, ele havia voltado para casa. Ele estava no nosso antigo quarto que hoje era só meu, ele estava sentado em minha cama.

Eu treinei muito e aperfeiçoei as minhas técnicas para poder impressiona-lo.

Estava totalmente mudado, com um cabelo grande, seu corpo estava todo definido, sem nenhuma gordura, músculos enormes e as suas vestes eram a de um general do exército real.

— Há quanto tempo não nos vemos, irmãozinho. – Falou ele.

— SASHA! – Gritei.

Corri para abraça-lo e então a reação dele não foi aquilo que eu esperava. Ele não me devolveu um abraço quente e receptivo... Ele estava de fato mais forte, mas eu pude sentir que algo nele estava diferente.

— Precisamos conversar... – Disse ele apreensivo.

— O que foi? Não me assusta. – Falei.

— Inicialmente, eu terminei o treinamento do Break Limit muito antes do esperado e tive um êxito de 120% ou seja fui promovido a general do exercito real oficialmente, como pode ver as minhas vestes.

— Então?

— Isso significa que eu não ficarei mais aqui, a partir de hoje, eu sou do exercito real e sirvo fielmente ao Koen-sama... Eu ainda tenho muito mais o que aprender.

A minha expressão de alegre e risonho ficou resumida a uma cara de criança que teve o doce roubado... E eu já tinha me acostumado com a sua falta, agora eu tive a sua consolidação.

— Tem mais alguma coisa para me falar? – Perguntei.

— Não... – Falou ele.

Ele se levantou e saiu do meu quarto... Eu fiquei furioso na hora... O Reino tinha tirado meu irmão de mim...

No dia 20 de fevereiro, eu estava treinando meus poderes no salão e então encontro Aya sentada na sala.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntei.

— Seu irmão me chamou. – Respondeu ela.

— Eu vou avisar ele que você está aqui...

Sai da sala e subi as escadas em direção a meu quarto e Sasha estava lá sentado em minha cama. Avisei que Aya estava na sala  esperando ele e então fui tomar um banho.

Quando sai do banho, ouvi um barulho estranho e luzes roxas provindas da sala. Troquei-me rapidamente para ver o que era e então vi Aya e Sasha conversando.

Sasha estava parado diante de Aya mostrando seus novos poderes... Uma enorme chama negra surgia de suas mãos e pude ouvir ele dizer “Você tem certeza de que ainda prefere ficar com o otário do meu irmão? Eu posso lhe oferecer muito mais... Segurança, fama, prestigio, riqueza e o fundamental que é muito poder”

 Aquilo me enfureceu loucamente... Ao mesmo tempo que eu estava morrendo de raiva, meu irmão me abandonara e me apunhalava pelas costas... Desde o inicio eu deveria ter suspeitado. Ele não tinha gostado muito da ideia porque ele realmente queria a Aya...

Ainda para piorar a situação, Sasha beijou Aya e logo depois eles pararam por ouvir um barulho supostamente causado pela rajada de energia que eu soltei no chão

Daquele dia em diante eu jurei que iria me vingar dele ter feito isso comigo.

Na noite da minha festa, nós dois nos arrumamos como fizemos no ano passado. Fingi que não vi nada na tarde anterior, segui firme e forte. Toda a minha família estava reunida novamente e claro a família Kurokaminari e o Rei Koen estavam presentes.

A mãe de Aya estava presente esse ano e reencontro dela com meu pai foi uma coisa adorável. Um tempo depois, meu pai fez um daqueles discursos que sempre fazia e então anunciara o meu presente de aniversário que por sinal era o Break Limit e então Koen falou:

— Então meu caro Heiwana, você aceita assim como seu irmão receber o treinamento especial e ainda se afiliar ao exército real?

— Não!

Quando disse a minha resposta, todos os convidados fizeram caras e sons de surpresos, principalmente meus pais e meu irmão.

— Y-yasha querido? Como assim não quer? – Perguntou minha mãe.

— Yasha! Não brinque, é uma oferta direita do Koen-sama... – Disse meu pai. – Koen-sama desculpe a insolência do meu filho.

— Minha decisão é não e querem saber o por quê?

— Está tudo bem Fei Long. Diga Yasha, por quê não quer? – Rebateu Koen.

— Porquê VOCÊ meu caro REI... ROUBOU o meu irmão para você e o transformou numa maquina sem coração e sem emoção e muito obrigado por mostrar a verdadeira essência dele... QUE É UM MENTIROSO QUE ROUBA A NAMORADA DO IRMÃO.

— YASHA! – Gritou Sasha.

Um clima pesado solidificou na festa. Os gritos e múrmuros eram demais. A mãe de Aya simplesmente deixou a festa.

— Yasha querido... Não é nada disso do que você está pensando... – Disse ela.

— Cale a boca sua imunda! Eu vi você e meu irmão se beijando na sala.

Sasha avançou rapidamente em mim e me derrubou no chão rapidamente.

— Você tá querendo nos matar de vergonha? Que papelão é esse? – Perguntou.

— Então você realmente assume que tem um caso com a Aya? Você me da nojo!

— Sasha! Que história é essa? – Perguntou meu pai.

Koen estava sorrindo em minha direção. Parecia que ele sabia que aquilo iria acontecer.

Enquanto Sasha estava distraído meti-lhe um soco na cara e depois um chute que arremessou na escada.

— Esplêndido... – Sussurrou Koen.

— Desgraçado!!! – Falei.

Avancei em Koen e então meu pai e minha mãe me seguraram...

— Não faça isso! – Falou ela.

— Vamos subir para o quarto em silencio. – Disse ele. – Perdão Koen-sama.

— A FESTA ACABOU! PODEM IR EMBORA! – Gritou minha mãe.

As lagrimas corriam fortemente em meu rosto. Minha mãe me segurava para não voar em Koen, Sasha e Aya.

— Vamos embora Sasha. – Falou Koen.

— Sim Koen-sama. Aya você vem comigo? – Perguntou.

— S-siim... – Respondeu ela.

Koen, Sasha e Aya foram embora rapidamente e essa foi a ultima vez que os vi até recentemente quando cheguei ao mundo humano.

— Como você foi baixo Sasha! – Falou Toramaru.

— E essa é a nossa história meu caros humanos... E Yasha, eu acho que está na hora de você superar isso! – Disse Sasha. – Você é um homem!

—  Você não entende nada o que é ser homem, não é? Não vou deixar você estragar mais vidas, como fez com a minha, a da Aya e como a de Ichinose e do Haru. Yasha.

— Não se atreva a falar deles dois! Deixe-os dois fora disso! –  Rugiu Sasha.

— EU JURO QUE SE EU ESTIVESSE LÁ NESSA EPOCA, EU TINHA MATADO SEU IRMÃO! – Gritou Miki.

— Acalme-se Miki... Ainda não é a hora. – Falou.

— Essa história é passado e muito comovente, porém você sabe qual o verdadeiro motivo de eu estar, não é? – Perguntou Sasha.

— O primeiro é impedir que vocês passem e o segundo é matar você irmãozinho. – Respondeu.

Ante que pudesse falar, Miki se enfureceu novamente e se pôs a falar:

— ESCUTA AQUI GAROTO! DEPOIS QUE EU OUVI ESSA HISTÓRIA, A MINHA RAIVA AUMENTOU MUITO E VOCÊ NÃO SABE O QUÃO FORTE EU FICO QUANDO ESTOU ENFURECIDA! – Gritou – ENTÃO PARA MATAR O YASHA, VAI TER QUE MATAR PRIMEIRO.

— Emoções... Quanta insolência humana... – Disse Sasha.

— Você também é humano! – Rebateu.

— Isso? Que nada! É apenas um traje. – Falou Sasha. – Nós demônios temos a capacidade natural de assumirmos a forma humana quando bem entendemos... É só uma carcaça.

O rosto de Sasha começou a descascar e sua verdadeira face começava a surgir. Ele se transfigurava em um demônio parecido com a forma origina de Yasha só que mais encorpado e tinha uma cauda que se dividia em duas.

— Eu não vou mais correr Sasha! Eu não vou deixar você me atormentar de volta e eu vou recuperar tudo o que me foi tirado. – Disse Yasha.

— Se você diz, venha... Mas saiba que eu não serei piedoso como eu era naquela época. – Disse Sasha.

Yasha e Sasha se colocaram frente a frente e clima estava ficando mais tenso. A energia negativa que emanava de Sasha era muito grande, aquilo me fazia me sentir péssima.

— Eu vou... – Falou Miki, mas foi interrompida por Toramaru.

— Espere. Essa briga inicialmente não é nossa. Vamos cuidar da retaguarda do Yasha.

— Ele está certo. Vamos recuperar energias por enquanto... Já estamos lutando há tempos e você ainda nem descansou direito. - Intervi. – Por acaso você tem comida ai?

— Tenho. – Disse Miki.

Miki sacou alguns chocolates da trouxa que estava a barraca mágica. Aquelas barras de chocolate nunca foram tão revigorantes, sentia minhas energias sendo recarregadas.

 A tensão entre Yasha e Sasha crescia, ambos ficavam se encarando, seus corpos emanando poder puro e o ar ficava mais denso do que já estava.

— Se prepare irmão, pois eu também não sou mais o mesmo! – Disse Yasha.

— Me mostre. – Disse Sasha.

Antes que pudéssemos piscar direito, Yasha e Sasha já tinham começado o confronto com socos e pontapés. Mal conseguíamos acompanhar a sua velocidade. Estavam se movendo tão rápido que os olhos comuns não conseguem acompanhar.

— Você está bem irmãozinho... Conseguindo, mas ainda não é o suficiente. – Disse Sasha.

Sasha saltou e sentou no ar e ficou sorrido para Yasha.

— Você é muito irritante! – Disse Yasha limpando o sangue na boca.

— Ele está levitando ou é impressão? – Perguntou Toramaru.

— Sim, ele pode fazer isso. – Respondeu Yasha.

— Irmãozinho você ainda não aprendeu a levitar? Você é tão inteligente, mas tão fracassado...

— Cale a porra da boca!

— Ah parece que eu feri um pouco a sua boca, está doendo? – Perguntou Sasha.

— Isso não é nada comparado ao que eu vou fazer com você! – Respondeu furioso.

CONTINUA