Esperando O Fim escrita por Chiisana Hana


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Hey, people! Voltei!
Dessa vez nem demorou tanto, hein? As coisas estão bem corridas por aqui, mas na medida do possível estou colocando as fics para andar.
Beijos!
Chii



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles.

ESPERANDO O FIM

Chiisana Hana

 

Capítulo VIII

Tinos, Grécia.

— Espera aí! – Máscara da Morte bradou indo em direção a Dohko com o dedo em riste. – Você tinha um negócio que podia curar a Fatma e não deu a ela?

— Infelizmente não estava mais comigo, Máscara – justificou-se o Mestre. – Você não ouviu que eu dei o sangue ao Shiryu no casamento dele?

— Pedisse de volta, porra! Um pouco que fosse! Não podia era deixar que ela ficasse daquele jeito! Você viu como ela estava sofrendo!

— Máscara, podia não ter o efeito esperado na Fatma e acabaríamos desperdiçando o Sangue Sagrado.

— Não me venha com desculpas! Você podia ter tentado! Não era você quem dizia que gostava dela, seu chinês de uma figa?

— A Fatma não corre risco de morte – Dohko continuou justificando-se. – Não valia a pena arriscar sem saber que efeito teria. Além do mais, todos nós precisamos enfrentar os desafios que surgem nas nossas vidas.

— Todos menos o seu querido discípulo, não é? Para ele você dá um jeito de facilitar tudo. Se eu tivesse decapitado o Julian Solo fora de uma guerra santa, com certeza sua reação seria bem diferente. Todo mundo já teria caído em cima de mim, dizendo que eu sou um maluco sádico, mas porque foi o seu queridinho ninguém fala nada.

— Não é bem assim.

— É, sim. Eu sei que é. Você é um filho da puta egoísta!

— Talvez eu seja, Máscara – Dohko respondeu calmamente.

— Cadê o vidro? Ainda sobrou alguma coisa?

— Não muito. – Dohko mostrou-lhe o frasquinho, que ainda continha um pouco do sangue.

— Eu exijo que me dê.

— Máscara, eu já disse, pode não ter efeito...

— Não importa, eu quero! Se não me der, nós vamos lutar!

Sem protestar, Dohko entregou o vidrinho ao italiano e o viu exigir que Mu o levasse de volta a Atenas. Com um leve movimento de cabeça, o Mestre deu consentimento e no segundo seguinte os dois não estavam mais em Tinos.

Não estava com raiva de Máscara da Morte, pelo contrário, estava impressionado positivamente. Tratar o Mestre do Santuário com tanto desrespeito era ousado demais e desafiá-lo a lutar era uma loucura completa, mas Dohko achou bonito ver o cavaleiro, que possuía um senso de justiça deturpado e era considerado sanguinário e sem coração, fazer isso para ajudar Fatma.

 

—S-A-I-N-T-S-

A equipe médica atendeu ao pedido de Dohko e deixou Shunrei e sua filha descansarem[, mas depois de algumas horas apareceram no quarto, examinaram-nas minuciosamente, coletaram sangue para analisar. Cogitaram levá-las para outro hospital a fim de fazerem exames mais complexos, mas Shiryu não permitiu. Ele acabou proibindo também a entrada de pessoas estranhas no quarto, uma vez que a mãe e a menina "que ressuscitaram na sala de cirurgia" viraram atração entre funcionários e pacientes do hospital e começaram a ser incomodadas a todo momento.

Shiryu não pôde sequer levar Shunrei para ver Saori, porque depois de poucos passos no corredor foram cercados por pessoas que queriam vê-la. Algumas chegaram ao extremo de tocá-la dizendo que era santa. Os dois voltaram para o quarto e Kiki ficou na porta impedindo as pessoas de entrarem. Só então as duas puderam ter sossego.

O quarto era mantido na penumbra, uma recomendação dos médicos para proteger os olhinhos da menina da luz.

— Você precisava ver como estava olhando embevecido para ela – Shunrei observou, depois de alimentá-la sob o olhar do marido. Como ela era pequena demais para conseguir sugar o seio, ela contou com a ajuda de uma enfermeira para tirar uns poucos mililitros de leite e dar à menina com o auxílio de uma seringa.

— Ela é tão pequenininha, Shunrei – Shiryu disse. – Não devia estar viva, não devia respirar sozinha e, no entanto, está aqui conosco, alheia aos meus olhares. Nesse tempo de gestação os pulmões ainda não estão maduros, mas veja como essa pequena guerreira respira bem.

— É verdade, é difícil acreditar que ainda faltavam quatro meses para ela nascer, Shi.

Ele assentiu e acariciou a pequenina. Quando ela abriu a mãozinha e tentou segurar o dedo do pai, muito grande para seus dedinhos, Shiryu não se conteve e chorou.

— Acho que ela sabe que você é o papaizinho dela – Shunrei disse e finalmente se permitiu chorar.

Momentos antes de entrar no hospital, ela temeu não ver mais o marido e rezou para que Deus desse a ele conforto para superar a perda dela e da criança. Sabia que seria muito difícil para ele e, conhecendo-o como conhecia, sabia que havia uma probabilidade grande de ele se entregar à tristeza. Seus últimos pensamentos antes de perder a consciência, foram para que ele conseguisse reconstruir a vida de alguma forma.

Mal pôde acreditar quando abriu os olhos na sala de cirurgia e o viu. Não entendeu bem o que aconteceu, mas ele estava lá, a filha deles estava viva, então ela só agradeceu a Deus e continuava a agradecer cada vez que olhava para a pequena. Shiryu beijou-a na testa e abraçou-a, deixando que ela chorasse o quanto quisesse.

— Meu amor – ela sussurrou e acariciou-lhe os cabelos, agora bem mais curtos e cortados de forma irregular.

— Pela primeira vez na vida vou ter cabelos curtos... – ela disse, lembrando-se do corte forçado e procurando parar de chorar.

— Não fique triste – ele disse e beijou-lhe a testa outra vez. – Você continua linda.

— Não estou. Acho que a mudança vai ser boa, apesar de ter sido forçada. Sabe, a pior parte disso tudo é me tratarem como uma aberração. Fora isso, me sinto ótima. Nem parece que fui operada. O corte já está quase sarado, Shiryu. Ele sabia, não é? Ele nos deu aquele frasco com o sangue porque sabia que eu ia morrer.

— É, ele sabia – Shiryu assentiu, lembrando-se que Dohko ainda lhe devia uma explicação mais concreta.

— Onde ele está agora?

— Resolvendo os impasses diplomáticos sobre a morte do Julian – Shiryu disse sem pensar. Ainda não tinha contado a Shunrei o que aconteceu no resgate de Saori.

— Foi você quem o matou? – ela perguntou.

Shiryu procurou nela algum sinal de incômodo ou aversão. Ela sabia das suas batalhas, sabia que sua cota de mortes era grande, mas em todas ele não teve escolha, era matar ou morrer. Mas não dessa vez. Ele podia ter poupado Julian se quisesse, mas optou por somar mais uma morte, não em guerra mas por motivos pessoais. Não sabia o que Shunrei ia pensar disso, mas esperava que compreendesse.

Ela percebeu o olhar confuso do marido.

— Não fique assim – disse e segurou a mão dele. – Eu sei que você fez isso para nos proteger. E, bom, Julian colheu o que plantou.

Shiryu suspirou aliviado porque era tudo que precisava ouvir.

— Estou ansioso para irmos embora – ele disse. – Você também, não é?

— Sim. Quero receber visitas dos nossos amigos, não de curiosos. Além do mais, preciso preparar as coisinhas dela. O que tínhamos comprado aqui na Grécia se perdeu no incêndio, mesmo assim era pouca coisa e nada serviria nela. Vou ter de fazer algumas roupinhas para essa pequena.

Shiryu sorriu satisfeito. Era bom vê-la pensando em coisas práticas e não no sequestro, na sala de cirurgia ou no assassinato de Julian.

— Ela precisa de um nome, Shunrei – Shiryu observou ao perceber que só se referiam à filha como "menina" ou "pequena" – Ainda nem tínhamos pensado seriamente nisso, mas agora ela nasceu e precisa de um nome.

— Que nome você sugere?

— Eu pensei em Keiko – ele disse. – Com os kanjis de "criança abençoada".

Pensativa, Shunrei repetiu o nome. Depois sorriu e declarou:

— Então ela vai se chamar Keiko. Keiko Suiyama.

—S-A-I-N-T-S-

Los Angeles, EUA.

Hyoga já estava com tudo pronto para voltar para Atenas quando recebeu um telefonema de Aaron Knighter, o homem que o havia trazido para a América.

— Olá, meu rapaz! – o agente cumprimentou, exageradamente alegre. – Eu sei que já está de malas prontas, mas tenho uma oportunidade que você não poderá recusar.

— Aaron, já está decidido, eu vou para Atenas.

— Eu sei, eu sei, mas o que tenho pra você não vai demorar muito. Escute, estou com o roteiro de um filme em mãos e acho que tenho um papel perfeito para você. Estamos precisando de alguém novo, alguém que não seja conhecido do público, para causar o efeito que esperamos.

— Filme?

— É. Você tem que fazer um teste, mas tenho certeza de que será aprovado e o papel será seu.

— Eu não posso, Aaron.

— Serão uns dois ou três meses de gravação, Hyoga. Depois você só colhe os louros.

Hyoga ponderou. Estava gostando do curso de artes cênicas, entusiasmava-se pela nova profissão, onde podia encarnar papeis que jamais experimentaria na vida real e teria dado continuidade às aulas se não fosse pelo incêndio no condomínio. Mas estava decidido a largar tudo, queria ver Eiri, saber como ela estava realmente, ficar por perto até a menina nascer. Só que agora Aaron aparecia com essa proposta, deixando-o realmente tentando a aceitá-la.

— Eu preciso pensar – disse, temendo se arrepender de uma decisão tomada às pressas.

— Vou mandar o roteiro pra você. O teste é depois de amanhã. O endereço estará no envelope. Caso seja aprovado, e eu tenho certeza que será, ainda teremos algum tempo de preparação até começarem as gravações. Coisa de um ou dois meses no máximo. Dá pra você fazer sua viagem e voltar, não dá?

— Sim... Mas é que eu não gostaria de estar comprometido durante esse tempo.

Hyoga ia completar dizendo que em dois meses sua filha nasceria, mas achou melhor não dizer.

— Vai deixar passar a chance da sua vida? – Aaron perguntou, ignorando o comentário de Hyoga. – Tem certeza disso? Leia o roteiro e pense, Hyoga! Eu sei que você vai gostar!

— Está bem. Eu lerei.

Mais tarde, Aaron mandou entregar na portaria um pacote com o roteiro, o endereço do teste e um bilhete:

"Essa é a chance da sua vida! Agarre-a!".

—S-A-I-N-T-S-

Santuário, Grécia.

Quando Shun e June chegaram ao Santuário junto com Agatha e Saga, foram logo informados do incidente com Shunrei e Saori, e do plano em curso para resgatar as duas. Souberam que Mu apareceu rapidamente e levou Kiki sem dar nenhuma explicação, o que deixou todos ainda mais apreensivos. Agora os cavaleiros estavam reunidos na casa de Áries, aguardando notícias.

— Alguma coisa muito séria está acontecendo, June – Shun disse. – Se fosse algo simples como disseram, eles já estariam de volta. Espero de verdade que não seja nada demais, mas estou com medo.

— Bom, vamos torcer para dar tudo certo.

— Sim – Shun assentiu, pensando em Shiryu.

Sabia que o que quer que Julian tivesse feito com Shunrei, Shiryu não deixaria passar. Não concordava com o estilo do amigo, gostava de ver as coisas resolvidas com conversa, mas sabia que quando se tratava da esposa, ele não media seus atos. Restava torcer para que, além de Julian, ninguém mais saísse ferido.

—S-A-I-N-T-S-

Em Tinos, Dohko continuava trabalhando para resolver os problemas decorrentes do assassinato de Julian. Foi chamado à delegacia para prestar explicações. Como Mestre do Santuário, ele tinha prerrogativas de chefe de Estado, uma vez que o local era, de certa forma, similar ao Vaticano (1): um país minúsculo incrustado em Atenas, com suas próprias leis e seu próprio exército. Lá, ele novamente explicou que o incidente se tratava de uma questão interna do Santuário, uma retaliação ao sequestro e tentativa de assassinato de duas mulheres de lá, sendo uma delas a “governante”, e que sim, o cavaleiro se excedeu ao decapitar o herdeiro Solo, mas estava sob forte emoção já que a outra mulher sequestrada era a esposa grávida dele. Ressaltou que as duas estavam grávidas, foram feridas seriamente por Julian e precisaram passar por cirurgias e uma delas quase morreu ao ter o bebê prematuramente.

A seguir, ele forneceu todos os dados de Shiryu, prometeu reter o passaporte dele e garantiu que ele seria punido de acordo com as leis do Santuário. Não era uma completa mentira. Dohko acreditava que ele foi punido pelo próprio Julian quando quase perdeu suas duas pessoas mais queridas, mesmo assim, fingiria aplicar uma pena ao discípulo para satisfazer as autoridades gregas. Ficou acordado que a polícia não interviria mais na questão, apenas acompanharia os fatos de longe, fiscalizando se o culpado estava sendo de fato punido.

Dohko deixou a delegacia satisfeito com a resolução do caso e aproveitou para comprar alguns presentes para a neta. Quando voltou ao hospital, Shunrei e Keiko dormiam.

— Acho que é hora de termos a nossa conversa – ele disse a Shiryu. O discípulo assentiu e acompanhou o mestre, deixando Kiki cuidando das duas.

— Eu acho que o senhor vai falar da Yue – Shiryu disse, quando já estavam afastados do quarto. Dohko assentiu. – Eu estava pensando nisso... Shunrei morreria da mesma forma que ela, não é? Foi por isso que o senhor nos deu o Sangue Sagrado.

— É, foi isso.

— Eu achei que esse sangue era só uma lenda como as que o senhor costumava me contar.

— As lendas têm sempre algum fundo de verdade. Você sabe disso. Mas eu lhes dei o sangue porque era minha missão proteger Shunrei. Também o era proteger Yué, mas eu não consegui. Fiquei tão transtornado, que não pude fazer nada... É normal quando se é jovem. Veja como você mesmo ficou quando recebeu a notícia...

— Sim… – ele concordou, mas estava intrigado com a explicação de Dohko. – As duas faziam parte da sua... missão?

— O que Athena carrega na mão direita?

— O báculo que representa a deusa Nike. E a estátua de Athena carrega uma pequenina estátua alada que a representa também...

— Pois é, sempre que Athena vem à terra, Nike vem com ela. Eu não tenho conhecimento das anteriores, elas sempre foram mantidas à parte, mas Yue foi a que veio na minha época e Shunrei a que veio na sua. Coube a mim cuidar de ambas. Quando Yue nasceu, eu vi nas estrelas que ela seria minha esposa. Depois, quando ela cresceu, bom, você sabe a história, ficamos juntos, ela engravidou... e acabou mal. Eu vi que Shunrei passaria pelo mesmo…

— Isso é tão surreal – Shiryu disse, estupefato.

— Você achava mesmo que uma garota comum teria desconcentrado o Máscara da Morte só porque amava você? Ele se desconcentrou porque sentiu o cosmo emanado dela. Um cosmo cheio de amor, claro, mas um cosmo divino.

— Eu só quero saber se isso afetará alguma coisa na nossa vida? Ela vai ter alguma missão a cumprir, alguma obrigação com o Santuário?

— Não, ela não terá. Ela nem precisa saber.

— Ótimo, pois eu não a quero envolvida nisso. Ela já passou por muito mais coisas ruins do que eu gostaria.

— E eu não sei disso? – Dohko riu. – Vamos voltar para o quarto. Se Shunrei já estiver acordada, quero que ela veja os presentes que comprei para a bebê.

Shiryu abriu um enorme sorriso quando Dohko mencionou a menina.

— Ah, nós escolhemos o nome dela: Keiko.

— Que lindo nome! – ele exclamou. – Eu já estava mesmo me perguntando quando a gente ia parar de chamá-la de pequena!

—S-A-I-N-T-S-

— Está entregue – Mu disse a Máscara da Morte assim que se materializaram na vila e Rodório, melhor lugar para isso, já que as pessoas estão acostumadas com o ir e vir de cavaleiros. O italiano nem agradeceu e já foi correndo na direção contrária ao Santuário, ansioso para chegar ao hospital onde Fatma estava internada.

Enquanto isso, Mu foi para sua casa, onde todos aguardavam notícias. Depois de contar em detalhes o que aconteceu em Tinos, ele ouviu as mais diversas exclamações e perguntas. Todos estavam aliviados por saberem que Saori passava bem apesar do ferimento provocado por Julian.

A atitude drástica de Shiryu foi aprovada por uns, reprovada por outros, mas no geral todos ficaram comovidos com o nascimento prematuro da filha dele e a “morte” de Shunrei.

Quando o burburinho diminuiu, Shun aproximou-se de Mu.

— Quando eles virão para cá? – perguntou ansioso. – Quero conhecer a filhinha do Shiryu!

— Assim que o Mestre resolver tudo em Tinos e as coisas se acalmarem por lá.

— Ainda faltava tanto tempo para ela nascer. Ela está mesmo bem?

— Está ótima, Shun. É bem pequenininha, mas está surpreendentemente saudável.

— E Shiryu? O que vai acontecer com ele a respeito da morte de Julian?

— Quando saí de lá, Dohko estava resolvendo isso. Mas se quer saber minha opinião, não se preocupe.

—S-A-I-N-T-S-

No hospital de Atenas, Máscara acabava de entrar no quarto de Fatma.

— Pensei que tinha se esquecido de mim – Fatma disse brincando quando o viu, mas ele manteve o semblante sério.

— Eu tive que resolver uns problemas. Trouxe uma coisa pra você. – Ele mostrou o vidro com o restinho de Sangue Sagrado. – Você tem que beber esse remédio.

Fatma olhou atentamente para o vidrinho estranho, com um pouco de líquido vermelho escuro no fundo e a aparência de algo muito, muito antigo.

— Que remédio é esse, homem? Nunca vi nada parecido.

— É uma coisa lá do Santuário. Você precisa bebê-lo. Confia em mim, não confia? Eu tirei você do incêndio, acha que eu faria você beber algo ruim?

— Eu confio, mas...

— Então vai beber?

— Sim. Me ajude.

Como ela não podia segurar o vidro, Máscara derramou o restinho do sangue na boca da enfermeira.

— Ugh... isso parece sangue! – ela resmungou, mas engoliu tudo.

— Parece, mas não é – ele despistou. – Engula tudo.

Fatma obedeceu e sua mente travessa não pôde deixar de comparar a frase a algo sexual. Máscara ficou olhando para ela, claramente ansioso, então ela brincou:

— O que foi, Máscara? Você arrumou um negócio milagroso com algum curandeiro doido e tá esperando fazer efeito?

Máscara não respondeu, continuou calado, sério, apenas observando-a. Depois de alguns minutos, viu a expressão de Fatma mudar.

— Me sinto estranha – ela afirmou. – Meu corpo parece estar formigando...

O cavaleiro então tocou a mão dela e viu a enfermeira sobressaltar-se ao sentir o toque.

— Eu estou sentindo? – ela indagou, mexendo a mão, virando-a e segurando a de Máscara da Morte.

— É, você está! – ele disse e finalmente sorriu.

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

(1) O Vaticano, ou Estado da Cidade do Vaticano, é uma cidade-estado localizada em Roma. É um ente soberano de Direito Público Internacional, com força militar própria (a Guarda Suíça). Comparei o Santuário ao Vaticano nesse sentido, de ser reconhecido internacionalmente como um Estado e ter sua própria força 'policial'.

Reescrito em março de 2019



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