Crônicas Meios-sangue:o Retorno Do Rei escrita por Number Nine


Capítulo 1
Mark I


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem eu já posto essa fic em outro site e bom pelo menos lá o pessoal curte, espero que vocês também gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/262656/chapter/1

            Mark I

 Mark corria pela floresta. Já faziam pelo menos uns cinco dias que a sua vida virou de cabeça pra baixo.

 Ele sempre teve uma vida atípica isso era verdade. Mas as últimas coisas que aconteceram foram anormais demais, de fato o garoto ainda se sentia um bobo por estar se sentindo assim. Porque agora tudo começava a fazer sentido.

 O dia estava começando a escurecer novamente e em breve ele teria que arranjar algum lugar para se esconder, pois de noite era a pior hora, se não bastasse todos os pesadelos que o garoto sempre teve com monstros e heróis, agora eles começavam cada vez mais a se tornar realidade.

 A sua fuga começou quando ele descobriu que a sua tia, que agora ele tinha certeza que aquela mulher não era tia dele se revelara sua verdadeira forma. Foi assombroso demais o modo que ocorreu, o modo que aquelas pessoas começaram a virar pedra na frente do garoto gritando em desespero para ele ajudar – Mark esqueça isso. – ele disse para si mesmo, não havia nada que ele podia fazer a não ser fugir daquela mulher.

 Ele saíra da floresta e fitava o sol no horizonte se pondo.

- Por que você nunca me transformou em pedra? – Mark murmurou sem esperança de que alguém pudesse lhe responder.

 Tia M o havia criado desde bebê, seria isso normal? Quer dizer ela disse que mãe dele morreu no parto e que cuidar dele foi o último pedido dela para sua tia. Mas era impossível aquilo, sua tia não podia ser a medusa.  O garoto tateou o próprio cabelo para ver se tinha algo estranho, como um fio se transformando numa espécie de serpente ou algo do tipo, mas nada. Então por que a mulher mentira.

Mark morava numa zona mais rural de Nova Jersey numa loja de lembranças na beira da estrada. Ele nunca frequentara a escola, tia M, ou melhor a Medusa, sempre dizia que ele não era um garoto comum e que não podia se misturar com meras crianças. O garoto sempre achou que ela dizia isso por causa do TDAH e dislexia que ele tinha, ao mesmo tempo ela sempre o ensinou muito sobre mitologia grega a ele, heróis, deuses, monstros.

Ela descrevia e ensinava as coisas com tais detalhes que o garoto se espantava. Uma vez ele chegou a perguntar a ela se tinha vivido naquele tempo, porque era impressionante como ela sabia das coisas.

- Ah... Isso é uma longa e complicada história meu peixinho-herói. – ela dizia sorridente ajeitando o seu turbante e indo buscar algo para ele comer.

 O garoto parou um pouco de andar, já estava na beira da estrada. Ele estava em baixo de um poste que não estava funcionando direito e piscava sem parar o que foi suficiente para iluminar um pouco Mark.

 Pela primeira vez no dia ele reparava como estava. Seu casaco que era preto com capuz, que estava levantado na sua cabeça. Estava um pouco rasgado e sujo após o garoto ter se emaranhado naquela floresta, sua calça jeans normal estava um pouco suja também, mas o tênis do garoto era lama pura.

 Desde aqueles acontecimentos ele tem seguido uma voz em seus sonhos que manda seguir para o norte, que lá ele encontrará ajuda. Só que o garoto não sabia por quanto tempo iria agüentar nesse ritmo. Ele viajava a pé, pois no desespero que fugira de casa ele se esqueceu de pegar dinheiro e seus pertences. – Como eu queria pelo menos a minha espada. – o garoto pensou.

 E sim a Medusa também ensinara Mark a lutar com espadas, a preferida dele era uma que ela dizia ser especial. Ao contrário das outras espadas aquela era de bronze. Um tipo incrível de bronze que brilhava de modo poderoso e assustador, sempre que Mark treinava com ela Tia M ficava um pouco mais afastada. Ele sempre se perguntara porque.

- Um dia você irá ser o meu vingador meu peixinho-herói... – ela dizia sempre que ele treinava espada com as estatuas de pedra estranhas em formato de monstro que havia no empório.

 Vingador? O que ela queria dizer com isso?

 Ele continuava a andar pela estrada e viu uma placa dizendo onde ele estava. Por causa da dislexia demorou um pouco para o garoto entender o que ela dizia, mas com um pouco de insistência a decifrou.

Bem vindo a Filadélfia. Dizia a placa.

  Uma longa cidade se estendia agora a sua frente. Mark se sentiu um pouco aliviado de encontrar alguma cidade. Seu estômago roncava. Ele vira nos últimos dias de frutos e raízes que achara na floresta. Outra tática de sobrevivência da Medusa. Mas ali naquela cidade ele não tinha dinheiro nem nada para poder trocar por algum alimento.

Voz idiota. Mark pensou e agora ele percebia que fora um erro escutá-la, não havia salvação para ele. O Garoto iria desmaiar a qualquer momento. De cansaço, fome e sono. E tudo porque a voz dizia para ele não dormir, pois o seu cheiro iria acabar atraindo algum monstro para perto dele.

 Ele fez uma careta. Depois daqueles dias sem tomar banho, provavelmente qualquer monstro o iria achar a qualquer momento. O garoto se aproximou de uma das vielas da cidade e viu um mendigo sentado se aquecendo numa fogueira.

- Dias difíceis em? – disse o mendigo olhando para Mark e chegando para o lado. – Venha aqueça-se um pouco.

 Era o fundo do poço. Pensou Mark, mas ele aceitou a oferta do homem e se sentou ao lado dele na fogueira.

 O Mais impressionante e que aquela fogueira fez com que o garoto se sentisse melhor, mais calmo e pouco a pouco a sua energia ia voltando. Ele se voltou para o mendigo surpreso.

- Você não pode desistir Mark, não agora. – disse o mendigo o fitando sério.

 Os olhos dele tinham um brilho muito forte como o sol era intenso olhá-los diretamente. Mark começou a sentir uma aura de poder vindo dele.

- Mark você será muito importante, para o que irá vir e você não pode tombar, logo a ajuda irá chegar. – ele disse sorrindo para Mark.

-Como... Como sabe meu nome? – Mark conseguiu extrair forças do espanto que estava tendo com o encontro com o mendigo e perguntar. – Quem é você?

  Uma brisa forte soprou na direção oposta apagando a fogueira que antes queimava como uma imensa brasa. O garoto olhou espantado aquilo e depois voltou-se para o mendigo, mas ele não estava mais lá. Ele olhou novamente para fogueia e ela estava fria, como se já tivesse sido queimada há muito tempo.

- Será que foi uma alucinação? – ele murmurou para sim mesmo no que acabara de ver.

 De repente ele sentiu uma luz refletir no rosto dele vindo da fogueira. O Garoto se aproximou e em meio ao aos tocos queimados ele tirou uma lâmina brilhante de uns setenta centímetros. Ela era de bronze. O mesmo bronze assustador que havia no empório.

 Mark segurou a espada e por um momento ele se sentiu mais confiante e mais assustado ao mesmo tempo. Quem era aquela pessoa que o ajudara? Será ele a voz que estava guiando os sonhos dele? Seja quem for o garoto queria reencontrá-lo para poder agradecer pessoalmente.

 Ele caminhara mais alguns minutos pela cidade, já estava muito de noite e todas as lojas estavam fechadas. Mark seguia pelas ruas cauteloso. Ele quase entrará em confronto com uma gangue que passava pelo outro lado da rua, mas eles olharam para a espada de Mark pensaram duas vezes e foram embora.

 O garoto não conseguiu resistir e deu uma risada de leve.

- Ria enquanto pode semideus cretino. – murmurou um deles enquanto  se afastava de Mark.

 Semideus?! O que aquilo queria dizer? Mark sabia pelas histórias de Tia M que os semideuses eram filhos de Deuses com humanos, mas isso seria possível. Um frio na barriga do garoto surgiu. Agora tudo começava a fazer sentido... Seria por isso que a Medusa não o matou e o criou? Mas isso não teria lógicos afinal semideuses pelo que ele pode entender são os lanches preferidos dos monstros, pois esse era o modo deles se vingarem dos deuses.

Vingança... Meu vingador. Era disso que a medusa chamava Mark, mas isso queria dizer que ele planejava usá-lo de algum modo contra os deuses.

 Mark sentia vontade gritar de raiva, aquela era a mulher que ele considerava uma mãe? Na verdade ela o estava usando como uma espécie de arma secreta.

 O vento estava ficando gelado mais gelado a medida que a que a hora ia passando, mas Mark não ligava para o frio. Milagrosamente a chama da fogueira não só o restaurara como também restaurou suas roupas, mas elas ainda continuavam um pouco sujas.

 O garoto já havia chegado na auto estrada quando de repente sentiu um arrepio na nuca como um pressentimento ruim. Mark olhava para todos os cantos para ver o que poderia ser, mas não tinha nada, nem sequer carros estavam passando naquela hora, então que poderia ser?

 Ele fitava atentamente uma mata que tinha próxima ao acostamento da estrada, alguma coisa parecia o observá-lo e só estava esperando o momento certo para aparecer.

 Cinco garotos saíram da mata. Mark os reconheceu, eram os mesmo que haviam cruzado com ele naquela hora na Filadélfia. Agora que Mark reparou neles, eles eram bem parrudos, com os braços cheios de tatuagens esquisitas. Algumas delas eram caveiras, outros nomes de pessoas tinham até um que possuía uma tatuagem no braço dizendo Canibal mais querido da Mamãe.

Com certeza Mark iria cair na gargalhada se aquela situação fosse outra, mas o modo como eles o olhavam e seguravam bolas de dogeball estranhas, algo lhe dizia que se fosse atingido por alguma delas ele iria ser eliminado do jogo pra sempre.

- Nos encontramos de novo semideus. – Querido da Mamãe falou com uma expressão de puro prazer ao me olhar. – Havíamos decidido deixar você pra lá, mas depois que seu cheiro ficou muito mais... Apetitoso.

 Ele terminou aquela frase lambendo os beiços.

 Mark foi com a sua mão instintivamente para onde estava a sua espada embainhada e a sacou apontando para o grupo.

- Para trás – ele grunhiu tentando parecer estar com mais coragem do que realmente estava.

 Os garotos riram. Algo bizarro começou a acontecer, eles começaram a crescer chegaram a ter um tamanho de uns dois metros e meio. A pele deles começou a ficar avermelhada e as bolas de dogeball agora eram bolas de bronze.

- E o que vai fazer semideus?! – o Querido da Mamãe debochou. – Acha que esse graveto de bronze celestial pode conter cinco Lestrijões?!

 Os outros começaram a rir da cara de Mark.

 O garoto começou a ficar sendo tomado pelo medo, mas começou a se lembrar dos ensinamentos da Medusa.

- A coragem não é a ausência de medo Mark, mas sim a vontade de enfrentá-lo. – ela dizia isso para ele quando tinha 7 anos de idade e o botava para lutar com estátuas de monstros estranhos. O garoto sabia que elas não atacariam, mas as suas poses de fúria já lhe bastavam para por medo.

 Mark voltou à realidade.

 Os gigantes empunhavam as bolas e miravam nele. O garoto começou a correr para o outro lado da pista quando a primeira das bolas passou zumbindo pelo seu ouvido e acertou uma parte da estrada abrindo uma cratera onde se chocara.

- Espalhem-se e peguem ele! – Ordenou Querido da Mamãe para os outros.

 Mark empunhou sua espada com mais força e se preparou para a batalha. O primeiro que conseguiu lhe alcançar só tinha mais uma bola de bronze nas mãos.

- Eu vou me banquetear com você semideus! – ele grunhiu se preparando para lançar a bola.

- Veremos!  - Mark brandiu sua espada.

 Ele partiu na direção do primeiro Lestrijão deixando seus instintos de batalha comandar. O gigante arremessou a bola na direção do garoto que na hora certa rolou para o lado desviado dela e em seguida se aproximando mais do gigante e cravando a espada com força no bíceps dele.

 O gigante grunhiu de dor e começou a se dissolver numa poeira dourada até não restar mais nada.

Ok pensou Mark gostei dessa espada.

 Outros dois Lestrijões alcançaram o garoto naquela e lançaram suas bolas de bronze ao mesmo tempo contra Mark. Ele correu o mais rápido que pode e mergulho na cratera feita pelo outro gigante que ele acabara derrotar.  Elas passaram por um triz dele e se chocaram na estrada abrindo um buraco de cinco metros.

- Com certeza irá ter retenções aqui amanha. – murmurou Mark.

- Será que o pegamos? – grunhiu um dos gigantes para o outro.

 Mark percebeu que onde estava era escuro e que os gigantes provavelmente não tinham certeza do que aconteceu porque não enxergavam dali. Ele esperou os passos se aproximarem, já que aquelas criaturas não eram nada sutis.

Quando o garoto percebeu que eles estavam acima dele na cratera. Deu um salto para cima dele pegando o primeiro completamente de surpresa golpeando ele na barriga e quando começou a se virar para o outro percebeu que ele já estava começando a se dissolver. Mark olho pra baixo e viu o que aconteceu. Com o susto o lestrijão largou a bola de bronze que caiu no seu próprio pé fazendo-o se esfacelar em poeira.

- O que tem de tamanho, não tem de cérebro. – Mark concluiu.

 O garoto começou a sentir a adrenalina subir. Ele já derrotara três dessas coisas, agora só faltavam dois deles pra derrotar.  Mark pulou para o acostamento e começou a se espreitar nas sobras a procura deles.

- Onde ele está? – grunhiu um dos lestrijões farejando o cheiro de Mark. – Espera não faz sentido, o cheiro e como se ele estivesse aqui quase do meu lado. – Ele fala se voltando para onde Querido da Mamãe estava.

 Mark revirou os olhos e avançou das sombras contra o monstro brandindo sua espada. Só que dessa vez o lestrijão foi mais astuto, mais do que Mark achou que fosse, pois ele conseguiu se jogar para o lado na hora que sua espada passou na direção dele cortando o ar. Felizmente para o garoto o gigante tinha caído de barriga no chão, então Mark só teve que cravar a sua espada no traseiro gigante da criatura que começou a se dissolver.

Uma morte humilhante Pensou Mark.

- Maldito semideus, matou todos os meus irmãos! – Gritou em fúria querido da mamãe.

- Não se preocupe você irá revê-los daqui a pouco. – Mark falou em deboche.

 O Lestrijão avançou como um touro contra o garoto. Mark se preparou para rolar para o lado e atingi-lo na perna assim que ele se aproximasse mais. Infelizmente o plano não deu certo. O Gigante foi mais rápido que Mark e o arremessou com um soco três metros de onde ele estava fazendo aterrissar numa das crateras.

 Mark sentiu a dor das suas costelas se quebrando. O garoto emitiu um urro de dor, ele tentou achar a sua espada, mas aparentemente ela havia voado para longe dele. Mesmo assim o garoto tentou por se de pé, mas não conseguia. Logo ele desabou sem conseguir respirar direito.

Não ele pensou É assim que acaba?

 Mark ouvia o gigante dando gritos de vitória se aproximando cada vez mais da cratera. Mas mesmo assim ele parecia estar saboreando o momento, pois Mark percebeu que o gigante estava demorando a se aproximar.

- Mamãe vai ficar orgulhosa, vou levar um pedaço de você para ela te saborear semideus. Qual você me sugere? – ele perguntou em deboche.

 Mark queria dizer uma coisa bem feia para ele, mas o garoto não conseguia reunir forças para falar.

 O lestrijão apareceu com uma bola de bronze apontada para Mark, aparentemente seria assim que iria tostar o garoto.

- Alguma última palavra. – ele perguntou segurando a bola de bronze com as duas mãos e se preparando.

 Novamente um palavrão, mas Mark só conseguiu cuspir sangue na direção, mas infelizmente nem isso o atingiu.

 O lestrijão riu, mas logo depois parou.

 Mark ouviu um barulho de carro na estrada e antes mesmo que pudesse se dar conta, o carro acertou o monstro o jogando por cima da cratera de onde ele estava fazendo o gigante sumir de sua vista.

 O garoto ouviu o barulho de portas se abrindo e vozes indo na direção dele. Mark conseguiu sorrir embora estivesse com dor. Por alguma razão ele sabia que aquelas eram as pessoas que a voz disse para ele procurar


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crônicas Meios-sangue:o Retorno Do Rei" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.