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Lia's POV

– Vem, senta aqui. – ele disse indicando a calçada.

– Agora me fala.

– Eu sinceramente não sei como.

– Fala logo Zain, eu já to ficando preocupada.

– Amanha eu to indo pra Londres...vou passar três anos lá. Eu não queria, eu juro. A gente ta se gostando tanto.

– O que? – minha expressão já mudara, meus olhos se enxeram de lágrimas, eu não tava acreditando. Isso não poderia ta acontecendo.

– É Lia, eu também to sofrendo muito com isso.

– Não tem como você ficar não? – eu já chorando perguntei.

– Infelizmente não. Porque aqui somos só eu, minha mãe e o meu pai, e os dois vão.

– Ai não Zain, não vai. – o abracei tão forte, que os nossos corpos ficaram totalmente juntos.

– Não chora minha Lia. – ele disse limpando as lágrimas que caiam dos meus olhos. – Você vai querer me levar ao aeroporto amanha?

– A que horas você vai?

– Ás 19.

– Ok, eu vou.

– Agora eu tenho que ir Lia.

– Ok. – o abracei mais uma vez. E não pude me conter, não me interessava quem visse, eu o beijei. Um beijo tão urgente, chei de paixão. Nos separamos, ele deu um beijo na minha testa e eu entrei.

– Harry, ele vai embora! – eu chorava tanto que soluçava.

– O que Lita?

– Ele vai embora pra Londres, vai passar três anos lá.

– Ai meu Deus, vem cá. – ele disse me puxando pra um abraço. Fiquei lá, no abraço do meu irmão, quetinha, sem falar nada, apenas chorando, tentando tirar todo o peso do meu coração.

 Pois é, ele vai embora pra Londres, e eu vou ficar sem ele por três anos. Eu não vou conseguir suportar. Passei a noite trancada no meu quarto. Escrevi uma carta pra ele ler quando tiver no avião. De repente, meu celular começou a tocar, era o Zain:

"Alô?"

"Lia?"

"Sim bê."

"Você ta bem?"

"Não."

"Eu também não."

"Eu já to sentindo tanto a sua falta."

"E eu a sua. Amanha ás 18 eu passo ai ok?"

"Ok."

"Eu vou ter que desligar, desculpa."

"Não se preocupe."

"Se cuida, até amanha."

"Se cuida também bê, beijo."

"Eu te amo."– ele disse que me ama, ele corresponde, eu comecei a chorar mais ainda.

"Eu te amo Zain, muito."

"Não chora minha Lia."

"Ta muito difícil Zain."

"Também ta pra mim, mas não chora meu amor."

"Ta bom."

"Agora eu tenho mesmo que desligar."

"Beijo meu anjo, te amo."– finalizei a ligação e não consegui aguentar. Peguei no sono, eu não queria acordar pra esse péssimo dia, no qual o Zain ia embora pra longe. Não sei como, mas acordei com o Harry dormindo comigo...

– Acorda Harry!

– Oi Lita!

– Como e porque você veio pra cá?

– Eu fiquei preocupado. Mas não importa. Acordou melhor?

– Não.

– Não fala assim.

– Vamo levantar, vamo Harry! – e como é de praxe, o bendito celular começou a tocar:

"Amor!"

"Oi anjo!"

"Se arruma, to passando ai daqui a pouco, quero te levar num lugar."

"Ok."

"Beijo, te amo." – desliguei, fiz minha higiene matinal e tomei café. Corri pro banho, me arrumei e fiquei esperando ele.

 Ás 10 em ponto em chegou. Dei um abraço no Harry e sai. Quando eu sai, ele me recebeu com um abraço, pegou na minha mão e saímos. Só de pensar que essa seria a última vez nós sairíamos juntos em três anos.

 eu não sabia pra onde ele tava me levando, até que a gente chegou num bosque. O que eu ia com meu pai quando era pequena, ele morreu em um acidente de carro, um caminhão bateu de frente, e ele não resistiu. Começamos a caminhar em silêncio, não queríamos esquecer daquele momento.

 Então resolvemos sentar, ele sentou e eu ao seu lado segurando o seu braço. O silêncio foi interrompido por uma pergunta dele:

– Você vai me esquecer?

– Não, claro que não.

– Eu nunca gostei tanto de alguém como eu to gostando de você. – virei pra olhar pra ele.

– Eu te amo Zain.

– E eu amo você.

– E nós nem somos namorados.

– Não seja por isso. Você quer ser minha namorada?

– Preciso mesmo responder?

– Isso é um sim?

– Claro seu bobo. – o beijei... – Vai adiantar alguma coisa, agora que nós não somos namorados, eu pedir pra você ficar?

– Queria que adiantasse, mas não vai.

– Como é que a gente vai namorar a distância?

– A gente se ama, isso basta. E existe internet, telefone, várias coisas que da pra gente se falar.

[...]

– Não ta na hora da gente ir não Zain?

– É, vamo almoçar?

– Vamo. – nos levantamos, demos as mãos e seguimos pra um restaurante que tinha ali perto.

Chegamos lá, escolhemos nossa mesa, o que iríamos comer –o Zain escolheu–, e ficamos esperando o prato.

– Só um Zain?

– É que eu queria fazer como a Dama e o Vagabundo. – falou entre risadas.

– Ah ta bom. – eu respondi rindo também. Fomos comendo e realmente aconteceu como o filme, o que causou crises de riso na gente.

 Acabamos nosso almoço, o Zain pagou a conta, e fomos pra casa. Ele deixou-me na minha e depois foi pra dele, ainda tinha que arrumar algumas coisas. Eu entrei e o Harry me abordou:

– E ai? Como foi?

– Eu to namorando! – falei e dei pulinhos, o Harry me acompanhou nos pulinhos me fazendo falar: – As vezes eu acho que você é gay.

– Eu? Gay? Por favor né Liana. Mas sério, tu ta namorando mesmo?

– Eu ia brincar com uma coisa dessas?

– É...verdade. Mas como vocês vão namorar a distância?

– A gente se ama, e isso basta.

– Awn.

– Ta deixando transparecer seu lado gay de novo.

– Vai pra merda Lia. – eu ri.

– Você vai comigo deixar ele no aeroporto.

– Porque?

– Porque eu não vou voltar só. Ou você quer que sua irmã, pequena e indefesa volte sozinha naquele caminho perigoso?

– Esqueceu uma característica.

– Qual?

– Dramática, mas eu vou com você.

– Ta piadista hoje né?

– To com um filme bem legal.

– Qual?

– Vamo ver.

– Ok. – acabou que ele não tava com filme nenhum e tivemos que ver titanic pela centésima vez.

 Além de ter chorado horrores, perdi a hora e tive que correr, o Harry também, já que ia comigo. O Zain sempre muito pontual, de 18 horas tava na minha casa.

 Então sai com o Harry e ele. Chegando lá, só estava os pais do Zain esperando ele pra ajeitar uns documentos. Ele acabou, voltou pra perto de nós, e disse:

– Chegou a hora.