Acordei com alguém me chamando na porta.

- Levanta bicho preguiça! Tô com fome e os meninos tão te esperando pra poder tomar café! - Claro, só podia ser o Niall.

Levantei com uma cara de "ai, puta que pariu, é pecado acordar cedo quando não se tem aula!". Niall foi deitado no meu ombro, dormindo, até metade do corredor. 

- Niall, seu balofo, acorda! - Chamei, mas a única coisa que ele fez foi me empurrar contra a parede do corredor e encostar seu corpo no meu. 

- Quem disse que eu tô dormindo? - Sussurou com voz de sono e eu senti seu nariz no meu pescoço e logo depois sua respiração. 

Eu não sabia o que fazer. SENHOR, SE NÃO ME TIRAR DAQUI TEREI UM AVC NA FRENTE DELE. Eu não sabia se eu gritava, saia dali ou sei lá, perdi totalmente a noção do que estava acontecendo, de onde eu estava, quem eu era naquele momento. Quando percebi ele já estava me beijando e juro que eu estava prestes a morrer naquele momento. Até que uma voz de lá de baixo gritou:

- Comilão e louquinha, desçam logo.

Niall parou de me beijar e sussurrou um "não conta isso pra ninguém" enquanto me arrastava pelo braço até a cozinha. Saímos dali como se nada tivesse acontecido.

Ao me sentar na mesa, percebi que o Harry não estava ali. A primeira coisa que me veio a cabeça era que ele provavelmente já tinha levado alguma vadia pra um motel ou sabe-se lá onde, mas me enganei. Ao olhar pra tela do meu celular, vi que tinha uma mensagem dele. "Sai aqui fora.".

Me levantei da mesa pra sair, e ao abrir a porta, percebi que ele estava encostado no carro, olhando pro nada. Me encostei ao lado dele no carro e tudo o que ele fez foi me encarar e dizer:

- Aquilo foi patético.

Fiquei confusa, afinal, do que ele estava falando?

- Sr. Hazza, defina "aquilo" - Eu disse num tom confusa.

- Você e o Niall...

ESPERA, ENTÃO ELE VIU? OH CÉUS.

- O que há de patético nisso, Harry?

- Ele é muito velho pra você.

- Idade é só um número, certo?

- Vocês estavam se agarrando no corredor, vai negar?

- Você pode transar com a vizinha e o resto do Reino Unido e se eu beijo alguém eu estou errada? - Eu disse irritada.

Harry ficou em silêncio. Claro, ele realmente não tinha o que retrucar pois eu estava certa. Me cansei de ficar ali, então quando me virei e ia voltando pra dentro ele me segurou pelo braço.

- Entra no carro.

Espera. Por quais motivos eu entraria no carro? Quem ele pensa que ele é pra mandar em mim? O menino com cachos castanhos, olhos verdes e covinhas perfeitas? Se ele pensa isso ele está totalmente certo. Porém não iria obedecê-lo tão fácil assim. Onde estão meus direitos de recusar a proposta?

- Entrar no carro porque? - Eu falei ainda de costas pra ele.

- Entra no carro.

Juro que senti medo dele naquele momento. Meu deus do céu, porque ele queria que eu entrasse no carro?

Entrei e coloquei o cinto de segurança, e logo em seguida ele entrou e fez o mesmo. Ele ligou o carro, saiu na rua e pisou fundo no acelerador. Isso só me deu mais medo ainda.

- Pra onde você tá me levando? 

Ele não respondeu. Ótimo. Da última vez que eu saí com você meu querido, eu fiquei bêbada e acordei no seu quarto usando sua roupa. Olhei e vi que ele estava á 120KM por hora, e isso conseguiu me deixar com ainda mais medo do que eu já estava sentindo.

- Styles, para o carro.

Tudo o que ele fez, foi pisar ainda mais forte no acelerador, subindo três vezes mais a velocidade. Me apavorei.

- HARRY, PARA O CARRO! - Eu disse gritando. Ele pisou no freio e eu pude ouvir o barulho que os pneus fizeram. Ele parou o carro e eu desci rapidamente, sem ao menos saber onde eu estava e como iria voltar pra casa. Só sei que dentro daquele carro com ele eu não ficava mais nem um segundo.

- O QUE FOI? VOCÊ TÁ COM MEDO OU NÃO CONFIA EM MIM? - Disse ele descendo do carro e gritando pra mim. 

Me virei pra ele respondendo, enquanto ele vinha até mim.

- Acho que um pouco dos dois. Porque fica dificil confiar em um garoto que... - Antes que eu pudesse terminar de falar ou realizar qualquer outra ação, fui interrompida por Harry, que me beijou.

- Será que só assim eu posso fazer você calar a boca? - Disse ele me encarando e me segurando pelos braços.

Fiquei sem reação, tudo o que consegui fazer naquele momento foi me soltar e sair andando.

- Onde você pensa que vai?

- Pra casa, porque eu já vi que não posso falar perto de você.

- Você só vai voltar pra lá se for comigo. - Disse ele num tom mandão, me segurando novamente pelo braço.