Macho Não Ganha Flor! escrita por Amendo Boba


Capítulo 2
Capítulo 2 - Ajuda não requisitada


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, obrigado a Bidinha e Sarge que comentaram o capitulo anterior.
Percebi que não coloquei o signficado de uma palavra que estava no texto,pode ser que uma de vocês possa ter entendido, mas por via das dúvidas.
Otobaka - Junção das palabvras japonesas "Otome" e "Baka", Otome é a versão feminina pra Otaku, que são pessoas que gostam de animes,mangás e o seu geral. E Baka significa idiota, bobo. Então praticamente a palavra significa otome idiota otome boba, uma vez que Antonia é uma fã de animes e mangás.
Bom, parando com as enrrolações, vamos a leitura do capiltulo.



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    - Até quando você vai ficar sem ir pra escola, seu vagal? – perguntou Rick de saco cheio dessa história. Já fazia duas semanas que Fernando vinha evitando a escola, ao menos ele continuava indo trabalhar.

  Depois de ter contado tudo o que havia acontecido, ele se fechara pro mundo e andava com um humor instável. No começo, Rick até lhe dizia algumas coisas pra levantar seu humor, mas ele tinha limites, e esse já havia sido ultrapassado quando seu dito melhor amigo disse que nunca mais iria pra escola.

    - Se você quer ir pra escola, vai e não me enche o saco. – respondeu Fernando deitado no sofá. Estava com o controle da TV na mão, tentando achar um cana que restasse – Acho que devíamos considerar por TV a cabo.

        - Tô falando sério, semana que vem vai ser só prova, é melhor ir pra aprender as matérias.  – falou tomando o controle da mão dele e desligando a TV. 

   
- Desde quando você virou nerd? 

    - Desde que estamos no meio do terceiro ano e não estou com vontade de ver a escola ano que vem e você deveria estar querendo fazer o mesmo.  – e sentou-se no braço do sofá – Cara, estamos no segundo round do último tempo e você tá querendo desistir depois de ter lutado tanto?

    
    - Rick, escuta. – disse o outro se sentando agora  – Eu não vou mais pra escola, pronto e acabou.

    - Nossa, como ela é dramática! – revirou os olhos se levantando  – Só porque se declarou pro irmão da garota que gosta, não significa que você tem que abandoar a escola por causa da vergonha que sente.

      - Você diz isso porque não foi com você! – retrucou.
     - Isso mesmo, - concordou – Pra mim é mais fácil falar e todo esse blá blá blá ... Agora eu quero... não... To mandando você ir praquele banheiro e tomar um banho porque, cara, ou você vai por bem ou vai por mal.  – e o encarou seriamente. Fernando também o encarou e os dois fiaram assim por alguns segundos, se desafiando no olhar. “ Eu não vou”  dizia os olhos de Fernando. “Ah, mais vai!” dizia os do Rick com uma sobrancelha
arqueada. “ Me obrigue” dizia o olhar teimoso de Fernando. “ Se é isso que você quer!” disse os de Rick se estreitando obrigando a boca se contrair no gesto. Eles se encaram por mais alguns segundos ao que Rick não aguentou e começou a rir.

    Fernando não aguentou por muito tempo e começou a rir também. Eles riram por mais algum tempo até Rick falar.

      - Não, sério agora, vai lá se arrumar. – disse ainda com ares de riso – Não estou falando que é fácil, mas cara, a vida continua. Agora você tem duas escolhas, ignorar tudo isso, ou usar isso a seu favor.

   - Quê? – disse Fernando com uma careta – Como é que eu posso usar isso ao meu favor? 

   - Bem, você poderia... – e olhou pro amigo que parecia interessado no que iria dizer – Quer saber? Só vou contar quando estivermos indo pra escola.

   O outro silenciou-se por alguns segundos, pensativo.  Não que ele estivesse considerando uma forma de se aproveitar da situação, mas ele tinha que voltar pra escola de qualquer jeito. Não era exatamente um ótimo aluno, mas sãs notas eram até que equilibradas.


    - Tá, eu vou, mas não por causa disso. – disse levantando-se do sofá e indo pro banheiro.


       Bruno tomou um banho rápido, e não se demorou escolhendo uma roupa pra vestir. Pegou uma calça jeans, uma camiseta e meias limpas e por fim, calçou o seu tênis já meio surrado.  Até pensou em tentar dar um jeito nos cabelos, mas desistiu antes de tentar, pegando sua mochila e encontrando Rick na sala onde havia o deixado. 

   - Estou pronto, vamos? – perguntou e os dois saíram do apartamento, sendo o ultimo a sair Rick trancou a porta.

   - Então, como eu dizia. – falou Rick quando já estavam do lado de fora do condomínio -  Você poderia usar isso ao seu favor.

    - Como? – perguntou Fernando com uma sobrancelha arqueada.

    - Ah, sei lá. Você poderia usar o motivo de “ estar apaixonado pelo irmão dela” pra ficar mais perto, sabe? Conversar com ela, descobrir mais sobre o que ela gosta. Marcar de sair pra ela falar mais sobre ele, mas claro, que é só pra ficar perto dela. – acrescentou rapidamente a ultima parte por causa do olhar que Fernando lhe lançou.  – Então, o que você acha? – esperou ele responder, mas o amigo parecia pensativo –  Claro que você sempre pode ignorar tudo.



    Os dois por volta de duas quadras em silêncio. Rick o deixou ficar pensando sobre isso, o que pra ele, não era um plano tão ruim.  Quando estavam chegando a escola, eles encontraram  Tônia que os cumprimentou – Fernando com um beijo no rosto e Rick com um beijo na boca.



   Os três enrolaram um pouco mais na frente da escola, juntando-se aos demais amigos da escola. As conversas distraídas fizeram Fernando esquecer um pouco seu recente drama e relaxar um pouco. Assim, quando o sinal tocou e eles entraram na escola, Fernando sorria
abertamente.



   - ...Cara foi muita burrice aquilo! – contava um dos amigos – Não sei como ele conseguiu cair da cadeira e ainda fazer ela travar na mesa de computador.

  - Qual é? Todo mundo dá uma dessas de vez em quando. – defendeu-se o amigo acidentado.Vinicius.

  - Ah, eu não. – retrucou o amigo que contava. Seu nome era Gabriel – Mas o pior não foi só isso, foi todo mundo da Lan House ficar olhado pra ele e o Tiozinho olhar com uma cara feia. Aposto que você não dar as caras por lá por um bom tempo, né não? 

   Fernando começou a rir da desgraça alheia enquanto eles andavam pelos corredores, porém ao olhar pra frente e ver Taio e seu irmão vindo na direção contrária seu sorriso morreu quase que imediatamente. Ao vê-lo Taio sorriu abertamente e começou a vir em sua direção enquanto Rafael o encarou seriamente.



  - Oi Fernando! – disse o cumprimentando com um beijinho no rosto – Por que faltou tanto?  - e em um tom mais baixo disse – Não foi por causa daquilo, foi?

  
  - Ahn... Não, não foi por isso não. – disse sentindo seu rosto se avermelhar. Tentou desviar o olhar de Taio, mas se arrependeu ao se deparar com o de Rafael. Esse fez um leve aceno com a cabeça dizendo “ E ai? Tudo bem?” .Fernando balançou a cabeça  numa afirmativa   devolvendo a pergunta que foi respondido com igual afirmativa.

   - Então, tá. – disse Taio – Depois a gente conversa.  – e seguiu seu caminho pelo corredor ao lado do irmão. 

     - Cara, o que foi isso?  - perguntou Gabriel – Não vai me dizer que tá pegando a Taio? 

     - Eu não to pegando ninguém. – respondeu Fernando ficando irritado.

      - Ah é? Então porque o irmão dela  te olhou daquele jeito? Parecia que ia te bater em qualquer momento.

    - Se quer saber vai perguntar pra ele. – respondeu de má vontade se apressando pra sua sala.

       - Cara, relaxa, - disse Rick quando já estavam na classe e sentados em suas carteiras - ‘cê sabia que ia acabar encontrando ele na escola mais cedo ou mais tarde.



   Fernando não respondeu, limitou-se a ficar quieto. Prestava de vez em quando atenção em algumas coisas que os professores falavam, e em outros momentos, ignorava completamente. Deitava sua cabeça sobre seus braços cruzados sobre a mesa e tentava dormir.


  Quando o sinal tocou para o intervalo ele não tinha intenção nenhuma de sair de sala de aula, mas Rick o convenceu dizendo que não podia ficar em sala na hora do intervalo. Sentaram-se em uma das mesas do
refeitório que era usada mais pra conversar do que pra comerem seus lanches. São muito poucas as pessoas que comem a merenda da escola, preferem comprar os salgados caros da escola.

     Fernando se sentou em uma delas sozinho, pois Rick e Antônia geralmente ficam em outro canto do pátio, de preferência escuro – o que não era difícil já que estudavam no período noturno e não havia muitos postes de luz fora do prédio escolar –  pra ficarem namorando longe da vigilância das inspetoras.

    Da mesma forma como havia passado  boa parte das aulas ele se manteve com a cabeça deitada sobre a mesa. Mas ali não tinha como dormir, não com todo aquele burburinho.

  

   - Fernando? – ouvia a voz chamá-lo depois de alguns minutos de solidão – Você está dormindo?  - o tom parecia de alguém que estava sorrindo. È claro que está, pensou, ela sempre esta sorrindo. – Posso me sentar aqui?

    - Pode. – disse ele enfim levantando a cabeça pra olhá-la.

  -  Não precisava faltar por causa daquilo. – começou ela – Sei que deve dar vergonha depois olhar pra cara da pessoa que declarou, mas não achei que você falaria duas semanas por isso.

  - È. – disse ele só pra não ficar sem responder nada.

  - Acho que meu irmão gostou da sua confissão. – revelou ela dando-lhe uma piscadinha, que fez Fernando corar um pouco. – Depois, quando ele ficou sozinho, eu o vi olhando pras flores. Ele fica dando uma de indiferente, mas acho que ele gostou. Isso é bom, não é?

  - Ô se é – pensou sarcástico.

  - Se você quiser, eu posso te ajudar. – propôs com um sorriso de canto, tentando de alguma forma passar um ar de cumplicidade. – Posso te falar tudo o que ele gosta e não gosta em uma garota, epa, quer dizer... ahn... er... – e se calou não sabendo como deveria dizer.

   - Eu entendi o que você quis dizer. – disse Fernando pra aliviar seu constrangimento. 

   - Então, - disse ela se animando novamente – Eu posso te ajudar, o que acha?

  - Não, não precisa. – disse pensando em como aquilo era um absurdo. Eu gosto de você, VOCÊ! Pensou alarmado.

    - Porque não? Quem melhor que a irmã dele pra te dar umas dicas? – perguntou lançando-lhe  novamente uma piscadela. E ele dessa vez desviou o olhar pra que ela ao visse seu rubor –  Vai, deixa! – disse  segurando o ombro dele e sacudindo um pouco – Deixa eu te ajudar! 

   Fernando não aguentou, e acabou cedendo. Era chantagem demais pra ele ficar olhando para aquela face sorridente enquanto lhe pedia algo, era hipnotizante pra ele ver aquele sorriso, aqueles olhos brilhantes...


   - Legal! – exclamou ela alargando mais o sorriso – Vou te dizer tudo que sei sobre ele, mas antes quero saber de uma coisa muito importante. – disse ficando séria.

   - O que é?

   - Você ama de verdade meu irmão ? – perguntou encarando-o.

  Fernando engoliu em seco. Desviou o olhar dela e passou a encarar a mesa. Talvez essa fosse a chance dele esclarecer tudo, de dizer-lhe que é a ela que realmente ama. Respirou fundo, e sentindo sua bochecha ficar vermelha ele virou-se pra ela, que ainda esperava uma resposta. Engoliu em seco novamente e a olhou nos olhos.

  - Taio, eu... – pausa, porque ele de repente sentiu-se muito nervoso e vermelho – E-eu, eu...

   Então ela sorriu.

  - Nossa, como você está vermelho. – interrompeu – Que fofo! Você o ama! 

      Fernando não conseguiu disfarçar a decepção que sentiu, mais uma vez não conseguiu se declarar. Mais uma vez ele queria chorar, mas jamais faria isso na frente dela numa situação como essa.  Suspirou fundo agora, sentindo-se desgraçado.

   -Não se preocupe, não vou falar pra ninguém que você disse isso. 

   - Mas eu não disse. – murmurou olhando pra mesa com um olhar murcho. 

  - O q- O sinal tocou – Ah, tá na hora de ir pra classe, depois me passa seu MSN ou face, que a gente conversa mais. – e acenou pra ele depois de se levantar.

  - Tá. – disse ele com uma forte vontade de bater a cabeça na mesa seguidamente. 


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Notas finais do capítulo

Bom, pessoal, por hoje é só, espero que tenham gostado,
Rewins please?



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