Macho Não Ganha Flor! escrita por Amendo Boba


Capítulo 1
Capítulo 1 - Declaração Fail


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, comentarei nas notas finais ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/262390/chapter/1





- Então é hoje? sorriu Rick com os braços cruzados, olhando-o do batente da porta do quarto do mesmo.

- È sim. respondeu Fernando com um sorriso Estou bem? perguntou incerto sobre a roupa que vestia. Usava uma camiseta cinza com um blazer preto por cima. Uma calça jeans escura não muito colada e um sapa tênis.

- Tá linda, mona! respondeu Rick fazendo graça Com essa roupa você tá um bofe escândalo!

Fernando riu pra ele e passou mais uma vez o dedo pelos cabelos lisos tentando de alguma forma alinhá-los. De nada adiantou, mas também não é como se ele esperasse que fosse. Seu cabelo de porco espinho jamais seria domado não importa o quanto tentasse. Verificou o hálito mais uma vez, antes de se resolver e decidir que melhor do que estava não poderia ficar. Antes de sair do quarto, pegou celular e a carteira pra caso decidissem sair - e o buquê de rosas vermelhas.

- Boa sorte, cara. desejou Rick dando tapinhas nas costas dele. Se você levar um fora, te levo pra encher a cara.

- Como se eu ou você pudéssemos comprar bebida alcoólica. zombou o outro.

- Ou então enfatizou ele como se uma segunda opção fosse ser acrescentado antes A gente pode encher a cara de refrigerante mesmo.

- Nossa, que bixeira. retrucou Fernando com um sorriso irônico Se for pra encher a cara de refrigerante, prefiro beber nada.

- Cê que sabe. disse Rick dando de ombros, agora na porta pra fora do apartamento.

- Tá, to indo. disse começando a descer as escadas.

- Falô. foi a última coisa que ouvia dele, antes de virar a esquerda pra mais um lance de escadas.

Fernando saiu do prédio onde dividia o apartamento e andou mais alguns metros antes de chegar ao prédio que Taio a garota da sua vida, segundo o mesmo morava. Ele não sabia exatamente o que o levara a gostar dela, eram tão diferentes, quer dizer. Fernando é todo sério e na dele, enquanto Taio é mais descontraída e divertida. Tem aquele ar de menininha que não cresceu ainda, embora toda sua forma física seja de uma quase mulher. Cabelos negros e ondulados que iam até o meio das costas. De pele clara e olhos castanhos, os lábios não eram exatamente cheios, mais tinham seu charme próprio. Quando sorria, era como uma criança que ri de algo que achou extremamente engraçado. Um sorriso verdadeiro e contagiante.

A paixão dele por ela já durava por volta de três anos e meio e foram as poucas vezes que ele falava com ela. Não conseguia ter uma conversa normal com ela sem acabar corado, ou então, totalmente hipnotizado pelos seus olhos brilhantes.

Mas hoje vai ser diferente. Ele vai diretamente a casa dela e dessa vez vai lhe falar tudo o que sente e não apertar a companhia e desistir no último momento. Porque sempre que pensava nas suas chances de conseguir sair com ela, pensava que esta é muita areia para seu caminhãozinho.

Não, ele tinha de pensar positivo. Ninguém poderia culpá-lo por tentar. Se caso levasse um fora. Bom. Ele chamava Rick pra sair e eles virariam a noite de sexta pra sábado em alguma festa.

A quem estou querendo enganar? pensou rindo de si mesmo Se ela me recusasse é bem capaz de passar o resto do dia deprimido.

- Nossa, como ele tá bonito! disse Antônia, Toia ou até mesmo Otobaka¹, como Fernando costuma chamar a namorada de Rick. No começo ela até se irritava, mas depois de um tempo passou a considerar como um apelido carinhoso. Ah, como você sabia que ia fazer uma visita pra vocês? Até trouxe flores!

- Há, e quem foi que disse que são pra você?

- E pra quem são? Aliás, aonde você vai?

- Não te interessa. respondeu e iria seguir caminho se ela não se pusesse na sua frente Dá pra dar licença?

- Você sabe que se eu perguntar pro Rick ele vai me contar, né?

Fernando girou os olhos soltando um grande suspiro. Tá bom! Eu vou ao prédio F, tá feliz? Agora dá licença. Novamente ela bloqueou o caminho, mas dessa vez mantinha uma expressão sacana.

- Não me diga que enfim tomou coragem? - e cruzou os braços com um sorrisinho. Então enfim saberemos se algum dia sairemos os quatro juntos. Boa sorte Bakawaii². disse ela dando passagem. Fernando tratou de andar mais rápido, antes que ela resolvesse o segurar por mais tempo.

Quando chegou ao prédio F, ele entrou e começou a subir os lances de escadas até o terceiro andar. Parou em frente à porta 43. E assim ficou por alguns segundos, olhando a companhia. Apesar de te ido até ali, ainda havia aquele sentimento de medo da rejeição. E se ela gostasse de outra pessoa? E se ao vê-lo se declarar sentisse pena dele ou então dissesse que só queria ficar na amizade? Ou pior, quisesse usá-lo pra tentar chama atenção de alguém que gostasse?

Não, ele não aguentaria passar por nenhuma dessas três situações. Apesar de tudo, ele ainda tinha um pouquinho de orgulho.

Então ele levantou uma das mãos que seguravam o buque e destacou o dedo indicador para pressionar o botão da companhia. Parou novamente tendo a mente dominado por milhares de E se? E se?. Sacudiu a cabeça pra dispensar esses pensamentos venenosos e depois de inspirar o ar, ele pressionou o botão. A companhia tocou e ele sentia que não iria conseguir respirar até que a porta se abrisse.

Ele esperou. E esperou. Será que não tinha ninguém em casa? Será que Rick se enganou? Idiota! Pediu pra ele verificar se ela estava em casa e ele havia lhe dito que estava. Um pouco de irritação se misturou com a ansiedade, então novamente ele pressionou o botão.

- Já vai! disse uma voz feminina abafada vinda de dentro. Era ela. Ela viria atender.

Fernando refez todo o texto que tinha em mente pra falar a ela, mas as palavras se perderam e tudo havia ficado um enorme breu foi o que restou em sua mente. Ele entrou em desespero, ia ter que improvisar. Nunca fora bom com as palavras por isso sempre pesava muito antes de falar. Improvisar simplesmente não era com ele.

E agora?





Dentro do apartamento, Taio olhava brava pra seu irmão preguiçoso que, apesar de estar na sala, não moveu nenhum músculo para atender a porta. Obrigando-a a vir do se quarto pra fazê-lo.

- Custa abrir a porta? perguntou quando passou por ele que murmurou apenas um A-han!. Já vai! disse quando a companhia foi tocada novamente. E ela já estava chegando a porta quando houve o celular tocar lá do quarto. Ela para, indecisa.

Os pais estavam viajando e eles ligavam ao longo do dia pra saberem se os dois estão passando bem longe deles. Taio estava ansiosa pela ligação do dia, é muito apegada a eles, sendo a filha caçula.

- Eu não vou atender. disse Rafael antes que ela pedisse.

- Então atende a porta?

- Também não.

- Espera que eu faça tudo sozinha?

- Sei que você consegue.

- Você não vai atender a porta? perguntou e ele disse que não Vai agora! ordenou Eu limpei essa casa todinha sozinha, então faça o favor de ao menos atender a porta, seu preguiçoso. e voltou pro quarto.

Rafael revirou os olhos quando a porta do quarto foi fechada de forma estrondosa. Mulheres.

- Tsc. murmurou ele enfim se levantando, mas não dava pra contrariar. Desde que os pais sairão pra viajar o que foi muita sacanagem por que não levaram eles juntos porque tinha aula , Taio tem feito tudo em casa. Desde cozinha a arrumar seu quarto. Ele adorava a irmã, mais simplesmente gostava de irritá-la de vez em quando.

A passos lerdos, quase que arrastando o chinelo com o pé, ele foi atender quem quer que fosse. Se fosse algum vendedor ou testemunha de Jeová, ele ia fechar a porta na cara. Ninguém vai pro inferno por fazer isso. E se vai, bem,fazer o quê? Ele seria mais um da lista.

Destrancou a porta com um grande bocejo e quando abriu quase que flores entraram goela abaixo.

- Eu te amo! Por favor, aceite essas flores! dizia o garoto que estava encurvado oferecendo o buque. E-eu sei que é estranho ouvir isso do nada, - continuou começando a erguer a cabeça - Mas é a mais pura verdad... !

Agora o garoto estava de olhos arregalados o encarando de boca aberta, o que pra Rafael não fazia sentido já que ele havia ido até ali e se declarado pra ele, certo? Quem deveria estar surpreso era ele.

- Como é que é? perguntou Rafael um sorriso incrédulo Você me ama?

O outro nada respondeu, ainda surpreso. Rafael esperou por uma resposta com a sobrancelha arqueada. Mas nada veio, a boca do garoto parecia tremer quando ele a fechou, como se estivesse segurando o choro. O quê? Agora ele iria começar a chorar? Pensou pegando as rosas.

- Ah, não era a mamãe nem o papa... disse Taio aparecendo por trás de Rafael Fernando?

- Ah, você é amiga dele? perguntou o irmão virando-se pra ela.

- Bem, ele mora aqui no condomínio e estudamos na mesma classe. respondeu com um sorriso E essas flores? Ele te deu elas?

- Parece que sim. disse Rafael voltando seu olhar pra ele, que parecia querer dizer alguma coisa, mas antes que pudesse Rafael falou Ele acabou de se declarar pra mim.

- Sério?! - Taio exclamou em espanto Não sabia que você gostava do meu irmão.

- Eu n-

- Me desculpa cara, mas você não faz meu tipo. disse Rafael empurrando Taio para trás em tom cortante Mas é muita coragem sua vir ate aqui e se declarar. Obrigado pelas flores e tchau. fechou a porta e passou a chave na fechadura.

- Que maldade! exclamou Taio fazendo um beicinho e cruzando os braços.

- Maldade porque? Esqueceu que sou hetero? - perguntou jogando as rosas no sofá e indo pro mesmo Você queria que eu convidasse o cara pra entrar e jogar vídeo game?

- Porque não? Ele veio até aqui...

- E depois eu faria o quê? È melhor assim.

- Mas Rafa-

- Agora já foi. disse cortante. Não queria mais falar sobre o assunto. Taio soltou um longo suspiro em desistência e voltou pro seu quarto. Rafael sentou-se no sofá e iria esticar as pernas sobre o móvel quando os pés esbarraram nas rosas O que eu faço com isso? perguntou pra si mesmo enquanto pegava o buque mais uma vez. Foi então que notou algo no meio das flores. Uma pequeno carta com os dizeres De: Fernando Para: Taio. Com amor.




Fernando ainda estava do lado de fora, parado, olhando a porta como se ela pudesse lhe explicar como é que as coisas haviam acabado desse jeito. Ele queria chorar, e chorar muito. Mas se conteve, embora seus olhos estivessem ameaçando derramar as lágrimas. Passou a mão sobre eles para enxugá-los e depois as limpou na calça. Sugou o ar sentindo a boca tremer, como se ele pudesse prender todos aqueles sentimentos dentro dele, mantendo-o a salvo por enquanto.

Deu meia volta e desceu as escadas, mantendo sua expressão neutra o máximo que conseguia. Andou todo o caminho de volta ao seu apartamento, sentindo que se demorasse demais, se parasse um segundo se quer, poderia começar a desmoronar no mesmo instante. Então quando os amigos o virão e chamarão por seu nome, ele não olhou ou disse qualquer coisa, somente seguiu seu caminho.

Ao entrar no apartamento, Rick e Antônia se viraram pra ele com expectativa. Embora jurasse que quando olhara pra eles ainda mantinha a expressão impassível. Algo no curto período de contato visual deve ter denunciado, pois os sorrisos dele se desfizeram, mudando para preocupação.

Só pode ouvir um O que houve, cara? por parte de Rick antes de se apressar pro seu quarto, e fechar a porta rapidamente. Ali estava seguro. Trancou a porta e encostou-se à mesma ouvindo os sussurros de Antônia dizendo Vai lá falar com ele, é seu melhor amigo!

Agora não queria falar com ninguém, então ignorou os pedidos pra conversar dele que não insistiu muito.Deitou-se na sua cama e chorou. Primeiro tentou não fazer barulho, chorar em silêncio, mas depois deixou o sentimento extravasar. Não se importando com quem ouviria.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Inicialmente, eu transformaria essa história em uma mangá, mas por experiencias anteriores de não planejar bem a historia e ir desenhando ate chegar ao ponto de nao saber o que fazer, decidi escrever primeiro. E aqui é um bom lugar pra testar se a historia pode ser boa ou não, por isso, gostaria muito que dessem a sua opinião.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Macho Não Ganha Flor!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.