Pergaminhos íntimos escrita por KirsikkaLia


Capítulo 2
Pergaminho II




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Enquanto dormiam naquela noite, Xena sonhou com aquela Gabrielle jovem e inocente. Ela nunca imaginou que fossem se amar tanto, que aquela aspirante a guerreira se mostraria mais forte que ela em alguns momentos. Gabrielle era tudo que mais importava na sua vida agora, era sua alma gêmea, e sempre será.

Acordaram com o sol, que brilhava forte em seus rostos. O dia estava quente, do jeito que a Barda gostava. Estava feliz porque aquele dia era só delas, não tinham ninguém para salvar nem nada para entregar, embora esses momentos sempre durassem pouco.

Ainda deitadas, se olharam, sorriram e deram um longo beijo de bom-dia. Levantaram e foram ao lago tomar banho. Adoravam ficar juntas dentro d’água. Sentir o corpo nu e úmido uma da outra, sozinhas, como se fossem as únicas pessoas do mundo.
Depois do banho, Gabrielle se encarregou de arranjar comida.

-Já vi que hoje só vamos jantar. – zombou Xena.

- ha ha ha...Muito engraçado. Depois de tanto tempo com você, acho que eu sei pegar um peixe,né?!

- Um peixe talvez, mas coelhos...acho que não.

- Aquilo foi só uma vez. E aquele coelho era amaldiçoado, ele tinha presas, eu te falei!!

-Tá tá...eu sei...presas....claro.

- Hunf. Ao invés de ficar fazendo piadinhas, quer ler o outro pergaminho?

- Claro.

Gabrielle pegou outro rolo de sua bolsa e entregou à Xena, que logo começou a ler.

[Pergaminho II]

Demorei uns dias para escrever, mas é que qualquer barulho que eu faço a Xena acorda. E eu não queria que ela visse que eu estava escrevendo. Imagina se ela pergunta o que é, ou pede para ler, eu morreria de vergonha. Aliás, esqueci de dizer que estamos caminhando juntas. Foi difícil convencê-la. Ela é meio cabeça-dura, mas aceitou que eu fosse com ela. Nunca estive tão feliz. Em poucos dias, já vi e vivi coisas incríveis. Ela é incrível. Me sinto tão bem perto dela, tão segura. Não sei porque, mas quando ela me olha, parece que ela pode ler meus pensamentos, entrar em contato com a minha alma, ver além do que eu mesma vejo. Um dia vou ser como ela, uma brava guerreira, que não tem medo de nada nem de ninguém. Que enfrenta os piores senhores da guerra, que luta pela justiça e bondade. Se bem que a Xena nem sempre foi assim, eu soube que ela era uma guerreira má, que destruiu vários vilarejos, tinha até um exército. Tenho que confessar que às vezes tenho uns pensamentos inseguros, um certo receio de que ela volte a ser assim, ou que se irrite comigo e num momento de fúria me ataque. Mas quando eu falo com ela, ou mesmo sem falar uma palavra, eu me sinto mais calma, sinto uma certa paz e uma certeza de que ela não vai fazer isso. Os Deuses não me enviariam um anjo para acabar com a minha vida, ela veio me salvar.


Gabrielle volta com os peixes, mas Xena está tão entretida com o pergaminho que não percebe.

- Xena?!

- Ah, Gabby. Eu não tinha te visto. Nossa, conseguiu mesmo os peixes. Parabéns- sorriu.

-Hahaha...E então, está interessante?! – Apontando para o manuscrito.

- Você sentiu medo de mim. Me desculpe.

- Você não tem culpa, eu era uma menininha boba. E no fundo eu não tinha realmente medo. Era mais por causa das coisas que as pessoas falavam. Continua a ler.

Eu não imaginava que seria uma mulher que me salvaria de Potedia. Pensei que um homem chegaria num cavalo branco e me tiraria de lá. Cheguei até a pensar num Centauro branco. Mas não uma mulher, com roupas de couro, num cavalo bege. Melhor eu parar de escrever agora, ela está fazendo uns barulhos engraçados, acho que vai acordar. Espero que ela nunca leia isso, ou vai jogar aquela rosquinha em mim. Mas espero que eu sempre esteja com ela.

Gabrielle.

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