Pergaminhos íntimos escrita por KirsikkaLia


Capítulo 11
Even in death


Notas iniciais do capítulo

Desculpem meeeeesmo a demora. Culpa da faculdade xD
Espero que gostem!^^



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As lembranças da batalha recente passavam pela mente da Guerreira como um sonho confuso e perturbador, imagens desorganizadas e incertas. Sentia dores pelo corpo todo mas não conseguia movê-lo nem erguer a cabeça para vê-lo. Aliás, não sabia ao certo se estava de olhos abertos ou fechados.

-Ela vai ficar bem? – A voz parecia vir de muito longe, mas sentia que na verdade a pessoa estava ao lado dela.

-É difícil dizer. Não posso garantir nada, os ferimentos são muito profundos e não tenho  tudo que preciso para tratá-los.

Então era isso?! Ela estava mesmo ferida. Provavelmente estava numa cama improvisada enquanto os soldados a observavam com pena. Ela odiava isso.
Tentou recuperar mais um pouco das memórias, mas tudo ainda estava muito bagunçado, não sabia se tinham vencido. Talvez as tropas inimigas estivessem cuidando dela, pra depois matarem-na lentamente.

É...deve ser isso. Aquele meu “exército” nunca iria vencer... – pensou

-Bem, vou tentar fazer o possível.  Vou limpar essas feridas e fechá-las, ou teremos que amputar a perna dela.

Ela sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Queria se mexer, queria ver o que estava acontecendo. Odiava se sentir impotente, se sentir presa. Tentou se mover com todas as forças que pensava ter, mas seu corpo continuou imóvel.

Lembrou então da sua Barda e de que ela estava longe. Queria que ela estivesse do seu lado, sabia que ela a ouviria mesmo que não falasse nada.

-Ga...Gabrielle...

Ela nem sabia se as palavras realmente tinham saído, ou se ela só havia imaginado que as tinha pronunciado.

-Ahn? O que? Ela falou alguma coisa...O que foi, Xena? – A voz perguntava com ansiedade.

Então eles podem me ouvir...Eu consigo falar...-Pensou com alegria

-Gabrielle...Mi..nha Gabrielle...

-Quem é Gabrielle?

-Ignore. Ela deve estar alucinando. –Respondeu a voz do que parecia ser o médico.

O soldado olhou apreensivo, se sentiria culpado se ela não estivesse tendo alucinações e ele tivesse ignorado seu pedido, que talvez fosse o último.
Saiu da tenda e foi em direção à Argo, que ficou agitada com a aproximação de um estranho.

-Calma, calma, cavalinho. Eu só quero ajudar a sua dona.

Ele acariciou sua cabeça para que se acalmasse e pegou a bolsa presa na sua cela. Sentou no chão e começou a procurar por qualquer pista de quem era essa Gabrielle.
Encontrou os pergaminhos e abriu, passando rapidamente os olhos por eles e vendo a assinatura no final.

-Então existe uma Gabrielle...

Voltou animado para a tenda, se aproximando do corpo da Guerreira.

-Xena, você pode me ouvir? Essa Gabrielle...ela escreve pergaminhos né?! Onde ela está, Xena? Eu vou buscá-la.

O médico o encarou com uma certa raiva. Achava a maior bobagem tentar realizar desejos de pacientes que ele julgava terminais. De que serviria fazê-los sorrir para depois morrerem, ele pensava.

-Ela...do outro lado...do oceano...Potedia...

Xena balbuciava, mas por dentro estava muito feliz. Iria rever sua amada, e se fosse assim, não ligava de morrer depois.

-Potedia...é meio longe. Mas acho que consigo chegar lá. Não se preocupe, Xena.

Pode ouvi-lo sair em busca da sua Barda, então adormeceu. Queria que o tempo passasse rápido.
Quando acordou, conseguiu com um certo esforço abrir os olhos. Não sabia quanto tempo havia passado, mas tinha esperanças de que Gabby já estivesse ali.
Olhou ao redor mas não viu ninguém, apenas panos cobertos de sangue dentro de uma cesta e um pouco de água ao seu lado.
As dores profundas voltaram, seu corpo todo estremeceu. Tentou ver sua perna, mas só pode ver que estava cheia de pontos mal feitos e sangue.

Ouviu um barulho vindo da porta, e seu coração se acelerou na esperança de ver a lourinha entrando. Mas era apenas uma garota trazendo mais água e panos limpos.

-Ohh..você acordou! – A garota sorriu, surpresa.

Xena não respondeu. 

-Quer um pouco d’água? Ou algo para comer?

-Não...obrigada. Você...viu se alguma mulher chegou aqui? Uma loira, de olhos verdes, baixinha?

-Humm...Não vi. Desculpe.

Ela se sentiu angustiada. Não sabia onde estava, e queria muito ver um rosto conhecido.

                                                  *****************************

Do outro lado do oceano, Gabrielle também se sentia mal. Não sabia bem porque, mas estava inquieta e enjoada.
Não conseguira dormir, se sentia cansada mas não conseguia relaxar. Achou que Xena já estaria de volta. Já havia passado quase duas semanas desde que ela tinha ido para a batalha.

Tentava se manter calma, ignorar os pensamentos que insistiam em perturbá-la. Se cedesse à eles, ficaria chorando dia e noite até que sua Guerreira voltasse.

Ouviu um barulho por entre as árvores. Era um cavalgar, e se encheu de alegria. Saiu correndo de encontro ao som.

-XENAAA!

Mas parou bruscamente, quase trombando com o cavalo, ao ver que não era ela. Era um homem estranho, velho e gordo, obviamente exausto. E cheirava mal, como se cavalgasse a dias sem parar.

-Vo...cê...é a Gabrielle? –Ele perguntou arfando, tentando recuperar o fôlego.

-Sou. Quem é você? O que quer?

-Eu vim...em nome da Xena. Ela chama por você...

A Barda ficou assustada. Se Xena não pode vir pessoalmente, é porque algo de ruim a estava impedindo.

-Onde ela está? O que aconteceu?

-É melhor que eu explique pelo caminho. A viagem é demorada e cada segundo é precioso para ela.

O que? Como assim cada segundo é precioso? Será que a minha amada está morrendo?! – pensou invadida de medo.

Juntou rapidamente suas coisas,  montou em Ambarino e seguiu o homem.

 

[Continua...] 

 


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Notas finais do capítulo

Novamente, desculpem a demora.
Please, review^^
Bjoos, e obrigada por lerem.