My Last Memory!NewYork escrita por Porcelain


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Acho que dessa vez eu não demorei tanto...
Obrigado à LadyMarmalade por ter betado esse capítulo pra mim ♥
A música que Sophie canta é "Nee", da Maiko Fujita. Vocês podem ouví-la aqui: http://www.youtube.com/watch?v=gcLJI1vKA4U
Espero que gostem do capítulo :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/262255/chapter/17

Helena, Arya e Paul estavam no hospital. Os três foram visitar Luisa, que já havia acordado. Lola ainda dormia calmamente em sua cama. Eram 6h45 da manhã. Os olhos azuis de Helena percorriam todo o machucado na coxa de Luisa, que estava enfaixado (mas mesmo assim ainda se podiam ver marcas de sangue).

— Luisa, se você não estivesse lá, sabe-se lá o que poderia ter acontecido com a Lola! – Helena disse, segurando nas mãos dela. – Obrigada. Você se arriscou demais pela Lola, precisa descansar um pouco. Se recupere logo.

— É, se não todo o trabalho fica pra gente. – Arya murmurou, com os braços cruzados.

— Melhora logo que eu te mostro meu pastor alemão. Ele é enorme. – Paul disse com um sorriso malicioso no rosto. Luisa fingiu que não entendeu o duplo sentido da frase, enquanto Arya deu uma cotovelada no abdômen do garoto.

— Temos que ir, já vamos abrir o Maid Café... – Helena suspirou, já prevendo que seria um longo dia.

— Obrigado por terem vindo, eu não achei que era tão importante assim. – Luisa virou o rosto, corada.

— Claro que você é importante! Você foi minha primeira amiga na Eat Me, lembra? – Helena disse, sorrindo. Então, Meiko entrou no quarto do hospital. Ela vestia uma regata preta que ficava justa em seus seios, um casaco bege aberto, uma calça jeans com alguns rasgos na coxa e uma botina vermelha com diversos spikes. Todos do quarto pararam para admirá-la, com exceção de Helena que parou de sorrir assim que a viu.

— Meiko! Você por aqui! Seus seios estão maiores? – Arya dizia rapidamente, com as mãos nas bochechas e o rosto corado. Ela era realmente uma grande fã da Blood Demon... e dos seios de Meiko.

— Ah, oi gente. – Ela acenou, logo após de acariciar rapidamente o rosto de Lola. Paul sorriu pervertidamente ao olhar a namorada, e se aproximou.

— Que saudades, faz tempo que não nos vemos. – Ele se aproximou e prensou Meiko na parede, encurralando-a entre seus dois braços musculosos.

— Ah, é mesmo. – Meiko olhou para o lado, com uma expressão de tédio. Ela havia se esquecido da existência de Paul, e tinha se esquecido mais ainda de que era sua “namorada”. Ele se aproximou do rosto dela e a beijou lentamente. Meiko separou-o de seus lábios depois de um tempo que era considerado “o necessário” para um beijo. O maior fingiu não ter se desapontado.

Meiko desviou dos braços de Paul e andou até o fundo do comprido quarto, onde havia um grande sofá abaixo de uma janela que estava com os vidros fechados. Todos acompanharam Meiko com o olhar.

— Sophie, eu cheguei. Já pode ir pra casa. – Ela chacoalhava os ombros da morena lentamente, que dormia no tal sofá com as pernas encolhidas e os braços abaixo de sua cabeça. Os olhos de Sophie se abriram lentamente e a garota coçou os olhos quando se levantou.

— Bom dia, Meiko. – Ela passou os braços por volta do pescoço de Meiko e puxou-a para um abraço. – Que horas já são?

— Vão dar sete horas. Vá pra casa descansar um pouco, esse sofá deve ser horrível. – Meiko afundou seu dedo no sofá, notando que ele era tão velho que podia sentir a madeira por debaixo dos tecidos desbotados e camadas de enchimento.

— Ah, preciso fazer a audição pra peça do Pierre! – A menor se lembrou, enquanto arrumava seus cabelos com a mão. – Até mais. Até mais, Helena, Arya e Paul! Melhoras, Luisa!

Sophie correu para fora do quarto, depois de beijar suavemente a testa de Lola. A garota nem percebeu de que Paul estava admirando-a. Ela podia não ter seios grandes como os da Meiko. Podia não ter pernas grossas e torneadas. Podia não ser alta. Mas esses detalhes não impediam Sophie de ser linda. A garota era tão perfeita que você teria medo de quebrá-la se a tocasse.

— Ah, estamos atrasados. – Helena disse, olhando as horas no seu relógio de pulso. – Tchau Luh, precisamos ir! Depois voltamos.

— Falou, Luh. – Arya e Paul disseram em uníssono, deixando a morena “fofamente” irritada. Depois que os três saíram, Meiko se aproximou de Luisa e sentou ao lado da garota.

— Esse machucado na sua perna foi por que protegeu a Lola, certo? – Meiko perguntou séria, e nem se importou de que os raios de Sol refletiam em seus olhos vermelhos, deixando-os mais brilhantes. Luisa nem podia acreditar que ia falar com a vocalista do Blood Demon.

— S-Sim... – Luisa fitou as ataduras em sua coxa, sentindo orgulho delas.

— Obrigado por ter se arriscado pra salvar ela. – Meiko sorriu levemente, fazendo as bochechas de Luisa corarem. – Eu fico te devendo uma.

´

Guii atravessava os corredores da Saint Barbra School fazendo barulho com seus sapatos australianos de couro com detalhes em amarelo. Ele vestia uma camiseta social branca com abotoaduras douradas em forma de “espadas”, as mesmas que são encontradas nos baralhos, e um colete amarelo com as costas pretas por cima da mesma. Sua calça era cinza e contrastava com os sapatos. Nicholas, Mel e Chase observaram o garoto se aproximar com um sorriso no rosto.

— Tenho certeza que vocês sentiram falta do barulho irritante que meus sapatos fazem quando eu ando. – Guii disse, abrindo seu armário e colocando sua maleta dentro dela. – Vocês não sabem o quanto essa maleta está pesada, eu tive que refazer todo o meu estoque de chocolate.

Então puxou um chocolate de dentro da mesma e deu uma dentada, seguida da mesma cara de orgasmo que sempre faz ao comer o doce.

— Eu senti falta da sua voz irritante, não vou mentir. – Mel disse, puxando o garoto para um abraço.

— Que bom que você melhorou, Guii! – Chase disse, animado.

— Eu senti tanta falta do seu cabelo cor-de-beterraba, Chase... – Guii disse, rindo. Chase riu também.

— Ah, Guii! – Nicholas o chamou, puxando um caderno cuja capa havia o desenho de Guii com orelhas de gato de dentro da mochila. – Eu copiei todas as anotações das aulas que você perdeu no seu caderno, assim você não vai ficar perdido.

Os olhos de Guii brilharam e um sorriso enorme brotou em seus lábios.

— Nicholas, você não existe! – Ele exclamou, puxando Nicholas e abraçando-o fortemente. O loiro corou instantaneamente. – Obrigado, você me salvou de vários calos nas mãos!

Assim, Nicholas colocou suas mãos nos bolsos para esconder os calos em suas mãos. Chase cruzou os braços e fitou a cena com o rosto sério. Ele conseguiu entender tudo. Mel não pode deixar de perceber.

— Eu já estava com saudade daqui... Saudade de ver os jogadores de futebol fazendo bullying com todo mundo, as líderes de torcida andarem de saias curtas e balançarem elas de propósito, os nerds acenando e sorrindo pra gente...

— Sua saudade toda vai passar depois de ir até a aula de química com a Sra. Bigodinhos. – Mel revirou os olhos. Guii sentiu toda sua alegria ser aspirada para a sala de química, que seria sua primeira aula hoje. O sinal tocou, e Guii caminhou na frente carregando seu caderno. Nicholas e Mel caminharam rápido tentando acompanhá-lo, enquanto Chase andava lentamente. “Antes era com o Nathan... Mas agora eu não quero ter que disputar a atenção do Nicholas justo com o Guii”.

´

Sophie saiu do elevador de seu prédio e tirou a chave de sua bolsa. Ouviu passos ficarem mais altos gradativamente, e quando olhou para frente, deparou-se com Mitsuki tomando um suco de caixinha. Sentiu todo seu sangue borbulhar dentro de seu corpo e avançou até a loira.

— Sua estúpida! Por que fez aquilo com a Lola?! – Sophie gritou, estendeu sua mão pronta pra estapear Mitsuki. A loira segurou-a pelo pulso sem nenhum esforço, sugando o suco pelo canudo.

— Ah, ela mereceu. Eu odeio aquela garota. É chata e irritante e só sabe dizer coisas fofinhas. Ela me enjoa completamente. – Mitsuki disse, provocando Sophie para saber até que ponto ela conseguiria se controlar.

— Ela não é assim! E você não tem o direito de machucá-la! – Sophie vociferou, soltando-se de Mitsuki por impulso e dando um forte tapa no rosto da loira. Forte o suficiente para a garota soltar seu suco e derramá-lo por inteiro no chão. Mitsuki levou sua mão até sua bochecha e começou a massageá-la lentamente.

— Sério que eu consegui fazer a “Lady Lamonier” perder a calma tão facilmente? Eu devo ser muito malvada mesmo. – Mitsuki disse, rindo enquanto passava a mão na área ferida pelo tapa. Sophie mordeu o seu lábio inferior com raiva. – Pra uma magrela, até que você tem uma mão bem pesada.

— Calada. – Sophie vociferou mais uma vez.

— Não! O que você vai fazer, começar a chorar até alguém vir te proteger? Princesinha estúpida. Não, princesa não! As princesas são bonitas, e você é só uma magrela despeitada. – Mitsuki riu. – Duvido que alguém se interesse em você. Ainda bem que você tem dinheiro, querida.

Sophie sentiu seu coração disparar e uma dor aflorar em seu peito. Aquelas palavras eram tudo que ela mais prezava em não aceitar.

— Por que você não cala essa boca? – Gegaito perguntou, abrindo a porta e exibindo grandes olheiras roxas por baixo de seus olhos que possuíam tons de vermelho e púrpura.

— Ui, vai proteger a coitadinha? – Mitsuki começou a gargalhar.

— Só acho muito impressionante a quantidade de merda que você consegue falar tão naturalmente. E você não é ninguém pra falar de beleza, já que ainda enche o sutiã com meias. – Gegaito riu maliciosamente, observando a expressão de fúrias estampada no rosto da loira. Mitsuki caminhou até Sophie e parou ao lado da mesma.

— Não se preocupe, seu aviso está chegando. – Ela sussurrou, e então desceu as escadas.

´

Toneide e Gee estavam em uma lanchonete. Apesar de a ruiva achar que era um encontro, Gee via apenas como um “passeio para dar uma boquinha”. Os dois estavam sentados de frente um para o outro, ao lado de uma grande vidraça. Havia hambúrgueres, refrigerantes e fritas encharcadas de ketchup espalhados pela mesa.

— Como foi sua noite lá no Louis? – Gee perguntou, dando uma grande mordida em seu hambúrguer. Toneide sugava seu refrigerante pelo canudo.

— Ah, foi bem legal. Primeiro nós brincamos de karaokê, depois paramos pra comer pizza, então eu, o Louis e a Ângela começamos à conversar sobre coisas de menina, daí fomos assistir filmes de terror porque o Luka estava entediado. E quando já estavamos apavorados, ouvimos um grito. O resto você já sabe. – Toneide mergulhou uma batata frita em um molho e comeu-a. – E a Lola? Me explica direito o que aconteceu com ela.

— Pelo que eu entendi, a Mitsuki foi lá pra dar um "aviso" nela e aí acabou brigando com uma das Maids que estava lá e depois de ter dado uma facada na coxa dela, ela jogou uma raspadinha com sal grosso no rosto da Lola. Ela vai ter que fazer uma cirurgia bem delicada no olho. – Gee disse entristecido. Ele sempre viu Lola como uma filha, e neste exato momento estava se sentindo um pai bastante irresponsável.

— Que horror... – Toneide sussurrou. Lola sempre foi um dos grandes motivos de ciúmes de Toneide, já que Gee vivia grudado nela. – Espero que ela se recupere logo. Ninguém merece ficar naquele hospital, tudo de lá dá agonia.

Então os dois puderam ouvir um sininho bater quando alguém entrou na lanchonete, carregando um grande buquê de flores. Esse “alguém” era Patch. O rosto de Toneide foi coberto por uma coloração tão vermelha quanto seus cabelos.

— Então foi ele que te beijou? – Gee perguntou, levantando as mangas de sua camiseta. O garoto com piercings se aproximou da mesa e parou em pé na frente dos dois. Toneide fitou Gee, constrangida, sem saber o que dizer. – Vou deixar vocês a sós. Já volto.

Então Gee se levantou e saiu da lanchonete, sentando-se em um banco no Central Park murmurando palavras intraduzíveis.

— Toneide, me desculpa. – Patch se sentou no lugar que antes era preenchido por Gee. – Eu sei, acho que todos sabem, e só você não consegue enxergar que eu sou apaixonado por você.

O coração de Toneide começara a bater mais rápido. Em toda a sua vida inteira ela nunca poderia imaginar que alguém se apaixonaria por ela. Muitos a criticavam por usar roupas curtas, sempre estar seminua em casa, dormir nos lugares mais impróprios ou até mesmo criar quadrinhos eróticos cujos personagens eram seus próprios amigos. Mas poucos a valorizavam pela coragem de dizer tudo o que sentia ou por sempre ser uma garota espontânea.

— Me desculpe você. – Toneide tocou a mão de Patch timidamente por cima da mesa, fazendo as bochechas do garoto punk corarem. – Eu comecei a chorar igual uma idiota e saí corr... Digo, empurrando minha cadeira de rodas numa velocidade equivalente a uma pessoa correndo e nem falei com você depois disso.

— Por mim, tudo bem... Eu achei que você estava brava comigo. – Patch olhou para o lado, tentando disfarçar seu constrangimento. – A propósito, é pra você.

Então ele ergueu o buquê por cima da mesa e entregou-o à ruiva, que absorveu todo o perfume das flores de diversos tipos e cores, que estavam embrulhados elegantemente e presas com uma fita azul.

— Obrigado, Patch. São lindas. – Toneide sorriu, colocando o buquê cuidadosamente ao lado de seu banco. Patch olhou seu relógio e puxou o zíper de sua jaqueta preta.

— Preciso ir agora, vou ter que fotografar casais pra nova publicidade de um perfume de grife. – Patch revirou os olhos, suas palavras transbordavam tédio.

— Ah, tudo bem. Nos vemos mais tarde? – A ruiva perguntou, e Patch assentiu.

— Até mais. – Então o moreno beijou a testa de Toneide levemente e saiu da lanchonete, no mesmo instante em que Gee entrou.

— Por acaso ele te beijou de novo? – Ele perguntou, irritado. Um sorriso maléfico surgiu nos lábios de Toneide. – Ah, não é nada disso que você está pensando!

— Eu não estou pensando em nada. – A ruiva permaneceu com o mesmo sorriso na face.

— Nossa, ele te deu esse buquê? Que... Exagerado. Nossa. – Gee mordeu seu hambúrguer novamente, notando que ele havia perdido um pouco do seu sabor.

— Fez de novo.

— Fiz o quê? – O ex-demônio virou o rosto para o lado, suas bochechas começando à corar em sua face pálida.

— Nada, deixa. – O sorriso de Toneide se desfez em uma gargalhada e a garota bebeu um pouco de seu refrigerante, admirando Gee comer como um condenado. Será que Gee, o garoto viciado em videogames e os peitos de sua irmã, estaria sentindo ciúmes de uma pessoa que não fosse Meiko pela primeira vez?

´

Louis adentrou ao quarto de Luisa, chamando atenção por causa de seu casaco verde-limão que causava tonturas em quem o olhava.

— Adivinha quem chegou! – Ele cantarolou, despertando Luisa de seu sono.

— Ah, oi tio Louis. – A garota coçou os olhos e se sentou na cama, gemendo de dor quando forçou demais sua perna machucada. – Onde está minha mãe?

— Bem, você sabe... – O ruivo dizia, constrangido.

— Ela não veio, não é? Não sei o porquê de ainda me surpreender. – Luisa cruzou os braços, entediada.

— Ela é muito ocupada e você sabe disso. Ela pediu para eu vir no lugar dela e trazer umas coisinhas. – Ele ergueu três sacolas, fazendo Luisa sentir uma leve tontura assim que seus olhos mantiveram contato com a cor verde berrante que cobria todo o casaco. – Eu trouxe um CD daquela banda que você gosta, também trouxe quatro livros daqueles oitenta e nove que você queria, também trouxe suas roupas pra quando você levar alta e um Nintendo DS pra você jogar quando as enfermeiras não tiverem olhando. – Ele sussurrou a última parte, fazendo Luisa rir. A garota passou seus braços ao redor do pescoço de Louis e puxou-o para um abraço bem apertado.

— Obrigado tio Louis, você sabe que eu te amo.

— Eu já pedi pra você parar de me chamar de tio Louis, eu fico me sentindo velho. – Louis disse, com uma voz chorosa.

— Me desculpa, titia Louis. – Luisa gargalhou, fazendo Louis lhe dar um tapa de leve no ombro. – Ok, ok. É só Louis.

— Exatamente. – O ruivo riu.

— Louis, você é o único que mesmo sendo a pessoa mais ocupada do mundo ainda encontra um tempo pra vir visitar sua sobrinha querida e diva. – Luisa disse, claramente fazendo uma indireta à sua mãe. – A mamãe estava muito ocupada deitada no sofá e se empanturrando de sorvete enquanto assiste aquelas séries de comédias em que as únicas risadas escutadas são as das próprias séries?

— Não, ela está no escritório como sempre. E agora seja uma boa sobrinha querida e diva e vá descansar. Preciso aturar a Anne refazer toda a sua agenda e então adaptar a agenda de todos se baseando na dela. – O ruivo suspirou e passou a alça de sua bolsa por cima de seu ombro. – Depois eu volto e trago mais coisas pra você, ok?

— Ok. – Luisa sorriu e observou Louis sair, antes de cair no sono novamente.

´

Sophie descia o corredor que dividia todas as poltronas em dois grupos e parou na frente do palco, ofegante. Observou que estavam no meio de um ensaio, e que Pierre estava em uma das poltronas observando tudo.

— Eu não vou usar esse vestido, Jake! Eu, Megan, só uso vestidos de grife e que sejam bem escandalosos! – Brenda berrava, jogando um vestido no alto e rasgando-o com suas unhas.

— Sua vadia, puta de esquina, travesti, orangotanga! – Nathan gritou, pegando Brenda pelo pescoço e fingindo que estava colocando força. Brenda empurrou-o no chão com força. – Ah, meu pé, eu torci meu pé! Sua macaca! Vá, procurar ajuda!

Pierre começou à gargalhar, agradecendo Guii mentalmente por esse dia que lhe rendeu muita inspiração para uma cena de Brenda e Nathan.

— Isso foi ótimo. – Pierre aplaudiu. Sophie arqueou uma das sobrancelhas, perguntando a si mesma quando foi a última vez em que viu Pierre rir. – Ah, Sophie, nem vi você chegando. Quer começar sua audição?

— Quero sim.

— Brenda e Nathan, estão dispensados. Amanhã ensaiaremos as suas músicas. – Os dois irmãos assentiram e se dirigiram à coxia para retirarem os figurinos. Sophie subiu ao palco. – Pode começar.

[Sophie]

Ei, em quem você está pensando agora?

Eu estou pensando em você

Eu sinto ao abrir as janelas

Ah, o cheiro da noite

Qual rosto

Aparece em seu coração agora?

Na chuva fria

Eu estava encharcada

E só você

Me estendeu a mão

Por que você é sempre o único

A estar aqui pra me apoiar?

E cada vez que o faz

Eu me apaixono mais profundamente por você

Ei, não importa o que eu tenha que fazer, quero ver você

Amar alguém realmente dói

Se me sinto feliz ou chateada

É sempre por sua causa

Como eu fingia ser fria com você

Outro dia se passou

Mas a verdade é que eu penso em você o tempo todo

Tanto que eu estou ficando farta de mim mesma

Por que eu nunca posso ser eu mesma

Na frente da pessoa que eu gosto?

Sempre agindo da maneira exatamente oposta

Á solidão que eu sinto

Ei, eu quero que você perceba meus sentimentos

Eu vou ficar bem

Chorando tanto como se eu tivesse dito a mim mesma

Eu olhei para o céu à noite

As estrelas são belas

Mas eu queria que você estivesse aqui também

Se eu pudesse estar ao seu lado...

Ei, em quem você está pensando agora?

Por que não posso suprimir esses sentimentos?

Ei, não importa o que eu tenha que fazer,quero ver você

Amar alguém realmente dói

Se me sinto feliz ou chateada

É sempre por sua causa

Eu estou pensando em você agora

Ei, eu sinto a sua falta

Sophie parou de cantar e abriu os olhos, fitando o rosto de Pierre que sorria maravilhado.

— Você foi absolutamente perfeita. Eu não sabia que você cantava tão bem. – O moreno sorriu sedutoramente, aproximando seus óculos (que o mesmo só usava quando estava no teatro) do seu rosto com o dedo indicador. Sophie corou e olhou para seus pés.

— Obrigada. – A garota estava achando realmente estranho o fato de que Pierre estava mais generoso. Ele jamais usaria a palavra “absolutamente” pra elogiar alguém. Aliás, ele sempre dizia “você é absolutamente irritante” à Lola.

— Sua voz é bem “docinha”, não sei se vai combinar com uma vilã, mas... Eu sei que você vai se esforçar. Aqui está o roteiro, – Pierre estendeu a mão com o roteiro, e Sophie pegou-o. – tente decorar todas as suas falas e a partir de amanhã você já terá que vir para os ensaios.

— Certo. – Sophie colocou o roteiro dentro de sua bolsa. – Agora vou voltar para o hospital, a Meiko vai gravar uma música nova. Até mais, Pierre.

— Até. – Ele acenou lentamente.

´

O horário de aulas já havia acabado e Guii estava ansioso para voltar pra casa. Ele andava preguiçosamente pelo corredor, e a escola já estava praticamente vazia já que todos os alunos correram como uma manada de elefantes assim que o sinal ecoou por toda a escola.

— Se algum chocolate tiver derretido, vou entrar em depressão. – Guii sussurrou, abrindo seu armário e apalpando um tablete pra verificar sua consistência. Estava intacto, fazendo o garoto suspirar de alívio.

— Guii, eu preciso falar com você. – Nicholas disse, cutucando as costas do menor. Guii se virou e fitou os olhos cor de avelã que contrastavam com algumas sardas claras que se espalhavam pelas bochechas do loiro.

— Não vou dividir meus chocolates. – Guii murmurou, olhando para o lado.

— Eu... – Nicholas se aproximou de Guii e se apoiou em um armário qualquer, passando seu braço ao lado do corpo magro do moreno. – Eu gosto de você, Guii.

— Ah, isso é bom, geralmente as pessoas me acham chato e sonolento. – Guii disse, imaginando uma desculpa para fugir. Ele estava encurralado.

— É sério. – Nicholas passou seu braço direito ao lado de Guii, deixando o corpo do garoto entre seus dois braços. Guii estava prensado nos armários. – Eu gosto do seu jeito espontâneo de ser, adoro a cor dos seus olhos, suas bochechas vermelhas e seu cabelo que nunca permanece em um mesmo penteado por muito tempo.

O loiro acariciou lentamente a bochecha de Guii, que estava sem reação. Aquilo podia estar o deixando desconfortável, mas todos sabem que um bom egocêntrico nunca resiste a elogios. O rosto de Guii estava vermelho, e ele começava ofegar. Seus olhos verdes tentavam olhar fixamente para os de Nicholas, mas ele era tímido demais pra isso. Nicholas aproximou seu rosto ao de Guii quando ouviu um barulho.

— E não é que no final das contas o Guii era apenas uma puta oferecida? – Nathan pigarreou, com os braços cruzados. Nicholas se afastou de Guii, fazendo o moreno ajeitar suas roupas que estavam um pouco amassadas. Seu topete agora parecia uma onda levemente curvada, já que, como Nicholas disse, seu cabelo nunca permanecia em um mesmo penteado por muito tempo.

— Nathan, vá embora. – Nicholas disse, constrangido. Guii puxou sua maleta de dentro do armário e caminhou até as portas de vidro na entrada do colégio.

— Além de oferecido é um covarde. Não vou deixar você me ignorar assim. – Nathan puxou Guii pelo braço.

— Prefiro discutir com uma pedra do que com uma bicha burra feita você. Por que você não saltita até o palco do teatro e faz seus showzinhos? Eu pensei que estaria livre de seus escândalos aqui no colégio, mas é óbvio que eu estava enganado.

— Bicha burra? Isso tudo é inveja por que eu consegui um papel na peça que você foi rejeitado e porque já namorei o cara que estava quase te devorando no corredor? – Um sorriso maldoso se formou nos lábios do garoto. Nicholas olhou para o chão, constrangido.

— Bicha burra porque não entende que se já namorou, não namora mais. E por que eu estou aqui discutindo com você mesmo? Desculpa Nathan, não sou tão desocupado como você. Minha cama bem macia me espera pra horas de sono. – Guii disse, e então se virou para Nicholas. – Nicholas, depois nós conversamos.

O loiro assentiu, e então Guii caminhou até as portas de vidro e saiu.

— Eu sabia que você ainda me queria, Nathan. Seus escândalos me lembraram do porquê de eu ter terminado com você. – Nicholas caminhou até Nathan e bateu no ombro do garoto com seu próprio ombro. Chase observava tudo escondido atrás de uma parede, com lágrimas nos olhos.

´

Joseph entrou no quarto de Lola e de Luisa vestindo um terno branco que combinava com sua cartola (que por sinal estava enfeitada com uma fita azul). Luisa dormia abraçada com um travesseiro enquanto Lola assistia um desenho aleatório que passava na TV.

— Ah, olá Joseph-kun! – Lola acenou. Joseph sorriu levemente e se aproximou da garota, sentando na beirada da cama.

— Que estrago aquela maldita fez com você... – Ele disse, acariciando o rosto de Lola. – Bom, eu vim pra te dar uma má notícia.

— O sorvete do Maid Café derreteu? A Fofa-chan sempre se esquece de colocar o cabo do freezer na tomada... – Lola disse entristecida.

— Não, não é isso. Bom, eu achei lamentável o que aconteceu com você. E eu não posso deixar que isso aconteça de novo. No final, eu acho que a Eat Me não é um lugar seguro pra você. Lola me perdoe, mas... – Lola fitava o rosto de Joseph, confusa. – Eu estou te demitindo.

´


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço reviews?