My Last Memory!NewYork escrita por Porcelain


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Como deu pra perceber, eu nunca consigo colocar títulos nos capítulos. Para saber mais sobre os personagens, acesse: http://mylastmemory-fic.tumblr.com/ e clique em "Personagens". Apenas a personalidade e aparência são precisas para entendê-los. Boa leitura e espero que gostem. ^^



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O1.

A neve ainda caía lentamente sobre Londres naquela manhã. O chão estava todo forrado por aquele longo tapete branco. Não havia o canto dos pássaros, todos deveriam estar procurando se aquecer em seus ninhos. A praça que ficava próxima à mansão Lamonier estava coberta por neve, assim como os postes que se espalhavam por ela. A névoa estava ficando cada vez mais densa, como uma fumaça branca cobrindo toda a Londres.  

Sophie adicionou mais duas colheres de chá de açúcar em seu café e mexeu lentamente, dando alguns goles para provar logo depois. Estava sentada à mesa que ficava na sala. Era lá onde Elizabeth assinava alguns documentos sobre suas milhares de lojas de joias que ficavam espalhadas pelo mundo. Havia algumas cartas de baralho espalhadas pela mesa, em que Sophie e Ruki jogavam a algum tempo atrás. Gegaito sentava ao lado, bebendo chá lentamente. Sim, Gegaito.

Depois de uma batalha que quase acabou destruindo o universo, Gegaito, Meiko, Sophie, Gee, Lucky e Guii foram punidos. Todos perderam seus poderes mágicos e Guii, suas cartas e o báculo por cinco anos. Cinco longos e arrastados anos, segundo Meiko. Mas essa não é a pior parte. A pior parte era que Gegaito teria que conviver com eles até que seus poderes fossem devolvidos. Meiko estava odiando a ideia. Como se não bastasse morar sobre o mesmo teto que Toneide, ainda teria que conviver com seu maior “inimigo”.

A boa notícia era que já haviam se passado três anos desde a batalha. Mas ainda faltavam dois para poderem ter seus poderes de volta e se verem livres de Gegaito.

Lola e Gee montavam um quebra-cabeça no chão, enquanto Pierre temperava o almoço com a ajuda de Meiko. Guii estava dormindo em seu quarto com Fluffy, já que adorava dormir em dias frios. Toneide estava dormindo no sofá, apenas vestindo uma longa camiseta preta com uma grande estrela branca no centro. Lucky observava Meiko massacrar o frango em que seria assado instantes depois.

O som do salto alto de Elizabeth descendo as escadas ecoou por toda a mansão. Colocou seus óculos escuros e pendurou sua bolsa preta em seu antebraço. Seu cabelo estava arrumado em um coque, que estava preso elegantemente com alguns grampos que se perdiam na escuridão de seu cabelo negro.

— Sophie, você não cansa? – Sophie despertou de seus devaneios quando a voz de sua avó ecoou em seus ouvidos. Parou de olhara neve através das janelas e fitou a mulher.

— Cansar de quê, vovó? – Sophie perguntou, colocando sua xícara de café em cima da mesa. Elizabeth se aproximou da garota com passos firmes e barulhentos.

— De ficar apenas sentada bebendo café ou chá. Isso dá tédio só de olhar pra você. – Elizabeth puxou uma cadeira e sentou-se à frente da neta. Seus olhos azuis fitaram profundamente os de Sophie.

— Bom, desde que o tutor particular foi embora, eu não tenho mais nada pra fazer já que concluí todo o ano letivo em apenas 3 meses. Então estou esperando o próximo ano começar pra começar a faculdade. – Sophie fitou seu café.

— Fico com pena de te ver aí sem fazer nada. Se você ficasse com sono ficaria igual sua amiga dorminhoca aqui. – Elizabeth apontou para Toneide, que se remexia no sofá.

— Mas eu já cumpri todas as minhas obrigações. A senhora sabe muito bem disso. E já tenho 18 anos, não sou mais uma criancinha.

Elizabeth levantou-se de sua cadeira e empurrou-a no lugar onde estava.

— Sim, eu sei. Mas me cansa, te ver sendo totalmente inútil. – Eliza abriu as portas de madeira e saiu da grande mansão. Sophie apenas fitou o nada com o semblante entristecido.

— Não fica assim. – Meiko sentou-se ao lado da garota. – Sua avó é uma bruxa muito chata, só isso.

— Mas ela tem razão. Eu não faço nada. Eu não sirvo pra nada... Pra eu ser a Toneide só falta eu tingir meu cabelo de vermelho. E, aliás, eu estou cansada da minha vida! Esse lugar é tão parado, sempre faz frio e nunca tem nada pra fazer... – Sophie suspirou.

— Você sempre tenta ajudar no que pode. A Toneide vê que pode ajudar e não faz nada. E agora que estamos sem– Meiko resmungou. Lola, acidentalmente, bateu a mão no controle fazendo a TV ligar. Passava uma reportagem sobre Nova York. Os olhos de Sophie brilharam, e um sorriso surgiu nos lábios da garota.

— É isso! Vamos para Nova York! – Sophie virou-se para Meiko, animada. A garota de olhos vermelhos arqueou uma sobrancelha. Gegaito soltou uma pequena risada entre seus lábios finos.

— Sophie sonhadora como sempre. – Ele disse, dando outra golada em seu chá.

— Nova York não é conhecida como Cidade dos Sonhos? Então agora tenho certeza que vamos para o lugar certo. – Sophie sorriu, docemente. Gegaito revirou os olhos.

— Ah, Sophie... Podemos ir amanhã? Estou com preguiça de arrumar minhas malas... – Meiko espreguiçou-se. Estava exausta por ter feito o almoço quase inteiro, com algumas ajudas de Pierre.

— Não tem problema, Meiko-san. – Sophie sorriu. – Eu faço suas malas.

— Certo. Primeiro coloque todos os livros. Se sobrar espaço, coloque as roupas. – Meiko disse, deitando-se no outro sofá e começou a dormir.

— Eu também tenho que ir? – Gegaito perguntou. Sophie levantou-se.

— Sim, já que você tem que conviver conosco até devolverem nossos poderes. Então onde formos você também terá que ir. – Ela disse. Acidentalmente, esbarrou em Guii que derrubou seu gato de pelúcia.

— Oh Guii, me desculpa. Eu não te vi. – Sophie disse.

— Nós. Vamos. Pra. Nova. York? – Ele disse pausadamente, com estrelas nos olhos. Sophie sorriu torto e assentiu. – OMG, SÓ PODE SER BRINCADEIRA! NÃO ACREDITO!

— Você está parecendo uma patricinha mimada. – Toneide resmungou, despertando de seu sono. Levantou-se do sofá e foi até a cozinha. Sua camiseta ia até o meio de suas nádegas.

— Não me importo de você querer usar apenas camisetas, mas não custa nada usar umas mais longas, né? – Sophie murmurou. Toneide simplesmente bebeu um copo d’água e sentou-se à mesa.

— Vamos almoçar ou não? – Toneide fitou Pierre, seus olhos quase sumiam no meio de suas olheiras, de tanto dormir. Ao ouvir a palavra “almoçar” Meiko surgiu à mesa numa velocidade inestimável.

— Já vou adiantando que não vamos te almoçar, então pode ficar tranquila. Estamos esperando pra chegar o Natal para te assar na ceia. – Meiko sorriu falsamente à Toneide, que revirou os olhos.

Assim, de um a um, foram se sentando á mesa. Mas a viagem de Nova York ainda povoava a mente de Sophie, e também a de Guii que já planejava toda sua trajetória pela cidade em sua cabeça.


No dia seguinte, de manhã, todos – Com exceção de Meiko – acordaram entusiasmados. Todas as malas estavam prontas (Sophie teve que fazer as malas de Meiko e de Toneide, já que ambas estavam com preguiça demais para arrumar qualquer coisa) e as roupas separadas. Levantaram de manhã, era por volta das 6 horas.

— Sophie, você já comprou os passaportes, certo? – Guii perguntou, preocupado. Depois de Sophie, era a pessoa mais ansiosa para chegar a Nova York.

— Sim. Está tudo certo, gente. Só precisamos chegar no aeroporto, entregar o passaporte, pegar os recibos das nossas poltronas e esperar a hora do embarque. – Sophie falou calmamente. Meiko usava óculos de Sol para esconder suas olheiras. Odiava mais que tudo acordar cedo, e estava se controlando para não ficar mal-humorada.

— Está com dinheiro? – Toneide perguntou direta.

— Só estou com $15.900,00. Precisaremos arranjar um emprego por que esse dinheiro não vai durar muito. – A morena disse, passando a mão de leve em seu bolso para sentir a carteira. Todos suspiraram tristes.

— Vou trabalhar como tutor de skate. – Gee disse sarcástico, rindo.

— Eu vou trabalhar de empregada da Sophie-chan. – Lola sorriu fofamente e agarrou o braço da garota.

— Não, Lola. Você vai ter que trabalhar em outro lugar, já que eu não vou conseguir pagar o seu salário sem trabalhar, também. – Sophie suspirou. – Mas você sempre vai ficar com a gente.

— Aliás, já temos que comprar o apartamento. – Gee avisou. – Não vai ser nada legal ficar morando embaixo da ponte.

— Não vamos morar embaixo da ponte. – Meiko revirou os olhos. – Talvez a Toneide goste, ela já é acostumada com porquisse mesmo.

— Sou mesmo, convivo com vocês há mais de cinco anos. Já me acostumei com vocês comendo igual condenados. – A ruiva rebateu.

— É, e nós já nos acostumamos com você andando de calcinha e sutiã só pra repararem nos seus seios inexistentes. – Meiko riu, e Gee soltou uma pequena risada entre os lábios.

— Por favor, parem. – Gegaito revirou os olhos. – Não sei como a Sophie e as outras criaturas dessa casa aguentam vocês brigando como se fossem crianças.

— Calado, oxigenado. – Meiko pigarreou, jogando suas malas dentro do porta-malas do carro de Pierre. As malas de Sophie eram tantas que teriam que ser levadas por um segundo carro. As malas de todos couberam perfeitamente no porta-malas. Sophie sentou-se no banco do passageiro. Pierre dirigia. Na segunda fileira da “van”, sentavam Gegaito, Guii e Toneide. Na terceira e última, sentavam Gee, Meiko (com Lola em seu colo), e Lucky.

No carro de trás, no caso uma limusine, seguia-os lentamente. Era Antenor, o chofer de 60 anos da família Lamonier. Como eles nunca saíam, Antenor praticamente não trabalhava. Na limusine estavam as bagagens de Sophie.

Depois de alguns longos minutos de viagem de carro, chegaram ao aeroporto. Cada um com suas bagagens (exceto Sophie, que só conseguira carregar duas das suas seis malas. As outras quatro foram carregadas por Meiko) iam entrando de um por um.  O aeroporto estava lotado. Pegaram dois daqueles carrinhos próprios para bagagens e depositaram suas malas nos mesmos.

— O que diz no passaporte? – Meiko perguntou empurrando um dos carrinhos.

— Hm... – Sophie abriu seu passaporte e começou à lê-lo em silêncio. – Precisamos ir até o segundo andar.

— Vão pela escada rolante. Eu e a Meiko iremos pela rampa por causa dos carrinhos. – Pierre disse, indicando com a cabeça a direção da escada rolante. Todos assentiram e foram até o local. Meiko e Pierre foram em direção às rampas, que ficavam espalhadas pelo grande aeroporto.  Subiram até o segundo andar, onde identificaram Toneide fazendo o check-in do seu passaporte e documentos. Aproximaram-se com as bagagens, onde receberam os adesivos de identificação e logo após todos fazerem o check-in, esperaram a hora do embarque.


Já eram 07h30min. No grande painel, estava escrito que o voo estava próximo. Esperaram alguns minutos, e o avião chegara. Não dava para descrever as sensações que tiveram. Faltavam poucas horas para suas vidas mudarem. Para melhor? Para pior? – Meiko segurou a mão de Sophie e sorriu. – Muitas surpresas os esperavam na grande Cidade dos Sonhos. – Guii e Toneide davam gritinhos histéricos, ansiosos. – Que surpresas são essas?

 – Todos entraram no avião.

Vamos descobrir juntos?



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