O Demônio E O Soldado escrita por Luke Rodrigues


Capítulo 2
Capítulo 2 - O pacto impossível




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Castiel estava sangrando, obviamente o sangue era de seu receptáculo. Tinha acabado de enfrentar uma de suas piores batalhas, se não a pior. Mas ele Também estava triste. Era uma tristeza simbólica, ela sabia o quanto Sam era especial para a gente.

- Eu sinto muito. – Lamentou ele.

Eu estava chorando, e Demi também. Vivíamos sempre em função disso e agora saber que tínhamos perdido, era duro de aceitar.

- Cadê todo mundo? – Demi perguntou à Castiel.

- Os anjos?

- É

Castiel continuou contando

- Estão no céu, e os demônios obviamente fugiram quando viram que Lúcifer não iria retornar com o poder. Os anjos não vão mais descer a terra. E nem eu.

- Por quê? – Perguntei histérico.

- Porque nossa missão foi cumprida, o apocalipse teve fim. Conseguimos.

Meu olhar se tornou em raiva novamente.

- Conseguiram? O que vocês fizeram pra impedir? NADA! O Sam teve que se matar pra dar um basta nisso, isso por que seus amiguinhos imundos não conseguiram dar conta do trabalho deles.

- Mike, você não entende...

- Traga-o de volta. – Pedi com calma.

- Não posso.

- O que? - Franzi o cenho

- Ele esta morto Mike. – Disse Castiel pausadamente.

Demi resolveu se impor. – Que droga Cas. – Ela ainda estava soluçando.

- Sinto muito mesmo. Caso Lúcifer retornar, eu voltarei.

- Então é bom você voltar logo, quero meu irmão de volta, e quando ele voltar vou acabar com Lúcifer pessoalmente. – Demi falou sem baixar a guarda, parecia estar mesmo decidida, o que me assustou um pouco.

Cas abriu suas asas negras, que estavam com uma leve coloração de roxo, deu um pulo e começou a bater as sombras que formavam sua asa.

O vi desaparecer no horizonte.


Mais tarde eu e Demi voltamos para o carro, a viagem foi silenciosa, ninguém abriu a boca durante o caminho. Passei pela Rua Elm, e segui até uma rua deserta. Estava quase amanhecendo, e Detróide estava quase vazia. Virei em uma esquina e continuei por uma rua sem saída, no final dela havia um velho hotel. Estacionei o carro e descarreguei tudo para dentro do quarto de hotel com a ajuda de Demi. Quando chegamos ao quarto, que por sinal estava uma bagunça, vimos a cama do Sam, desarrumada, por que saímos as pressas. Eu queria poder falar alguma coisa pra Demi, acalmá-la, mas ela tinha outros planos.

- Vamos trazê-lo.

- O que? – Perguntei, fingindo não saber do que ela estava falando.

- Vamos trazer o Sam, Mike.

- Você esta maluca? Como?

- Não sei, vamos dar um jeito, vamos fazer um pacto.

- Nem pensar, se isso realmente acontecesse, o Sam odiaria agente. E além do mais, eu não sei se você lembra, mas quem ta usando o Sam como roupa intima é o diabo.

- Eu não estou nem aí, Mike. É o Sam.

Ela tinha razão.

- Ok, mas e você sabe como iremos parar Lúcifer, ein? – Perguntei, esperando esperançosamente uma resposta.

- Não, mas agente dá um jeito.

Ela tinha razão. Iria fazer o possível para trazer meu irmão novamente.

- Vai amanhecer em trinta minutos, quando o dia clarear vamos em uma encruzilhada fazer o pacto ok? – Disse.

- Ok, eu vou preparar as coisas, nossas fotos, os ossos e a terra de cemitério.

Eu concordei com a cabeça.

Demi saiu com o carro atrás das coisas que precisava.

Eu me joguei na cama e tentei dormir até ela voltar. Dormi rápido.

Enquanto o sono tomou conta de mim, no meu inconsciente mais profundo eu revia tudo o que tinha passado, os erros, as falhas, nada me dava orgulho. Por errei tanto? Por que deixei Sam se meter com a Ruby? As perguntas eram tantas.

Demi chegou fazendo muito barulho, a última que ela fez tanto barulho foi quando quebrei um de seus óculos caros para impor poder.

Ela estava carregando uma sacola. E seu olhar ainda estava sério. Na verdade não tínhamos muito que conversar, tínhamos errado tanto que parecíamos culpados sem sentença de morte. Tínhamos que resolver isso e Demi resolveu abrir a boca.

– Eu consegui tudo, só preciso as sua foto.

Eu abri a carteira e entreguei uma das minhas identidades falsas.

– Tem certeza que quer fazer isso? – Demi perguntou para garantir que eu não ia falar que a culpa foi dela, pra variar.

– É o Sam, Demi. Eu tenho certeza.

Eu e ela saímos de carro, demos a volta pela cidade toda, que agora estava voltando à normalidade. No rádio a todo o momento dizia ‘’O furacão que abalou Detróide na madrugada de quarta feira já foi embora, os feridos ainda não foram divulgados’’ HAHA. Eu ri. Furacão? Só se for o furacão Lúcifer. Enquanto o sol aparecia no horizonte, eu sentia meus olhos arderem de frustração e raiva, sentia muita raiva dos anjos, eles não fizeram nada para impedir, não estavam nem aí, só queriam lutar e matar pessoas inocentes. O relógio acusou sete e meia da manhã; e eu estava parado no meio de um deserto, em uma encruzilhada. Não tinha nada em volta, exceto as montanhas. Eu desci do carro, abri a porta para a Demi. Eu sei que cavalheirismo não era uma coisa que importava agora, mas eu gostava de esbanjar charme.

Demi preparou tudo, fez as caixinhas para plantar na encruzilhada e fez alguns encantamentos. Era só esperar. Esperar em baixo do sol da manhã. Quente e amarelo sol da manhã.

Estávamos sentado em cima do capô do carro onde eu havia perdido a virgindade a muitos anos atrás. Foi a única coisa que me veio a cabeça nesse momento.

– Foi minha culpa. – Culpou-se Demi.

– Do que você está falando?

– Eu devia estar com ele no cemitério hoje de madrugada, mas meu instinto de vampira me disse pra ficar do seu lado.

– Então eu também sou culpado por agir em seu instinto.

– Eu poderia impedi-lo de dizer sim, Mike. – Demi falou com uma expressão um tanto triste. Seu rosto era perfeitamente desenhado como a de uma modelo super famosa. Era delicada e feminina. Exceto quando estava em batalha, não queira ver essa mulher braba.

– Não poderia Demi. Você estava lá na hora. E não impediu. A escolha foi do Sam. E é por isso que vou dar uns cascudos nele quando ele voltar. – Brinquei para descontrair.

– Ele não vai voltar cara.

A voz masculina soou atrás do carro. Virei-me e vi um homem muito bem vestido, usava um terno, como se fosse se casar em alguns minutos. Seus olhos eram negros como a escuridão, e ele trazia um sorriso assustador nos lábios, finos lábios.

– Queremos fazer um trato. – Adiantou-se Demi.

– Eu sei. – Ela caminhou devagar em nossa direção e ficou de frente para mim. Encarou-me e disse; - Você é mais lindo pessoalmente Mike.

Demi arqueou a sobrancelha. Ela não foi a única.

– O que? – Perguntei.

Ele se aproximou de mim e beijou minha boca. Senti repugno e nojo naquele momento. Peguei o colt e mirei em sua cabeça. Quando o puxei o gatilho, Demi desviou meu braço pra cima. Eu tinha errado o tiro.

– Calma Mike. – Disse Demi com força. Ela estava eufórica. – Quem é você? – Ela perguntou.

Eu ainda estava me segurando pra não arrancar a cabeça do demônio.

– Sou Malacaris. O demônio do homossexualismo. Prazer. – Ele sorriu.

Demi pigarreou uma risada de desgosto.

– Era só o que faltava. – Disse ela em tom de sarcasmo.

Eu já tinha ouvido falar sobre ele, e não estava nem um pouco satisfeito com isso.

– Malaco? Do grego Malacaris? – perguntei com medo de ouvir a resposta.

– O próprio. – Ele respondeu com absoluta convicção de narcisismo.

Malaco significava ‘’afeminado’’, e vinha do grego antigo.

– Isso não importa. Queremos fazer um pacto. – Repetiu Demi.

O demônio olhou para ela com muita seriedade, abriu a boca de vagar e falou com muita calmaria como se tivesse contado uma história para alguma criança dormir. – Eu sei.

– Traga o Sam novamente e terá o que quiser.

O demônio riu desenfreadamente.

– Qual a graça, seu gay desgraçado? – Perguntei com raiva.

– Olha aqui meu caro, nem eu nem qualquer demônio vai trazer seu irmão de volta. Até adoraríamos. Ter Lúcifer de volta não seria nada mal. Mas não podemos. Não assim, nenhum pacto vai trazê-lo de volta.

– Esta mentindo. – Defrontei o demônio.

– Pense o que quiser. Nem os anjos vão trazê-lo de volta, Ele esta sendo vestido por Lúcifer esqueceu?

Por alguma razão eu sabia que o demônio estava falando a verdade.

– E tem algum outro jeito de trazer Sam de novo? – Demi perguntou.

– Você quer dizer Lúcifer?

– Tanto faz.

O demônio voltou a ficar na minha frente.

– Na verdade há um jeito sim.

– Qual? – Perguntei.

– Eu não posso te falar. – Malacaris falou quase pausadamente.

Demi pegou o colt e apontou pro demônio.

– Então você morre aqui.

O demônio virou a cabeça e olhou para Demi.

– Seu irmão vai aprodecer no inferno depois que Lúcifer rejeitar ele. E eu vou estar lá... Vou sentir o cheiro da carne dele se decompondo.

– Cala a boca seu puto. – Cuspi as palavras.

Demi estava pronta para atirar. Ela atirou; o demônio sumiu no mesmo exato momento e a bala do colt atravessou o ar e a certou o chão arenoso.

Tínhamos a absoluta certeza que nada iria trazer o Sam de volta, nada que sabíamos. Mas o demônio nos intrigou com o que disse. ‘’ - E tem algum outro jeito de trazer Sam de novo?’’ ‘’ - Na verdade há um jeito sim. ‘’

Que jeito seria? Tínhamos que descobrir, mas estávamos longe da resposta.


Dois meses se passaram.



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