Riostuck escrita por alternianIdiot


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Porque uma pessoa linda pediu para eu postar e eu postay.



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Karkat

Desceu o morro correndo, cortando caminho nas ruazinhas estreitas entre as casas. Tinha ficado de ir na tal nova casa do Sollux, mas ainda tinha a intenção de trampar antes. E também queria falar com Gamzee, que não dava as caras no MSN a uns dias... Só esperava que aquele retardado não tivesse tomado uma bala perdida ou coisa do gênero.

Virou uma esquina e ouviu uma voz lhe chamar.


– Manooo, você por aquiii...

Olhou para os lados, procurando pelo dono da voz, o encontrando caído perto de umas latas de lixo.


– Porra, Gamzee! Qual o teu problema?

– Será que pra dar uma mãozinha aqui, irmão? - Ele sorria, parecendo sonolento.


Karkat deu a mão ao mais alto e o puxou, mas Gamzee perdeu o equilibrio e se agarrou em Karkat, numa espécie de abraço.


– Gamzee, eu tenho que ir, me larga! - Karkat tenta empurra-lo.


– Aaah irmão, deixa eu ficar aqui, você é mais macio que o lixo.


– Eu agradeço o elogio, mas SAI. - Karkat consegue se desvencilhar e olha para o amigo. - … Você tá horrível. E fedendo. Onde esteve?


– Caaaaaaaaara, você nem sabe esses dias foram muito loucos, eu conheci uns manos super legais aí e... - Ele começou a falar um monte de coisas sem sentido e Karkat já sabia bem o que tinha acontecido.


– Volta pra sua casa, ok? - Deu uns tapinhas no ombro dele. - E toma um banho.


– Irmão, eu vi o meu futuro. - Ele falou quase que serio.


– Depois a gente fala sobre isso, Gamz. - Já estava impaciente, olhando a hora. Dali até a Tijuca dava pelo menos uma hora, se o transito estivesse "mais ou menos" né.


– Eu vou ser palhaço, irmão. Eu vou fazer milagres acontecerem e vai ser muito louco.


– Ahm... - Não sabia se ria ou se ficava sério. Decidiu tentar ficar sério. - Depois passa na minha casa e me fale sobre isso, tá? Tenho que ir ver o Sollux.


– Aaaaah, mande um abraço pro meu mano das abelhas! E pra minha maninha Aradia, ela vai tar lá, não vai?


Karkat deu de ombros.


– Provavelmente. Até mais.


– Até, irmão! Vai na fé!


Aradia

Ela estava sentada na cama de Sollux, observando ele mexer no computador (como sempre). Os pais dele tinham saído e ela e Sollux estavam esperando Karkat. Ela já tinha estado outras vezes naquele apartamento, tinha até ajudado ele a se mudar, então não era nenhuma novidade.


– Você não acha que já que foi contratado para estudar, você não deveria estudar? - Ela perguntou ao seu melhor amigo desde sempre. Ele bufou.



– Eu não preciso, AA. Eu sou um gênio!



Ela girou os olhos. Ele estava em um dos “polos”. Mas já estava acostumada e preferia ele assim do que no polo contrário.

Os dois ficam mais um tempo em silêncio.


– Bom, agora que você tem dinheiro, podia consertar os dentes. - Diz ela.


– Hahá, engraçadinha. - Ele se vira, fuzilando-a com o olhar.


– Ou ir ao fonodiologo. Não sei bem o que daria jeito na sua língua presa.
– AA! - Ele fica indignado e ela continua com a mesma expressão neutra.


– Só quero te ajudar, Sollux.
Ele ia responder, mas a campainha toca. Ele lança um olhar do tipo “falo sobre isso com você depois" e vai atender. Aradia preferiu esperar no quarto. Não que não se desse bem com Karkat, só não gostava das atitudes dele. Não ficava lá muito animada de se encontrar com ele. Foi por gente como ele que ela e a mãe foram procurar uma casa longe da CDD e foram morar numa comunidade pacificada. A casa era menor, mas pelo menos era bem mais tranquilo por lá. Pelo menos por enquanto.

Ouviu a voz “discreta” de Karkat a medida que eles chegavam mais perto do quarto.


– Olá, KK. - Ela sorriu para ele.


– Oi, Aradia. - Ele se sentou ao lado dela. - Gamzee disse oi.


– Oh. Faz tempo que não falo com ele...


– Faz tempo que aquele drogado não fala com ninguém, isso sim! - Diz Sollux, se sentando na cadeira do computador e girando até ficar de frente para os amigos.


– Ele me disse que quer ser um palhaço agora... Vai entender... - Diz Karkat. Ele murmura algo inaudível para si mesmo (provavelmente um palavrão) e depois acrescenta. - Belo apê, Captor. Pelo visto estou mesmo perdendo meus amigos pra classe média.
– Para de drama, KK.


– Eu só estou expondo os fatos, vai dizer que não? - Ele cruza os braços.


– “Você sai da favela mas a favela não sai de você.” - Sollux fala como se estivesse fazendo uma citação de Shakespeare.


– Tô contigo. - Os dois fazem um cumprimento e Aradia gira os olhos. Homens.


– Ah! Já tava esquecendo! - Karkat começou a tirar dinheiro do bolso e colocar no chão.


– Trampou hoje? - Perguntou Sollux.


– Ô. Agora vou contar pra ver quanto essa merda rendeu. - Ele sentou no chão e começou a contar as notas. - 80 conto, dá pro gasto.


– Tá bom, cara, assaltou o que? Ônibus?
– Pedestre. Tavam muitos cheios os ônibus ainda.
– Já pensou em ganhar dinheiro de forma honesta? - Aradia não resistiu em perguntar.


– Pra ser o que? - Ironizou o garoto. - Diarista que nem você? Tô fora!


– Eu não sou mais diarista. - Ela franziu as sobrancelhas. - Vou trabalhar pra família agora.


– Como assim??? E nem me falou nada?! - Sollux se assustou.


– Eu te disse que estava procurando um trabalho mais bem remunerado. E surgiu esse trabalho no Leblon.


– E você vai ter que dormir lá? - Sollux já estava assustado com a possibilidade de não ver mais a sua amiga com tanta frequência.


– Não. Mas vou ser remunerada como.


– Até que não é um mau negócio. - Comenta Karkat. - Mas não tem a adrenalina dos assaltos.


Sollux ri, sabendo bem o que ele queria dizer. Aradia se irrita e se levanta.


– Está tarde. Tenho que ir. Ainda tenho que passar no mercado.


– Mas... - Sollux reclama.


– A gente se fala mais tarde. - Ela sorri. - Tchau, KK. Foi bom te ver.


Karkat a cumprimenta com a cabeça e ela sai do quarto.


Karkat

Já era tarde da noite e ele já tinha saído da casa de Sollux. Estava fazendo hora na rua, não tava muito a fim de ir pra casa. Seu pai ficaria louco se soubesse, mas por sorte ele ainda devia extra fazendo hora extra na construção do Maracanã e chegaria tarde em casa.

Viu um ônibus praticamente vazio se aproximar e decidiu subir. Talvez pudesse arrancar dinheiro de alguém.

Além do motorista, só havia uma garota sentada mais ao fundo. Tinha cabelos curtos, usava uns óculos vermelhos chamativos e se apoiava numa espécie de bengala. Karkat se aproximou discretamente, puxando a arma num gesto suave. Parou ao lado dela e apontou a arma.


– Passa a grana. - Falou curto e grosso.


Ela não se virou pra ele e só riu.


– O que você está esperando? Anda, porra! - Ele elevou o tom de voz.


O riso dela aumentou e se transformou numa gargalhada.


– Você não tem o cheiro de um criminoso. Acho melhor sair dessa vida.
– Cala a boca! - Encostou a arma na cabeça dela.
Ela tirou os óculos, se virando para ele, com os olhos sem foco.


– Vai mesmo atirar na garota cega?


Karkat tentou manter a pose, mas ficou desconcertado e abaixou a arma.

Ela riu mais um pouco.


– Gostei do seu cheiro.


Ele corou.


– Hehehe, que bonitinho coradinho. – Cala a boca! E como você sabe?

Ela ignorou a pdergunta e extendeu a mão.


– Meu nome é Terezi Pyrope.


Ele olhou a mão dela desconfiado, mas lhe deu um aperto de mão.


– Karkat Vantas.

Ele esperou para ver se ela falava mais alguma coisa, mas ela não disse nada.


– Não vai responder minha pergunta?


Ela gargalhou.


– Calma apressadinho, acabei de te conhecer.


Ele grunhiu. Olhou para os lados e considerou as opções. Não tinha nada melhor pra fazer mesmo...


– Chega pro lado, me deixa sentar.


Ela sorriu, vagando o lugar para ele e se pendurou no braço dele assim que ele se sentou.
 

– MAS QUE PORRA É ESSA?!


– Shhhh, não faz barulho ou vão saber que você quis me assaltar.


Ele grunhiu enquanto ela ria. Ia ser uma longa viagem de volta para casa....


 


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Notas finais do capítulo

Não perguntem porque a cidade de deus. Eu gosto de lá (?), só isso. Tem lugares que eu cismo, não sei.