“–Bella, -Camilla para na minha frente e segura sua bolsa com força. –Eu não posso mais fazer isso.

Percebo que ela está inquieta e nervosa.

–Mas o quê aconteceu? –eu pergunto calmamente. Ela respira fundo e olha para o chão.

–Jared foi assasinado.”

POV Bella

–Jared? Do que você está falando? Você n-não... –eu gaguejo e Camilla coloca a mão no meu ombro.

–Eu sinto muito...

–Como? Quando? –olho para Rosalie e seu rosto está calmo.

–Deram um tiro de longe nele, não lembro ao certo onde o homem estava.  –Camilla segura sua bolsa e respira fundo. –Bella, eu não posso mais fazer isso, eu estou indo embora.

–Embora? Camilla você não pode me deixar sozinha nessa.

–Eu não quero perigo. Você devia parar agora. Michelle não sabe mas, eu acho que o motivo que ele foi morto foi porque ele deu algumas informações para você. Talvez o homem saiba que você me procurou e que queremos vingança.

–Você tem certeza de que foi o filho da puta? –engulo a vontade de chorar quando ela assente com a cabeça. Olho para os lados e passo a mão no cabelo nervosamente.

–Por favor me deixe fora disso. Eu estarei com os meus pais em Albulquerque e não quero que eles saibam o que eu fazia. Eu sinto muito, Bella. –ela me abraça e saí do hotel segurando sua bolsa e entra em um táxi.

Rosalie aparece e fica ao meu lado. Ela sorri carinhosamente para mim e passa a mão pelo meu rosto.

–Você quer alguma ajuda? Posso mandar Alex te levar para qualquer lugar.

–Eu preciso ir para um lugar.

...

Alex para na rua de trás da boate e se despede de mim. Eu sorrio para ele e ele se vai. O carro entra na avenida e eu começo a andar até a boate.

Chego no Michelle's e há alguns carros da polícia. Uma faixa amarela cerca a frente da boate para que nenhum pedestre passe pela calçada. Respiro fundo e ando até a entrada.

–Senhora, você não pode entrar. –um policial segurando uma prancheta me para quando eu tento passar a faixa.

–Eu trabalho aqui. –minto e respiro fundo. –Eu preciso falar com a dona.

–Ok, somente alguns minutos. –ele ergue a faixa e eu passo me inclinando um pouco. Assim que eu entro na boate vejo vários policiais andando pelo salão. Alguns são do FBI e estão coletando provas. Olho para o bar e em cima do balcão vejo um pano branco cheio de sangue.

–Bella?

Viro-me e encontro Michelle andando em minha direção. Ela se aproxima de mim e me abraça forte. Eu não aguento. Começo a chorar em seu ombro.

–Shhh, tudo isso vai passar.

–Não, não vai. –eu murmuro e limpo meu rosto. Ela segura meu rosto e seca minhas lágrimas com seu polegar. –O que exatamente aconteceu?

Ela respira fundo e olha para o chão.

–Ontem estávamos num dia comum, os mesmos clientes, as mesmas garotas. Um homem entrou, ele parecia normal, não havia nada de errado. Quando ele entrou ele subiu as escadas e ficou observando. Ele deu um tiro de longe e acertou o coração de Jared. O barulho dos copos quebrando e do tiro assustou a todos e a maioria foi ver de onde veio o barulho dos copos. O homem aproveitou que todos estavam distraídos e saiu pela porta normalmente. A polícia disse que com o vídeo que temos não conseguiram identificá-lo. Ele foi cuidadoso em não mostrar o rosto.

Respiro fundo e olho para o pano ensaguentado sobre o balcão. Jared, me perdoe. Por favor, Jared, eu te amava tanto.

Olho Michelle e ela sorri carinhosamente para mim, tentando me acalmar.

–Bella, eles precisam pegar o depoimento de todas, se você quiser ajudar...

...

Depois de dar um breve depoimento eu voltei para meu apartamento. Quando abro a porta eu encontro Edward sentado no sofá. Ele vira seu rosto e se levanta rapidamente do sofá.

–Bella, –ele caminha até mim e me abraça. O abraço de volta, forte. Enterro meu rosto em seu peito e choro. Choro tudo o que eu quis chorar quando Camilla me contou sobre Jared, o que segurei enquanto dava meu depoimento.

Edward me leva até o sofá e agora estou aninhada em seu colo. Ele acaricia minhas costas enquanto eu tento me acalmar.

–Shh, tudo vai ficar bem, querida. –ele segura meu rosto com uma mão e beija meus lábios suavemente.

Eu olho para ele com meus olhos cheios de lágrimas e acaricio sua nuca. Seus olhos estão me fitando atentamente, toda vez que olho em seus olhos eu vejo desejo, carinho e amor. Será sempre assim? Eu quero que seja sempre assim.

–Ee-u... –gaguejo e sorrio fracamente. –Edward, eu te amo.

Ele sorri e beija minha testa.

–Eu também te amo. –ele sussura em meu ouvido. Eu sorrio e beijo seu pescoço.

–Eu sei que estamos indo rápido demais mas o que eu sinto por você é muito forte. –olho em seus olhos e uma lágrima escorre pelo meu rosto. –Eu te amo, obrigada por estar sempre do meu lado quando eu preciso de você.

–Bella, eu nunca senti isso, de verdade, eu quero estar do seu lado o tempo todo, você é frágil demais, eu quero que cuidar de você.

Eu sorrio e beijo seus lábios calmamente.

–Finalmente você chegou.

Separo meus lábios dos de Edward e olho para frente. Louis está parado no meio do corredor, ele está segurando seu agasalho e sorri para mim assim que nossos olhos se encontram.

–Louis... –eu saio do colo de Edward e me ajoelho no sofá e olho para Louis. Ele veste seu agasalho e caminha até o sofá. Sento-me direito e Louis senta no meu colo. Passo a mão em seu rosto e beijo sua testa. –Veio me visitar?

Edward ri fraco e se levanta do sofá.

–Não consegui fazer ele ficar em casa. –Edward sorri para mim e caminha até a cozinha. Louis boceja e me abraça pelo pescoço.

–Está cansado? Parece que você acabou de acordar. –bagunço seu cabelo e ele ri.

–Dormi na sua cama, desculpa.

–Isso não é nada. –faço cócegas levemente em sua barriga e ele ri fraco. Sorrio para ele e ele arregala os olhos.

–Não, por favor. –ele tenta sair de meus braços mas eu deito ele no sofá e me ajoelho no chão. Faço cócegas nele e ele grita, Edward aparece na sala e olha para nós dois.

–Parem os dois. –paro de fazer cócegas em Louis e me sinto envergonhada.

Edward anda até o sofá e para na minha frente. Ele olha para Louis e sorri.

–Eu tento segurar os braços e você faz cócegas.

Arregalo meus olhos e quando tento me levantar, Louis sobe nas minhas costas e me faz deitar no chão. Ele sai de cima de mim e Edward começa a fazer cócegas em mim.

Edward vira meu corpo e agora eu estou de barriga para cima. Empurro seus braços mas ele continua fazendo cócegas em mim. Louis está rindo e fazendo cócegas em mim junto com Edward. Tento afastá-los mas não consigo.

–Pelo amor de Deus, parem. –imploro com lágrimas nos olhos. As minhas risadas não param e eles não param de me torturar. –Se vocês não pararem vocês estarão proibidos de entrar no meu apartamento por duas semanas.

Imediatamente os dois param. Eu continuo rindo um pouco enquanto acalmo minha respiração. Edward e Louis se deitam do meu lado, ambos rindo comigo.

–Isso foi divertido. –Louis diz enquanto se levanta e senta no sofá. Eu me levanto e ajeito minha blusa.

–Porque não foi com você. –resmungo e dou uma leve risada. Edward se levanta e me abraça por trás.

–Desculpe, amor, nós não aguentamos. –Edward beija meu pescoço e eu olho para Louis, ele sorri, fica de pé do sofá e me abraça.

–Ugh, abraço de desculpas? Ok, estão perdoados. –Louis ri e me solta.

Edward beija novamente meu pescoço e me viro para beijá-lo rapidamente.

–Vocês já comeram? –eu pergunto calmamente.

–Louis comeu antes de vir e eu estou sem fome. –Edward responde.

Olho para Louis e ele está bocejando. Sorrio fraco e saio dos braços de Edward. Estico os braços para Louis e ele me abraça.

–Você, mocinho, vai dormir. –pego Louis no meu  colo e caminho até meu quarto.

Quando abro a porta as luzes desligam. Louis ergue o rosto e arregala os olhos. Caminho até a sala novamente e encontro Edward iluminando o chão com seu celular.

–A energia parece ter caído. –Edward diz calmamente enquanto me sento no sofá com Louis ainda em meu colo.

–Odeio quando isso acontece. –resmungo e Louis ri fraco.

–Perdi o sono, vamos brincar. –Louis diz se ajeitando em meu colo. Edward, iluminan seu rosto, revira os olhos e se senta na poltrona de frente para nós. –Pai, conta histórias de terror para nós?

Olho para Edward com um sorriso empolgante e ele revira os olhos novamente.

–Qual é, Edward, nós queremos ouvir suas histórias de terror. Vamos ver se elas são boas...

–Claro que elas são. –Edward exclama e eu rio alto.

–Então pode começar.

...

–...E quando a Branca de Neve pegou a maça envenenada, ela riu e fingiu que mordeu. "Você não pode me enganar, eu sei o que você colocou aqui, eu sei de tudo o que você já fez" a Branca de Neve disse para a bruxa. A bruxa ficou revoltada e saiu voando pela janela, quebrando tudo o que ela via pelo caminho. Mas o que eles não viram é que a Branca de Neve estava usando o colar que a bruxa deu para ela quando ela estava no corpo da mãe da Branca de Neve. Fim.

A luz já havia voltado quando Edward estava no meio da história, como Louis estava acordado eu deixei ele continuar a história. Edward respira fundo e sorri. Eu pisco os olhos algumas vezes e abro a minha boca para falar alguma coisa.

Olho para Louis e vejo que ele está dormindo profundamente.

–Sério? Essa foi a sua história? A mãe da Branca de Neve que foi possuída e que observava tudo que a bruxa fazia? –pergunto para Edward e ele ri. –Seu filho dormiu, isso não é uma história de terror.

–O que você queria? Eu não sou nenhum Stephen King.

–É, eu não estava esperando uma Carrie. –reviro os olhos e suspiro.

Louis se mexe no meu colo e me abraça forte. Olho para Edward e ele sorri docemente para mim.

–Você vai querer passar a noite aqui? –pergunto para Edward.

–Você quer que eu vá embora?

–Não.

–Então eu fico.

Sorrio para ele e me levanto do sofá com Louis em meus braços. Caminho até Edward e lhe dou um selinho. Edward sorri e eu caminho até o meu quarto com cuidado para não acordar Louis em meus braços.

Com calma entro no meu quarto e coloco Louis na minha cama. Ele boceja e agarra meu pescoço. Eu rio e beijo suavemente sua testa. Ele me solta e deita de lado. Assim que saio do quarto Edward está me esperando de pé na sala.

Sorrio e abraço ele quando me aproximo dele. Ele me abraça de volta com carinho e beija minha testa.

–Não está cansado? –eu pergunto enquanto Edward me puxa para sentar em seu colo.

–Ainda não. –ele ri e acaricia minhas costas. –Onde vou dormir?

–Na minha cama. –eu respondo.

–Com Louis?

–Sim. Tem algum problema?

Edward ri e me abraça forte.

–Nenhum problema. Será divertido. Louis se mexe demais.

–Ele é agitado mesmo.–rio e Edward beija meu pescoço.

–Bella, você está bem? Digo, tudo isso que está acontecendo...

Não deixo Edward terminar e o beijo suavemente. Ele devolve o beijo mas logo separa nossos lábios.

–Conte-me. –ele insiste e eu respiro fundo.

–Você faz tudo ficar melhor, só com a sua presença eu sei que estou bem. Eu vou ficar bem, só preciso de algum tempo.

–Jared era importante para você, né?

–Ele era o único que realmente se importava comigo naquele lugar.

–Bella, eles irão achar o cara que fez isso. Essa briga foi longe demais.

Encaro Edward e concordo com a cabeça. Para ele a morte de Jared foi causada por uma briga, é o que todos os noticiários estavam falando. A polícia não quis divulgar os vídeos para os noticiários então somente falaram que houve uma briga. Nenhuma testemunha quis falar com a mídia já que muitos eram casados e não queriam que suas famílias soubessem que eles estavam na boate.

Me sinto mal em não contar a verdade para Edward, mas eu não quero envolvê-lo nisso. Camilla fugiu porque não queria problemas, Jared foi morto, se eu contasse algo para Edward eu tenho certeza que algo aconteceria com ele ou ele mesmo iria querer pegar esse cara. Edward já havia ficado nervoso quando eu fui  a vítima, se ele descobrisse que o mesmo homem atacou minha amiga e matou meu amigo ele iria ficar furioso

Tenho que mentir para ele e pronto. Não quero envonvê-lo nisso, eu não quero que algo acabe atrapalhando nossa relação ou que algo aconteça com ele. Não posso atrapalhar a vida dele mas, eu sinto que já sou um grande peso para ele carregar em suas costas.