Eu estava na rua 12 tentando fugir de um monstro quando ele aparece. Tento simplesmente ignorá-lo e seguir em frente, mas ele me segue. "Droga, ele me viu" eu penso. Parece que quanto mais eu corro, mais ele chega perto! Odeio esse comportamento dele! Mas ele me alcança... Pelo menos despistei o monstro!

Então ele aparece.

– O que você quer? – eu pergunto

– Você não pode ficar fugindo assim de seu pai!

Odeio ter que ouvir ele me chamando desse jeito! Não quero acreditar que eu seja sua filha! Não gosto dele! Mesmo quando eu estava no chalé de Hermes esperando para saber de quem eu era filha...

– O que você quer?

– Vim te dar isso...

– Não quero nada de você!

– O que eu fiz pra você me odiar tanto?

– Você não sabe? Ou talvez eu que saiba demais.

Saio andando deixando meu pai para trás... As pessoas do acampamento tentaram me convencer que Hefesto é uma boa pessoa e que ser filha dele não é tão ruim assim... Mas eu simplesmente não consigo mudar minha opinião. Acho que por eu detestar construir, consertar coisas, ou fogo... Isso já piora o clima entre pai e filha que não há entre nós.

Continuo minha missão, porque nem sempre conseguimos receber uma... E agora que Gaia está atacando, está cada vez mais rara a saída de semideuses do Acampamento, pois Quíron fica pedindo para que fiquemos o ano todo no lá.

Perdida em meus pensamentos eu percebo que minha equipe está desaparecida. Eu vim com Amanda, filha de Atena e Júlia, filha de Zeus. Entro em pânico! E se o monstro tiver as sequestrado? Ou então Gaia as sugou para a terra? Começo a fazer o caminho de volta quando me deparo com elas. Uma sensação de alivio e culpa toma conta de mim. Sou a líder da missão! Não deveria ter perdido-as.

– Gente, me desculpem. Eu estava fugindo do meu pai e...

– Não tem problema Gabi. Seu pai estava nos ajudando... Ele nos disse que você veio por aqui e viemos te procurar. Você deveria aproveitar que ele é um dos poucos que aparecem para os filhos.

– Amanda não vem com isso, por favor!

– Vamos continuar. – interrompeu Júlia

Adoro a Júlia! Ela está sempre acabando com as brigas e deixando todos felizes quando há tragédias!

Continuamos a missão em busca de um item que acharíamos quando chegássemos perto da rua 17, o que estava bem longe. Então resolvemos pegar um taxi. A pior ideia de todas!

Quando entramos no taxi o motorista pediu a rua e nós dissemos a ele:

– Rua 17, por favor.

– Não vão achar nada que procuram lá – ele disse

Ficamos sem entender nada. Mas o taxista continua a explicação:

– O Cálice de Prata já foi descoberto! É uma questão de tempo até que Gaia o pegue! E de acordo comigo... Esse tempo está acabando.

Um monstro! O motorista é um mostro! Quando cai a ficha já é tarde demais... O taxi capota, Amanda e Júlia pulam para fora e gritam meu nome. Caramba, eu deveria prestar mais atenção nas coisas ao meu redor! Já é a segunda vez que me distraio, e quase dá tudo errado!

O taxi está rodando e eu tento atacar o motorista. Mesmo sabendo que não vai mudar nada, porque o que ele fez foi uma missão suicida!

Finalmente o taxi para de rodar, mas não pareço gravemente ferida. Só uma pancada na cabeça e... Argh! Isso é sangue?! ODEIO sangue!

Levanto-me devagar e saio do taxi. Mas como?! Já estamos na Rua 17! Não importa. Encontro as meninas e seguimos caminho, mesmo com elas insistindo para eu me sentar.

Quando encontramos a passagem para a Sala dos Segredos percebemos que o taxista estava certo. É tarde de mais! Os monstros de Gaia já haviam chegado. Sinto-me extremamente culpada. "Fracassada", "Irresponsável" e "Idiota" são as palavras que ecoam na minha cabeça, mas quando vejo a parede explodir é que me preocupo. Porém de lá não saem monstros ou coisas do tipo... Saem semideuses. Mas eles não são do Acampamento Meio-Sangue! São de outro acampamento e... Usam blusas roxas escritas SPQR no centro... De onde eles são?