Coisas De Garotos E Garotas escrita por Nina0207


Capítulo 10
Capítulo 9 - Ta bem que é super proteção




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Fiquei olhando para aquela pergunta por incontáveis segundos, minutos. O que responder? Eu queria? Por que estou me perguntando isso? Claro que sim!

Se não quisesse não teria pedido pra ele ficar comigo na cama, não é? Ou foi por que eu estava ainda sob o efeito do álcool? Não, não era o álcool!

“Então?”“E ai?”“Quer?” – “Fica com ele?” – perguntavam elas.

“Cês tão falando com ele gente? Meu deus! Que questionamento!” – mandei.

“Fala logo” – mandou Sophia.

“Tudo bem, não vou negar... eu ficaria com ele sim” – enviei. Os próximos quinze minutos foram elas mandando “Sabia”; “Não disse”; “Você tem que falar com ele”; “Dá em cima dele”; e até, “Vai pra casa dele”. Essas garotas não pensam!

Continuamos conversando sobre a social e elas me contaram o que aconteceu depois que eu fui embora. E algumas coisas que eu não tinha visto, e que deveria saber. Como por exemplo: Soube que alguns meninos haviam levado um narguilé, fumaram uma pedrinha que tinha cheiro de menta, nada demais. Não era proibido e não tinha cheiro de erva.

 Sophia me contou que um amigo nosso invadiu o banheiro quando ela estava na maior pegação com o Matheus. Logo depois deu ter saído, esse amigo havia tentado entrar e ela, no desespero, saiu ajeitando a blusa. Esse amigo era o Felipe. O tal baixinho que invadiu o banheiro quando estávamos jogando Verdade/Consequência.

“Mas, se ele não tivesse entrado você teria dado pro Matheus!” – exclamei, numa das nossas conversas pelo facebook.

“Provável” – limitou-se a dizer.

Juliana havia bebido tanto que acabou pagando PT, e por fim, dormiu no colo de um dos nossos amigos, o Gustavo. Um amigo, Pedro, o mais novo e o mais inocente, ficou tão bêbado que acabou chegando numa veterana, e claro, levou um toco. Peter, um dos garotos da minha sala, havia sido filmado dançando e o vídeo foi colocado no grupo da social. Todos curtiram e ele ficou famoso. Quinze minutos de fama e fim! Nada mais.

Depois de horas, já havíamos mudado de assunto tantas vezes que não sabia mais sobre o que falávamos. Decidi então, ir dormir. Estava me despedindo das meninas quando vejo Marcelo online, fui falar com ele.

 “Oi” – disse.

“Olá, tudo bem?” – respondeu.

“Tudo e contigo?”

“Estou bem” – mandou. – “Chegou bem em casa?”

Cheguei sim. Não tava me sentindo bem, mas, depois melhorei – disse. – “E você?”– aquela conversa monótona estava me dando mais sono do que eu já estava. Queria me despedir e sair, mas, também, queria resolver logo essa situação com ele.

 “Que bom” – disse e mandou um sorrisinho feliz. – “Pô Marina, queria falar contigo sobre uma coisa.” – mandou. Ele estava digitando, então esperei. – “Queria pedir desculpa pelo o que aconteceu com o Bernardo”.

Está tudo bem.” – mandei. Não, era eu que devia me desculpar. – “Eu acabei tendo um impulso naquela hora.” – falei. – “A gente ficou no jogo e tal, e foi isso” – CERTO? – “Está tudo bem, o que rolou na social, fica na social” – disse, mordendo o lábio ao apertar ENTER.

“Então, é isso?” – perguntou ele.

“Sim, está tudo bem” – o que ele quis dizer? Eu não conseguia pensar. Então falei o que achei que devia. – “Eu gostei de ter ficado com você, afinal, eu escolhi você pra consequência que o Matheus mandou pra mim, me senti atraída.” – enviei. – “Foi bem legal, mas o que rolou na social, fica lá.” – eu roí minha unha e me xinguei por isso, enquanto mandava pra ele tudo o que eu estava pensando sobre isso. - “Você não acha melhor?”

“Você gosta dele, não é?” – perguntou.

“Quem?” – perguntei, já sabendo a resposta; no qual está online e não falou comigo.

“Bernardo” – enviou ele, com uma carinha: ( :X )

“O que tem ele?” – mandei. – “O Bê é meu amigo”

“Mas eu vi o ciúme que ele teve ao ver a gente ficando” – mandou Marcelo.

“Que ciúme?” – enviei. Que ciúme??? Não, nada de ciúme! – “Ele só é super protetor comigo” – que mané super protetor! Da onde você tirou isso Marina?

“Essa superproteção tem outro nome pra mim” – falou ele. Que ótimo! Até pra ele tá na cara que o Bê gosta de mim, o que acontece com meus miolos pra não aceitar isso também?

“Nada a ver” – falei, dando um risinho diante da minha cara de pau de mentir pra mim mesma. – “Vou sair, to com sono. Beijos” – ele se despediu de mim e eu sai do facebook.

Enfiei-me debaixo do meu edredom, peguei meu celular e o fone de ouvido, pluguei-o e coloquei uma musica. Enquanto “Distance” do Secondhand tocava, voltei meus pensamentos para Bernardo, Marcelo... e acabei até pensando em Ian. Por quê? Nada de Ian. Voltemos ao Marcelo. Pelo visto ele tinha gostado deu ter o atacado no banheiro daquela forma, mas, veja bem, eu sentia sim uma atração por ele, não vou negar. Ficaria com ele de novo, porém, meu coração está dividido de tal forma, que não sei mais o que fazer. Se sigo minha cabeça, ou se dou ouvidos ao meu coração. Pensar em Marcelo me levou de volta ao banheiro e a consequência de Matheus para mim. “Faça o que quiser em alguém aqui”. E sim, a única pessoa que eu faria algo – beijar, claro – seria o Marcelo, naquele ambiente, naquela hora.

A musica havia mudado para “Only Hope” de Switchfoot e eu só conseguia pensar que havia de fato gostado de ficar com o Marcelo. Diante disso, lembrei-me do nosso beijo no meio do salão, onde todos viram.

Então, me recordei de Bernardo aparecendo e aquele clima chato. Aquela frase do Bê: “Falei para não chegar perto dela”. Por que ele disse isso para Marcelo? Ele sabia que eu havia beijado o Marcelo antes, no banheiro? Que fora eu quem o havia beijado também, ali, no meio do salão? Não, claro que não. Para ele, era Marcelo que estava querendo ficar comigo, correndo atrás. Ele só havia retribuído o que eu queria. Mas, sinceramente, agora, não acho que ele ficaria comigo de novo.

Começou a tocar “Hangover” da Hey Monday meus pensamentos me guiaram até Bernardo. O jeito como ele me olhava, ou como passava o braço em volta dos meus ombros. Quando sorria sua covinha aparecia; seu cabelo preto balançava quando o vento batia, bagunçando-o, e isso o deixava tão lindo. A maneira como ele se importava comigo, como cuidou de mim na choppada, e na social, não querendo que eu ficasse sozinha. Deixando seu quarto para mim... mas por que não ficara comigo na cama? Era por achar que não ia se controlar e ia acabar tentando algo? Ou por que não queria nada comigo?

Meus pensamentos estavam em turbilhão e eu não conseguia fazer o que pretendia desde que saí do facebook há, vinte minutos: dormir. Decidi então, a musica de Matt Nathanson, Faster, me deixar envolver pelo sono e deixar para pensar em tudo isso, amanhã. 


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