Alvo Potter E O Medalhão De Prata escrita por Amanda Rocha


Capítulo 26
Bob Rondres


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente! Tá, eu dei uma boa exagerada na meta de semana passada, eu sei... OK, vou parar com esse negócio de meta. Bom, dedico esse capítulo a Thalessa Ketlen Black Malfoy que me mandou a terceira recomendação! Beijo, Thalessa! Enfim, tem uma coisa errada lá no capítulo o feitiço de herbologia ou a detenção, uma leitora que me informou, eu vou arrumar e se vcs quiserem podem passar lá... Bjs, e aí vai:



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Desta vez ele amortecera a queda. Logo após ele, caíram também Rosa e Carlos. Mal puderam se levantar, uma voz já os recebeu:

-Ah, chegaram os atrasados!

Alvo se virou a procura da voz. Eles estavam em uma câmara toda iluminada por archotes. Havia uma mesa no fundo da sala, onde havia três caixas, as Caixas Mágicas. Atrás da mesa, sentado em uma cadeira, estava um homem. Seus cabelos castanhos claro brilhavam junto com os olhos azuis vivo. Ele era novo. Não parecia ter mais que trinta anos, porém, tinham no rosto várias cicatrizes.

-Você é Bob Rondres. –disse ele lentamente.

-Pelo menos isso você sabe, não é? –disse ele, alegre. –Sério, depois de todo esse tempo, achei que vocês descobririam mais sobre mim, ainda mais com a Srta. Inteligência aí. –disse ele indicando Rosa com a cabeça.

O homem não tinha cara de assassino. Alvo achou que estava louco, mas até achou o homem um pouco simpático. Não conseguia acreditar que ele queria mata-lo.

-Mas é claro que nem Profeta Diário e o Ministério da Magia não têm publicado nada sobre mim. Nem naqueles livros da escola. Tenho que tirar o chapéu para vocês, já descobriram bastante. E aquela ideia de embebedar os pais de vocês, foi brilhante! Claro, tive que dar uma ajudinha, mas...

-Você ajudou? –exclamou Alvo incrédulo. –Você esteve lá?

-Ah, sim... –disse Rondres distraído. –Um feitiço de Desilusão, sou ótimo neles. A ideia de vocês teria saído bem sem ajuda, mas o vinho era fraco demais... Então eu dei um empurrãozinho. Não perceberam que eles mudavam de comportamento rápido? Que pareciam que não iam contar e depois contavam?

Agora que ele falara, Alvo percebera.

-Foi você...

-É fui eu, Potter. –disse Bob Rondres fitando Alvo. –Mas não se preocupem que não tenham descoberto muita coisa sobre mim, eu lhes falarei agora, é justo que antes de morrerem saibam da verdade. Bem, há quase vinte anos teve uma batalha. Uma batalha entre o grande Lord das Trevas e Harry Potter.

-Meu pai? –repetiu Alvo.

-Quantas pessoas com esse nome você conhece? –perguntou ele irônico. Alvo ficou impressionado com o jeito que ele falava das coisas. Falava de morte e ainda ironizava, como se isso fosse uma brincadeira. –Então, nessa batalha, havia os Comensais da Morte, já sabem deles, não sabem? Draco disse que vocês acharam algo sobre eles...

-Como ele sabe? –perguntou Alvo.

-Ah, o Draco é um ótimo oclumente, leu a mente de vocês. Mas voltando a história, nessa época eu tinha sete anos. Apenas sete... Meus pais eram Comensais da Morte. Ou pelo menos minha mãe, meu pai não era um bom servo. Sempre questionava o seu Lord, sempre o contrariava... O meu Mestre já estava ficando irritado com ele, eu lembro... Meu pai vacilou muitas vezes, muitas... Até que um dia o Lord Voldemort perdeu a paciência e o... Matou. –ele deu um suspiro forçado. –Mas então eu fiquei com minha mãe, e ele, é claro...

“Ele foi como um pai para mim... Gostava de mim, dizia que eu tinha tudo o que meu pai não tinha, que eu seria um grande bruxo um dia... Ainda não sei como as pessoas dizem que eu quero tomar o lugar do Meu Mestre. Eu jamais faria uma coisa dessas... Quero unir-me a ele... Trazê-lo de volta...”

Ele deu um grande sorriso sonhador.

-Eles todos gostavam de mim... Eu era como o mascote deles... Mas então chegou a guerra chegou... Minha mãe não quis me levar, mas ela não teve escolha.

 “As poucas mulheres que havia no grupo do meu Mestre cuidavam de mim, me esconderam... Até... Até eu descobrir que minha mãe havia sido morta. Então, uma delas me levou para fora de lá... E...”.

 Ele parou. Alvo teve certeza de que havia caído uma lágrima de seus olhos, mas ele a escondeu.

–Chega de falar de mim! Agora vamos brincar um pouco...

Ele bateu palmas. Cadeiras surgiram e algo empurrou Alvo e os outros para elas. Cordas enormes também apareceram e prenderam-nos. Fora como no sonho de Alvo. As cordas estavam apertando as pernas e os braços do garoto. Seu coração acelerou. Rondres se levantou e caminhou até eles. Apontou a varinha para Alvo. Era seu fim... Como ele fora tão idiota de acreditar que poderia dar conta de um assassino sozinho?

De repente, Alvo lembrou-se do que sua mãe lhe dissera uma vez. Que seu irmão saberia se ele estivesse em perigo. Que viria salvá-lo se ele o chamasse. Alvo não acreditava mais que Tiago fosse vir, mas tinha que tentar. Era sua única chance. Tiago, disse ele mentalmente, Tiago, por favor! Estou correndo perigo! Me ajude! Mas seus pensamentos foram varridos pela voz de Bob Rondres:

-Vamos falar um pouco de vocês... Carlos Cattér... –disse virando-se para Carlos, que estava amarrado em uma cadeira ao lado de Alvo, segurando Canino, que também estava amarrado. –Ah, o Traidor do Sangue...

-Tenho orgulho de ser Traidor do Sangue! –rugiu Carlos.

-Corajoso... –disse Bob Rondres cordialmente. –Draco me falou que você é muito ousado, menino... É realmente o Rony...

-Mais um... –resmungou Carlos.

-O Traidor do Sangue. –continuou o assassino, como se não tivesse havido nenhuma interrupção. -Ousado e corajoso, que vive se misturando com os Sangues-Ruins... O menino bravo que tem os pais bruxos, mas é tudo faixada... É realmente uma pena, um desperdício... Carlos, se você soubesse... Você teria futuro, se não ficasse se misturando à escórias, mas... Fez a escolha errada... Tsk, tsk... E depois, a nossa sabe-tudo, Srta. Granger...

-Weasley. –interrompeu Rosa. Sua voz um pouco tremida. –Srta. Weasley.

-Tsk, tsk, tsk... –fez ele novamente. –É, vejo que herdou um pouco de ousadia do seu pai, Rosa. Mas é claro que foi só isso, por que, tenho que admitir, você é um gênio! Como a sua mãe... Ah, sabe, eu não suporto gente que não tenha Sangue-Puro, mas aceitaria uma bruxinha mestiça como você em meu grupo, sabe, seria muito útil...

-PREFIRO MORRER! –berrou ela.

Alvo sentiu-se mais corajoso, mais confiante.

-Muito bom! –disse ele batendo palmas. –Excelente! Draco me falou que vocês eram bem, eh... Ousados, e eu sabia que eram... Ah, mas já que você prefere a morte, pode ter certeza de que não deixarei de atender o seu desejo... Deixe-me apenas terminar... Eu sabia que você não aceitaria assim, Draco disse que está ficando cada vez mais parecida com seu pai... Será uma grande bruxa um dia, não posso negar... E agora vem O Escolhido... –Alvo sentiu o coração gelar. –Ah, sim... Sabe, teve uma Profecia, que disse que você seria O Escolhido para me matar.

-Eu sou O Escolhido para matar você? –repetiu Alvo.

-É. –confirmou Rondres. –Ridículo, não acha? Mas vai se saber o que essas videntes velhas veem. Bom, é claro que depois que eu soube disso, tive que fugir de Azkaban para ver quem era que ia me matar. Por ironia do destino, O Escolhido era o filho do homem que matou o meu Mestre! Bom... Eu queria te ver de perto então passei a te observar mais...

-Como assim me observar? –repetiu Alvo. Seu coração podia pular do peito a qualquer hora.

-Como eu disse, sou ótimo em feitiços de Desilusão. Sua casa n’A Toca, não era protegida quando seu pai e seu tio estavam em casa, então, nessa hora, eu entrava em cena. Todos os dias, depois das oito da noite, eu ficava espiando você. Esse é o motivo de você ter pesadelos, quando eu estou por perto, você sente minha presença.

“Mas depois de uns anos, os aurores me viram e eu tive que abandonar o posto”. Disse ele, andando pela sala, e, de vez em quando, dando umas olhadinhas para o túnel pelo qual Alvo e os outros caíram. “Mas os seus pesadelos continuaram, é claro, por que pressentiu que estava perto do nosso encontro. O que não entendo é como foi que você foi o Escolhido...”, aquilo fez Alvo lembrar-se de Tiago. “E aqui estamos, meu caro, aqui estamos... E nesse encontro, eu irei pegar o Medalhão de Prata, e irei matar os três, ou os quatro, se o outro vier, mas voltando aqui... Agora, Potter, chega de papo. Vamos ao que interessa. Eu adoraria contar a todos que você lutou bravamente, e morreu como um herói, mas sabe... Não será verdade”.

Ele virou-se abruptamente para Alvo, agora seus olhos azuis estavam faiscando de raiva. Ele apontou a varinha para o peito do menino, que a essa altura vibrava.

-Prepare-se para a morte, Alvo Severo Potter!

TIPUM!

Alguma coisa havia caído com um baque estrondoso bem ao lado de Alvo. Ou melhor, alguém havia caído. Alvo quase teve um ataque quando viu quem era. Seu irmão estava bem ao seu lado. Alvo notou, havia vários arranhões, cortes e queimaduras em seu rosto.

-Não se eu puder evitar! –disse ele levantando-se (o que não precisava, pois ele caiu de pé). –Desculpe Rondres, mas fiz uma promessa, e apesar de ser irmão do Al, eu vou cumpri-la.

Alvo o olhou com medo de que aquilo fosse uma indireta, mas para sua surpresa, ele o olhou rindo. Agora, seus olhos castanhos não demonstravam mais a raiva que haviam demonstrado nas últimas semanas, mas voltaram ao normal, demonstrando ternura e uma vontade de fazer arte.

-Ah, Tiago Sirius! –disse Bob Rondres alegre, mas Alvo pode notar um quê de raiva em sua voz. –Draco me disse que talvez você viesse também. Sente-se!

Ele bateu palmas e a mesma cadeira apareceu. Tiago caiu em cima dela e as cordas o prenderam.

-Me... Solte! –berrou ele, tentando se desvencilhar das cordas.

-Ah, você não quer fugir assim, quer? Vamos brincar... Vejamos, eu já falei do Sr. Cattér, da Srta. Granger, do Sr. Potter, agora vamos para você! Tiago Sirius! O menino corajoso, forte, levado! Vive tentando chamar a atenção do pai, mas ele só tem olhos para o irmão menor. E o que é que ele tem de especial? Nada! Apenas um garotinho chorão...

-NÃO FALE DO MEU IRMÃO! –berrou ele.

-Eu entendo você, Tiago... Entendo! É horrível quando o seu pai dá mais valor a coisas inúteis, e não vê o quanto você é diferente, o quanto você é especial! Eu sei, eu mesmo passei por isso...

Tiago estava o encarando. Alvo sabia que era verdade, Tiago era muito mais corajoso que ele, no entanto, o pai parecia ignorar isto.

-Mas você, Tiago, você é diferente... –disse Bob Rondres paternalmente. - Eu posso ver isto... Eu sei que você é diferente. Eu sei que você será um grande bruxo, o melhor! Imagine, daqui alguns anos, você não poderá sair na rua sem que alguém grite: “Vejam, é o grande Tiago Potter”. Isso, se você quiser este sobrenome... Sabe, se você se juntasse a mim, teria o reconhecimento que merece. Eu te daria valor, o valor, Tiago, que aquele seu pai nunca te deu... O meu pai nunca me deu valor também...

Ele foi se aproximando de Tiago, e este foi se acalmando. Ele parou frente à frente com o garoto e segurou seus braços.

-Venha comigo... –disse ele. –Venha, e não precisará morrer... Você é diferente, Tiago, é diferente de todos os outros... Você receberia o que merece...

-Mas... –disse Tiago, sua voz muito rouca. –Eu não poderia ficar sozinho...

-Oh, e não vai, meu pequeno... –disse Rondres levantando seu rosto. –Nunca estará sozinho... Eu cuidarei de você, com um irmão mais velho ou até como um... Pai...

Tiago o olhou. Alvo já estava desesperado. Queria gritar para o irmão não aceitar, mas por alguma razão, sua voz desapareceu.

Seu irmão abriu um meio sorriso. Assentiu. Rondres deu uma gargalhada e o abraçou.

-NÃO! –gritaram Rosa e Carlos.

-Vocês perderam! –gargalhou, desamarrando as cordas que prendiam Tiago com um toque de varinha. –Perderam, e terão de...

Talvez fosse por que o coração de Alvo estivesse batendo forte e rápido, ou então por que já perdera as esperanças, mas ele não acreditou no que viu. Num minuto, Bob Rondres ria enquanto desamarrava cordas do chão, e no outro, estava jogado no chão, caíra com um soco que Tiago o surpreendera.

-É... Nunca subestime o Rei da Brincadeira aqui! –disse Tiago orgulhoso, apontando um polegar para o próprio peito. Ele foi desamarrando as cordas dos outros, enquanto Bob Rondres se mexia, ainda jogado no chão.

-Não achou que ia te deixar, achou? –perguntou Tiago a Alvo, quando terminou de desamarrá-lo. –Sei que fiz um monte de burradas, mas sou seu irmão... E prometi te proteger.

-Que cena comovente! –exclamou Bob Rondres. Ele já se levantara. –Sério, meus olhos estão cheios de água. Agora... Venham aqui!

Ele fez um gesto com a varinha, e imediatamente as pernas de Alvo começaram a se mexer em direção a ele. Os outros também começaram a andar. Ele já ouvira algo sobre um feitiço que o controlava, mas isso era muito esquisito. Ele não sentia as pernas. Era seu fim... Alvo estava rezando para que alguma coisa acontecesse. Queria que Bob Rondres caísse no chão, que morresse, ou que desaparecesse dali... Precisava que ele sumisse... Fosse para bem longe... Para Azkaban...

-Temos aqui, estas caixas... –disse Bob Rondres, observando as Caixas Mágicas. –Draco as fez na esperança de me ajudar com o Medalhão de Prata, mas esqueceu de me dizer como funcionava... Imagino que o Medalhão esteja em uma delas, mas queria que vocês vissem esse momento de glória. Ah, com certeza estão enfeitiçadas, Draco comentou algo... Não seria tão fácil assim, porém... Minha sorte é que tenho um cérebro na cabeça... Vejamos... Uma de ouro, uma de prata e outra de bronze... É... Tenho que pensar... O certo seria eu abrir a de ouro, por ser a mais valiosa, é, eles esperam que eu abra a de ouro... Então tenho que... Abrir a de menor valor!

Ele respirou fundo. Os olhos brilhando de excitação. Fechou os olhos, mas tornou a abri-los. Depois, calmamente, abriu a terceira caixa. Alvo torcia para que não fosse o Medalhão que estivesse ali, mas quando Bob Rondres deu um guincho de alegria, ele tinha certeza que seus temores se concretizaram.

Rondres tirou a joia de dentro da Caixa Mágica. Era linda, toda prateada, com uma pedra branca. Ele a olhou por muito tempo, depois, quando já ia coloca-lo, foi interrompido:

-Espera! –disse Tiago. Alvo sentiu que o efeito do feitiço que o controlava, passara. –Seu pai... Sua mãe... Eles não iriam querer que você ganhasse assim, trapaceando. –Rondres lhe lançou um olhar penetrante. –Olha, sua família pode não ser limpa, mas... Tenho certeza de que iria querer ver você, eh... Se tornasse poderoso por conta própria. Por seu mérito. Não por causa de um Medalhão de Prata que aumenta o seu poder. Vamos, Rondres... Sei que não é isso o que quer...

-Eu não sou idiota. –disse ele ríspido.

-Sei que não é. –disse Tiago. –Mas... Por sua mãe... Você a amava, não? Pense nela... Tenho certeza de que a deixaria mais orgulhosa...

Alvo entendeu. Tiago queria o sensibilizar. Alvo não estava achando que isso fosse possível, mas se acontecesse, na certa eles conseguiriam dar a volta na situação, ou pelo menos ganhar tempo até que alguém notasse que havia quatro jovens fora da cama e deduzissem a situação. Rosa o cutucou, e depois olhou para a Caixa de Bronze, que voltara a se fechar. O que ela queria dizer?

Tiago tentava de todas as maneiras, fazer Rondres lembrar-se de sua mãe, mas o homem não parecia sensibilizado, parecia irritado. Não parava de balançar o Medalhão de Prata nas mãos e apontar o dedo na cara de Tiago, para mostrar que estava errado.

Rosa lhe deu mais um cutucão, e apontou para a Caixa. Ela queria que ele a pegasse? Não entendeu o porquê, mas quando sua prima tinha alguma ideia, ele podia confiar de olhos fechados. Olhou para Rondres. Ele não parecia prestar atenção em mais alguém a não ser em Tiago, que ainda não desistira.

Alvo foi discreto. Estendeu a mão e a pegou. Rondres parecia estar ali sozinho com Tiago, pois os dois discutiam feito crianças o que a mãe do assassino pensaria sobre o que ele estava fazendo.

-... Minha mãe não iria se importar! –grunhiu Rondres.

-Sei que sua mãe é do mal, mas é uma mãe! A minha mãe me deixaria de castigo para o resto da vida se eu fizesse algo parecido...

-A sua mãe! –resmungou Rondres. –Estamos falando da minha!

-Mesmo assim! –retorquiu Tiago. –Olhe... Se vai matar alguém, pelo menos mate com a sua força... Ou sua mãe morreu em vão! E o seu Mestre? O que ele iria pensar? Ele que dizia que você seria um grande bruxo, agora precisa de um Medalhão de Prata para matar quatro crianças?

Rosa lhe deu mais um cutucão nas costelas, o que tirou toda a sua atenção da discussão do irmão e de Rondres. Sua prima lhe lançou um olhar severo, apontou para Bob Rondres, ele estava quase partindo para cima de Tiago. Alvo ficou com medo. Não queria que nada acontecesse a seu irmão.

-Abre! –sibilou Rosa, num sussurro.

Alvo abriu-a. Dentro, estava uma bolinha de luz. A bolinha era linda... Mexia-se suavemente em voltas dentro da Caixa de Bronze. Alvo sentiu-se hipnotizado pela bolinha. Pegou-a. Era sólida. No momento em que seus dedos se fecharam em volta dela, houve um clarão. A bolinha havia sumido de sua mão, e agora, Bob Rondres estava de joelhos no chão, com as mãos sobre a cabeça, chorando.

-Não... Minha mãe não... Eu a amo... Quero que ela sinta orgulho de mim...

-O que aconteceu? –perguntou Carlos, segurando Canino nos braços.

-Ele... Simplesmente caiu no choro. –respondeu Tiago. Alvo ficou perplexo. O que acontecera?

Tiago deu uma gargalhada, a gargalhada que ele dava quando ganhava alguma coisa.

-Viram? –perguntou, se pondo de costas para Rondres, que estava jogado no chão, choramingando como um bebê. –Fui eu! Eu sabia que no fundo ele era só uma criança traumatizada... Ouvi ele falando para vocês lá de cima...

-Como assim? –perguntou Rosa.

-Lá no túnel. –disse Tiago. - Eu fiquei olhando um bom tempo, para ter certeza. Deu para ouvir algumas coisas... Ele estava magoado... Com o pai... Acho que sei como ele se sente, e também eu me lembrei de Lilí.             Lembra quando ela pediu sua boneca, Rosa, na véspera de Natal? Eu disse que era chantagem. Ela só desistiu quando falei que Luna não ia gostar. Achei que com o Rondres também seria assim... Ele só quer impressionar o seu Mestre e sua mãe...

-Você leva jeito com crianças... –disse Carlos. Ele, Rosa e Alvo sentaram-se no chão, de frente para Tiago.

Alvo não acreditava no que acabara de acontecer. Eles enfrentaram Bob Rondres e saíram vivos! O Medalhão de Prata estava são e salvo e ele ainda fizera as pazes com o seu irmão.

-Está vendo, Rosa? –disse Tiago à prima. –Você que sempre quis ficar conhecida e viver uma aventura igual à de nossos pais... Foi a aventura mais legal que já tive! Imagine só! Nós lutamos com o Rondres! Nós o derrotamos! Foi incrível! Incrível e...

Foi tudo muito rápido: Rondres, que estava jogado no chão chorando, de repente se levantara e nenhuma lágrima estava em seu rosto e seus olhos estavam faiscando de raiva. Ele estava apontando a varinha para Tiago, que estava de costas para ele, estava prestes a pronunciar o feitiço. Alvo sabia o que aquilo queria dizer. Ele deu um pulo à frente, jogou o irmão para o lado, e o feitiço o atingiu.

Um jorro de luz verde ofuscante foi a última coisa que ele viu. Depois, uma dor de cegar, apoderou-se de sua testa. Foi se espelhando por toda a cabeça e depois do corpo, cada vez mais forte. Se ele achava que o balaço que o atingira lhe causara muita dor, estava completamente enganado, aquilo não era nada perto da dor que estava sentindo agora. Sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento... A dor na cabeça foi aumentando... Cada vez mais... Ouviu gritos...

Tudo o que ele queria era que aquilo acabasse... Que sua dor passasse... Ele estava morrendo? Mas por que não morria de vez? Por que tinha que ficar ali, sentindo aquela dor insuportável?

Então, sentindo que suas forças se esgotaram, ele tombou no chão, sem aguentar mais. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Como ficou o final?? E Alvo?? Morre ou vive?? O que irá acontecer??? Mereço uma recomendação?? (ok, parei de metas), mas enfim... Tudo isso na próxima sexta, bjs, galerinha!