Oracle - The Beginning escrita por


Capítulo 7
Capítulo 3 - Dons e suas dores : Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bom... Aqui está o capitulo 3.2. Eu adorei escrever este capítulo, principalmente as ultimas cenas dele.. eu amei, de verdade.
Espero que vocês gostem.
Desculpem a demora.
Leiam as notas finais =)
Boa leitura.



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Se eu vim para me divertir, deveria pelo menos tentar. Cortei caminho pela sala até a cozinha atrás de uma bebida. Opa, e quem eu vejo? Claire. Ela me encarou por alguns segundos e sem me intimidar me aproximei dela.

— Oi – tentei ser simpático.

— Ei – ela retribuiu, já é mais do que eu esperava.

— Olha, sei que está chateada por eu magoar a Anna, sei como são amigas, desculpa, certo?

— Não me deve desculpa, deve a ela – respondeu ela, calma.

— Eu vou me desculpa com ela.

— Olha, ela jurou não confiar em um garoto, não criar uma amizade verdadeira, entende?

— Sim, mas por quê? – perguntei, mesmo já supondo uma resposta em pensamentos.

— Ela se decepcionou muito com um melhor amigo dela, quando ela ainda não morava aqui, está tudo meio recente para ela. Acho que ela está chateada não só com você, mas com ela mesmo por ter lhe feito amigo dela, ela estava começando a confiar em você.

Respirei fundo.

— Olhe Claire – eu disse sério. – Ela pode confiar em mim. Ok?

— Prove isso para ela – Claire disse se erguendo um pouco nas pontas dos pés e levantando a sobrancelhas.

Na mesma hora eu me virei. Lá estava ela, linda, perfeita. Estava usando meia calça preta, um short jeans meio rasgadinho nas bocas, e uma blusa branca de mangas longas. Claire passou por mim e piscou, sem sorrir.

— Oi Anna – eu disse, me aproximando dela.

Ela ficou me encarando com aqueles olhos lindos que brilhavam mais que qualquer estrela que já vi. Seu cheiro era doce e suave, cheiro de rosa com toque de pêssego.

— Foi mal por ontem, eu tive um motivo – eu disse sentindo meu rosto corar.

— Já foi – ela disse rispidamente e saiu.

Não esperava que ficasse bem, não assim tão fácil.

A festa corria madrugada adentro, eu queria falar com Anna, poder explicar, pelo menos o que eu poderia, minha vontade de mostrar a ela quem eu era de verdade era grande. Mas o segredo não era apenas meu, então eu não podia simplesmente ignorar os outros.

Nos raros momentos que eu topava com Anna ela dava um jeito de sumir entre a multidão, me evitando, e sempre estava bebendo algo.

— Não acha que Anna está bebendo demais não, Claire? – perguntei quando passei por Claire, que estava dançando.

— E seu irmão também está – ela apontou para Bryan largado no sofá com uma garrafa de Vodka na mão, quase dormindo.

— Claire eu já to indo, Bryan é muito idiota. Vamos ser proibidos de sair por causa dele.

— Relaxe, eu cuido dele. Do jeito que se amam não duvido que briguem aqui mesmo – ela riu.

— Valeu – eu retribuí.

— Procure Anna – ela pediu. – Ela disse que ia embora quando eu fosse.

— Certo – assenti.

Eu sabia o motivo pela qual Claire pediu isso pra mim. Sem pestanejar eu sai atrás de Anna. Andei pela casa toda e nada dessa menina, ela tinha um dom de sumir, só pode. Parei em um canto da sala, onde podia respirar direito sem que ninguém esbarrasse em mim. Ai que me veio a ideia na cabeça, como eu sou tonto. Não precisava procurar ela, e só eu pegar o cheiro dela. Concentrei um pouco, vários aromas surgiram, uns bons, outros horríveis. Percebi que meu olfato tinha melhorado ainda mais, antes a visão e agora o olfato.

Achei que cada caçador só desenvolvia um tipo de dom, mas no meu caso foram dois. Bom, John deve ter alguma teoria para isso. Finalmente após alguns segundos eu peguei o cheiro dela no ar, aroma de rosa com toque de pêssego, simplesmente delicioso, vinha lá de fora.

Meti a cara na janela avistei uma menina loira, estava sentada no jardim. Eu saí da casa e fui até lá para olhar com mais clareza. Era ela. Estava sentada com a cabeça apoiada nos joelhos. Um copo de Vodka no chão ao seu lado.

— Oi – eu disse.

— Que foi? – ela perguntou com uma voz diferente, estava bêbada.

— Acho que você bebeu demais, não?

— Quem é você para me dizer o que fazer ou não? – ela disse na tora.

— Seu amigo – eu disse secamente.

— Amigos se ajudam, não é?

— Sim – admiti.

— Mas você não confiou em mim ontem, não é?

— Não foi isso, você não entende.

— Me deixa quieta – ela esticou a mão a para pegar o copo, mas antes que ela pegasse eu peguei antes.

— Me devolve – disse ela brava.

— Já bebeu demais – eu disse enquanto derramava a bebida dela no chão.

— Idiota – ela fez uma careta. – Simples, eu pego outra – assim que ficou de pé que deu o primeiro passo ela cambaleou para o lado, eu a segurei para não cair.

— Estou bem, estou bem, me deixa.

— Muito bem, não? – eu disse ironicamente.

Ela ficou quieta.

— Vamos, deixe eu te levar para casa, você sabe muito bem que não vai conseguir chegar assim – tentei convencê-la.

— Vou embora quando Claire for, vou com ela. Não preciso de você.

— Claire está com Bryan, que por incrível que pareça está pior que você.

— E porque você não leva o seu irmão e eu vou com ela? – disse ela me lançando um sorrisinho mal.

— Porque ele mal consegue ficar de pé e se eu levar ele a Claire não vai conseguir levar você, a não ser que vieram de carro.

— Não, sabe que não temos carro. Mas nós vamos com o pai da Evelyn – ela explicou enquanto se sentava no meio fio, eu sentei ao seu lado.

— Evelyn foi embora há muito tempo – eu disse.

Ela mordeu o lábio inferior.

— Droga.

Ficamos em silencio por um tempo. O jeito seria eu levar ela a pé e Claire levasse Bryan de carro. Jamais eu deixaria as duas andarem pela cidade, uma delas bêbada a três da madrugada.

— Ei! – Claire chamou minha atenção, ela vinha chegando com Bryan escorado.

Eu levantei, deixando a loira sentada de cabeça baixa e fui ajudar. Passei o braço de Bryan pelo meu ombro e fomos em direção ao carro. Chegando lá soltamos ele no banco do carona.

— Então Claire, como vai levar ela? – eu disse mirando Anna com olhos.

— Não tenho a mínima ideia – disse Claire fazendo uma careta.

— Faz o seguinte, leve o Bryan de carro. Pode deixar que eu levo ela até a casa dela.

— Como?

— Eu dou meu jeito – sorri.

— Eu volto e vou de carona com alguém e você a leva, vai ser melhor para você.

— Ok, fechado.

Entreguei a chave do carro e da casa para Claire.

— Claire – eu disse antes de ela entrar no carro. – Se não for pedir demais, tome cuidado para não acordar minha mãe, se ela ver o estado que Bryan chegou ficamos presos em casa pelo resto da vida – sorri.

— Tudo bem – ela sorriu junto. – Cuide dela pra mim, ok?

— Te dou minha palavra.

Ela deu a partida e logo desapareceu de vista. Voltei para perto de Ana, ela estava quieta. Sentei na calçada ao seu lado.

— Quando Claire voltar eu vou te levar para casa – disse a ela.

— Não posso ir para casa – ela disse baixo.

— Porque não?

— Minha mãe vai me matar, só isso – ela fez uma careta.

Revirei os olhos.

— Porque não dorme na casa da Claire?

— Não – ela balançou a cabeça. – A mãe dela tem o número da minha.

— Então você pode dormir lá em casa – ofereci.

— Nem pensar. Eu? Na sua casa? – ela fechou a cara.

— Porque não?

— Por que, por que... Sei lá. E acha que Claire vai voltar? – ela deu uma risada.

— Ela disse que sim.

— A mãe dela vai a vê-la chegar, não conhece a mãe dela – ela continuou rindo.

— Será?

Ela balançou a cabeça positivamente.

— Bom, vamos esperar – era a única coisa a se fazer.

— Se não acredita, espere.

Meu celular começou a vibrar no bolso. Era uma mensagem, Claire.

Jean, desculpa, eu deixei Bryan no quarto dele. Sua mãe está dormindo como um anjo. Só que quando eu ia voltar minha mãe saiu no jardim e me viu. Bom, seu carro está na frente da sua casa. Desculpa. Não posso voltar ai, castigo por voltar tarde... Beijos, Claire. Obs.: Suas chaves estão em baixo do tapete de “bem vindos””.

— Era Claire, não era? – Ana disse inclinando para poder ver a mensagem.

— Vamos a pé.

— Pra...? – ela indagou.

— Minha casa, ou você prefere dormir na rua? – sorri.

— Já que não tenho escolha – ela disse levantando.

— Vai conseguir andar? – perguntei, preocupado. Ela não estava em boas condições.

— Acho que sim – ela deu alguns passos, andava cambaleado.

— Eu consigo.

Quando tentou avançar mais um passo ela perdeu o equilíbrio e eu a segurei.

— Acho que não, vem cá, eu te levo – eu disse tentando pegar ela nos braços.

— Tá louco – ela me empurrou. – Nunca vou deixar você me levar assim.

— Então vai a pé – eu disse dando os ombros para ela e ir andando.

— Espera! – ela gritou, eu não dei ouvidos e comecei a assobiar.

— Desculpa, espera – ela veio andando tentando manter o equilíbrio. – Por favor – ela disse baixo.

Suspirei e virei para ela.

— Fale.

— Bom, eu deixo você me carregar, nas costas – ela fez uma careta e ficou vermelha.

— Você deixa? – eu perguntei rindo.

Ela ficou séria, ou tentou.

— Ou isso ou pode me deixar aqui – bateu o pé.

— Menina chata – resmunguei. – Vem logo.

Ela se aproximou com cautela, passou seus braços sobre meu pescoço e saltou em minhas costas. Eu botei as mãos em sua perna, um pouco a cima do joelho para segurar ela. Percebi que ela ficou mais quente.

— Se quiser, eu solto... – eu disse, meu rosto queimava um pouco, devia estar corado.

— Não, tudo bem. Mas não se aproveite só porque estou bêbada – ela sorriu.

— Não é de minha natureza se aproveitar de meninas indefesas – eu ri junto, agora estava andando pelas ruas desertas da madrugada de Phenite.

— Bom saber, chato. Onde vamos, beber? – ela brincou.

Eu ri com gosto.

— Muito café... – eu disse rindo.

Andamos, quer dizer, andei com ela por mais de dez minutos, do jeito que estava ia demorar um tempo para chegar em casa. Olhei no relógio, quase quatro da manhã.

— Então, tem algo para falar? – tentei puxar assunto.

Ela não respondeu. Estava bem quieta, estranho.

Virei à cabeça e vi que ela estava deitada no meu ombro, dormindo. Como ela conseguia dormir assim? Vai saber. Continue andando até uma avenida deserta. Algumas lojinhas piscavam, mas estavam fechadas.

Cansei de andar, assim ia demorar mais. Já que Anna estava dormindo e a cidade deserta há essa hora uma corridinha não ia matar. Lancei minha visão aprimorada bem à frente e apurei minha audição para o caso de aparecesse alguém ou escutar alguém eu diminuir da velocidade não humana. Como não tinha ninguém à vista eu parti. O vento gélido da madrugada não incomodava, quando eu estava correndo o frio não existia para mim.

Logo eu cheguei em casa,na verdade em menos de três minutos, novo recorde.

— Pronto chegamos – eu disse, mesmo sabendo que ela estava dormindo.

Peguei a chave em baixo do tapete e entrei na casa. Tudo quieto, a luz da sala estava acesa, Claire, logo pensei. Fui até o sofá da sala e joguei Anna lá, com intenção de acordá-la.

— Ei! Porque fez isso? – ela acordou no susto fazendo cara de brava.

— Quem manda dormir no caminho? – eu ri dela.

— O Álcool mandou – ela disse, logo após lançou uma almofada na minha cara.

Pegou em cheio.

— Você é visita, deveria se comportar, mal criada – brinquei.

— Você é visita, blá blá blá – zombou ela, com voz de criança.

Eu ri.

— Você é demais, sabia?

— Sim, eu sei – disse convencida.

— Bom, eu vou tomar banho – andei até a escada.

— Espere ai, menino – chamou ela.

— Que foi?

— Tipo, eu vou ficar sozinha aqui, na sua casa?

— Melhor do que sozinha na rua – brinquei.

— Sem graça – ela disse. – Além do mais, eu também preciso tomar um banho, um idiota derramou bebida em mim, e não se ofenda, foi outro idiota – disse lançando-me um sorriso malvado, mas eu sabia que era brincadeira.

— Vai tomar banho também? – perguntei.

Ela assentiu.

— Então vamos juntos, economizar água – gargalhei baixo, para não acordar mãe.

— Há há há, muito engraçado.

— Brincadeira boba.

— Sei...

— Sério. Pois bem, tem roupa reserva?

— Não – mordeu o lábio inferior.

— Certo, eu arrumo roupas limpas para você.

E nessas horas que é bom ter uma mãe valquíria, o corpo dela é o sonho de toda garota adolescente.

— Como?

— Minha mãe tem muitas roupas, tem roupa que ela nem usa mais, eu pego para você.

Ela ficou quieta um pouco.

— Vai caber em mim? – perguntou finalmente.

— Cabe sim, porque não? – ela deve ta pensando que minha mãe usava roupas brega, só pode.

— Cabe mesmo? – ela fez careta.

— Claro – eu ri. – Minha mãe é magrela igual você.

— Magrela não, definida sim – ela disse séria, depois sorriu.

Verdade, o corpo dela era lindo.

— Quantos anos tem sua mãe? – Perguntou-me a curiosa.

— Trinta e cinco anos, mas se você a ver vai dizer que tem vinte e cinco, e não estou exagerando.

— Nossa, ela deve ser linda, da pra perceber que ama muito ela.

— E que não ama a mãe? – sorri.

— Verdade – disse ela pensativa.

— No que está pensando? – perguntei curioso.

— Não nada – ela balançou a cabeça, rápido. – Estou viajando aqui.

Eu ri.

— Acho que o efeito do álcool está passando, está muito sensata – afirmei.

— Há, eu nem bebi tanto – disse normal. – E acredite se quiser, eu sou forte pra bebida, nem parece que bebi.

— Você é estranha – brinquei.

— Obrigada, já me disseram isso – ela riu de leve.

 

 

***

 

Depois do banho, cada um em um banheiro, claro, tomamos um café, eu mesmo fiz, e ficamos na sala. As roupas de minha mãe ficaram perfeitas em Anna. Dei sorte de consegui entrar e sair do quarto dela sem que ela acordasse.

Ficamos conversando um pouco na sala até o sono aparecer, o que demorou um pouco, e para distrair, Anna ligou o vídeo game. Ela colocou um jogo de luta, eu não era muito fã de games, mas jogava de vez em quando para distrair.

— Vamos apostar? – ela disse me lançando um sorriso maligno.

— Qual aposta? – perguntei interessado.

— Se eu ganhar você terá que fazer tudo que eu pedir durante a semana toda, de segunda a sexta. Se você ganhar eu faço o que você pedir durante a semana, então, uma melhor de três? – ela esticou a mão.

Bom, seria legal apostar com ela, afinal uma menina ganhar de um menino em um game de luta era mesma coisa que, não um e nem dois, mas três raios caírem em um mesmo lugar.

— Apostado – selei a aposta com um aperto de mãos.

Pois bem, para minha grande sorte os três raios caíram num mesmo lugar.

Ela me venceu.

A primeira e se segunda luta foram equilibradas, cada um venceu uma, na terceira Anna acertou uma ótima combinação e me venceu de lavada. Sim, eu perdi para ela e durante uma semana tinha que fazer tudo que pedisse. O pior não era isso, era ela rindo da minha cara e me chamando de perdedor.

— Foi sorte – eu rebatia.

— Nossa, muita sorte não? – ela ria e ria cada vez mais.

Soltei um longo bocejo. Eram cinco da manha.

— Vou dormir – disse a ela lutando contra minhas pálpebras, que existiam em cair.

— Eu também estou com sono – o bocejo dela foi suave.

A levei até meu quarto.

— Anna este é meu quarto, meu quarto esta é Anna – eu disse dando um sorriso bobo.

— Muito prazer quarto. Olha, é mais arrumado do que eu esperava – ela riu.

Eu sabia que ia ter piadinha.

— Muito engraçado – fingi seriedade.

— Verdade ué, quarto de garoto é sempre uma bagunça – tentou explicar.

— Eu sei, boba – eu ri dela. – Gosto das coisas arrumadas, depois quando quero achar algo fica mais fácil – pisquei.

— Se você está dizendo quem sou eu para discordar?

— Bom. Tranca a porta, ok? – ela franziu o cenho. – É que minha mãe sempre passa no meu quarto antes de ir trabalhar.

Ela mordeu o lábio.

— Onde você vai dormir? – ela perguntou, parecia incomodada com algo.

— O quarto de hóspedes não tem nada ainda, então nem da para dormir lá – apontei para o fim do corredor. – Eu vou dormir lá em baixo, no sofá da sala.

— Me sinto mal, você vai dormir no sofá enquanto eu alugo sua cama – ela fez uma careta.

— Relaxa, é melhor do que topar com minha mãe cedo.

— Por quê?

— Ela gosta que fale com antecedência antes de trazer uma amiga para dormir, se é que me entende – sorri.

— Entendi – ela se deitou na minha cama.

Antes de ir, sentei na beirada da cama. Ela se encobriu e arrumou o travesseiro.

— Que foi? – me perguntou.

— Nada, posso ficar um pouco e conversar? – perguntei meio sem jeito.

— Claro, o quarto é seu, eu que sou intrusa aqui – ela me lançou aquele sorriso mágico dela.

Não sabia explicar, mas ela era especial para mim. Eu nunca me senti tão próximo de alguém antes. Anna era diferente, desde o primeiro dia que a vi eu percebi isso, eu senti que ela não era apenas um rosto bonito. Algo nela me atrai, parece que ela me pede para fica perto dela, sem mesmo dizer uma palavra.

Olhei para ela, seu olhos eram de uma doçura incomum. Apesar do silencio, era bom ficar perto dela.

— O que foi? – ela perguntou sem jeito.

— Nada – dei um leve sorriso. – Você é diferente das outras meninas – completei.

— Eu sou? – ela disse baixinho.

— Desculpa... – agora eu que pedi o jeito.

— Não, pode continuar – incentivou-me.

— Pode parecer estranho, mas é bom estar perto de você, me sinto bem. E sinto que posso confiar em você, entende? Eu não sou de confiar muito nas pessoas... – finalizei falando baixo.

— Mas comigo é diferente? – ela completou.

— É isso.

— Eu sinto o mesmo – ela disse baixo. – Bom, tenho motivos para não confiar nas pessoas, principalmente garotos.

— Vai me contar o motivo? – perguntei.

— Vai me contar o que aconteceu com você? – rebateu ela.

Eu sorri sem jeito. Me pegou. Ela não poderia saber de mim, o que eu era. Eu confiava nela, meu pai me fez prometer não contar a ninguém.

— É complicado, Anna – tentei explicar.

— Então também não posso contar meu motivo – disse decepcionada.

— E você também não está pronta pra me falar, não é? – algo nela me dizia isso.

Ela apenas assentiu.

— Então vamos fazer o seguinte, quando estivermos prontos contaremos, ok? Eu te conto o que eu tenho, o que aconteceu e você me diz seu motivo – propus.

— Certo, mas não se preocupe, eu confio em você. Se tiver doente ou algo do tipo pode me falar, ok? Não sou médica, mas eu estarei à disposição para te ajudar.

Ela era um anjo mesmo. Os sentimentos dela eram puros.

— Obrigado por não me odiar, te tratei mal... Eu não queria, não mesmo, foi preciso...

— Shiii – ela interrompeu. – Tudo bem, senhorito. Eu só não esperava. Não de você. Apeguei-me demais a você neste pouco tempo, confesso. Por isso que fiquei chateada, mas eu posso ver que você é sincero, e sei que é uma pessoa muito boa.

— Obrigado, mesmo.

Uma porção de culpa me invadiu por ter tratado ela mal aquele dia. Uma hora ela teria que saber o que eu era. Mesmo que tenha que quebrar uma promessa de meu pai.

— Agora eu vou dormir, obrigado pela boa conversa.

— Viu? Eu não estou bêbada, eu disse que o efeito do álcool era ficha pra mim – ela riu.

— Você é anormal – eu ri.

— Hey! Me ofendeu! – ela brincou fazendo biquinho.

O biquinho mais lindo que eu já vi.

— Wonn meu Deus, que menina dramática – dei um beijo no rosto dela, por impulso, e depois levantei. – Boa noite.

Ela ficou quieta me olhando, meio assustada.

— Boa noite – sussurrou ela assim que bati a porta.


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Notas finais do capítulo

Edição de: AS (Ana Salvatore) Muito obrigado amor *-*
Então.. o que acharam? Alguma duvida?
Sugestão? Declaração? Algo...
ME faça feliz, deixe uma review ^^ Ficarei orgulhoso e feliz em responder .
Cap 4 está muito bom! Cenas divertidas, pitada de romance e uma pitada de ação :o
E uma pitada de Bryan para o fã clube rs.
Bjos



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