Oracle - The Beginning escrita por


Capítulo 2
Capítulo 1 - O Recomeço : Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olaa pessoitas... Então, está ai o primeiro capítulo.
Vou tentar melhorar cada vez mais, ok?
Queria agradece a Grazieli Pereira, por ler minha FIC, - Obg grazinha =).
Queria deixar um agradecimento a Adria, do Sunset Poison Editions, pela linda capa.
Ja tenho 3 leitoras *-* Que felicidade.
Se aparecer algum novato(a) deixa uma Review, =)ajuda e deixa o leitor mais inspirado hehe.
Este capítulo já tem um pouco de ação hehe, espero que gostem.
Boa leitura, nos vemos nas notas finais.



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Recomeço. Uma palavra mágica que estou tendo que lidar. Meu nome é Jean Christopher Konery, tenho dezessete anos, cabelos escuros e rebeldes, olhos castanho- escuros, pele clara e me considero magrelo com meus 1,78 m de altura. Estava viajando com minha mãe e meu irmão, voltando para uma cidadezinha chamada Phenite, minha terra natal. Fica bem ao nordeste do país, no estado de Minnesota. Saí de lá muito menino ainda, tinha apenas sete anos de idade. Não lembro muito bem da cidade em si, mas eu era feliz lá.

Meus pais são separados. Eu e meu irmão, Bryan, que dormia no banco de trás, ficamos com nossa mãe, nosso pai achou melhor assim. Ao menos ele ligava todo mês e ia nos visitar algumas vezes nesses dez anos.

A Califórnia até que era um lugar bom, mas morar perto de meu pai novamente vai ser melhor que qualquer coisa. Pena que minha saída da Califórnia não foi bem como esperava: fui reprovado no segundo ano do colegial por agredir o filho do dono da escola. Eu não sou assim, não sei o que aconteceu comigo no dia. Até parecia que não era eu, estava muito irritado e aquele idiota falando mal da minha mãe... Não agüentei, dei-lhe um soco no meio do peito que deixou o menino três dias internado. Achei exagero -­ foi apenas um soco - mas a questão é que eu nunca tinha brigado antes. Nunca levantei a mão para uma mosca.

Na nova escola vou ser da sala do meu irmão, provavelmente. Bryan é basicamente o meu oposto: Bagunceiro, inquieto, festeiro. Bateu o recorde de advertências por matar aulas, colar em oitenta por cento das provas e por fazer pegadinhas com um professor chato, o que sempre acarretou em visitas semanais da nossa mãe à escola por causa dele. Fisicamente ele é um pouco menor que eu, porém um pouco mais forte, o cabelo preto com penteado meio rebelde e repicado, além da pele mais bronzeada porque, claro, ele adorava surfar na Califórnia. Acho que sair de lá foi mais difícil para ele do que para mim.

Pegamos a estrada ao meio dia e agora já é quase quatro da madrugada. Já era para ter chegado, mas minha mãe errou o caminho e tivemos que pegar informações na cidade mais próxima. A rodovia é totalmente escura e deserta, devia ser normal para este horário.

— Mãe, não quer que eu dirija? – perguntei a ela.

Não era justo ela ter que dirigir todo o caminho sem descansar.

— Estou bem, querido – respondeu ela me lançando um de seus lindos sorrisos.

Típico de minha mãe. Maggie, a mulher mais linda que já conheci. Loira, alta, olhos castanhos, simpática e carinhosa. Quando ela ia à escola meus amigos perguntavam se era minha irmã, e parece mesmo. Ela tem 35 anos, mas tem aparência de 25. Simplesmente encantadora.

— Mãe, você está neste volante há mais de 15 horas – tentei novamente.

— Eu estou bem filho, mesmo – teimou ela.

— Teimosa. Depois não reclama.

Quando minha mãe colocava algo na cabeça dificilmente alguém tirava, isso era fato, então eu simplesmente desisti de tirar ela do volante. Não estávamos muito rápido. A rodovia era muito escura e cercada por uma floresta, de árvores altas, que eu só conseguia enxergar por causa dos faróis do carro. De repente ouvi um baque, e o carro freou bruscamente fazendo com que eu quase batesse a cabeça no painel. Bryan, que estava dormindo, acordou assustado depois de se chocar com os bancos da frente.

— O que foi isso? – Perguntou confuso depois de se reerguer no banco de trás.

— Acho que atropelei alguém ou alguma coisa – minha mãe respondeu, ainda chocada.

— O que diabos alguém faz a essa hora no meio de uma rodovia deserta? – Bryan resmungou e eu fui tirando meu cinto, já abrindo a porta.

— Deve ser algum animal, vou dar uma olhada.

Desci o mais depressa possível, o mesmo fez minha mãe e Bryan. Estiquei o braço sinalizando para que ficassem perto do carro e fui me aproximando da coisa com cautela, com o farol do carro iluminando a estrada. Cheguei perto o bastante pra ver que era uma pessoa, estava de deitada de bruços para o asfalto. O que estranhei é que não havia nada de sangue, nem uma gota. Resolvi vira-lo com cuidado. Parecia jovem, tinha a pele morena e cabelos escuros. Quando ele abriu os olhos, de um vermelho sangue que eu nunca tinha visto, eu me assustei e saí de perto. Ele aproveitou minha distração e  levantou numa fração de segundos, literalmente. Meu coração disparou e o medo tomou conta de mim. E estranho me encarava com os olhos cheios de fúria e ódio, como um leão pronto pra atacar uma zebra indefesa. Ouvi o grito de Bryan seguido de mãe e me virei rapidamente, apenas pra ver que um cara a estava segurando com uma chave de pescoço e Bryan tinha sido arremessado para fora da estrada.

Eu não sabia como reagir. Fiquei paralisado e só assisti, até sentir algo prender meus braços para trás como se fosse me algemar e tentei me livrar, assustado.

— Olha só, eu simplesmente não acredito no que conseguimos hoje, Dhimi – falou o homem que prendia minha mãe.

Esse por sua vez tinha a aparência mais velha, uns 40 anos, tinha a pele mais clara que a de Dhimi e também tinha os olhos vermelhos tão vivos quanto o do primeiro.

— O que tem de especial, Drags? – perguntou o tal Dhimi, apertando ainda mais meus braços.

— Essa aqui é uma daquelas bruxas brancas – Drags comunicou, cheirando o pescoço dela.

— Nem acredito nisso, cara. É muita sorte não é?

Não podia ser real, nada disso. Bruxa? Como assim? É apenas um sonho ruim, só pode. Eu estou no carro, e já estamos chegando. E quando chegar minha mãe vai me acordar. Agora eu estava com os olhos fechados.

— Uau! Você pegou uma valquíria? É muita sorte mesmo. Já esse aqui não tem um cheiro muito atrativo não – senti que o idiota falava de mim.

— Me deixem em paz, seus doentes! – minha mãe gritava ao mesmo tempo em que fazia de tudo pra tentar escapar do tal de Drags, em vão.

Bryan finalmente acordou e se levantou lentamente com a mão no peito, já indo em direção à nossa mãe.

— Nem tente! – Drags rosnou para ele.

Não passava nem um carro no momento, nada. Ninguém que pudesse nos ajudar. Era nosso fim. Bryan estava muito próximo do outro cara.

Tentei me soltar novamente, mas era inútil, a força de Dhimi era anormal. Nada que eu tentava funcionava.

— Acho que vou deixar essa aqui para depois – Drags voltou a falar – o sangue dela é muito valioso.

Ao dizer isso ele apertou a chave de pescoço fazendo minha mãe desmaiar. Minha respiração acelerou junto com as batidas do meu coração, eu me senti como na escola, quando soquei o Mike. Era mesma raiva, mesma sensação, parecia que uma corrente elétrica atravessava meu corpo. Tentei me desvencilhar novamente de Dhimi, dessa vez com sucesso. Não sei de onde surgiu tanta força assim, mas não ia parar para pensar numa hora dessas.

— C-c-como? – ele gaguejou. A cara de Dhimi era de espanto.

Ele estava com medo?

Corri para ajudar minha mãe que estava caída no chão, mas felizmente deu para ver que estava respirando. O outro homem estava do lado dela, em pé. Eu parei a alguns metros.

— Venha, Venha! – ele me desafiou.

Eu andei devagar na direção dele.

— Cuidado Jean! – gritou Bryan na minha direção, correndo numa velocidade extrema, mais rápido que qualquer ser humano. Eu só vi um borrão e ele já estava do meu lado com o punho esticado. Ouvi um gemido seguido de um baque e me virei. Dhimi tinha sido o alvo de Bryan, e com o golpe recebido caiu a uns metros de distância de nós.

— Como? – perguntei a Bryan.

— Não sei, eu só fiz. Fique de olho no outro para não ser pego de surpresa.

— Certo – virei para Drags novamente.

Bryan se posicionou com as costas encostadas às minhas. Certamente de olho em Dhimi.

— Vem me pegar! – ele me desafiou novamente. As palavras dele transmitiam um pouco de insegurança desta vez.

Deixei toda minha raiva fluir. Meu coração estava a mil.

Drags correu super rápido, mas eu consegui enxergá-lo dessa vez. Ele me golpeava numa velocidade surpreendente e inexplicável, porém eu conseguia desviar.  Era como se meu cérebro mandasse os comandos para meu corpo sem meu consentimento, nem eu sabia explicar. Drags parou e recuou um pouco. Virei rapidamente e Bryan trocava golpes com Dhimi, ainda nessa tal velocidade que eu não conseguia explicar. Simplesmente sobre-humana.

Voltei minha atenção para Drags.

— Fuja enquanto pode – ameacei. Ou tentei ameaçar.

— De crianças como vocês? – ele rebateu abrindo um sorriso cínico.

— Eu avisei – eu não podia perder este momento de desconfiança dele.

Corri pra cima dele, furioso. Com certeza ele não esperava por isso. Quando ele tentou reagir já era tarde, dei tudo de mim em um soco que pegou em cheio na boca dele e fez com que ele caísse arrastando as costas no chão. Olhei pro meu punho rapidamente e voltei à atenção pra ele que já se levantava.

— Desgraçado! – ele disse, depois de cuspir uma considerável quantidade de sangue.

O sangue não era normal, era grosso e preto.

— To com você, irmão – disse Bryan aparecendo do meu lado.

Olhei pra trás e vi que o outro, Dhimi, estava inconsciente. Já Bryan tinha alguns hematomas no rosto e seu nariz sangrava muito.

— Você tá bem? – perguntei a ele.

— Por incrível que possa parecer eu estou bem, não sinto nenhuma dor, e to com muita vontade de acabar com esse cara – disse ele limpando o nariz com a manga da camisa.

— Eu também, quero matar esse idiota! – exclamei furioso.

Eu disse matar?

Eu sentia muita vontade de matá-lo, mesmo não sendo certo. Meu corpo implorava para ir pra cima dele novamente, para destroçá-lo, rasgá-lo ao meio.

— Eu ainda me vingo de vocês! – ele gritou.

Eu já não tinha medo dele. Agora eu controlava os impulsos de meu corpo para não atacá-lo novamente. Enquanto isso Bryan tinha colocado nossa mãe no carro e fechado a porta rapidamente, e já estava novamente do meu lado. Reparei que o fluxo de sangue que saía de seu nariz diminuiu.

— O outro ainda dorme feito bebezinho – típico de Bryan uma piadinha numa hora dessas.

Drags nos encarava com a boca sangrando, aquele sangue preto era nojento.

Ele parecia estar pensando no que fazer, com seu parceiro desacordado ele estava em desvantagem. Aquela confiança que ele tinha no começo foi para o ralo, pude ver em seu rosto o medo. Ele franziu o nariz algumas vezes virando seu olhar para a floresta, logo depois para o outro lado e por fim atrás. Certamente pensando em fugir, mas eu não ia deixar isso acontecer.

— O que foi?– perguntei, mesmo sabendo que ele não iria responder.

— Vamos acabar com ele logo – disse Bryan dando um passo à frente.

— Não, espera. – Coloquei o braço a sua frente.

— Esperar o que?

Drags ajoelhou. Ele se rendeu? Deduzi que ele estava planejando algo e mantive minha cautela. De repente ouvi uns galhos se moverem na floresta e me preparei. Será que tinham mais deles? Eu não sei quando ao meu irmão, mas eu não conseguiria dar conta de mais um. Meu corpo estava começando a doer, sentia cada músculo latejar. Só observei atentamente, esperando ser algum animal, e pelo que pude ver pela sombra, era um garoto. A medida em que ele foi se aproximando eu conseguia vê-lo direito. Os olhos eram claros, pareciam ser verdes. Tinha mesma altura que eu, com o cabelos loiros e era magro, porém forte. Ele me encarava, não com ferocidade, mas de um jeito curioso.

— Merda, Jean!  meu sangue esfriou, estou todo dolorido, não posso mais lutar – Bryan sussurrou pra mim, com uma careta.

— E não precisa – disse o garoto. Não sei como raios ele escutou, Bryan sussurrou muito baixo. – Meu nome é Hector.

— O que você quer? – perguntei logo.

— Quero que deixem ele comigo. Vão embora – respondeu ele firmemente.

— Ele vai te matar, ele não é normal – tentei impedi-lo de tentar algo, poderia ser morto.

— Nem nós somos – ele piscou pra mim – Agora toma. – ele jogou uma bolinha de papel na minha direção, peguei e abri. Era um mapa.

— A cidade fica a poucos quilômetros, siga a risca vermelha do mapa, vai te levar para a casa de seu pai. Pode confiar em mim.

— Certo – concordei. Era o único jeito, confiar num estranho. Que outra escolha eu tinha?

Entrei depressa no carro, Bryan entrou na parte de trás e ajeitou nossa mãe colocando a cabeça dela em seu colo. Girei a chave na ignição e acelerei fundo. Já estava amanhecendo, olhei no relógio era 5:30 am. Reparei que o corpo do outro cara não estava mais onde Bryan o abatera. Isso não me importava. O que eu queria é que aquilo acabasse. Meu corpo implorava por descanso, tudo doía, cada músculo, cada nervo, cada célula.

Após alguns minutos de rodovia, chegamos à cidade. Era linda. Cada casa com seu jardim e sua garagem, casas que pareciam de brinquedo, todas seguindo um mesmo padrão, com um andar em cima. A cidade era pacata, algumas pessoas saiam para trabalhar, outras pra se exercitar. Continuei meu caminho seguindo o mapa, que deixei esticado em meu colo. Segui para o extremo norte da cidade e depois para o oeste até chegar numa outra rodovia, essa de mão única. Achei estranho, mas continuei. A pequena estrada era asfaltada e também cercada de floresta.

Após uns vinte minutos de viagem, finalmente avistei uma casa, olhei para o mapa. Era a casa marcada, e também a única daquela rodovia pelo jeito, já que na frente tinha um retorno e mais floresta. Pelo jeito essa cidade tem uma área de preservação gigantesca. Parei o carro no acostamento, para deixar a pista livre, de frente com o cercado da casa. Bryan desceu junto comigo. Abri porta do carro e peguei mãe no colo. Coitada, vê-la assim desacordada também me machuca.

Passei pelo pequeno portão do cercado, que Bryan tinha aberto, e fui em direção à porta da casa. Subi uma escadinha e esperei na pequena varanda. Bryan bateu na porta algumas vezes e segundos depois um homem abriu a porta. Era nosso pai, John, mesma pele clara, mesmo cabelo preto bagunçado, mesmo olhos castanhos escuros. Não mudara nada desde que foi a Califórnia, há três anos, nos visitar.

Bryan foi logo o abraçando, já eu fiquei parado. Não era hora disso, não com minha mãe assim.

— Me deixa passar – pedi impaciente.

— Calma Bryan, deixe-o entrar – disse John me dando passagem e fui entrando depressa.

A casa era bonita, bem organizada, os móveis de maioria rústicos, era perfeita por dentro. Coloquei mãe no sofá da sala, onde tinha uma TV gigante. Ajoelhei ao pé dele e ajeitei o cabelo dela que estava no rosto, em seguida dando um beijo em sua testa.

— Prometo que ninguém mais vai te machucar mãe – sussurrei – você vai ficar bem.

Senti uma mão no meu ombro, era meu pai. Levantei e dei um abraço apertado nele. Agora eu me sentia seguro. Meu corpo não dava trégua na dor, mas eu estava bem. Depois do abraço me sentei, estava difícil ficar em pé, e Bryan se acomodou no mesmo sofá que eu. Já John se contentou com o braço do sofá onde estava minha mãe. Ele sentou e ajeitou a cabeça dela na almofada, depois passou a mão levemente em sua cabeça.

— Desculpa meninos – ele disse, eu não esperava isso.

— Pelo o que? – perguntou Bryan, tirando as palavras da minha boca.

— Venham comigo – ele disse levantando – ela vai ficar bem, só precisa descansar.

Ele seguiu para um o fundo da casa, eu e Bryan o seguimos. O que ele queria? Bom, eu queria respostas. Passamos por um pequeno corredor, e pela cozinha – que por sinal era muito bonita, toda branquinha e organizada, nem parecia que era uma casa de um homem que vivia sozinho – passamos por uma porta que nos levou a outra varandinha, essa nos fundos da casa. Ele desceu uma pequena escada e se sentou num tronco em baixo de uma arvore no meio do que, para mim, era um jardim atrás da casa. A grama era verdinha, o terreno era plano, a floresta de fundo, o lugar era lindo. Eu e Bryan sentamos ali na grama, era macia e fofa.

— Estou orgulhoso de vocês, e agradecido – ele disse.

— Como assim? – eu perguntei. Nada fazia sentido.

— Eu vi tudo, quer dizer o final. O que vocês fizeram com aqueles vampiros.

Não consegui processar essa nova informação, vampiros? Pelo menos é melhor que minha teoria, a de ETs no corpo de seres humanos. Então aqueles indivíduos eram vampiros, lendas vivas (ou mortas), sei lá. Só sei que depois de hoje não dava para duvidar. Eu vi com meus próprios olhos, sua velocidade, agilidade  e força, vi o ódio que sentiam. Mas o que falaram sobre o sangue da minha mãe ser especial, não entendi muito bem.

— Inacreditável. Vampiros são apenas lendas ou mitos – Bryan roubou meu pensamento.

— Vocês viram com seus próprios olhos. Eles existem, não só vampiros, mas também lobisomens, e nós.

— Nós? – me lembrei quando o garoto que apareceu por ultimo, o Hector, falou de nós não sermos normais.

— O que somos então? – perguntei.

— Somos caçadores – ele disse naturalmente.

— E o que é isso? – perguntou Bryan.

— Vou explicar direitinho – respirou fundo e retomou a fala. – Somos seres humanos, não precisamos ser envenenados, como os vampiros e os lobisomens, para ser assim. Nascemos com esse dom.

Então eu era uma espécie de mutante, ou algo do tipo? De uma coisa eu sei, não sou mais normal, ou nunca fui e achava que era.

— Porque nos chamam de caçadores? – eu perguntei, vinham cada vez mais perguntas em minha mente.

— Não sei bem, vem das histórias antigas. Dizem que os primeiros de nossa raça eram caçadores excepcionais, que conseguiam todos os alimentos das aldeias e defendia a tribo de vampiros e lobisomens.

— Só isso que sabe? – eu perguntei de novo.

— Sim, mas pra que se importar com o nome? – ele rebateu. – Só sei que está no nosso sangue, sempre esteve, demora até a puberdade para desenvolver. E com este gene, vem o ódio por esses vampiros ordinários.

— Por isso senti vontade de matar aquele, aquele, aquele vampiro lá – eu disse finalmente.

— Sim, carregamos isso dos nossos antepassados.

— E aquele garoto, pai? – Bryan estava tão curioso quanto eu. – Ele disse que te conhecia.

— Sim conhece, o Hector, é um bom menino. Ele é um de nós. E tem outro garoto, são da mesma idade que você, Bryan. Acho que serão da mesma classe na escola.

— Você esteve lá mesmo? – eu perguntei, não ia parar enquanto não tirasse tudo a limpo.

— Sim, cheguei quando você deu um soco na boca daquele maldito. Queria ter chegado antes, me desculpe. Eu não intervim porque vi que estava sobre o comando de vocês, só que lembrei que vocês não sabem matar um deles, por isso mandei Hector lá. E o Lorran pegou o outro, não se preocupe. Ah, aliás, belo soco! – disse ele com um sorriso de orgulho para mim. – Não pude ver você Bryan, mas acho que você finalizou o outro, não?

— Sim – eu disse antes que Bryan. – Ele me salvou.

— Não foi nada – disse Bryan me dando um leve soco no braço.

— Aiii – encarei-o.

— Foi mal, esqueci disso – ele ria.

— Tomem um chá e descansem, é assim mesmo. O corpo de vocês só está assim porque foi levado ao extremo, mas na próxima já se adaptarão. Eu tenho um chá bom pra isso – John se levantou.

— Conte um pouco mais sobre nós, os caçadores... – eu não me conhecia mais.

— Nós somos humanos, nossas necessidades são como os de qualquer humano normal, mas somos muito mais rápidos, mais ágeis e fortes, temos os sentidos mais aguçados, e nos curamos com mais rapidez. Nos adaptamos a diversas situações como frio, calor, tempo sem dormir e por ai vai.  – Ele sorriu de novo.

— Porque não nos contou antes? – dessa vez foi Bryan.

— Não estava na hora – sabia que ele ia responder isso. – Agora eu preciso falar com o Hector e o Lorran, eles foram muito úteis hoje.

— Está treinando eles? – eu chutei.

— Sim, há uns seis meses. Foi o primeiro vampiro deles, antes só ficávamos na teoria e nas rondas mais fáceis. É, eles foram ótimos. Vocês também serão – ele disse olhando pra eu e Bryan.

Eu não queria morrer nessa cidade atrás de vampiros, mas meus extintos agora pediam isso. Não queria que uma família morresse assim, e se eu e Bryan fôssemos apenas humanos? Com certeza não estaríamos vivos para contar história. 


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Notas finais do capítulo

Então por hoje é isso, provavelmente sábado eu disponibilizo a segunda parte, sim já está pronta. Vou editar, mudar algumas coisinhas e postar, então, até sábado.
Um abraço e fiquem com Deus, ótima semana.



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