Fin percebeu o desconforto em Olivia. Ela estava preocupada.

Com o que seria?

Quando, enfim, tomou coragem para perguntar, o que a aborrecia, ouviu um barulho, vindo de detrás deles, e entrou em pânico. A única coisa que ele conseguiu fazer, foi pegar algumas pedras, de diversos tamanhos, e virar-se para trás rapidamente, com a respiração arquejante.

Não era nada.

Pequenos pássaros, que bicavam algumas folhas, recebendo alimento.

Ele bufou, e soltou as pedras.

Virando-se para frente, novamente, não viu Olivia ali. O pânico tomou conta de si. Olhou rapidamente para os lados, repetidamente, mas não a encontrou.

– Liv?! - chamou ele, num grito. Nenhuma resposta.

Sem, ao menos pensar, no que faria, Fin correu para dentro do parque, procurando por ela.

Avistou Olivia encostada numa pedra, atrás de algumas árvores. Completamente isolada. Fin aliviou os músculos, e andou calmamente até ela, afinal, ela não fugiria.

Ao se aproximar dela, notou que ela o percebeu, e sorriu. Mas, havia mais alguma coisa... Um brilho, no rosto dela.

Algo molhado...

Ela estava chorando?

– Liv? - chamou ele. Olivia levantou a cabeça, enquanto secava as lágrimas. - O que houve?

– Eu esqueci... Esqueci dela... Oh, meu Deus! Eu sou uma pessoa horrível! - choramingou.

– Você não é horrível, nunca foi... - suspirou ele, consolando-a.

– Sou sim! Não adianta! - gritou ela. - Eu esqueci dela!

– Esqueceu de quem? - perguntou, confuso.

– Samantha! - gritou. Fin ainda estava confuso.

Quem diabos era Samantha?

– Quem? - perguntou ele.

– A mulher que eu e Elliot encontramos no parque, naquele dia. Ela foi atacada, e... Fin! - gaguejou ela, desabando nos braços dele.

– Você não têm culpa, Liv. Vocês dois, não tiveram culpa alguma.

– Quem não teve culpa de quê? - perguntou Munch, entrando no parque. Olivia apertou Fin contra si, tremendo.

– Culpa? - perguntaram os outros dois, parando ao lado do outro.

– Filhos da mãe... - suspirou Fin, abraçando Olivia, que chorava, e tremia.

Elliot se aproximou deles, e puxou Olivia para seu colo, que foi, imediatamente.

– Filhos da mãe! - gritou Fin, empurrando Munch.

– Nós esquecemos de Samantha, Elliot. - sussurrou ela, sorrindo tristemente. Elliot arregalou os olhos.

– A culpa é minha, não... - começou ele, sendo cortado por Cragen.

– Shut up! A culpa é minha! Eu puxei vocês, e nós acabamos no ginásio. A culpa é minha. - gritou Cragen, rendendo-se.

– Rapazes... Já... Está muito tarde, e eu preciso ir pra casa. - mentiu. Os três assentiram, e Elliot suspirou:

– Eu levo você. - e os outros três foram embora.

– El, não precisa. Vai pra casa. - pediu ela.

– Se alguma coisa acontecer com você, eu não me perdôo. - sussurrou ele, passando o indicador sobre uma das estradas que a lágrima deixou no rosto dela. Olivia revirou os olhos, quando ele a puxou pela cintura.

Olivia, depois de um tempo, se soltou dos braços dele, e parou, poucos metros, fora do parque. Elliot percebeu que ela não o acompanhava mais, e parou, indo na direção dela.

– Liv...? - chamou ele, observando as mãos de Olivia, na cicatriz. Aproximou-se dela, e retirou as mãos dela dali.

– Lembra quando você me perguntou, sobre a cicatriz? - perguntou ela, com os olhos vidrados, nos olhos dele.

– Lembro, mas... - começou ele.

– Sh... - suspirou ela, fechando os olhos, com força.

– Liv, você não precisa me contar. - gaguejou ele. Olivia negou, com a cabeça, e depois, ele viu como o olhar dela se tornou incerto.

– Eu quero, e eu vou. - reclamou, indecisa. - Foi feita por... Ela foi feita por...