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Ai está "Heart On Fire"

Leiam amoras *-*

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Na banheira podiam entrar quatro pessoas e ainda sobrava espaço. Lily relaxava na água quentinha quando James entrou no banheiro.

– Trouxe um chá para você.

Lily tentou procurar uma toalha para se cobrir.

– Calma. A espuma está te cobrindo.

Lily aceitou a xícara de chá e tomou um gole. Enquanto isso James afastou uma mecha de cabelo do rosto dela.

– Muito bem, Lily Evans. – disse ele se sentando na borda da banheira – Será que você pode me explicar por que está trabalhando como minha secretária e ainda por cima disfarçada?

Lily respirou fundo e falou:

– A idéia foi da Marlene. – não poderia ficar mentindo.

– Eu sabia. Passei essas duas semanas tentando descobrir qual era a dela. O que ela pretendia com isso?

– Podemos conversar depois? Eu prefiro me vestir e...

– Agora! – James passou a mão pelos cabelos – Esperei com paciência por uma confissão da sua parte ou da dela, e agora que começamos a desvendar o mistério, quero ir até o fim.

– Então você sabia?

– Eu já estava desconfiando e na segunda tive a certeza.

– Como você descobriu?

– Eu percebi que tinha algo de estranho em tudo isso quando a Lene contratou uma secretária feia. Daí a melhor amiga dela aparece de repente na cidade. Depois daquela quinta-feira que eu encontrei com você na casa dela eu chamei Peter Pettigrew e encomendei dois relatórios, um sobre você e outro sobre Marie Jones. Você só viu o relatório sobre Marie Jones. Tomei a atitude que qualquer pessoa tomaria. Liguei para o Sirius e ele confirmou tudo. E sem falar que olhos verdes como os seus não se encontram em qualquer lugar por ai.

Ela ficou sem jeito.

– Ai meu Deus... – disse Lily colocado uma das mãos no rosto.

– Você e a Lene cometeram o erro de subestimar a minha inteligência. Por que você fez isso?

– Marlene me disse que você tem fraqueza por mulheres bonitas. – Lily respondeu. – E eu era a melhor opção para o trabalho que ela tinha em mente, mas havia o risco de... – ela hesitou – Então, Marlene tinha medo que você me considerasse atraente. Então ficaríamos juntos em vez de trabalhar, por isso ela quis que eu me disfarçasse. Eu estava desempregada. Precisando de dinheiro. E foi assim que me tornei Marie Jones, sua secretária temporária.

– Você não me disse que estava de férias?

– Na verdade estou a caminho de Essex para trabalhar na Casa Malkin como estilista. Vou me apresentar lá em dez dias. Não pude mais continuar no meu ultimo emprego, especialmente com todos sentido pena de mim?

– E por que as pessoas sentiam pena de você?

– Por que eu tinha um namorado chamado Amos Diggory. Nós trabalhávamos em um teatro. Ele disse que me amava. Depois que a temporada de apresentações terminou, eu descobri que ele estava me traindo com a atriz principal, sem falar que fugiu com ela levando todo meu dinheiro. Como eu fui boba!

– Então criou Marie Jones só para me enganar.

– Não! Marlene criou, mas não era para te enganar. Meu nome também é Marie, quero dizer, Marie é meu nome do meio. Lily Marie Evans. O Jones surgiu de uma brincadeira na época da faculdade. Sempre que Lene e eu saiamos para paquerar, nós nunca dizíamos nossos nomes verdadeiros. O meu era Marie Jones e o dela era Lucy Parker. E os meninos acreditavam.

Lily sentia que tinha tirado um peso enorme de suas costas, tinha contado a verdade a James, ou a maior parte dela ainda faltava contar sobre o dinheiro e as armações contra Emmeline.

– Eu devia imaginar. Só mesmo uma grande amiga da Marlene para colaborar com um plano desses. E tenho que dizer que você desempenhou seu papel com sucesso.

– Eu precisava do dinheiro. – ela entregou a xícara vazia para James. – E brincar de ser secretária foi divertido. Era melhor do que aceitar o empréstimo que a Lene queria fazer para mim, o que seria como se ela tivesse me dado o dinheiro, por que eu jamais teria condições de devolver uma quantia tão grande. De qualquer maneira, sei que você não sente nada por mim. Todas as provocações foram brincadeira. Eu parecia uma vampira. A Emmeline estava certa quando me chamou de Morticia.

– Te chamou de que?

– De Morticia. Da Família Adams. Eu não disse nada. Não podia reagir. Tinha que parecer inofensiva, e não queria que ela se sentisse ameaçada.

– E por que ela se sentiria ameaçada?

– Por que uma mulher morre de medo de perder o que imagina que tem. Ela me falou que vocês pretendem ficar noivos logo logo.

– E de onde ela tirou essa idéia? Nós nunca tocamos nesse assunto.

– Talvez não, mas com certeza ela espera um compromisso mais sério com você. E como eu não sou a Minerva...

– Nisso você tem razão, você não é a Minerva.

– Por que não sou competente e confiável...

– Não! Por que sem a peruca e a aquela maquiagem, você é a mulher mais linda que eu conheço.

– Para com isso James! Sei que não sou bonita.

– Mas não é a aparência que importa. Por que mesmo com aquele disfarce horrível você mexeu comigo como nenhuma outra mulher conseguiu.

Lily sabia que estava vermelha e decidiu tomar uma atitude.

– Acho melhor eu sair daqui.

James continuou parado no mesmo lugar.

– Isso significa que você precisa sair do banheiro.

– Eu não vou sair. Vou entrar.

Dizendo isso James pulou na banheira e parando na frente de Lily começou a encará-la.

– Para com isso James.

– Se você disser que não quer, eu não dou o próximo passo.

– Que passo?

– Esse.

E James beijou Lily. Ousado ele começou a acariciar o corpo dela. Lily se sentiu amolecer nos braços de James. Quando ele começou a passar a mão pela sua cintura e continuar descendo ele sussurrou no ouvido dela.

– Eu te quero. Eu preciso ficar com você, Lily.

Nesse momento Lily recuperou o bom senso.

– Não James! Não podemos fazer isso. A Marlene é minha melhor amiga e você é irmão dela.

Dizendo isso Lily nem se importou com a sua nudez. Pulou pra fora da banheira, pegou uma toalha e saiu do banheiro batendo a porta.

***

As batidas na porta perturbaram o sono agitado de Lily. Confusa ela vestiu o robe que James tinha escolhido e foi ver quem estava batendo na porta.

– Já vou! – gritou – É bom que seja importante.

Lily abriu a porta com um movimento brusco.

– O que é?

Usando um salto de sete centímetros. Emmeline Vance entrou no quarto como se fosse um furacão.

– Onde ele está? – e se virou para encarar a ruiva de robe curto – Quem é você?

Lily acendeu a luz e esperou para ver se Emmeline a reconhecia. Aos poucos a expressão furiosa dela deu lugar a incredulidade, depois horror e por último o mais completo desprezo.

– Morticia? O que aconteceu com você?

– Nada além de um bom sexo na praia. – Lily decidiu provocar.

– Como é que é? Sexo? E na praia?

– O melhor que já provei. Na verdade James e eu provamos duas vezes.

– Ora sua... sua....

Emmeline estava vermelha de raiva e foi se aproximando de Lily com a mão erguida, mas antes que ela pudesse concluir o que iria fazer, James abriu a porta do seu quarto usando apensar uma bermuda azul.

– Oi Emmeline.

– ‘Oi Emmeline’? É só isso que você tem para me dizer? – perguntou a loira com expressão assassina.

– Eu... O que você está fazendo aqui?

– Eu podia perguntar a mesma coisa, querido. – ela disse num tom irônico.

Lily percebeu que ela não gritava com ele, falava num tom doce, como se quisesse seduzir James e não enforcá-lo por ter pego ele numa situação constrangedora.

– Eu não vim aqui para atrapalhar nada. O vôo que eu tomei foi longo. E eu estava preocupada. – Emmeline continuou a falar.

– Preocupada? – perguntou James confuso – Preocupada com o que?

– Sabia que as flores tinham sido um engano?

– Não. Eu realmente mandei as flores. Não mandei Marie?

– Mandou. – Lily disse satisfeita.

– Mas... elas eram amarelas!

Que pena! A diversão tinha acabado para Lily.

– Amarelas? Por que eu te mandaria rosas amarelas?

– Não sei. Mas as flores eram amarelas. E no cartão só tinha seu nome. Foi ela quem providenciou as flores? – perguntou apontando para Lily.

– É claro que sim. Todas as secretárias fazem isso não é?

Lily decidiu entrar em ação.

– Tem alguma coisa de errado com rosas amarelas Sr. Potter? Como não especificou cor, eu pedi para a floricultura mandar o de sempre.

James olhou para as pernas de Lily e começou a imaginar o que tinha por debaixo do robe que ela usava. Tentou se concentrar na conversa.

– Ah não. Você agiu corretamente. Eu não especifiquei cor. Foi tudo um mal-entendido. Você vai tomar café Marie?

– Não, Sr. Potter. Eu vou me vestir.

– Claro. Aproveita e arruma as suas malas, por que temos um vôo esperando por nós.

– Na verdade ela vai embarcar sozinha. – disse Emmeline – Eu liguei para sua irmã e ela me disse onde você estava. Tinha certeza que as flores tinham sido um engano. Podemos ficar e aproveitar até amanhã à noite. É claro que a sua secretária tem que ir para casa por que tem que estar no escritório amanhã cedo.

– Com certeza. – disse Lily rindo.

James não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando. Mas ficou em duvida em relação ao que faria. Por sorte, o telefone começou a tocar e Lily foi atender com um sorriso nos lábios.

– Suíte do Sr. Potter.

– Lily? – ela reconheceu a voz de Marlene – A loira aguada já chegou ai?

– Sim.

– E ela surpreendeu vocês numa situação constrangedora?

– Não exatamente.

– E... – Marlene não concluiu o que ia dizer, pois soltou um grito de dor.

– O que aconteceu? – Lily perguntou preocupada.

James percebeu o tom preocupado na voz de Lily e chegou mais perto dela.

– Estou tendo contrações. – respondeu Marlene

– Ah meu Deus! Estou indo já para ai.

– Com o James eu espero. Meu filho vai nascer, e quero vocês dois aqui comigo. Dentro da sala de parto junto com o Sirius. Chama ele para mim.

Lily ouviu o primeiro palavrão antes de tirar o fone do ouvido.

– Sr. Potter. A Sra. Black quer falar com o senhor.