Born To Die - Clato escrita por Sadie


Capítulo 10
Capítulo 10




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Quando acordo, ainda são quatro da madrugada. Tento dormir novamente, mas não consigo. Sinto um peso na minha cintura e percebo que é o braço de Cato. Ah. Merda.

Saio rapidamente da cama e tomo um banho. Como não consegui dormir, resolvo ir ver TV. Vou para a sala de estar e ligo a televisão, e percebo que está dando a reprise das entrevistas de ontem.

Estão entrevistando o menino do 11 quando Cato aparece na porta da sala esfregando o olho.

– Não consegue dormir? – ele me pergunta. Afirmo com a cabeça. Ele se senta do meu lado no sofá e me aninho em seu braço.

– Olha, aquilo não aconteceu ontem. – digo para ele. Entraremos na arena daqui a algumas horas, e como um casal de tributos apaixonados sobreviveria lá? Ele ri e afirma com a cabeça.

A entrevista do menino do 11 acaba.

– E agora, vocês a conhecem como a garota em chamas. Katniss Everdeen! – Caesar diz, apontando para a garota que entrava com um vestido vermelho. Na verdade, eu a conheço como tributo feminino do 12. Ela senta na poltrona do lado de Caesar, eles começam a conversar. E então ela levanta da poltrona, e começa a rodopiar. O vestido dela, com o movimento, faz parecer que ela está sendo engolida por chamas. A platéia vibra. Caesar ri e diz:

– Mais! – ela já estava parando de rodopiar.

– Não consigo! Estou tonta! – Caesar sorri e a ajuda a sentar. Olho para Cato, e vejo que ele está com uma cara feia. A entrevista acaba e chamam o menino do 12. Caesar e ele começam a fazer piadas, e então ele pergunta:

– Peeta, conte para nós. Tem alguma garota especial no seu Distrito?

– Não. – ele diz timidamente.

– Ah, olhem para esse rosto! Conte para nós! – Caesar responde sorrindo.

– Bem... Tem uma garota de que eu sempre gostei. Mas tenho certeza que ela nunca me notou até a Colheita.

– Bem, então vá para a arena, ganhe esse negócio, e quando voltar, chame-a para sair. Tenho certeza que ela não poderá recusar nessas circunstâncias! – Caesar diz, incentivando-o.

– Ganhar... Acho que não ajudará nesse caso.

– E por que não? –Caesar pergunta.

– Porque... Porque... Porque ela veio para cá comigo. – Peeta responde com um sorriso tímido.

– Ah, isso que é azar. – Caesar responde, com uma tristeza evidente. A platéia responde com solidariedade. Amor não correspondido. Comum para eles. O tempo acaba, e ele deseja boa sorte para ele. Desligo a TV.

– Eles roubaram todos os patrocinadores! – digo, me afastando de Cato.

– Amantes desafortunados do Distrito 12. Roubaram os patrocinadores. Aposto que é mentira essa historinha romântica.

Começamos a discutir, e então ouvimos alguém vindo para a sala de estar.

– Vamos sair daqui, se for Enobaria, ferrou pra gente! – digo, indo para o meu quarto. Ele vem atrás de mim. – Vai pro seu quarto!

Ele ri e vai pro dele. Babaca. Pulo na cama, aproveitando essas quatro e últimas horas de sossego e sono antes de entrar na arena.

***

Acordo com Leonard me chamando.

– Preparada para ir para a arena? – ele pergunta. Afirmo com a cabeça. Esperei muito tempo por isso, e não quero esperar nem mais um minuto. – Vamos, troque de roupa, desça para tomar café que ficarei te esperando lá. Rápido!

Obedientemente tomo um banho, troco de roupa e tomo meu último café farto. Leonard chega e me leva para o telhado. Não encontro Cato. No telhado, havia um aerodeslizador me esperando. Ando calmamente em direção ao aerodeslizador. A porta estava aberta, com uma escadinha e uma mulher me esperando. Subo no segundo degrau, e então, parece que correntes invisíveis prendem meus pés. Não consigo me mover.

A mulher se aproxima de mim com uma enorme agulha, e a injeta no meu braço direito. Sinto a dolorosa picada.

– O que é isso? – pergunto.

– Isso aqui é o seu rastreador. Quando você estiver na arena, os Idealizadores saberão onde você estará. – ela tira a agulha do meu braço, e consigo me mover novamente. Uma Avox chega e resgata Leonard do telhado. Entro no aerodeslizador, e a viagem dura aproximadamente meia hora. Então tudo escurece, e sei que cheguei na arena. O aerodeslizador aterrissa e nos levam até um tipo de escada, mas dessa vez, ela nos leva para as catacumbas da arena. Seguimos instruções até o meu destino, onde nos leva a uma sala onde são feitos os últimos preparativos.

Leonard prende meu cabelo em um rabo de cavalo, e então uma Avox chega e entrega um pacote de roupas simples, contendo uma calça marrom de feitio simples, uma blusa verde, o cinto marrom robusto e a jaqueta preta com capuz que vai até as minhas coxas. As roupas são as mesmas para todos os tributos. Quando acabo de me vestir, Leonard me oferece uma água, observando que eu estou nervosa. Aceito a água, pensando se a arena for um deserto. Sento em um sofá que tinha na câmara, até que uma agradável voz feminina fala que está na hora de me preparar para o lançamento. Caminho em direção a uma plataforma quando Leonard me deseja boa sorte. Então, um vidro me cerca e sou levantada. A ansiedade toma conta de mim. Sorrio.

Venho esperando isso há anos, e agora estou tão perto. Então, vejo a arena com clareza. No meio, está a Cornucópia, um chifre dourado gigante no formato de um cone, com uma cauda curvada, cuja boca tem seis metros de altura, recheada de suprimentos como água, remédio, comida, armas e equipamentos. Ao redor, existem outras coisas espalhadas. Vejo que estamos em uma área aberta e plana. Á minha direita, um lago. Á minha esquerda e atrás de mim, pinheiros. Vejo Cato a duas plataformas de mim. Os sessenta segundos acabam. Então o gongo soa.

Saio correndo para a Cornucópia, onde encontro um precioso estojo de facas. Retiro três. Não vou sair correndo com isso na mão. Vejo a pessoa que eu mais odeio á minha frente, mas um garoto está tentando matá-la.

Na-na-ni-na não. Ela é minha. Jogo a faca nas costas do garoto, que segurava um tipo de foice. Ele cai em sua poça de sangue, e Katniss estava sentada na grama, por causa do susto. Jogo uma faca na direção de sua testa, mas a infeliz se protege com a sua mochila que ela conseguiu pegar na Cornucópia. Estou prestes a jogar a minha última faca, quando ela sai correndo. Não. Não vou jogar essa faca, não vou desperdiçá-la.

Volto para o meu estojo de facas, e pego mais três. Esfaqueio um tributo que estava na minha frente. Vejo Glimmer matando outro tributo. Olha, parece que ela sabe fazer alguma coisa, além de dar em cima dos namorados das outras!

Penso em jogar uma faca para matá-la, mas se eu fizer isso, serei uma traidora. Olho para o lado, e parece que o gongo soou há um minuto, mas na verdade, o banho de sangue já havia acabado. Encontro Cato e Marvel vasculhando a Cornucópia. Acho uma mochila preta, e a abro.

Um pacotinho de carne seca e um pacotinho de biscoitos. Uma garrafa de água, mas sem nada dentro. Idealizadores miseráveis, não podem nem colocar água nas garrafas?

* * *

Quando anoitece, o hino toca e vejo a insígnia da Capital num telão que os aerodeslizadores transportam, mas que somem rapidamente. Os rostos dos mortos começam a aparecer. Uma garota do distrito 3. O garoto do distrito 4. O garoto do distrito 5, os dois do 9, ambos os tributos do 6 e do 7. O garoto do 8. A garota do 10. Fim. A insígnia da Capital reaparece com uma fanfarra musical final. Então tudo escurece novamente.

Estou cansada, então resolvo dormir. Como de costume, e de proteção, pego uma faca e a durmo com ela na mão.

Quando acordo, já está amanhecendo. Ouço um farfalhar nas árvores, e de lá, sai o queridinho da Capital. Estou prestes a jogar a faca nele, quando ele diz:

–Eu sei onde ela está. Eu sei onde Katniss está. Posso ajudar vocês.

Cato, Marvel, Glimmer e a garota do 4 haviam acordado com ele falando.

– Como podemos confiar em você? – Glimmer pergunta.

– Sem armas. – Peeta responde. Encaro Cato. Não é uma boa idéia, mas é o único jeito de encontrar Katniss.

– Tudo bem. – respondo duramente.



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