Vegas Girl escrita por AdeBieber


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo! Deixem comment por favor, thanks *-*



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[...]

Maisy esperava por Rose sentada já há mais de uma hora. Os corredores da clínica estavam vazios, apenas se podia contar uma idosa que o tivera atravessado não há mais que dez minutos. A brisa de ar condicionado existente no corredor batia constantemente sobre o seu corpo, abraçando-se assim ao mesmo esperando que Rose saisse pela porta que já encarava por uma hora. Ainda pedira à enfermeira se poderia entrar com a mãe, mas infelizmente não havia calhado uma quimioterapeuta de bom humor. Até podia ter sido simpática, mas parecia estar demasiado cansada para tal papel por isso Maisy não se ofendeu com a atitude da senhora.
Então do nada, a porta finalmente abriu-se. Rose vinha com o rosto vermelho, e as suas pernas pareciam que estavam prestes a cair. Levantando-se da cadeira, Maisy segurou a mão colocando o braço à volta da sua cintura.
- Muito cansada? – indagou, quase como se não fosse uma pergunta. Rose afirmou abanando a cabeça.
- Vamos para casa Mase, quero chegar lá o mais rápido possível. 
- Está bem. – Maisy tratou de pagar a consulta de hoje na recepção, e de seguida conduziu uma Rose muito cansada a casa.
- Correu bem a quimioterapia? – perguntou, olhando com atenção para os seus pés e os de Rose a andarem no chão, certificando-se que nenhuma delas caía. Rose , apesar do aspeto cansado, sorriu fracamente.
- Correu, por isso mesmo é que estou cansada. - disse em tom sarcástico. Maisy deixou o seu olhar cair no rosto de Rose, e de repente sorriu com a força e a segurança que a mãe tinha ainda nos momentos de menos apropriados. Às vezes considerava quem era mais forte. Ela ou Rose. Ambas passaram por bastante, mas quando via a mãe sorrir percebia num estalar de dedos que Rose era dura como ferro. Caía mas levantava-se constantemente, e admirava isso em si.
- É a primeira sessão o que é muito normal. – apontou Maisy por fim, olhando para o fim da rua que indicava que estavam próximas de chegar a casa.
- Hoje não vou trabalhar. – Maisy murmurou, segundos depois que o silêncio se tivera instalado naquele ambiente. Rose que olhava para o pavimento da rua bastante sossegada, ergueu a cabeça para si.
- E porque não? – inquiriu, em tom espantado. 
- Apenas não estou com paciência, e além do mais tenho que cuidar de ti. – Maisy respondeu .
- Não precisas de cuidar de mim Mase. – Rose levantou o tom de voz, frustrada com as atitudes da filha. A mesma largou-se do seu apoio e andou devagar. Maisy rapidamente alcançou Rose, preocupada que a mãe fosse cair dentro de instantes.
- Mãe! - Maisy tocou-lhe no ombro enquanto andavam. – Não leves a peito o que disse mas é verdade , tens que entender isso. - proferiu, esperando que Rose lhe desse uma resposta. 
- Mas não quero que me trates como um bebé, que eu saiba o bebé aqui ainda és tu Mase. – Rose referiu, puxando a sua bolsa mais para si. Maisy revirou os olhos, percebendo o plano normal que a mãe utilizava; mudar o assunto da conversa.
- Mas mãe… - Maisy interferiu , procurando arranjar argumentos para poder continuar com a conversa dantes.
- Esta conversa acabou Maisy. – Rose apontou o dedo, fazendo-se esclarecer. Maisy fechou os olhos, irritada e tirou da bolsa as chaves de casa.
Apercebendo-se que nenhuma ia falar, Maisy abriu a porta de casa e foi para o seu quarto. Ouviu a voz de Rose pelo caminho, mas decidiu que falar com alguém naquele momento não era a melhor das opções. Sentou-se na cama e pegou no seu telemóvel para ver que horas eram. Ainda há duas horas estava com Rose na clínica e agora a hora do jantar estava próxima. 
Levantando-se da cama, pegou no seu telemóvel e colocou-o no bolso antes de sair do quarto. O clube estava aberto àquelas horas, portanto seria melhor se fosse falar com Gracie naquele momento para que não fosse trabalhar hoje. Não se sentia bem em começar a faltar ao trabalho logo dois dias depois de ter começado. Mas não ia deixar Rose sozinha em casa enquanto rodopiava numa vara para homens excitados. Rose não se encontrava na cozinha, nem na sala de estar o que significava que apenas podia estar no quarto.
Maisy atravessou o corredor até bater na porta do quarto de Rose. Um “entre” mal ouvido fez sinal para que abrisse a porta. Rose encontrava-se deitada na cama a ler um livro que Maisy lhe tivera dado há uns meses atrás quanto encontrou vinte dólares no passeio à beira de uma loja de roupa. Foi pura sorte que Maisy teve, contudo não se importava que lhe calhasse essa sorte todos os dias. Quem não queria isso?
- Mãe… - Maisy sentou-se à beira de Rose na cama, esperando que a mãe não estivesse chateada. Odiava ver a mãe ofendida com ela. Eram poucas as vezes que entravam em argumentos, mas desde que ambas descobriram a situação clínica de Rose, as discussões começaram. 
-Sim ? - Rose pousou o livro no seu colo, virando-se atentamente para Maisy.
- Eu vou à padaria avisar que não vou trabalhar hoje. Quando voltar faço o jantar, está bem? - disse, pousando a mão no colo de Rose. 
- Está bem, mas não demores Mase. – Rose pegou outra vez no livro, todavia sem abri-lo . Maisy sentiu remorsos por estar desta maneira com a mãe, era pior que levar com uma pedra em cima do pé. 

- Peço desculpa por aquela pequena discussão de ao bocado. 

- Não faz mal Mase.

- Faz, mas não posso fazer nada para voltar atrás.

- Eu só quero viver normalmente, como se esta doença não me impedisse de nada.

- E não vai impedir … por enquanto . - Maisy respondeu firmemente, recebendo um olhar intrigante de Rose.

- Então enquanto não impedir, peço por favor que me deixes cuidar de mim própria, está bem Maisy? – Rose ripostou de volta. Era algo típico de si própria quando Maisy queria se tornar superior . Mas ambas não faziam por mal, era apenas uma forma de se protegeram uma à outra mas da maneira menos conveniente. 
Maisy, por fim levantou-se da cama , sem se esquecer de plantar um beijo na testa da mãe.

- Até já. - Maisy falou, voltando-se para a porta do quarto.
Rose soltou um pequeno sorriso, sem que Maisy percebesse.

*

Tinha chegado a sua hora. Justin pegou nas chaves do seu Range Rover, e saiu do balcão, enquanto Jack arrumava as prateleiras. Preparava-se para sair da loja quando Jack se virou para ele.

- Onde vais? – perguntou, curioso.

- Sabes que não tenho que dar explicações . – Justin sorriu ironicamente, ajeitando o seu casaco. 

- Apenas não te metas em mais confusões meu. - Jack provocou-o, dirigindo-se para o balcão. Justin acenou a cabeça, saindo da loja. Jack tinha razão, apesar de não o querer admitir. Tivera-se metido em corridas de carros ilegais no mês anterior, e só por não ter pagado ao outro corredor por ter perdido a aposta, ficou a ver tudo negro por uma semana a fio. 
Era a sua vida. A adrenalina estava-lhe no sangue, pretendia viver a vida ao máximo visto que tinha dinheiro e fama pelas ruas de Las Vegas. Criou-a ao longo dos anos através das confusões constantes em que se metia, mas apenas deu mais que falar aos habitantes da cidade.

Entrando no carro que estava estacionado ao final da rua, olhou-se no espelho retrovisor e bagunçou o cabelo a fim de lhe dar um ar atraente. Já tinha local marcado para onde ia esta noite. Não era comum ir para o clube de strip a este dia da semana, mas a razão de o fazer ir cujo era “Maisy” dava-lhe uma enorme vontade. Pelo que era verdade, a rapariga podia nem estar viva neste momento pois nem sabe por que ruas foi embora na noite anterior. Um lado da sua mente dizia-lhe que estava arrependido por a ter deixado ir sozinha para casa. O outro lado estava também arrependido por a ter deixado ir embora e não ter tido a noite que tanto desejava. Mas, bem… ia ter o que queria hoje ou não. 
O clube de strip não ficava a menos que dez minutos da loja o que era satisfatório para si quando saía do trabalho para intervalos. Passava por lá constantemente. Enquanto algumas vezes era apenas para se divertir, outras eram aproveitadas em shots de vodka. Não se admirava por ser tão conhecido lá nos dias de agora.

Um sorriso malicioso brotou-lhe no rosto ao ver a placa tão iluminada do bar à vista. Não era esse objetivo? A placa chamar à atenção? 
Estacionou o carro a alguns metros do clube, sabendo que não teria carro nas horas seguintes se o colocasse perto do clube. No ano passado acontecera-lhe isso com o seu outro Range Rover cinzento quando acabara de passar uma noite satisfatória com Gracie. O resto da noite não foi tão satisfatória contudo.

Atravessou os montes de homens que estavam na fila para poderem entrar no bar, enquanto alguns o insultavam e outros apenas tinham a coragem de o olhar de lado. O guarda, Johnny, mal o viu deu-lhe passagem para dentro do clube, à qual ele agradeceu com um toque no braço de Johnny. 
Sorriu ligeiramente ao olhar de relance para strippers no palco, as quais conhecia bastante bem. Stephanie, e Tiffany , eram os nomes delas. Tiffany fora a última com quem ele tivera dormido, há cinco noites atrás. Era a stripper mais recente do clube, para além de Maisy, e também a mais carente. Tiffany desejava-o mais que fisicamente. Sempre quisera uma relação emocional com Justin, algo que ele não lhe podia dar porque simplesmente não tinha esse tipo de relações. Não que Tiffany lhe tivesse dito diretamente que o queria dessa maneira, mas a sua linguagem corporal mostrava-o exatamente cada vez que ela se encontrava consigo.
Tiffany era uma das razões por que ainda ia ao bar. A maneira como conseguia conquistar mulheres era de tal modo impressionante que às vezes até duvidava se apenas o queriam pelo dinheiro. 
Caminhou até ao bar cheio de gente, e levantou o braço para que o bartender trouxesse a sua bebida habitual. Apoiou-se no balcão com o cotovelo , mirando todas as pessoas que passavam mesmo tendo noção que Maisy apenas chegava dentro de uma hora no máximo. A cerveja foi pousada ao seu lado, fazendo com que Justin se virasse de novo para o bar.
O impacto de alguém a empurra-lo, fê-lo engasgar-se na sua bebida e olhou para trás para que começasse a insultar a pessoa que o tinha feito, mas ninguém estava ali. Olhou para a frente, soltando pragas e insultos para o ar e só depois é que sentiu o perfume feminino no ar. Olhou de canto para quem estava ao seu lado, e os seus olhos arregalaram-se em menos de cinco segundos. A bebida que naquele momento não mais lhe interessava foi pousada em cima do balcão, e Justin tocou em Maisy que parecia estar preocupada à procura de alguém.
Sorriu para Maisy quando esta se virou para ele, o que a fez entrar em pânico.

- Olá Maisy. – entrando em espiríto para a provocar, Justin acariciou o seu braço de cima a baixo.

- Larga-me. - a mesma tirou-lhe a mão do seu braço e virou-se para o bartender. Justin olhou para o mesmo à espera que ela falasse, mas sem efeito.

- Vem comigo. - sussurrou-lhe ao ouvido segundos depois, sentindo-a arrepiar-se ao seu toque.

- Nem pensar! - Maisy abriu a boca espantada como se acabasse de ter ouvido a maior barbaridade do século. Apercebendo-se que a rapariga não ia por conta própria, agarrou no seu braço com determinação, puxando-a pela multidão até à casa de banho feminina.

- Pára! – Maisy tentou desamarrar-se dos seus braços , o que acabou por ser uma tentativa falhada. Justin colocou a sua mão sobre a boca de Maisy a fim de a calar mas acabou por ser recebido com baba da rapariga que parecia estar a gostar de o ver irritado.

- Agora sim, estamos melhor. - Justin tirou a mão sobre a boca de Maisy, olhando-a nos olhos por fim.

- O que queres? – Maisy resmungou, cruzando os braços. Justin riu-se com a atitude de menina que Maisy tinha, não a podia culpar. Devia ter uns dezasseis anos.

- Pedir desculpa por ter pedido para ires embora ontem. - disse, encostado ao lavatório. – Sei que querias muito o dinheiro, por isso podemos repetir a noite de ontem agora. - apontou para a casa-de-banho vazia. Mentalmente, riu-se com a provocação que estava a dar a Maisy , porém não estava a acontecer o mesmo com a mesma que parecia irritada.

- Não tens que pedir desculpa pelo facto de me teres pedido para ir embora porque ambos sabemos que eu nunca quereria dormir contigo. - Maisy falou indiferente.

- Mas… - continuou - tens que pedir desculpa por me teres deixado sozinha na rua, sem ninguém para me levar a casa. - afirmou , colocando um pedaço de cabelo para trás da orelha. Justin soltou uma gargalhada fria ao ouvir Maisy. Todos que o conheciam fariam o mesmo ao ouvir tais palavras a sair da boca de Maisy. Não pediria desculpa por isso, nem que o torturassem.

- Sabes que eu não vou fazer isso minha querida Maisy. – Justin desencostou-se do lavatório., aproximando-se de Maisy. – Mas talvez o faça se me deres o que eu quero… - retorquiu, encostando-a à porta de uma das cabines de casa-de-banho.

- És nojento. - Maisy cuspiu-lhe as palavras na cara, ofendida.

- Recebias o teu dinheiro também . – Justin sussurrou no ouvido de Maisy a fim de que ela por fim cedesse. As últimas palavras do mesmo pareceram ter efeito em Maisy que ficou em silêncio por segundos olhando para o chão, e depois para Justin.

- Eu - antes que pudesse responder , o barulho de passos a dirigirem-se à casa de banho interrompeu-a.

- Entra, rápido! – Justin abriu a porta da cabine , puxando Maisy para dentro e entrando de seguida. Vozes de raparigas acolheram a casa-de-banho, enquanto Justin encarava Maisy frente a frente devido ao tamanho da cabine.
Os olhos de ambos encontraram-se durante segundos, sem se medirem pelo tempo que se passava. Sem se aperceber do que fazia, Justin amarrou na cara de Maisy com a sua mão sentindo-se dormente sem razão inexplicável na sua mente. Os olhos da garota pareciam um labirinto até ao caminho da felicidade, algo inexplicável atravessava o seu corpo, deixando-o perturbado.. E aí, sentiu vontade de beijá-la.


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